Capítulo 90
2109 PALAVRAS
Bill acordou cedo e foi direto para a cidade. Ele precisava estar em seu escritório, pois queria preencher toda a papelada para poder julgar Julia Thatcher e mandar para a prisão nos próximos dias. Aquela menina era pior que uma cascavel cheia de veneno, ela tentou matar Elizabeth, sua linda filha do coração, e acabou acertando na própria tia, e em nenhum momento ela parecia preocupada ou com a consciência pesada; ela era uma jovem terrível que agora tinha sangue nas mãos.
Julia era uma jovem vingativa, incapaz de amar Elizabeth como gostaria.
" Como podia atentar contra sua vida? Como ela poderia prejudicar a própria irmã?"
Bill, agora sabia que eles não tinham aquele vínculo de irmãs, mas elas foram criadas juntas durante todos aqueles anos, então ela deveria ter algum amor por ela. As mãos malignas de Julia pararam no último momento, como se uma força celestial estivesse protegendo a inocência de Elizabeth. A intervenção divina não só preservou a sua vida, mas também lançou uma luz de esperança no coração de todos, demonstrando que o amor e a justiça podem triunfar sobre o ódio e a vingança.
Bill, era um renomado juiz, e assumiu a tarefa de garantir que a justiça fosse feita no caso de Julia Thatcher. Sua imparcialidade e integridade eram conhecidas em todo o Canadá. A notícia da tentativa de assassinato de Elizabeth Thorton se espalhou rapidamente e criou um rebuliço local em Hope Valle, e foi percebendo isso, que Bill correu até Rosemary e pediu uma manchete. Ele sabia que Rose tinha o dom das palavras e que aquela manchete prepararia uma nova armadilha para Charles Kensigton e Willian Thatcher. Iria encurralar aqueles dois malfeitores e eles seriam punidos por seus crimes.
Bill preencheu tudo, chamou para a comissão de jurados que trabalhava com ele nos julgamentos e marcou o julgamento de Julia para daí três dias, somente o tempo dela receber seu advogado.
Enquanto isso, Rose soltava uma manchete urgentes no jornal de Hope Valle, Calgary e Hamilton, onde seus amigos jornalistas trabalhavam em parceria com ela, quando tinha notícias bombásticas...
Escândalo na elite:
A herdeira do magnata da navegação Julia Thatcher
É presa por tentativa de assassinato da irmã Elizabeth Thorton!
Julgamento choca a alta sociedade.
O jornal com a manchete de Julia, esgotou nas três cidades em menos de uma hora, o que levou várias outras cidades no Canadá e até mesmo em Nova York a publicarem a manchete bombástica em seus jornais.
Ao ler sobre a tentativa de assassinato da família Thatcher, uma irmã contra a outra, acabou abalando a sociedade em vários aspectos, pois a notícia se espalhava como um fogo selvagem, causando choque e incredulidade entre os membros da alta sociedade. A família Thatcher estaria sujeita a intensa especulação e escrutínio público.
Grace e William estavam em sua mansão quando viram o jornal com a manchete sobre sua filha. Julia estava desaparecida de casa há muitos dias, mas nunca imaginaram que sua princesinha estava tão longe e sofrendo como agora, e por causa de Elizabeth.
Willian começou a fazer muitos telefonemas, precisava mandar grandes advogados para aquela cidade estupida para cuidar de Júlia.
Grace, por sua vez, sentou no sofá e analisava tudo, ela tinha que pensar no que dizer e para quem dizer, ela iria usar sua influência antes que fosse tarde demais, ela sabia que os círculos sociais e a elite os eventos seriam dominados por discussões sobre o escando. A empatia e o apoio à suposta vítima Elizabeth seriam evidentes, enquanto a reputação de Julia desmoronaria rapidamente.
O julgamento subsequente se tornaria um evento muito aguardado, com a sociedade ansiosa por detalhes sobre o caso. Grace sabia que tudo isso prejudicaria sua filha Viola e seu noivo, Sir Leonel, um nobre inglês da alta sociedade.
Além disso, o escândalo provocaria reflexões em toda a sociedade sobre privilégios, ética familiar e o papel da riqueza na busca da justiça. Eles não podiam deixar Julia indefesa agora, ela era uma criança que não poderia ser responsável por seus atos, mas Grace sabia que a culpa era de Elizabeth, e se ela provasse para a sociedade que era uma sem-vergonha, safada e imoral, ela poderia salvar Júlia;
Elizabeth resistiu a acreditar que sua própria irmã, Julia, pudesse ser capaz de um ato tão terrível. No fundo do seu coração, ela tinha esperança de que tudo fosse apenas um terrível mal-entendido, que o relacionamento de irmãs, que compartilhavam fosse forte o suficiente para superar qualquer adversidade. Mas as manchetes dos jornais, a prisão de Julia e a chegada do julgamento lançaram uma sombra de dúvida sobre essa esperança.
