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Belas botas.

Quando o rapaz olha para a direção dela, toma ciência de quem é. Sua amada ainda traja aquela armadura vermelha, e de suas costas as asas fazem plainar no cume da sala. Pousando com excelência no tapete, ficando de frente a Dylan.

— Leona! — o rapaz fica emotivo, e sorri — Leona vem comigo, eu... — mal pode terminar sua frase, pois recebe um poderoso soco na boca do estômago. O golpe o arremessa até descer a escadaria rolando.

— Não ouse usar meu nome em sua boca suja, homem medíocre! Entrar no palácio do pai de todos sem convite! — Ela tira de suas bainhas duas espadas, e posiciona para duelar contra o galês.

Ele levanta atordoado.

"Mas nós amamos" pensa, doravante, seus pensamentos são inconclusivos.

A mulher que ama pouco faz questão de reconhecê-lo. A única coisa que passa na cabeça de Leona é matar o intruso. Sem rumo, Dylan não sabe o que fazer, além de sacar sua espada. Sabendo que é incapaz de ferir a mulher que ama.

— Tinha que ter bebido com Egill.

***

Atordoado, o pivete desperta daquele que parece ser um sono mal dormido. Como se algo tivesse forçando-o a tirar uma soneca num péssimo momento. Sua cabeça lateja e coça.

— Isso é um calo? — questiona quando sente o ovo na cabeça.

A sua frente encontra apenas uma parede, e um som abafado pode ser ouvido. Doravante, Montag sente um incomodo enorme nas orelhas. O pivete balança a cabeça batendo nos ouvidos com pouco de força para conseguir ouvir melhor o barulho que o incomoda.

Ele faz questão de lamber seus dentes, pois algo o incomoda na gengiva. Sua língua afunda em um buraco.

— Não pode ser. — passa mais algumas vezes, sentindo o buraco no mesmo lugar. — Meu dente! — grita, todavia com o problema na audição, mal ouve sua voz. Então bate mais nas orelhas, e no fim do terceiro tapa, consegue clarear o som.

O barulho fica intenso e sai de suas costas. Ele olha para trás, e vê uma coluna o protegendo das luminosidades batem no solo do salão. Como um rato desconfiado, mete a cara alguns centímetros para fora, até ver tudo que está ocorrendo.

Velent voa, soltando rajadas mágicas de um raio amarelo que bate forte contra o chão. A intenção é acertar seu inimigo, mas o oponente de cabelos pretos longos e belas botas é difícil de ser acertado. Seu estilo beira no delicado e bailarino, esticando suas pernas ao ar. O sorriso maquiavélico mostra quanto o homem brinca com os elfos. Egill usa das brechas para tentar cortá-lo com seu facão. O inimigo usa de correntes, estas que param os ataques do elfo bêbado.

— Veio lutar comigo alcoolizado. — diz o adversário quando segura Egill num dos ataques. — Corajoso! Admiro isso, só outros deuses tiveram essa audácia. Mas! — Ele puxa o elfo, fazendo-o cambalear, e o segura pelo braço, jogando-o em cima de Velent. Os dois caem no chão. — Não significa que eles me derrotaram, só perdi para Thor. — Ele não tira o sorriso do rosto. — Nem mesmo Odin me venceu numa disputa, mesmo sóbrio.

— Puta merda... — Egill rola, saindo de cima do seu irmão. Eles se ajudam a levantar. — Tanto deus no panteão, tinha que ser logo Vidar. — Reclama o bêbado. Ele toma um gole de vinho.

— Você quer parar de beber!? — Velent exclama — Ele vai matar a gente nesse ritmo.

— Devia escutar seu irmão — Vidar desenrola a corrente do punho. — Ter ciência do que está ocorrendo faz com que seu medo tornasse em resposta para não morrer.

— E quem disse que eu tenho medo de morrer, logo para a porra de um deus que ama botinhas de couro!?. — O insulto de Egill cora Velent, que ri logo em seguida.

Vidar também ri, enquanto gira a corrente. Assim que para, a açoita do teto da sala ao chão. Ambos os elfos desviam. O pedaço de ferro afunda na estrutura do palácio como se estivesse batendo numa pilha de folhas.

— Vocês são maravilhosos! Nobres de Alfheim! — Vidar sorri para eles, animado com a batalha. — Eu me lembro de ter lutado contra um nobre de lá... — O deus coça o centro afundado do queixo — Mas me falha saber quem era...

— Nosso pai — Velent responde, com firmeza nos olhos — O elfo que matou foi nosso pai.

— Ah, sim... — ele coça o cabelo, enquanto a corrente volta de maneira independente para seu braço. — Agora entendo, não é apenas diversão, não é?

— Não. — Egill dá mais um gole no cantil. — Com certeza não.

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