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Capítulo 30

— Por favor, diz que isso não é o que eu tô pensando - Giuliana vociferou, revelando um rancor que Cristiano nem imaginava ser possível um ser humano sentir

Diante dele, estavam fotos de Clarice, todas da época de sua morte. Imagens que circularam nos jornais, revistas e na televisão por alguns meses. Ainda engolindo em seco, Cristiano tentava se recompor para encarar os olhos fuziladores dela.

— Calma, Giu. Eu posso explicar.

— Explicar o que? Você me enganou desde o início!

— Eu não te enganei! - disse ele com firmeza - Você quem me abordou pedindo ajuda. Desde o início, era pra eu estar sozinho nisso!

— E poderia ter continuado sozinho. Eu não te forcei a aparecer na minha casa, forcei? Quem decidiu me aceitar nessa história foi você! - ela retrucou. - Não finja que desde o começo queria me ajudar. Seu interesse sempre foi descobrir porque caralhos eu me pareço com a Clarice! E você escondeu a verdade até o último instante só pra chegar onde quer! - a voz de Giuliana saia quase rasgando pela garganta.

Cristiano sentiu aquelas palavras mais do que gostaria. Giuliana não estava errada de todo. Sua prioridade era descobrir se , investigando o passado de Giu, de alguma forma, o levaria a descobrir o mistério sobre essa semelhança. Mas com o tempo, suas percepções e sentimentos sobre Giuliana evoluíram a ponto dela ser tão importante - até mais - que a própria investigação e a resposta desse mistério.

Cristiano encarou os olhos de Giuliana na esperança de que ela acreditasse nas suas próximas palavras e visse a verdade em seu olhar

— Eu hesitei em aceitar sua ajuda porque sabia dos riscos e do quão desonesto seria te envolver na minha história com Clair. Mas o fato de vocês serem tão parecidas era intrigante demais...Entende? Quando te vi a primeira vez, perdi noites de sono tentando entender como você podia ser real! - disse em agonia. Após recompor o tom, ele continuou - Me deixei levar pelos meus sentimentos, pelo passado e aceitei. - Cristiano ponderava suas palavras com mais cuidado pois Giuliana permanecia impassível, o rosto mais duro de raiva que antes - Sim, eu só me aproximei de você por conta disso, não achava que nossa relação fosse durar por tanto tempo a ponto de mexer com nossas vidas dessa forma. De revirar a minha, principalmente. Você é importante para mim, Giu!

— Você está mentindo - acusou ela

— Não, Giu. Eu não estou - ele caminhou devagar, procurando se aproximar - Posso ter começado tudo isso pelas razões erradas e me arrependo por isso. Mas as coisas são diferentes agora! Por favor, acredite em mim. Não sabe como me machuca ver seus olhos me encarando assim...

— E você acha que não me dói descobrir a verdade assim? Logo depois de tudo o que eu passei? De como eu fui enganada pelas pessoas que eu mais confiei? - Giuliana agora tremia de nervoso, sentia uma vontade enorme de empurrar Cristiano porta a fora - Tem ideia de como foi descobrir que eu fui morta e Madalena ajudou a encobrir isso? Ou de como Miguel foi tão doce, amoroso e companheiro por semanas. Semanas, Cris! Semanas em que você decidiu se afastar!! Eu não tinha ninguém com quem contar então eu me abri com Miguel. Eu dormi com ele e decidi ser vulnerável. Pensei comigo "por que não? Ele é solteiro e diz que te ama, que vai te proteger!" - o choro de Giuliana era mais intenso agora - Tudo para descobrir que ele era um monstro. Um monstro que me perseguiu e usou da minha fragilidade todo esse tempo pra matar minha única família! Pra me matar a mando de um avô desconhecido, ganancioso e estúpido que matou meus pais biológicos.

