18 - Expressões faciais
Mereço até um beijo por atualizações rápidas assim, uh? kk😌
Mas falando sério, atualizei faz três horas, aviso para que quem dormiu ontem e não viu, NÃO PULE CAPÍTULOS.
Sobre a surpresinha que mencionei, não é nesse, é no próximo, mas já começa aqui. Então bora lá!
----------------------------------
As últimas nuvens escuras se dissipavam num céu que a cada segundo ficava mais límpido. Era um final de tarde calmo, após um dia inteiro de uma tempestuosa chuva que havia deixado estragos em algumas partes das madeiras do casco, nada alarmante ao ponto de correrem risco do navio afundar; também haviam perdido vários barris de rum, ainda que estivessem bem amarrados uns aos outros, pois as ondas eram fortes e altas ao ponto de inclinar consideravelmente o navio pirata.
Os olhos castanhos se desviaram do céu para verem vários marujos se movimentando por ali; alguns secando, outros amarrando as velas, também tinha os que levantavam barris. No fundo de tudo, um pouco distante dali, Camila focou pela primeira vez o capitão daquela embarcação. O homem a encarava atentamente, mas ela jamais havia prestado a devida atenção nele antes, fosse por medo ou timidez.
Aquele rosto não lhe era estranho, mas longe daquele jeito ela não conseguiria identificar de onde o conhecia. Curiosa a descobrir, ela caminhou por entre os marujos, sem dificuldade alguma, já que suas feridas já não doíam de forma alguma e tudo graças ao que Lauren passava em seus machucados todas as noites.
Nem por um segundo o homem desviou seus olhos da garota, que se aproximava dele. Conforme chegava mais perto, as cicatrizes iam ficando mais claras, a barba mais escura de forma nítida e a cor dos olhos, azuis cristalinos, causaram na menor uma reação de pânico.
Ela, de fato, conhecia aquele rosto. Havia imagens dele pregadas por todos os lados em seu antigo navio, com um X vermelho sobre seu rosto.
-- Oh, non! – Murmurou, varrendo a vista com os seus olhos, em busca de achar a única pessoa que a entendia de alguma coisa.
Após alguns segundos encontrou quem queria. Lauren estava no topo de uma pilha de barris, puxando com uma corda um dos barris caídos. A morena tinha as mangas da camisa arregaçadas, puxadas até a altura do bíceps; não usava nenhum chapéu e tampouco nenhuma bota para facilitar seu trabalho. Camila deveria suspirar como sempre, mas precisava avisar Lauren do perigo iminente.
Seus passos foram ágeis até a garota, erguendo a vista para ter alcance aos seus olhos. As esferas verdes, assim que pousaram em Camila, fizeram a maior sorrir de forma gentil.
-- Oi, Camz. – Ela disse com doçura, puxando com toda a sua força o barril, para finalmente tê-lo na parte de cima da pilha. Seu pescoço se virou em direção a Paul, para logo ela assobiar para o mesmo. Os olhos do rapaz encontraram os de Lauren. – Poderia ajeitar esse barril aqui em cima para mim? Vou tomar um breve descanso.
-- É para já, mas você irá dividir aquelas cem moedas comigo? – O rapaz brincou, escalando a pilha de barril com certa dificuldade, uma vez que tudo estava molhado e escorregadio. – Oh, entendi! – Ele disse assim que alcançou o topo, podendo ver dali que Camila estava do outro lado, na parte debaixo, a espera de Lauren.
-- O que você entendeu? – Ela indagou, entregando a corda para ele. Um sorriso pequeno surgiu nos lábios do homem, que tinha uma expressão de surrado no rosto.
-- Que os encantos de uma sereia são fortes demais e você ainda está presa sob seu canto, já que mesmo de longe eu consigo ouvir sua sereia cantando todas as noites. – Lauren riu baixinho, porque de fato Camila amava cantarolar todas as noites desde que chegara.
-- Eu volto logo! – Ela avisou, vendo o homem assentir. Seus olhos voltaram para Camila, fazendo a maior sorrir instantaneamente outra vez. Camila piscou lá debaixo e se afastou um pouco, vendo Lauren saltar lá de cima no chão, bem em sua frente. – Olá, de novo! – Sussurrou, agora de cara com Camila. A menor poderia jurar que a qualquer momento seu coração sairia pulando de seu peito quando Lauren ficava assim tão perto.
-- Lauren... – Saiu de seu transe ao se lembrar do porquê estava ali. – Bellum!
-- Acho que você já me disse essa palavra antes, Camila, mas eu não a entendo. – Disse. Camila respirou fundo e chocou uma mão na outra, simulando o barulho de uma explosão com a boca.
