Cap. I - A cena do crime
Era cerca de sete horas da manhã quando o 911 foi acionado. Um homicídio num dos condomínios de Saint Louis. Os detetives designados para cuidar do caso foram Anne Blake e Nickolas Mackenzie.
O local estava isolado, havia cerca de dois carros da polícia, um da perícia criminal e o veículo particular de Blake. Eles haviam acabado de chegar, e sem mais delongas, um policial que aguardava os detetives para a liberação do corpo.
Logo que pisaram para fora do carro, o sargento Harry Griffin veio para perto dos dois, em suas mãos havia um pequeno caderninho e um lápis, era costume tomar depoimentos e anotar pequenos traços do local daquela forma.
— Qual é a situação? — Mackenzie tomou a palavra.
— Uma jovem, por enquanto anônima foi executada a facadas na sala de casa — arqueou a sobrancelha. — antes de perguntarem se há suspeitos, sim, há.
— Mas ela não é anônima? — Blake cruzou os braços.
— Tem uma garota, provavelmente da mesma idade, sentada ao lado do corpo, ela está toda suja de sangue e com uma faca na mão — nesse momento os detetives ficaram surpresos. — ela não disse uma só palavra a ninguém.
— O caso já veio solucionado, que maravilha — o detetive levantou as mãos e sorriu de canto.
— Vou falar com ela e averiguar o local — Blake saiu de perto dos dois e foi em busca da jovem, que foi apontada por todos como a assassina.
Adentrou a residência, havia alguns membros da perícia examinando o local de ponta a ponta. No centro da sala estava uma das piores imagens que Blake havia visto nos últimos quatro anos, esses os quais ela passou a ser detetive, a garota estava empapada de sangue no chão, havia furos cravados por cada membro de seu corpo, vestia uma camiseta dos Yankees e um short de algodão, seu cabelo estava solto e misturado ao sangue.
Aproximou-se do cadáver e o cheiro de morte adentrou suas narinas, aquele cheiro não era tão comum em St. Louis, que apesar de grande era bem calma. Ao lado da vítima, uma moça magra, de cabelos loiros que ficava um pouco a baixo dos ombros, seus enormes olhos cor de oceano estavam fixados no corpo sem vida, em suas mãos a arma que todos apontavam por ser a do crime, a garota estava encharcada de sangue.
Blake ainda observou o comportamento da loirinha, ela aparentemente estava em choque. Notou que havia uma arma em cima do criado mudo, caminhou na direção do instrumento, com a ajuda de luvas de borracha, colocou a mesma dentro de um saco plástico.
Caminhou mais um pouco para o local e notou que havia um telefone fixo ao lado e ele estava sujo de sangue, havia digitais por todo o canto, desde o próprio aparelho, até as teclas. No chão havia pegadas, a detetive fez sinal para um perito.
— Fotografe essas pegadas. Eu tenho dúvidas de quem são dela — fez um gesto com a cabeça indicando a menina loira.
Ainda andando pela sala, notou que uma das janelas estava quebrada e ao chão havia um tijolo, nesse tijolo estava colado com papel escrito "putinha". Perto daquela janela, havia uma outra, a qual estava aberta, ao aproximar-se da mesma, viu que havia grãos de areia espalhados pelo chão e ainda do lado de fora.
— Vocês abriram essa janela? — perguntou para um dos peritos que fotografava o tijolo e a janela quebrada.
— Não, nós não mexemos em nada. Se alguém mexeu aqui, pode ter sido a garota ali.
— Certo — assentiu com a cabeça.
Após averiguar aquele fato, a detetive caminhou em direção a menina, que encontrava-se sentada no chão. Ela estava com a faca em mãos, tremia de leve, não piscou e sua feição era de desespero. Sem querer prejudicar a cena do crime, a detetive desviou do cadáver e se agaichou do lado da loirinha.
— Ela não me pareceu ter muita chance de se defender — suspirou. — o que aconteceu aqui? — fitou a garota, que permaneceu imóvel. — certo, não quer falar? Foi muito psicopata da sua parte matar essa jovem e depois ligar para a emergência.
— Ela está morta... — o som que a menina emitiu foi quase um sussurro.
— É, ela está. Por que fez isso?
Ouviu do lado de fora casa um bate boca alto. Se levantou. Foi para direção da porta da casa e lá estava Mackenzie, Griffin e mais um policial segurando um homem que insistia em entrar.
— Ei, você não pode entrar aqui! — Blake gritou.
— Eu sou o dono da casa! — o homem respondeu nervoso e ao mesmo tempo desesperado. — cadê a Leslie?!
— Certo, deixa ele vir — os três homens soltaram o cara. Mackenzie o seguiu.
— Onde está a Leslie? O que está acontecendo aqui?
— Recebemos uma ligação para o 911 dessa residência para relatar um homicídio — Mackenzie tomou a palavra.
— O quê?! Leslie e Carolyn estão bem? — o homem media cerca de um e noventa de altura, cabelos em um tom grisalho, aparentemente tinha cerca de quarenta anos.
— Terminamos aqui — o chefe da perícia falou para os detetives.
— Certo, então podem levar o corpo para a Rachel — essa era a legista.
— Eu estou passando mal — o homem viu sua visão ficar turva e os batimentos caírem, sua pressão teve uma queda.
— Papai — a garota estava de pé e falando pela primeira vez.
— Leslie... — de repente seus lábios esbranquiçados foram tomando cor novamente. Ele a abraçou forte.
— Ela é sua filha? — a detetive o indagou.
— Sim. Ela é a Leslie. Filha cadê sua mãe?
— Ela está morta — seus olhos ainda estavam arregalados.
— O quê?! — seu coração acelerou.
— Bem ali — apontou para o cadáver que já estava sendo removido do chão.
O homem desesperado foi olhar o cadáver, no susto deu um passo para trás. Em cima da maca, sendo coberta por alumínio, estava a jovem a qual ele conhecia há anos.
— Danna... — sua boca estava seca.
— Esse é o nome da vítima? — a detetive o questionou.
— Sim... Danna Simons... Ela é minha afilhada. Quem fez isso?
Os detetives se entreolharam e fitaram Leslie, que estava paralisada no local perto da porta. O pai da garota logo percebeu que a principal suspeita era sua própria filha.
— Vocês não podem estar falando sério! Leslie é uma garota de dezesseis anos, ela não mataria nem uma mosca se quer, imagine uma pessoa, que a propósito é a melhor amiga dela — elevou seu tom de voz.
— Se controle senhor, nós vamos investigar, e o tempo irá nos dizer quem fez isso. Mas sua filha tem que vir conosco — Mackenzie tentou ser calmo.
— Não! Ninguém vai levar minha filha — gritou.
Leslie caminhou na direção dos policiais. Já não tinha mais sua faca em mãos, seu olhar estava distante e suas pupilas dilatadas, suas mãos trêmulas e seus dedos estavam roxos, seu coração estava acelerado e sua respiração estava ofegante. Era visível em cada traço da garota, que ela não estava bem, que estava em choque.
— Leslie, você terá de vir conosco — o detetive tocou o ombro da menina. Ela rapidamente virou seus olhos e começou a gritar, se soltou das mãos do homem, sua pele estava pálida, deu alguns passos desesperados para trás e acabou caindo.
— Droga! — Blake foi até a garota. — senhor, vamos chamar uma ambulância.
— Eu sei como tratar de pacientes em choque, eu sou médico — o homem desesperado pegou um travesseiro e o colocou por baixo da garota. Elevou suas pernas para o alto. Poucos segundos depois a menina recuperou sua consciência.
— Leslie, consegue me ouvir? — Blake chacoalhou sua mão na frente do rosto da jovem.
— Quem são vocês? — piscou seus olhos algumas vezes, pois sua visão ainda estava turva.
— Não se lembra de nós? — Blake insistiu.
— Somente do meu pai — olhou na direção do homem que segurava suas pernas.
— Somos da polícia. Detetive Blake e Mackenzie — respondeu o detetive.
— O que estão fazendo na minha casa? — perguntou assustada.
— Você nos chamou. Não se lembra do que houve na noite anterior? — a detetive forçou uma expressão de duvida.
— Eu e a Danna estávamos assistindo um filme... depois fomos dormir. É somente isso que eu me lembro, depois acordei aqui no chão — sua expressão era de medo.
— Precisamos do seu depoimento, Leslie — o detetive foi um pouco sério.
— O que aconteceu? — engoliu seco.
— Você é testemunha de um homicídio, e consequentemente também é a principal suspeita.
— Danna está morta — o pai disse sem mais delongas.
A garota assustou-se, sua reação foi de pura negação. A jovem riu desesperada, esperando que aquilo fosse uma piada.
— Eu sinto muito... — o homem se colocou a chorar.
— Não, não, não... isso não é verdade! Ela estava aqui e viva — se levantou vagarosamente. Interrompeu suas falas ao perceber a bagunça de sua casa e o sangue no chão.
— Leslie, você tem que vir conosco — o detetive estava com um tom sério.
— Mas por que? — olhou assustada.
— Você deve nos dar seu depoimento. Se troque de roupa, estaremos te esperando lá fora. Não lave as roupas, as coloque em uma sacola, precisamos delas — Blake se levantou e seguiu para fora.
...Alguns minutos depois...
A menina estava limpa e como a detetive pediu, ela havia colocado suas roupas dentro de uma sacola. Leslie com a feição de medo, apenas assentiu aos pedidos para que ela entrasse no carro. Seguiram para a homicídios.
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