Aquelas palavras deixaram Cristiano completamente abalado. Ele sabia que Miguel não era boa pessoa mas jamais havia passado pela sua cabeça tamanha frieza. E lamentava mais ainda ter , de alguma forma, jogado Giuliana nos braços dele. Fora isso, Cristiano se perguntava sobre essa história de morte. Ele havia escutado direito? Giuliana foi morta? Como isso era possível uma vez que ela estava ali, na sua frente? "Meu Deus, Giuliana...O que fizeram com você?"

O silêncio de Cristiano foi o suficiente para Giuliana perder qualquer senso de respeito pelo rapaz

— Viu só? Eu acabei de contar sobre meu passado e sua primeira reação é avaliar como isso se encaixa na triste história da sua Clarice. Você é patético!

— Não, Giu! Espere!

Giuliana correu para a porta mas foi impedida por Cristiano que se colocou diante dela

— Para de fugir e me escuta,por favor! Não foi por isso que eu fiquei em silêncio, eu nem pensei em nada sobre a Clarice! Será que podemos esquecê-la por um momento e focar no que importa?

— Eu importo agora, é? Meses me escondendo seu fetiche bizarro de andar comigo pra cima e pra baixo, todos aqueles momentos constrangedores...E eu achando que podia ser...Que eu e você... - Giuliana tentava segurar as lágrimas novamente, mas em vão - Vai embora! - contornou Cristiano e abriu a porta

— Giu, por favor...Você não não está bem para ficar só.

— Não, Cris. A melhor coisa que eu faço por mim agora, é ficar só! Anda, some daqui.

Magoado com o desfecho da conversa, Cristiano recolheu suas coisas em silêncio e obedeceu Giuliana. Antes de ir, com convicção, deu um beijo no topo da cabeça de Giuliana e a abraçou.

— Não posso te culpar por se sentir assim em relação a mim. Mas espero que, com o tempo, você possa me perdoar e ver que eu sempre me importei com você não por conta de Clarice, mas por que você realmente é! Lamento que tenho arruinado uma das melhores coisas que já me aconteceram. Adeus, Giu! Se cuida!

Desconcertada com a atitude de Cristiano, Giu fechou a porta rapidamente. Com a testa colada na porta, ela chorou sua dor. Mais uma decepção para adicionar a sua lista. E para tornar tudo pior, seu coração ainda acreditava em Cristiano e ainda o desejava, tornando seus sentimentos muito mais complexos do que gostaria.

Exausta de um dia horrível, Giu pegou uma antiga garrafa de vinho que usava apenas quando cozinhava, sentou-se no sofá e bebeu do líquido direto da garrafa. O ardor da bebida tornava sua dor interna menos atenuante. E assim, Giu virou sua primeira noite depois de descobrir sobre seu passado: sozinha, traída e bêbada.

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Cristiano passou suas três semanas seguintes trabalhando de casa. A reforma do escritório levaria mais tempo do que o esperado e a polícia ainda não tinha fechado todos os detalhes da perícia. Sem a liberação, o máximo que a equipe de reforma podia fazer era limpar o entulho.

Também havia três semanas que Giuliana não o respondia. Pelo menos uma vez ao dia, ele telefonava ou procurava por ela no trabalho mas ninguém a via desde o ocorrido em Montes Claros.

Cristiano não conseguia não se preocupar com a garota, por mais que tentasse ignorar. Será que ela estava se alimentando? Dormindo bem? Teria desenvolvido algum hábito ruim a ponto de se colocar em risco?

Essa constante preocupação não o ajudava em nada pois era impossível se concentrar com Giuliana indo e vindo em seus pensamentos.

Sabendo que não conseguiria permanecer sentado trabalhando, Cristiano decidiu dar uma volta pela cidade. Aproveitaria para passar na casa da sogra e, quem sabe, conversar com Ester. Ele estava com saudades das filhas e pensava que talvez, estar na presença delas por alguns instantes, lhe faria bem.

Cristiano tomou um banho rápido, vestiu uma roupa casual e saiu de casa sem previsão para voltar.

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— Giuliana, uma hora você vai ter que abrir essa porta pra mim - gritava Mariana enquanto esmurrava a porta

Do lado de dentro, Giu saia do quarto a passos vagarosos, esfregando os olhos de cansaço e mal entendendo a origem de tanto barulho. Pelo olho mágico, viu que era Mariana

— Vai embora, Mari! Quero ficar sozinha!

— Eu não tô nem aí pro que você quer. Abre essa porta e me deixa entrar ou eu derrubo sozinha essa porcaria

Giuliana revirou os olhos mas decidiu obedecer, principalmente porque Mariana começava a bater na porta de tal forma que realmente parecia estar tentando arrombá-la

— Pronto, tá aberta! Feliz agora? - respondeu praticamente de costas pra amiga e se jogando no sofá. Sua gata, que estava deitada, se espreguiçou e encarou a dona com olhos de julgamento, como se irritada ir ter sido incomodada

— Giuliana, olha só o seu estado! Pelo amor de Deus, o que houve? - disse Mariana pegando no rosto da amiga e medindo sua temperatura - Você tá parecendo um cadáver!

Giu soltou um riso amargurado pela comparação. No fundo, ela era aquilo mesmo pras pessoas: um cadáver ambulante.

Um pouco menos agitada, Mariana se sentou e mostrou a embalagem de papelão com comida.

— Trouxe isso pra você. Tião deixou eu escolher o que quisesse do nosso cardápio pra te dar - entregou nas mãos de Giuliana

Ainda mal humorada, Giuliana pegou a embalagem e petiscou um dos salgadinhos.

— Obrigada - disse ela - E o que mais?

— Não posso vir ver minha amiga sem um motivo por trás?

— Você não é assim, Mari...Anda, fala logo

Mariana mudou a expressão do rosto antes de continuar

— Soube do que houve com o Miguel e tudo mais.

— É mesmo? Pelo visto fofoca é o forte dessa cidade

— Saiu nos jornais, a internet inteira comentando. Por que não disse antes que estava numa história complicada dessas? Um risco de vida enorme! E se você morresse!? Ia ser enterrada igual indigente, é?

— Não ia fazer diferença, Mari... Não sou tão importante assim - respondeu cabisbaixa

— Para de ser dramática! Claro que é! Acha mesmo que Tião ia me deixar assaltar o estoque por alguém irrelevante? Nós nos preocupamos contigo. E não somos os únicos, sabe disso não?

Giuliana estreitou os olhos, tentando entender a insinuação da amiga.

— Ele tem procurado por você lá no trabalho

— Não me importo

— Giuliana!! Para de ser cruel com ele! Não sei o que houve, mas ele parece mal e muito preocupado com você.

— Bem, Mari. Como você mesmo disse: você não sabe o que houve. - respondeu de maneira rude. Após comer mais um pouco da comida, Giuliana continuou - Ele também aparece aqui. Mas eu não abro a porta.

Mariana respirou fundo, demonstrando sua discordância quanto a atitude de Giuliana

— Como sei que você é teimosa demais, vou deixar você sozinha. Tenho que ir pra casa ou vou chegar muito tarde. Se cuida, ok? - deu um beijo no rosto da amiga - E pensa bem no que eu te disse sobre o delegado bonitão - respondeu antes de fechar a porta

Giuliana revirou os olhos e voltou a comer.

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Cristiano precisou insistir muito para convencer Ester a deixá-lo passear com as meninas. Mas, comovida com a situação atual dele, ela permitiu. Cristiano não foi muito longe da área em que a sogra morava e decidiu parar no comércio para tomar um sorvete juntos.

Michelle, como sempre, era quem mais tagarelava e fazia questão de entreter a irmã mais nova. Maria, por sua vez, só prestava atenção nos confeitos coloridos do seu potinho.

Vez ou outra, ela oferecia um deles a Cristiano e colocava em sua boca. Os olhos de Maria sorriam junto com sua boquinha, o que deixava Cristiano anestesiado. Ele estava feliz em saber que sua menina estava voltando a ser como era antes. Bom sinal sobre o trauma do sequestro.