-- Bellum! – Repetiu. – Seu... pirata... – Disse, apontando para o Barba Negra. – Bellum! – Lauren coçou a nuca e segurou com gentileza no pulso de Camila, puxando-a dali para o outro lado do navio, onde a paz e o sossego reinavam, por aquela parte do navio já ter sido arrumada.
-- Eu vou começar a te ensinar algumas palavras. Sente-se aqui. – Pediu, apontando para o chão do navio, já seco e limpo daquele lado. Camila piscou lentamente e, ao ver Lauren se sentando, copiou seu gesto.
-- Lolo... – Camila chamou sua atenção. – Bellum non deslumbrante. – Afirmou.
-- Não é algo bom? – Lauren indagou atentamente.
-- Bom? – Camila perguntou e Lauren sorriu.
-- Bom. – Repetiu, colocando o dedo polegar para cima – Mau. – O direcionou para baixo.
-- Mau. Bellum mau! – Camila disse e Lauren assentiu.
-- Certo, já temos um começo aqui. – Ela disse rindo baixinho. – Triste. – Começou a explicação, vendo Camila analisar sua expressão de fingimento de alguém triste. – Feliz. – Falou, sorrindo amplamente. Camila riu baixinho e assentiu, mas ainda não estava satisfeita. Queria poder avisar Lauren.
-- Bellum mau e triste. – Ela falou, se lembrando da quantidade de pessoas que morriam quando aquilo ocorria.
-- Desculpe, mas ainda não entendo. – Lauren confessou. Camila bufou e deu um leve murro sobre o chão, frustrada o suficiente por não ser útil sequer para explicar o que queria.
-- Camila está brava. – Lauren disse após algum tempo analisando a garota cabisbaixa e irritada, fazendo a menor, que agora tinha um bico adorável em seu rosto, lhe encarar. – Brava. – Explicou, franzindo as sobrancelhas e imitando o bico de Camila.
-- Camila brava. Camila non deslumbrante! – A menor disse, bufando.
Lauren riu baixinho e se inclinou para frente, deixando as pontas de seus dedos afastarem o cabelo que caía sobre o rosto da menor. Subitamente, tal toque chamou a atenção de Camila, porque a sutileza com que Lauren lhe tocava a fazia vibrar internamente.
-- Impossível! – Lauren afirmou docemente, levando as mechas do cabelo da menor até atrás de sua orelha, deixando sua mão cair para o rosto delicado de Camila antes de permitir que seu dedo polegar acariciasse a pele da região. O olhar esverdeado cintilava um brilho tão intenso que Camila sentira que podia se afogar naquela luz. – Camila é sempre deslumbrante. – Murmurou, fazendo Camila engolir em seco antes de umedecer os lábios.
A menor, ao sentir seu coração querer explodir, não conseguiu se controlar e, sem entender o que lhe levou a fazer o próximo gesto, se inclinou e plantou um demorado beijo no rosto de Lauren.
Antes que Lauren pudesse fazer algo, Camila se levantou e estava pronta para sair correndo dali; deveria esconder-se após aquilo, afinal, Lauren a odiaria, mas a maior foi ágil, pois se levantou abruptamente e segurou seu pulso, puxando Camila para seu corpo. Os olhos castanhos se cruzaram com os esverdeados, fazendo sua respiração se desregular completamente.
Lauren não foi capaz de dizer nada, mas com um simples gesto, de aproximar mais seu rosto do de Camila, deixando seus narizes se tocarem, ela se fez entender e a menor, rendida ao momento, fechou os olhos, sentindo os lábios que tanto adorava ver roçarem nos seus.
Oh, céus!
Aquilo era incrível, maravilhosamente bom e muito melhor do que um simples beijo no rosto. Todo seu corpo gritava por aquilo e foi essa vontade que fez com que Camila levasse sua mão até a cintura de Lauren e apertasse sutilmente a região, pronta para que Lauren unisse suas bocas, porém, o barulho de algo pesado caindo contra as águas próximas do navio fez Lauren e Camila darem um solavanco, se afastando para olhar na direção do som.
-- Bola de canhão! – Alguém gritou, fazendo Lauren ver água ser espalhada por todos os lados. Os sinos de todo o navio começaram a soar de uma forma ensurdecedora no instante seguinte. – Todos em seus postos. Repito, todos em seus postos! – Camila se apavorou, primeiro por não entender o idioma, segundo, porque Lauren parecia aflita. – Estamos sendo atacados! – A voz de um dos homens finalizou. E terceiro porque, como ela previra e tentara avisar, a guerra havia chegado.
-----------------------------------
Falei que viria cedinho, mas consegui corrigir agora de madrugada mesmo, então já posto pq sou tão ansiosa quanto vocês 😂😂😂😂❤
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro