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Ir atrás da loba vermelha.

O elfo está fraquejado, reencontrando um ente desaparecido. A maturidade não fala em seu corpo. Ele corre, pisando tão forte no solo que alça a lama no coice, até conseguir abraçar a sua antiga amada.

Na verdade... ele tenta... ela desfere um soco o joga pelo chão. Velent se levanta, com dificuldades, mais pela dor sentimental do que algo físico.

Ele a encara, e desta vez sente naquele rosto sério a mágoa que carrega em seu pomo de Eva. O passado o persegue de maneira tão sorrateira, que se esquece do motivo de estar vivo.

— Eu te amo... — Ele profere, com metade de seu corpo coberto de lama.

— Eu te amei... — Ela corresponde, controlando a vontade de tirar a espada da bainha. — Mas o que fizeste não é perdoável...

— Queria que estivesse como escravo de seu pai pelo resto da vida?

— E para se livrar das mãos de um tirano era justo matar meus irmãos!? — Grita com ira entrementes os dentes trincados.

— Não mesmo... — Velent limpa parte da lama de seu corpo — Mas você nunca esteve na minha situação... É como se após tudo que foi feito comigo, todas às vezes que meus tendões foram rasgados, e minha pele açoitada. Pudesse ser apagado com a liberdade.

— Meus irmãos não tinham nada a ver com isso! — Ela brada de pé.

— E meu povo também não tinha nada ver com isso! — Velent berra, de maneira pausada. — Mas eles sofreram, não é? Cada um deles... O sangue de cada elfo está numa espada de algum homem.

Ambos ficam em silêncio, tentando processar as coisas que tem para dizer. Dylan pode a dor que é ter aquela conversa.

— Por que você veio aqui? — Velent a questiona, encarando-a com certa tristeza. — Você não é uma Valquíria, em sua alma está à reencarnação de Freya, é uma deusa. Então por que vir aqui... ter essa conversa... trazer este menino... olhar-me nos olhos depois de tanto tempo?

Ela vira o rosto para a floresta, os ventos hasteiam seus cabelos. — Queria tentar pará-los, dar a esse jovem galês, o motivo de não avançar mais na guerra. — Olha a Dylan. — Seus feitos são vistos desde que seu exército duelou contra Thor. — Odin quer sua cabeça mais do que tudo, mas eu vejo a sua alma. Não é um corpo que deve estar na guerra. Quando a criança entrou em Valhalla, após minha batalha com Astora. Eu a raptei para cuidar dela, queria que fosse evitada seu falecimento devido o Ragnarok. — Beadohild desaparece em questão de instantes, reaparecendo próximo ao estrangeiro. Tocando no rosto angelical de Montag. — Julguei que o trazendo para casa, faria com que este homem parasse de ir à guerra, e por consequência... tirasse-te de perto da guerra também... — se refere à Velent.

— Mas quando chegou, a cidade estava deste jeito. — Dylan complementa, e recebe a resposta pelo balançar da cabeça de Beadohild. — Sinto muito, mas não é algo que posso retroceder. — Ele é incisivo. Leva o garotinho a carroça pondo-o um cobertor velho e sujo, mas bastante quente, e ofertando um pedaço de pão fresco.

— Então preciso alertá-lo de uma última coisa, jovem galês. — Beadohild chama-o. — Leona, a mãe deste menino, é uma Valquíria agora.

A mensagem o espanta, quase dando um aperto forte no coração.

— Ela...

— Não, ela não morreu. Mas Odin sempre a achou uma ótima amazona para isso. Quando percebeu que nela havia sentimentos entrelaçados a ti, fez questão de transformá-la em Valquíria. — Beadohild alça voo, ficando a alguns metros do chão. — Devo alertá-lo, quem se transforma em Valquíria não recorda do seu passado... Sinto muito... — Beadohild pesa o olhar.

— Existe alguma maneira de retornar a consciência dela? — Velent coloca a mão nos ombros de seu amigo.

— Matando Odin... — Ela profere. — É a única maneira.

Ela o encara por alguns segundos, com uma seriedade em seus olhos. Suas asas batem para plainar no ar frio da chuva rasa. Vira seu rosto a Velent.

Ela não se despede, mas parte mesmo assim.

Deixando Dylan com um derradeiro objetivo.

Ir atrás de Leona.

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