— Pai, você e a mamãe vão continuar morando longe? - perguntou Michele

— Talvez sim, querida - respondeu ele com calma - Isso te deixa triste?

— Hmmm... Não sei! Mamãe tem estado mais em casa, não briga muito mais. Você me trás pra passear quando ela deixa....Acho que por enquanto tá bom

— Tem certeza? Não acha que o pai vai sumir? - sondou ele

Michele balançou a cabeça em negação, muito confiante de sua resposta.

— Minha coleguinha da escola disse que depois que os pais dela não ficaram juntos, ela tinha tudo em dobro!

Cristiano riu ao entender o ponto de vista de Michele. Para ela, seria vantajoso ter duas casas, dois quartos e dois presentes em datas comemorativas.

— Então...Tudo bem se eu e a mamãe não ficarmos mais na mesma casa?

Michele olhou bem fundo nos olhos do pai e abriu um sorriso

— A gente tem que ser feliz. Mamãe sempre diz isso, não é? E como vocês ainda vão ser meus pais...Eu tô feliz!

Cristiano abriu um sorriso enorme e ficou impressionado com a postura da filha. Mesmo que sua história com Ester tenha tido um desfecho complicado, ela estava fazendo um bom trabalho ao explicar a situação deles

Vendo que o dia estava para escurecer, Cristiano decidiu levar as meninas de volta.

A despedida foi breve e Ester estava esperando por eles na porta. A tranquilidade de Cristiano sumiu quando ele viu Eduardo estacionando sua moto e indo até a entrada da casa.

Um pouco transtornado, Cristiano cumprimentou Ester e entregou as crianças. A mulher entrou para levá-las para o banho, deixando Cristiano a sós com Eduardo

— Costuma vir aqui? - perguntou quase sem pensar

— Às vezes...Em nome da nossa amizade e pelas meninas. Por que? Isso te incomoda?

— Não foi o que eu quis dizer

— Então diga logo o que é porque eu não vou ficar aqui sendo tratado como um babaca. - Eduardo respondeu visivelmente irritado

— Ainda desconfio da sua história. De como encontrou Maria aquela vez

— Porra, Cristiano! Já disse: dois policiais que estavam próximos receberam a informação e eu acabei ouvindo. Mas quer saber, foda-se o que acha! Não sou eu que tem sangue nas mãos pôr agir igual um imbecil por conta de um rabo de saia.

Aquelas palavras tiraram Cristiano do sério, fazendo-o partir para cima do amigo, dando socos em sequência em seu rosto.

Eduardo, por sua vez, parecia gostar da situação, rindo pelo descontrole do amigo. Enquanto Cristiano o agredia, mais Eduardo o provocava quer ofendendo seu caráter ou suas decisões recentes em relação ao Clair, a Giuliana e os acontecimentos na sua família. Cristiano teria continuado se não fosse Ester.

— O que pensa que está fazendo? - vociferou ela

— Ele acha que eu tenho algo a ver com o sequestro da Maria. E ficou puto porque eu ofendi a garçonete de quinta com quem ele se envolveu - disse ele - Fique tranquila, Ester. Isso não doeu nem um pouco. É só o jeito Cristiano de se impor quando sabe que está errado.

— Ele está mentindo sobre isso, Ester

— Cristiano, você precisa se acalmar e parar com essa maluquice de achar que todo mundo é seu inimigo - gritou ela - Se continuar , vou proibir que veja as meninas. Elas não precisam ver o pai agindo feito um delinquente.

A contragosto, Cristiano entrou no carro e foi embora para casa.

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Giuliana tomou o resto de bebida que ainda tinha na geladeira e misturou com um pouco de remédio para dormir. Sonolenta, jogou-se na cama para descansar. Fazia tempo que não dormia e estava ávida por um descanso

Talvez pelo efeito da combinação entre álcool e remédios, o sono de Giuliana não era um dos melhores, mas já melhor do que virar a noite de um lado pro outro na cama. Aos poucos, a consciência da jovem foi dando espaço para o inconsciente e ela adormeceu.

