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Capítulo 26

— Ainda não respondeu minha pergunta, Giu

— Desculpa, meu cérebro ainda tá processando sua grosseria com o Miguel sem nenhuma razão - disse Giu visivelmente aborrecida

Cristiano respirou fundo antes de repetir a pergunta para Giu, dessa vez, com mais sutileza. Não queria iniciar outra discussão e acabar chamando a atenção das pessoas, inclusive Ester

— E então, o que fazem aqui? - Cris lançou um olhar intimidador para Miguel, fazendo-o desistir de se aproximar mais alguns passos e ouvir a conversa

— Miguel e eu fomos até o Vale do Amanhecer continuar as buscas do meu caso. Na volta fomos perseguidos e se eu estou viva, é por causa dele - respondeu de uma vez só

Cristiano soltou o ar dos pulmões para evitar gritar novamente.

— O que eu disse sobre sair a campo sozinha?

— Não estava sozinha, Miguel veio comigo!

— Dá na mesma, Giuliana - disse irritado - Conseguiu algo que valesse a pena um hematoma enorme na cara como esse aqui? - apontou para a testa de Giu

— O administrador , Raul...Aquele nome que estava em um dos enigmas que deciframos, sabe? Ele me guiou lá dentro e me levou para uma consulta com uma médium. A entidade dela me disse que...

— Espera, espera... Entidade? - interrompeu Cristiano - Que história é essa?

— Se você me deixasse terminar - disse Giu revirando os olhos - Tudo que eu sei é que preciso voltar ao início, onde tudo começou. E descobrir o que a entidade quis dizer com 'outra eu'

Cristiano balançava a cabeça, andando de um lado pro outro com as mãos na cintura. Em seu rosto, um riso de escárnio. Como Giuliana podia ser tão ingênua? Acreditar em religiosos, entidades? Inconformado, Cristiano caminha para o lado externo do hospital, já a caminho de seu carro. Giuliana o segue e Miguel, que até então observava calado, vai logo atrás para conter os ânimos de Giu

— Por que você não me escuta???? - esbravejou ela

— Está sendo estúpida em seguir essa informação. Entidades, espíritos ou sei lá o que sejam, não existem. E cair nesse papinho furado só vai te levar pra mais longe da verdade. E não nos ajuda a resolver seu passado ou a morte da Clair!

— Mas o que ela tem a ver com a droga da minha vida?

O rapaz paralisou enquanto segurava a maçaneta da porta do carro.

— Não vai responder, vai?

Cristiano encarou Giuliana. Seu semblante era duro e os olhos, por conta dos pequenos vincos nas laterais, pareciam menores do que de costume: arredondados, levemente puxados nos cantos, o que lhe dava o ar costumeiro de curiosidade e até uma doçura raramente demonstrada. Seus lábios tremiam mesmo que estivesse mordendo o canto direito da parte interna dos boca. A postura de Giuliana também estava mais rígida do que de costume, os ombros firmes, a altivez com que elevou o tórax para dizer silenciosamente o que sentia e pensava naquele momento.

A mente de Cristiano vagou para longe em alguns segundos. Ele conhecia aquela expressão muito bem. Disfarçaria um riso naquele instante, se fosse o caso, por conta da clara semelhança entre ela e a outra. Mas então Cristiano se lembrou do que houve na última vez em que recebeu àqueles sinais todos vindo de uma jovem impetuosa e teimosa. Era assustador para ele ver

Ele ensaiou dizer algo para evitar a tensão que as palavras de Giuliana deixaram no ar. A péssima decisão de expor que havia uma verdade sendo omitida, decisão mantida e sustentada por Cristiano desde o início.

— Não há o que ser dito porque não existe nada em comum entre vocês duas - disse enfim. A esse ponto, Giuliana estava a alguns passos dele no estacionamento, de cabeça baixa, mexendo em negação em sinal de desaprovação.

— Estou decepcionada contigo, Cristiano. Essa atitude estúpida? Não condiz com o que me disse sobre proteger as pessoas... O que eu vejo aqui e agora é alguém egoísta o suficiente para... - Giu hesitou em continuar

— Continue, por favor. Não finja que não queira me atingir com suas palavras só porque não compartilho tudo o que sei com você - respondeu de modo frio Cristiano

— Parece que está disposto a passar por cima de qualquer um, ainda que isso possa machucar quem você ama

Cristiano deu de ombros como se não ligasse mesmo sendo mentira. Por dentro, estava devastado por ser mal interpretado mais uma vez. Aquelas palavras somadas com os últimos acontecimentos e a constante culpa que o perseguia, não tornavam a decisão de Cristiano mais fácil. Mas se com tal atitude ele conseguisse provar que não era indiferente às vidas ao seu redor, inclusive a dela, valeria a pena

— Se é o que pensa, está livre. Encerramos por aqui - abriu a porta do carro e a bateu com violência. Ao manobrar o carro, não perdeu de vista a garota que continuava olhando para ele, dessa vez, tentando não chorar. Assim que endireitou o carro para sair, abaixou o vidro e se despediu

— Boa sorte em sua busca, Giuliana. Adeus!

Giuliana até tentou respondê-lo mas de sua boca só sai grunhidos estranhos, como se a dor lhe tapasse a garganta e atrapalhasse sua voz. Miguel se aproximou devagar da jovem, pousando uma de suas mãos sobre os ombros

— Sinto muito - disse ele - Eu tentei te alertar, não foi?

— Me poupe do sermão, por favor - respondeu com a voz embargada

— O que quer fazer agora?

— Ir para casa. Mesmo sem ele, vou procurar por Madalena. E você vai me ajudar , ok?

Miguel concordou com a cabeça

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Cristiano dirigia a caminho de casa completamente alheio ao trânsito. Quase bateu em dois carros e não foram poucas as vezes em que recebeu buzinas e xingamentos no trajeto. Mas ele não se importava com isso ou com qualquer outra coisa. Havia sido um dia difícil, muitas emoções em um curto período de tempo. O sumiço de Maria, as desconfianças do amigo, a briga com Ester e o distanciamento de Giuliana. Agora que estava com a cabeça fria, refletia sem parar sobre as acusações e ressentimentos destinados a ele. Pensava consigo que sim, talvez estivessem todos certos e que ele estava sendo egoísta. Percorrer uma justiça cega em prol de uma promessa antiga lhe parecia agora uma máscara covarde de alguém mergulhado demais nas próprias vaidades. Uma tentativa inútil de afastar de si o sentimento de um jovem esperançoso demais, dedicado demais mas que veio tomando decisões inconsequentes o tempo todo e, como bem disse Giuliana, ferindo quem mais amava.

Ele não pode conter um choro esquisito, desajeitado. Chorar lhe parecia sempre estranho quando sua aparente calmaria e frieza era afetada pela sensibilidade e honestidade de outra pessoa, como o fez Giu.

Cristiano estava profundamente envergonhado por ter decepcionado tantas pessoas novamente, por não ter conseguido ser aberto e honesto o suficiente para cuidar de quem amava, por não ter se humilhado diante do seu próprio passado e de suas falhas a ponto de não ter ao seu lado nem a mulher com quem formou família, nem a jovem que faz seu coração se sentir em casa como quando tinha Clarice em sua vida. O rapaz pisou fundo no acelerador parecendo fugir de alguém, mas não há como fugir de si mesmo ou dos seus sentimentos mais profundos.

Em alguns minutos, estava na porta do condomínio. Identificou-se na entrada e dirigiu-se para sua casa. Demorou alguns minutos antes de descer pois havia se lembrado que Michele e sua sogra estavam presentes, provavelmente pelas circunstâncias do sequestro de Maria. Ainda de cabeça cheia e sem conseguir parar de pensar em Giuliana, Cristiano pegou seu celular. Ele sabia que a jovem iria continuar sua busca e seria burra o suficiente para se pôr em perigo. Não confiava que Miguel a ajudaria ou cuidaria dela como deveria, mesmo que tenha provado ter alguma utilidade ao defendê-la dos perseguidores. Isso dava a Miguel algum crédito com Cristiano mas não a ponto de esquecer que, 'para ele, o jovem universitário era algo perigoso

A ligação chamou diversas vezes até cair na caixa postal. Cristiano deixou um recado de voz e uma mensagem no whatsapp da pessoa que o ajudaria a manter os olhos em Giuliana uma vez estando distante dela. Um pouco menos preocupado, saiu do carro e entrou em casa.

Mal girou o trinco, ouviu os pés ligeiros de Michele se aproximarem. A menina deu um salto e se agarrou em seu tronco, quase fazendo Cristiano cair.

— Com calma, garotinha.. Assim você me machuca. - disse ele sorrindo, feliz em ver o rostinho serelepe da filha.

— Mas aí seria machucadinho de amor - respondeu ela abraçando com força o pai. Cristiano retribuiu o abraço, dando beijos nas bochechas da menina. Em seguida, ele a colocou no chão - O senhor tá me devendo muito ta? Eu ainda tô chateada ...

— Chateada por que? O que o pai te fez? - respondeu brincalhão, não levando a sério a reivindicação

— Ah... Deixa eu ver... Teve a minha festinha, a vez que você ficou fora um tempão e ficamos com aquela tia... E o sumiço da Maria. - Michele botou as mãozinhas na boca, arrependida do que disse. Cristiano não conseguiu esconder a tristeza em seu rosto - Desculpa , papai - disse ela com voz manhosa - É só o que a mamãe e a vovó falam aqui...Não quis te chatear - correu e o abraçou novamente

Cristiano afagou os cabelos de Michele, se ajoelhou para ficar na altura dela e a beijou na testa.

— Não fica triste comigo, papai - disse ela com biquinho

— O pai não tá triste não. Nunca vou me chatear com você, viu? - ele deu um aperto leve na ponta do nariz da menina, que sorriu tímida.

— A avó disse que por causa disso tudo você não vai mais ser meu pai. - lágrimas começaram a se formar nos olhos de Michele - Eu não quero que você deixe de ser meu pai

Cristiano pegou a filha no colo e caminhou até o sofá, deitando-a no seu colo até que ela se acalmava.

— Eu ainda vou ser seu pai, pra todo sempre. Mas infelizmente, a gente vai ter que se ver menos, tudo bem?

Michele , mesmo não gostando das palavras de Cristiano, concordou

— Promete que vai se comportar e que não vai desobedecer nem a mamãe nem sua avó? E que vai cuidar da sua irmãzinha direitinho?

— Uhum... prometo

— Muito bem, sabia que podia contar com minha parceira. - ele sorriu

O momento entre os dois foi interrompido pela sogra que chamava a menina para tomar banho

— Oh, não vi que tinha chegado - disse Dinorá constrangida

— Não tem problema, estou subindo. Fique a vontade

— Vamos , Chele?

- Ah não vóoo - resmungou ela mas quando viu o olhar do pai, lembrou-se da promessa - Quer dizer...Tô indo - e saltou do colo do pai, que sorria satisfeito. Cristiano acenou e seguiu para o quarto.

Ao entrar, reparou em alguns itens ausentes. Ester já havia começado a preparar sua mudança com as meninas. Devagar, despiu-se e colocou a roupa no balde de roupa suja que ficava no canto do quarto e entrou no banheiro.

Cristiano abriu o registro o máximo que podia, queria uma dose generosa do jato de água quente. Enfiou o corpo sob a água e deixou seu corpo relaxar pela primeira vez em dias. Podia sentir o peso nas pernas, a tensão nas costas e os pés arderem por conta das bolhas nos dedos. Em seguida, apoiou a testa na parede e esqueceu do tempo lá fora.

Ele não soube dizer quanto tempo ficou ali, só que o barulho de porta batendo o fez se sobressaltar. Desligou o chuveiro e saiu do box. Antes de sair, encarou seu reflexo no espelho embaçado. Estava com uma péssima aparência, parecia um zumbi. Em seus olhos, duas olheiras imensas e profundas e, pelos vincos no rosto, provavelmente tinha perdido peso também. Cristiano estava tão mal quanto na época do luto de Clarice.

Outro barulho fez com que o homem voltasse a si e saísse do banheiro. Ester estranhou a presença de Cristiano, ao contrário dele. Ester evitava manter contato visual ou ver o corpo do marido. Seria mentira dizer que não sentia falta dele e do seu toque todos os dias. Talvez por essa razão ela tenha estranhado sua presença após tanto tempo ausente.