Foi com pesar que Elizabeth decidiu ir à delegacia. Ela ansiava por olhar nos olhos de Julia, sua irmã, em busca de respostas para o pesadelo que se tornara sua vida. A delegacia estava cheia de repórteres e curiosos, mas Elizabeth estava destinada a enfrentar a irmã, na esperança de alguma forma encontrar uma explicação para o que havia acontecido.
Julia, no entanto, estava irreconhecível. Seus olhos, antes cheios de alegria e cumplicidade, agora estavam cheios de raiva e amargura. Ela gritou palavras cruzadas, acusando Elizabeth de ser a culpada por todos os infortúnios ocorridos. As lágrimas de Elizabeth caíram silenciosamente enquanto ela tentava entender como a irmã que ela conhecia havia se transformado em alguém tão irreconhecível.
— Julia, por favor, Elizabeth implorou com voz embargada: Eu não entendo. Como podemos chegar a esse ponto? Somos irmãs. Compartilhamos nossas vidas, nossas alegrias e nossos segredos. Por favor, me diga que isso é um erro, que você não fez isso, que foi tudo um acidente.
Julia, porém, continuou a gritar, sem demonstrar nenhum sinal de arrependimento.
— Você sempre foi uma bastarda, Elizabeth! Tudo de ruim que aconteceu é culpa sua! Nunca assumirei a culpa por algo que não fiz. Você é o culpado pela morte de Bile, sua vadia, sua falsa. Você deveria ter morrido, você nunca foi e nunca será minha irmã ou alguém de nossa família.
O que antes era para ser um laço o forte e inquebrável entre duas irmãs, agora parecia estar em ruínas, como um navio que perdeu sua âncora numa violenta tempestade. O amor e a confiança que deveriam unir Elizabeth e Julia estavam agora à deriva em um oceano de desconfiança e amargura, e Elizabeth acabara de perceber que isso nunca existiu entre elas ou a chamada família, infelizmente eles nunca a amaram, mas ela esperava, talvez, uma oportunidade para ser resgatada e restaurada, mas a incerteza pairava no ar, como a névoa que envolvia um futuro incerto.
Elizabeth sentiu-se perdida naquele momento, incapaz de compreender como seu relacionamento com Julia havia chegado a esse ponto. Ela presenciou momentos felizes e compartilhou experiências com a irmã ao longo da vida, pelo menos para Elizabeth foram bons momentos. Agora, a acusação de Júlia, a sua falta de remorso e a amargura que emanava dela tornavam as desculpas impossíveis de aceitar.
— Julia, fomos criadas juntas, vivemos aventuras, compartilhamos segredos, brincamos juntas e sonhos. Como poderíamos ter chegado a este ponto de hostilidade? Você não acredita em nossa irmandade, em nossa história? Elizabeth disse com lágrimas nos olhos.
Julia, no entanto, permaneceu inflexível. Sua fúria era um vendaval que parecia inabalável.
— Você não entende, Elizabeth. Você sempre foi a bastarda, aquela que conseguia bancar o saco de pancadas, como mamãe dizia. Grande parte do tempo elas estavam ocupadas punindo você, e esse tempo poderia ter sido gasto comigo e com Viola, as verdadeiras filhas desta família, e não com alguma bastarda nojenta. Você é um imprestável, sempre nos dando problemas, era só ter se casado com o Charles, ele é muita areia para seu caminhão... afinal você não é nada nem ninguém. Isso me fez odiar você.
A tristeza de Elizabeth transformou-se em desespero. A distância entre eles parecia intransponível. A conversa na delegacia não trouxe a resolução que Elizabeth esperava, apenas aprofundou a dor e o mistério que cercava o relacionamento deles.
Bill era um bom juiz, mas também um pai adotivo firme e amoroso, e não suportava mais ver sua filha Elizabeth atormentada pelas palavras cruéis de Julia na delegacia. Ele entrou na sala com determinação, colocando a mão suavemente no ombro de Elizabeth, afastando-a daquele ambiente tóxico. Seu olhar transmitia uma mistura de preocupação e amor incondicional.
Elizabeth, com os olhos cheios de lágrimas, deixou-se guiar pelo pai naquela cena longa e dolorosa. Bill a levou para um lugar mais tranquilo, longe dos olhares indiscretos e da multidão, onde poderia se abrir com ela com palavras de conforto.