De repente, Giu abriu os olhos e se viu em uma floresta aberta. Pela claridade, parecia ser de manhã ou fim de tarde. Abaixou a cabeça e notou que vestia roupas rasgadas e que seus pés estavam feridos. Conferiu os braços e viu que eles também estavam marcados. Uma enorme sensação de familiaridade a abateu e Giuliana quis chorar

Enquanto caminhava pelo espaço, ouvia tiros a distância, cada vez mais próximos. Num instinto, seu corpo começou a correr. Giu não conseguia parar, era como se não mandasse em seu corpo.

Próximo de um barranco, Giuliana notou uma jovem de costas, vestindo roupas muito similares com as suas. Assim que parou, a jovem se virou para ela. A imagem deixou Giuliana visivelmente assustada.

— Cl..Clarice? - perguntou

A jovem abriu um sorriso sincero e concordou com a cabeça.

— Olá, Giu! Que bom que nos encontramos. Sei que nada disso parece real, mas preciso que me escute, ok?

Giuliana concordou com a cabeça, mas ainda achando difícil acreditar no que vivia

— Quando eu morri, havia muito que eu gostaria de fazer na minha vida. Estudos, trabalho, objetivos de vida, amor... - os olhos dela se abaixaram - Mas isso tudo foi tirado de mim de forma cruel. Eu me recusei a aceitar minha morte e tudo que estaria perdendo se eu fosse.

Após um pequeno silêncio, Clarice continuou

— Por alguma razão, Deus ou quem manda nesse universo, me trouxe de volta! Mas eu vim no seu corpo. Alguém que, como eu, morreu sem poder se defender.

— Então, Madalena tinha razão? Sobre eu ser algum tipo de milagre?

— De certa forma, sim.

— E por que só apareceu agora?

— Existem regras nessa coisa de mundo espiritual. Eu precisava que você enfrentasse a verdade primeiro para então te contar o que é importante. Escute com atenção: em dez dias, meu assassino vai aparecer novamente e ele irá atrás de você!.

Giuliana engoliu em seco, amedrontada

— Não tema! Dessa vez, tudo dará certo. Uma das razões que me fizeram voltar para a Terra é Cristiano. Eu o amo, Giu! Assim como você também o ama. Eu não posso desfazer o que aconteceu comigo mas posso oferecer a você a oportunidade de ser feliz e de fazer meu melhor amigo e grande amor, feliz outra vez!

— Mas ele não me vê dessa forma, Clair! Quando ele olha pra mim, está pensando em você.

Clarice balançou a cabeça em negação, rindo da visão de Giu.

— Você sabe que isso não é verdade. Bem no fundo, sabe que eu tenho razão. Minha influência na sua personalidade é mínima, foi se apagando conforme você crescia. Tudo aquilo que Cristiano ama em você é sobre você, e não a mim.

Giuliana ficou pensativa por um tempo.

— Nosso tempo acabou, Giu. Avise Cristiano sobre os próximos dez dias e tomem muito cuidado. Eu estarei te guiando por sonhos. Todos ficaremos bem e eu finalmente, vou poder descansar. Mas , antes de ir, quero te dar um presente.

Clarice se aproximou de Giuliana e a abraçou. Quando seus corpos se tocaram, se fundiram em um só. A consciência de Giuliana voltou com força, fazendo-a levantar da cama em prantos

Seu corpo, sua mente e seu coração estavam repletos de sentimentos e sensações. A maior delas, a urgência de ver Cristiano.

Atordoada, a jovem sai do apartamento correndo, sem nem ao menos esperar o elevador do prédio.

Em alguns minutos, Giuliana já está na portaria, montando numa bicicleta e pedalando com toda força que conseguia. Ela precisava de Cristiano

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Na volta pra casa, Cristiano precisou enfrentar um longo engarrafamento por conta da chuva intensa que caía na cidade. Nunca entendeu a razão do trânsito ficar tão caótico quando chovia. Às vezes, não tinha nada grave na pista mas os motoristas eram lentos e desatentos no trânsito sem nenhuma razão.

