Uma semana após o enterro de Allyssa, seu irmão estava devastado, como podia alguém morrer daquele jeito? Caindo de umas escadas? Suas perguntas eram sempre as mesmas;

  Por que Allyssa?

  Por que não ele?

  O que realmente havia acontecido?

  Ele se culpava a todo o momento, leu inúmeras vezes o diário de sua irmã e tentou por diversas vezes conversar com os amigos dela, mas nunca chegava a nada. Eram sempre as mesmas respostas.

  Naquela noite ela saiu direto pra casa, estava bêbada. Deve ter sido isso.
 
  Mas no fundo ele sabia que não era, seu instinto lhe dizia e no final de tudo não o levava a nada. Havia um único nome que ele não chegará a procurar e mesmo que o procurasse, não o acharia

  Alexandre e Melinda.

  Não havia registros, e muito menos pareciam ser reais. Os dois irmãos haviam desaparecido como fumaça em meio ao caos.

  No outro dia sem esperar muito eles já pegavam a estrada, junto com seu pai.

  O velho gorducho ajustou seus óculos enquanto dirigia e suspirou.

  —Por onde vocês vão a morte os persegue, é incrível. —Ele parecia irritado, mas ainda sorria parecendo satisfeito.

  —Eu não consegui me controlar. —Melinda foi em sua própria defesa, mas recebeu um olhar gélido e quase mortal. —Ela estava o roubando de mim.

  —A morte sem propósito não acontece nesta família, Melinda. —O homem a repreendeu, ela desviou o olhar temendo o pior.
 
  —Meu propósito é e sempre será o meu irmão. —Ela levantou o olhar, seus olhos gélidos encararam seu pai pelo retrovisor do carro. —Eu não tive escolha, ela o tiraria de mim.

  Enquanto a discussão se alastrava, Alex permanecia calado e encarava a paisagem do outro lado da janela, as arvores passando rápido.

  A culpa podia consumi-lo, mas ele ainda se sentia satisfeito. Era insano o quanto o garoto gostava da visão da morte, ele a achava poética, mas sentia saudades de Allyssa.

  Só não mais por ele ainda a ver, ela estava com ele e sempre estaria, assim como suas outras namoradas, ou quase namoradas.

  —Eu te amo, Alex. —A voz de Allyssa ressoou em sua cabeça em eco, ele sorriu em meio ao seus pensamentos.

  Aquela família insana, sumiu em meio as estradas a procura de uma nova vida e novas vítimas.

  Três demônios viajavam aconchegados, cada qual submerso em sua loucura. Em cada cidade que paravam, uma morte ou mais era a prevista, seja por amor, seja por ódio ou vingança.

  A família Dungord deixava um rastro de corpos por onde passavam, se eles pararem em sua cidade...

  Não chegue perto, ou serás a próxima morte.

  Allyssa MacClaven está aí de exemplo, mais um corpo e mais uma vítima.

ℱ𝒾𝓂