— Minha querida Elizabeth, ele começou, não importa o que aconteça, quero que você saiba que filha maravilhosa você é. Seu caráter, sua compaixão e sua força sempre me enchem de orgulho. Nada, absolutamente nada, poderia mudar o amor que eu tenho para você.
Ele segurou o rosto de Elizabeth gentilmente, olhando em seus olhos e continuou:
— Lembre-se que você também tem seu pai verdadeiro, Wynn, que te ama profundamente. Ele é uma parte preciosa da sua vida e seu amor é inabalável. Você não está sozinho nesta jornada, minha querida. Nossa família estará sempre aqui para te apoiar.
As palavras de Bill foram como um abraço caloroso, um porto seguro no meio da tempestade emocional que Elizabeth enfrentava. Ela sabia que, mesmo diante dos desafios e incertezas que teria pela frente, contaria com o amor e o apoio incondicional de seu pai e de sua verdadeira família. Juntos, enfrentariam o que quer que estivesse pela frente, com a esperança de que o amor e a justiça prevalecessem no final;
À medida que o julgamento se aproximava, cada segundo se arrastava como uma eternidade para Elizabeth. A angústia que a consumia era palpável e o peso da situação a afetava profundamente. Ela se sentiu dividida entre seu amor por Julia e a necessidade de que justiça fosse feita.
As noites eram as mais difíceis para Elizabeth, quando o silêncio da escuridão apenas amplificava seus pensamentos e preocupações. Ela se perguntou como Julia havia chegado a esse ponto, como o vínculo de anos de convivência, havia se deteriorado tão drasticamente. O futuro de Julia, um futuro que agora parecia um tanto sombrio, atormentava-a.
Elizabeth sabia que, embora fosse doloroso, Julia teria de enfrentar as consequências dos seus atos. A justiça tinha que ser feita e ela esperava que este pudesse ser o primeiro passo para a redenção e a cura para ambos. A jovem tinha consciência de que não havia uma solução fácil para esta situação, mas tinha esperança de que, no final, a justiça prevaleceria e que as feridas pudessem de alguma forma começar a sarar.
O DIA DO JULGAMENTO...
O juiz conhecido pela sua reputação de imparcialidade e retidão entrou na sala do tribunal com determinação. Seu olhar sério e inabalável transmitia a firmeza com que conduzia o julgamento. Ao longo da sua carreira, ele desenvolveu a confiança na aplicação da lei de forma rigorosa e justa, independentemente da situação.
O julgamento foi agendado e as expectativas eram altas. A sala do tribunal estava lotada de pessoas ansiosas para ver a lei prevalecer. A intervenção divina que protegeu Elizabeth, aumentou ainda mais o sentido de responsabilidade de Bill para garantir que Julia fosse responsabilizada pelas suas ações.
No dia do julgamento, o clima estava tenso. As testemunhas relataram os acontecimentos com precisão, expondo as ações cruéis de Julia.
Os jurados, advogados e réu observaram cuidadosamente cada movimento do juiz. A sua confiança em ser corajoso não estava ligada a emoções emocionais, mas sim à sua dedicação intransigente à justiça. Respondeu atentamente aos argumentos das partes, tomando notas meticulosas e analisando as provas com olhar refinado.
Os advogados de defesa tentaram argumentar a favor de Julia, mas as provas foram contundentes. O olhar de Bill parecia firme, sua decisão seria guiada pela verdade e pela justiça.
Como a sentença condenava, era evidente a determinação do juiz em garantir que a lei fosse cumprida. Não hesitou em tomar decisões difíceis, sempre baseadas na justiça e na busca da verdade. O seu compromisso em manter a integridade do sistema judicial foi admirável.
Após uma análise cuidadosa das provas e depoimentos, Bill deu seu veredicto.
No final, ao proferir a sentença, o juiz declarou mais uma vez a sua concessão à coragem, não porque fosse cruel, mas porque era intransigente na aplicação da justiça. A sua decisão refletiu a sua busca incansável por um sistema jurídico justo, onde as leis fossem respeitadas independentemente de quem estivesse antes dele. Sua reputação como guardião da justiça permaneceria intacta.
Julia seria responsabilizada por seus crimes, mas também teria a oportunidade de se redimir e mudar seu rumo. A justiça prevaleceu, mostrando que mesmo diante das trevas, a luz da verdade pode iluminar o caminho para a redenção e a reconciliação.
Pena definitiva: 5 anos, 7 meses e 21 dias de prisão, regime fechado.
Transferência para a Prisão Geral de Hamilton.
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