— Pode se trocar, não vou me demorar. Eduardo está nos esperando para nos levar até a casa da mamãe - disse ela por fim

Cristiano caminhou até seu lado do guarda roupa, moveu a porta e escolheu algo confortável para vestir. Próximo a ele, Ester terminava de pegar das araras suas principais roupas e jogar sobre a cama. De canto de olho, o homem notou o vazio do armário e foi quando sua ficha realmente caiu. Seu casamento tinha acabado

Angustiado, encarou em silêncio Ester fazer as malas. Pensou em oferecer ajuda mas não conseguiria fazer aquilo, muito menos com as coisas das meninas. Cristiano trocou de roupa rapidamente e sentou-se no canto da cama. Ester saiu logo em seguida, gritando pela mãe e a filha no corredor da casa. Algumas horas devem ter se passado quando Ester voltou, Cristiano não estava muito sintonizado com o tempo externo a ele. A esposa, se é que poderia chamá-la assim, estava parada na porta com Maria no colo.

— Estamos indo. Elas querem se despedir - a mulher segurava o choro - Cuidado quando se aproximar de Maria, ela ainda está assustada com tudo

Cristiano se levantou rápido e brusco demais, o que fez com que Maria chorava aos berros. Ver o efeito do que o sequestro dela tinha feito, o coração do rapaz se estilhaçou mais ainda. Desesperado, pegou a menina no colo e passou a nina-lá. Por maior que fosse seu esforço, Maria não conseguia se acalmar. Suas mãos pediam pela mãe e ela jogava o corpo para que Cristiano a soltasse.

— Tudo bem, meu amor - Ester veio socorrer a pequena, aninhando-a bem rente ao corpo, sussurrando baixinho para que Maria parasse de chorar e respirasse normalmente - Desculpe... - Ester ergueu os olhos para o companheiro de uma vida, sentindo pena por ver em seus olhos a dor que o consumia. A dor de estar sendo rejeitado pela menina dos seus olhos. Ester ainda incentivou Michele a ir até o pai, mas até mesmo ela estava relutante. A menina não se sentia bem com aquela cena e acabou correndo escada a baixo.

Atordoado, Cristiano não respondeu nada', apenas se limitou a deitar na cama enquanto uma forte dor de cabeça aparecia. Ester murmurou alguma coisa antes de sair e fechar a porta, mas ele não ouviu. Estava ocupado demais desejando a morte

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— Essas imagens ainda não fazem sentido pra mim... - disse Giuliana repousando a cabeça no peito de Miguel que estava sem camisa por conta do calor insuportável dentro do apartamento

— Eles formaram um mapa, não é?

— Cristiano disse que é uma planta de uma casa - Giu ergueu o bolo de folhas sobrepostas - Ainda assim, não faz sentido. Será que Madalena tem alguma outra casa além das que eu conheci?

— É uma hipótese - respondeu Miguel - E se ela for verdadeira, como vamos encontra-la se você mesmo disse que não bate com nenhum outro imóvel que ela tenha?

— Madalena queria que eu encontrasse essas pistas, pode estar escondida nas imagens de jornal, no texto da notícia - ela se ergueu do colo do rapaz e pegou um cigarro da carteira que estava sobre a mesa de centro

— Não há nada nelas, Giu. Já verificamos também.

— Mas que merda, estou tão perto. Eu sinto isso, sabe? - ela acendeu o cigarro e tragou com tudo o item e soltou uma generosa baforada.

— A gente pode seguir o conselho da entidade - brincou Miguel

Ao ouvir aquilo, a cabeça de Giuliana deu um estalo e ela saiu correndo para o quarto a procura da bíblia e de todos os itens que ela recolheu em suas buscas. Como quem montava um quebra cabeça complexo, foi dispondo tudo na ordem em que foram achados. Quanto mais organizava, mais claro ia ficando pra Giu a resposta para o enigma da casa.

— O que tá fazendo? - Miguel entrou no quarto achando a atitude de Giu muito estranha

— Só um minuto, eu não terminei - Giu folheou a bíblia e marcou uma das páginas com inscrições. Depois, ela voltou para a sala, pegou os recortes de jornal e entrou no quarto novamente.

Miguel ficava observando tudo completamente perdido.

— Só falta colocar isso aqui - ela dispôs umas imagens do jornal de canto, foi seguindo a cronologia das datas das manchetes com a ordem das pistas encontradas e com as anotações da bíblia que ela já sabia de cor. Quando acabou, Giu soltou uma gargalhada e deu um selinho em Miguel

— Eu já sei onde fica essa casa!

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