1168 PALAVRAS

Elizabeth Delayne, chegou correndo à casa de Henry, com o rosto pálido e os olhos arregalados. Ela teve que se controlar até que Jack chegou em casa e saiu correndo como se estivesse fugindo de alguma coisa. Ela sabia que Jack não tinha entendido nada, mas como sua esposa estava pronta para seduzi-lo para uma linda noite de amor, ele provavelmente não tinha ideia nem de seu próprio nome. Ela sorriu, o amor deles era igual ao dela e do marido, e ela estava feliz por eles também terem encontrado o amor verdadeiro. Infelizmente, seu próprio casamento esfriou após a perda da filha, quando ela pensou que Wynn a havia abandonado durante aquele parto complicado.

Henry, Frankison e Wynn estavam sentados à mesa de jantar conversando, e ao ver o estado em que ela estava ao chegar, Wynn jogou a cadeira para trás e correu para sua esposa. Ele a conhecia muito bem. Algo sério havia acontecido, e era algo grave...

— Elizabeth Delayne, O que aconteceu? Wynn perguntou. Ele era um homem direto e sempre ia direto ao ponto.

Ela olhou nos olhos dele. Eles sempre tiveram um vínculo forte, mesmo com todas as tribulações da vida, e pelos mal-entendidos, mas o amor que os unia era muito forte e por isso conseguiam se comunicar sem nenhuma palavra. Ela pegou a mão dele e o puxou para seu quarto. Wynn não pôde fazer nada além de acompanhar sua esposa, ela estava voltando da casa de Jack e ele esperava que tudo estivesse bem com o casal.

Frankison olhou para Henry e eles não conseguiram se entender;

— O que foi isso? Henry perguntou.

— Não sei, Henrique. Mas algo sério está acontecendo...

Elizabeth Delayne, trancou a porta e ouviu o marido falando pelas suas costas.

— Qual é o problema mulher, estou preocupado com você? Você parece muito pálido...Perguntou Wynn.

Ela respondeu baixinho:

— Ela é minha filha.... Wynn percebeu que ela não estava perguntando, sua esposa estava afirmando com uma segurança e determinação que ele nunca tinha visto antes.

E virando, ela olhou nos olhos de Wynn e disse com firmeza.

— Beth é minha filha, ela tem a marca de nascença.

— Ela é nossa filha, meu amor. Wynn respondeu.

Elizabeth Delayne, olhou para o marido e perguntou muito séria... com as mãos na cintura e o rosto fechado, ela falou em voz alta.

— Você sabia e não me contou nada?

— Amor, eu precisava saber de todos os detalhes, como poderia falar de algo sem provas concretas? Mas sua marca e compatibilidade, quando doou sangue para Frankison nos dão 90% de chance de ela ser nossa filha. Carson confirmou isso para mim.

— Wynn Delayne! Por que você não me disse nada? Eu tinha o direito de saber. Elizabeth Delayne gritou. Ela ficou furiosa e se jogou em cima do marido, começando a socá-lo no peito. Ela chorava muito e Wynn a abraçou com força;

"percebendo que mais uma vez sua esposa se sentiu colocada em segundo plano. Não era essa a intenção dele, ele só queria saber todos os detalhes primeiro, antes de expor para ela e sua filha, além disso, como ele iria falar sobre sua suspeita das ações de seu irmão? " Pensou Wynn.

— Calma meu amor. Eu te prometo que nunca mais vou esconder nada, por mais doloroso e difícil que seja, vou te contar tudo... eu só queria te proteger, sem te dar falsas esperanças.

Elizabeth, com a voz triste e lágrimas escorrendo pelo rosto, começou a falar:

— Wynn, você acha que a proteção é mais importante do que compartilhar nossos medos e incertezas como marido e mulher? Nosso casamento não é sobre esconder coisas, é sobre enfrentar desafios juntos.

Wynn lutou contra as lágrimas, pois a única coisa que não queria neste mundo. Era magoar sua esposa... ele só queria protegê-la:

— Eu sei que você tem certeza, Elizabeth. Eu simplesmente não...

— Wynn, casamento é uma questão de confiança.

— Amor... eu sei que é. Você está absolutamente correta;

Elizabeth falou com uma voz triste, com os olhos lacrimejando:

— Wynn, você realmente acredita que o medo é mais importante, do que compartilhar nossos medos e incertezas, aquecendo nosso casamento com confiança e carinho mútuo? Nosso relacionamento não prospera com segredos, mas com sinceridade e união em todos os momentos.

— Wynn Delayne, eu sou sua esposa. Eu me casei com você, porque te amo com todas as minhas forças. Acompanhei você aos piores lugares do mundo em seu serviço como mountie, estive sempre com você e espero que esteja comigo.

— Eu fiz isso por você, minha querida.

— Wynn, você não pode tomar decisões por mim. Você pode me defender e me proteger, mas sou um indivíduo que pensa e tem sentimentos, que devem ser respeitados por todos, inclusive por você.

Wynn estava de cabeça baixa, ele sabia onde havia errado... ele tinha essa falha, esse defeito; se ele pudesse cuidar de tudo sozinho tomando as decisões, ele o faria e não deixaria sua esposa se machucar. Ela pegou em seu queixo e levantou a cabeça de seu marido, ela conhecia aquele homem melhor do que ele mesmo...

— Amor, olhe para mim! Ela falou com mais calma. Ela sabia que o marido só pensava em fazer o que era melhor para ela, mas eles precisavam conversar sobre isso.

— Eu sei que você queria me proteger. Mas Wynn... você é o comandante dentro do batalhão. Aqui em casa você é meu marido, meu amigo, meu homem... somos casados, e isso significa estarmos juntos em tudo, bons e maus momentos. Juntos Wynn...

— Você não pode querer carregar todo o fardo desse assunto sobre seus ombros... -E olhando para o marido, ela o beijou na boca e pediu que ele lhe contasse tudo.

Sentado na cama, com as mãos entrelaçadas, ele contou tudo a ela, desde a desconfiança na semelhança, depois na marca de nascença e na doação de sangue. E o que ele sentiu quando a abraçou, quando sentiu o amor e a proteção por ela de uma forma enorme. Contou também que Frankison havia descoberto, que Jack e Bill estavam cientes e sobre o motivo da viagem de Bill.

— Wynn, porque tenho certeza que você ainda não me contou tudo e que ainda está escondendo alguma coisa. Eu imploro, não esconda mais nada de mim.

Ela sabia que essa seria a pior parte da história e acabou contando suas suspeitas sobre o irmão e tudo o que sabia sobre a parteira. Ela começou a chorar desesperadamente, pois saber que seu irmão estava envolvido naquela história doía muito. Wynn pegou a esposa nos braços e acariciou seus cabelos; as palavras não eram necessárias, eles precisavam se recarregar com o amor um do outro, para juntos enfrentarem toda a história.

Na sala, Henry e Frankison, que caminhavam sem parar, perceberam que os gritos haviam cessado. Henry não era burro, então juntou as partes das conversas e sabia do que se tratava... e olhando para Frankison, sorriu e disse:

— Você tem a melhor irmã do mundo, uma daquelas que qualquer um gostaria de ter. Além de ser linda.

— Eu sei, Henrique. Eu sou privilegiado. E ele abraçou Henry.