Estou chegando a um ponto que não preciso mais de álcool para ter alucinações, basta estar sozinha em um lugar sozinho que tudo começa, como um vulcão em erupção. Raquel Novack

Gabriel

Acordo acorrentado, não sei onde estou, está escuro demais para ver mas sei que é um lugar frio e úmido, o barulho das gotas de água caindo em algum lugar era incrivelmente alto e incomodante.

Tento me levantar mas as correntes em meus braços e os pesos em meus joelhos obrigavam me a ficar de joelhos.

Meu corpo doía, minha boca estava seca e com um gosto metálico, tento abrir-la mas percebo que estou amordaçado.

Não sei quanto tempo estou preso nesse lugar, quando sinto dedos suaves tocarem gentilmente o meu rosto.

"Gabriel"

O chamado era como sempre agradável, eu queria ir em direção da voz, que sempre fora gentil comigo.

Não conseguia acreditar no que aquela mulher havia dito.

Seu toque era agradável e de repente estava envolto por algas dentro de um lago de águas cristalinas.

Eu conseguia enxergar a superfície mas não importava quanto eu tentava, as algas envolviam meu corpo como cordas me puxando para o fundo.

Estava prestes a desmaiar sufocado, quando sinto braços me envolverem por trás,a sensação era maravilhosa, queria muito ficar para sempre quando sinto lábios tocarem minha nuca em pequenos selinhos que me fez suspirar.

Não me importava mais com a água que invadia meu corpo, só queria aproveitar cada vez mais o momento.

Estava prestes a me permitir que a inconsciência me levasse quando aquele belo rapaz volta a surgir em minha frente.

Estava exatamente como eu lembrava, seus olhos de cores diferentes, um vermelho e um dourado, os cabelos vermelhos encantadores, com sua pele era alva mas dessa vez percebi que era cheia de sardas adoráveis.

"Gabriel"
Diz enquanto toca suavemente o meu rosto.

Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, tudo volta ao normal.

**** ***** *****

Acordo daquelas visões loucas em minha cama no dormitório masculino, não me lembro como cheguei até ali, mas fico um pouco aliviado em saber que nada daquilo realmente aconteceu.

Estava prestes a sair do quarto, quando percebi que algué me encarava.

Lentamente, levanto meu rosto procurando tal pessoa.

O dormitório masculino era formado por vários quartos e em cada quarto haviam 4 treliche, no qual eu dormia no primeiro que localizava perto da porta de entrada na terceira cama.

Mas a única pessoa que eu via era Mathias, que estava concentrado num livro de matemática aplicada na 3 cama do 4 treliche.

_Procurando alguém?

Escuto alguém dizer atrás de mim, mas assim que me viro, não consigo me conter e grito com todas as minhas forças.

O rapaz do sonho, estava ao meu lado, lançando me um sorrisinho muito lindo e convencido.

Estava prestes a perguntar para ele o que estava fazendo ali, quando Mathias se aproxima de mim.

_Está tudo bem Gabriel?

Pergunta me, apesar de ser um nerd viciado em matemática, Mathias era um rapaz bonito, negro, alto, careca, de olhos pretos que usava um par de óculos que só deixava em evidência a beleza de seu rosto e muito simpático que zelava pela boa convivência dos colegas de quarto e de turma.

_Ele ...

Digo estérico apontando o dedo em direção do ruivo que sorria adoravelmente para a minha pessoa.

_Ele quem Gabriel? Só tem eu e você aqui.

Fala confuso enquanto me encarava com preocupação.

Mas como? Ele não está vendo esse ruivo?

_Estou, sinto muito por ter interrompido sua leitura com meu grito, se quiser pode voltar a sua leitura.

Digo enquanto tento entender aquela situação.

_Tem certeza que não quer conversar? Qualquer coisa é só me chamar.

_Tenho sim, obrigado pela sua atenção.

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