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Razões para lutar, e para não lutar.

Dylan é incapaz de acometer algum golpe contra Leona. Seja pelos sentimentos que tem pela amada, e nível poderoso de combate que ela exerce. Seu braço de ferro e a espada são as únicas coisas que aguentam as pancadas da amazona. O corpo dele está avariado, com cortes superficiais por toda roupa. Seu sangue arde e mancha o tecido preto.

— Leona, por favor! — clama o homem pela amada, que não para de tentar cortá-lo. Ele esquiva, agachando, e jogando seu tronco para trás. Suas costas encontram a parede. Para não morrer da estocada da Valquíria, dá uma cambalhota para o lado. Deixando as espadas afundarem na estrutura.

Os momentos pacíficos em Wolfsburg não permitem o rapaz perceber o quão intenso são os olhares da amada.

— Essa será nossa luta, invasor? — reclama a Valquíria — uma dança de caça ao rato? Revide!

— Eu te amo Leona, não consigo — profere se armando para defender. — Por favor, lembre-se de nós! Dos momentos que passamos juntos.

Os pedidos do galês fazem a cabeça da Valquíria latejar em dor. Isso a irrita, expressado no trincar dos dentes. A amazona tenta perfurá-lo e ultrapassar a defesa do rapaz. Ela gira seu corpo junto às espadas, executando golpes belos e fluídos. O vento é incapaz de aguentar os rasgos das lâminas.

Dylan cai, vendo a espada da amada vindo em sua direção. Ele segura a lâmina, com sua mão de ferro. As faíscas saem da fricção desesperada. Força a espada para o lado, a quebrando. Leona não deixa barato, avançando com a arma quebrada, e cortando o canto da bochecha.

Ele levanta, ficando próximo a ela. Os cabelos pretos são tão formosos brilham junto ao suor do rosto.

"Você precisa se lembrar..." ele pensa no que fazer.

***

As botas de couro, belíssimas, possuem contraste na luta. Elas vão em direção a Egill. Velent voa até o irmão e a tira do alvo de Vidar. Quando as botas tocam ao solo todo o piso racha, em especial onde pisa, afundando o concreto. O deus levanta os joelhos. Tocando leve os dedos para limpar a sujeira.

Egill limpa o suor da testa, temendo a violência exercida pelos pés do nórdico. Os elfos se encaram.

— Esse cara com certeza quer matar a gente. — Egill cata no bolso do sobretudo o cantil, mas não há mais vinho. — Merda... eu estou sóbrio...

— Nosso pai... Nosso irmão... — Velent fecha os olhos de relance, voltando às atenções a Vidar. — Perdemos todos os que amamos em nossas vidas, irmão.

— Ainda não. — Egill sorri, balançando o facão e caminhando em direção ao Asgardiano — Temos um ao outro, irmão. Nem tudo está perdido.

Velent empurra-o para o canto e utiliza de uma barreira mágica para impedir o chute de Vidar. O escudo que o envolve é em vão, pois ele ultrapassa seu escudo como a faca atravessa o papel. A bota para nos braços cruzados do elfo, que defendem seu peito. Não capazes de impedir que o corpo seja arremessado. Velent bate tão forte contra os portões que faz aquelas duas placas maciças de metal virem ao chão.

Egill grita por seu irmão, sem resposta. A poeira erguida o impede de conferi-lo. O beberrão vai para cima do asgardiano, usando do facão acertá-lo de maneira desordenada, sem sucesso. O deus desprende a corrente do braço e a açoita no chão tentando acertar o alcoólatra. Egill vê a brecha que deseja. Assim que desvia do ataque, vê a barriga dele exposta, e direciona o facão nela.

Por um momento, tem a brecha.

Por um instante, conseguirá enfraquecer Vidar.

Mas perde esse espaço, e leva um empurrão que o arremessa contra a parede.

— Por que não me feriu? — Vidar caminha até Egill, parando um pouco distante. — Eu percebi que hesitou. Está me subjugando?

— Foi uma promessa. — Velent se levanta, preparando uma energia mágica no braço. — Matamos muito, por razões que são cruéis demais para ser pensada, como raiva momentânea. Tiramos vidas que não mereciam ser mortas por estarem em campo de batalha. — O elfo estica as costas arqueadas. — Nunca mais matar alguém, ou lutar contra alguém. — o elfo olha para a criança que se protege atrás da coluna.

— Um amigo meu, Njord, seguia esse pensamento contra a guerra. Mas acabou falecendo por causa dela. E carrego comigo essa dor. — Vidar os olha. — Meu irmão, ao contrário, morreu por amá-la. Agora eu protejo o cabeça dura do meu pai.

— Pensei que os homens gostassem de morrer com honra. — Egill profere, limpando o sangue que desce da boca.

Vidar ri — não é!? Se soubessem o quanto a honra, orgulho e poder os consomem, fariam de tudo para não ter mais estes sentimentos.

O deus puxa a corrente do chão, fazendo a cortar as colunas que sustentam o teto acima de Egill. Os escombros caem sobre sua cabeça, levantando uma enorme quantidade de poeira. Quando olha para o portão, vê o raio místico sair da palma de Velent. Vidar se protege, impedindo o ataque com a mão.

— Egill! — grita o elfo azul. Temendo que o irmão tenha sofrido o pior.

Vidar joga a corrente em Velent, e entrelaça no antebraço do elfo, os deixando conectados. — Sou eu seu oponente, tenha foco. — o asgardiano puxa o braço dele para baixo, fazendo o azulado se ajoelhar. Seus joelhos afundam no solo quebradiço.

— Eu matei um dos seus familiares, e mesmo assim vocês não querem me matar. — Vidar ajeita a bagunça dos cabelos. — É engraçado — sorri — parece que estou lutando com vocês. Em oposto, ambos não lutam contra mim, mas contra aquilo que defendem. Sabendo que precisam tomar uma atitude, mas a própria ideologia não permite. — Vidar puxa Velent, deixando-o como um bebê que engatinha. — Eu sinto a suas dores, a suas realidades, contra aquilo que defendem. Agora, sendo posto a prova. — profere caminhando até ele. Quando Vidar chega próximo do oponente, o segura pelo pescoço, o deixando com os pés longe do chão. — deve ser algo torturante, quando o mundo das ideias não combinam com nossa pele.

O aperto dos dedos longos destrói o pescoço grosso do elfo. Velent fica sem ar. Tudo em sua visão fica turvo.

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