Foram longas três horas ao volante, a dor nas suas costas era insuportável e seu humor não era dos melhores. O fato de ter tomado uma garrafa de whisky antes de pegar a estrada, também não trabalhava a seu favor. Suas mãos ainda formigavam pelos socos dados e estaria mentindo se dissesse que estava satisfeito.

Seu problema com rompantes de raiva sempre foram assim, desde a adolescência. Ao menos, nunca tinha batido em ninguém indefeso ou algo do tipo, mas não tinha lá muito orgulho desse seu lado raivoso.

Perdido em seus pensamentos, Cristiano notou que estava já próximo de casa. O rapaz se identificou na portaria e dirigiu até sua casa. Quando estava estacionando, viu uma figura na porta, batendo com toda força e gritando seu nome a plenos pulmões

— Giu? - disse em voz baixa enquanto caminhava na chuva intensa. A jovem estava ensopada e ofegante, a bicicleta jogada de qualquer jeito no canto esquerdo da entrada da casa e ela estava ainda de pijamas

— Giu!? - ele gritou, fazendo com que ela olhasse para ele. Aquele olhar quase fez Cristiano cair pra trás. Aquele brilho, aquele semblante. Era Clarice! Mas não era só isso, havia uma boa dose de Giuliana também. Seria possível ser as duas? Cristiano não conseguia achar uma razão lógica para a força que a jovem a sua frente emanava.

— Cris? - disse ela caminhando devagar, as pernas vacilantes pelo esforço das pedaladas. De repente, a jovem correu até Cristiano e pulou em seus braços, beijando-o com desespero, como se sua vida dependesse daquilo.

O corpo de Cristiano se arrepiou e, por um segundo, todas as suas dúvidas, medos e receios desapareceram. A raiva que sentia de Eduardo, a frustração do distanciamento entre ele e Giuliana. Tudo sumiu em um passe de mágica.

O rapaz envolveu as mãos na cintura da jovem, abraçando-a para mais perto de si enquanto a outra encaixava suavemente entre os cabelos molhados. Cristiano podia sentir Giuliana tremer em seus braços, o que o motivou a envolvê-la mais perto.

A respiração dela era irregular ainda, o beijo saindo meio errado e tardio, como se fosse alguém em abstinência de doces e agora ,poderia comer o quanto quisesse. As mãos de Cristiano continuavam afagando e acalmando Giuliana até que ele mesmo pudesse ditar o ritmo do beijo.

E então, tudo parecia certo. O movimento da cabeça, o encaixe de suas bocas e o modo suave com que sua língua e a dela deslizava no ato. Os lábios dela eram macios e delicados, era com beijar a superfície de uma fruta carnuda e saborosa. Cristiano sentiu as mãos de Giuliana envolverem seu pescoço, puxando-o para si.

Cristiano já estava sem ar e por isso, encerrou aos poucos o beijo.

— Fiz algo errado? - Giuliana perguntou com os olhos marejados - Desculpe, eu só segui o que sentia. Eu estava com tantas saudades, Cris! Tantas! Eu precisava te ver e estar aqui. - dizia ela enquanto beijava seu rosto e o abraçava. - Não quero te perder nunca mais!

— Calma, estou aqui! Está tudo bem! - respondeu gentil, beijando-a gentilmente outra vez - Mas precisa se acalmar e vestir roupas quentes. Vamos entrar, sim?

Giuliana sorriu, ainda fora de si. Depois do seu sonho e do contato que teve com Clarice, todo sentimento que ficou soterrado em relação a Cristiano veio a tona. Giuliana não sentia que era ela mesmo mas, alguma parte sua, também se sentia mais confiante e poderosa sobre seu próprio eu.

Com a ajuda de Cristiano, ela caminhou para dentro da casa, aliviada e feliz de se sentir segura pela primeira vez em anos.

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