Sonhos
Akemi-on
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Um ano e nove meses, exatamente o tempo que se passou desde que eu deixei Konoha. Desliguei completamente meus sentimentos, nunca mais pensei em voltar para Konoha.
Claro que, de vez em quando, me pego pensando em como as coisas estão indo por lá e como todos devem estar, não estou desligada do mundo, tenho meus jeitos de conseguir informações e sei exatamente o que está acontecendo.
Sei que Naruto está em um treinamento com Jiraiya, Sasuke está treinando com Orochimaru e Sakura está treinando com Tsunade. Sei que a Akatsuki está se movendo, planejando, atacando discretamente e que Gaara se tornou o Kazekage de Suna.
Cheguei em casa após mais uma "missão", se é que eu posso chamar assim, foi rápida, o homem que eu precisava eliminar vivia há algumas horas daqui, ele era um assassino que estava causando problemas pelo país, então Yuki me mandou eliminá-lo.
Ela nunca me mandou atrás de pessoas inocentes, o que é bom, o alvo sempre tem um motivo para ser morto e ele nunca é um aliado.
Coloquei minha espada de volta no suporte, depois eu a limparia, tomei um banho, vesti um pijama e me joguei na cama, Akira se deitou ao meu lado e dormiu rapidamente.
Desde a visita de Obito eu venho tendo sonhos um tanto quanto estranhos, eles mais parecem lembranças, lembranças de um passado que não é meu, mas eu sinto que conheço as pessoas dos meus sonhos, sinto uma conexão com elas. Ele fez alguma coisa com a minha mente naquele dia, alguma coisa que despertou esses sonhos.
Flashback-on
— Eu estava esperando sua visita, Tobi. — Eu disse e me virei para encará-lo, olhando dentro de seus olhos, recolhendo cada informação necessária. — Ou eu deveria dizer, Uchiha Obito.
Seu chakra definitivamente emanava surpresa, ele não esperava que eu soubesse sua verdadeira identidade, mas ele também parecia furioso, seu único olho visível ativou o sharingan e algo a mais, o Mangekyou, senti uma forte dor na minha cabeça quando encarei seus olhos, desviei o olhar, mas a dor não parava, era como se tivessem facas furando meu cérebro.
Caí no chão com a cabeça entre as mãos, contendo os gritos de dor, era uma dor insana, inumana, terrível. Alguns minutos de agonia depois, a dor foi parando aos poucos até que chegou ao ponto em que eu só sentia um pequeno incômodo na parte de trás da minha cabeça, tentei me levantar, mas foi em vão, não tinha forças, meu corpo inteiro tremia e eu me sentia fraca, prestes a desmaiar, não conseguia levantar, não conseguia nem mesmo falar.
— É mais poderosa do que eu pensei. — Ouvi a voz fria de Obito, mas sua voz parecia tão distante. — Relaxe, agora você poderá saber a verdade sobre o seu passado, sobre quem você realmente é. — Eu o encarava de baixo, colocando toda a força que eu tinha em meus braços, para me manter firme no chão. Ele se aproximou e se abaixou perto de mim, tombou sua cabeça um pouco para o lado. — Vamos nos encontrar novamente e quando isso acontecer você estará me implorando por respostas.
Ele desapareceu em uma espiral, assim como sua máscara. Eu fiquei no chão, fraca, sem conseguir me mover, acabei desmaiando ali mesmo.
Flashback-off
E a partir desse dia, os sonhos não acabam. Nunca mais o vi, nem ouvi falar dele, provavelmente está nas sombras, brincando com suas peças do jogo, como em um jogo de xadrez, a diferença é que suas peças são humanos e eu provavelmente faço parte desse jogo, ele só deve estar esperando a hora certa para me mover.
Conheci um velho legal, ele mora nesse mesmo prédio, é um velho shinobi de Sunagakure que se aposentou e veio morar nessa cidade para ter paz e sossego. Ele não desconfia de quem eu sou, mas é extremamente gentil e me ensinou algumas técnicas, jutsus e estratégias.
Essa cidade não é muito grande, porém não é muito pequena, é uma cidade principalmente comercial e de turismo, meu apartamento fica em uma área um pouco distante do centro movimentado, escolhi esse cidade porque em cidades pequenas, todos costumam conhecer a todos e eu não quero levantar suspeitas.
Fora de casa eu sou Heneth Aiko, uma garota que se mudou para a cidade para conseguir uma vida mais calma. Sinceramente, a cor de meus olhos claramente me denuncia, então eu uso uma máscara preta que cobre metade do meu rosto, igual a de Kakashi, e faço um jutsu de transformação em meus olhos e eles ficam castanhos, Akira não sai comigo quando eu vou andar pela cidade, isso nos denuncia muito, mas ele sai sozinho.
Uma semana após eu deixar a vila eu fui colocada no livro Bingo como Nukenin rank-S, nome completo e algumas informações. Com essa onda de assassinatos as pessoas acabaram me dando um apelido, presa dourada, elas dizem que é porque meus olhos são a última coisa que as vítimas encaram antes de eu matá-las.
Como eu só elimino bandidos, as pessoas começaram a ver a presa dourada como uma protetora, salvadora.
Itachi vem me fazendo visitas um tanto frequentes, ele não sabe do motivo pelo qual eu deixei Konoha, mas me disse que eu posso confiar nele, eu confio, só estou esperando o momento certo para lhe contar a verdade sobre a vila da Lua. Falando nele, eu descobri que os corvos não eram coisa da minha cabeça e que eles realmente me seguiam, mas na verdade era tecnicamente Itachi, então cheguei à conclusão de que eu não sou doida.
Ouvi uma batida na porta e levantei, indo até a porta, olhei pelo olhos mágico, suspirei e abri a porta.
— Ah, é você. — Eu disse desapontada e voltei para deitar na minha cama.
— Bom te ver também, irmãzinha. — Zayn disse irônico, fechando a porta e se sentando no sofá perto da minha cama.
— Nunca disse que gostava da sua companhia. — Eu disse e ele revirou os olhos. Essa nossa relação de irmãos é basicamente um tolerando a presença do outro, Zayn pode ser legal quando quer, mas na maioria das vezes ele é irritante e eu preciso aguentar. — O que faz aqui?
— Vim ver como você estava. — Ele disse, mas eu pude ver o esboço de um sorriso convencido se formando debaixo de sua máscara.
— Tira isso, já disse que é irritante te ver de máscara. — Eu disse jogando um travesseiro em seu rosto, ele fechou os olhos e abaixou a máscara.
— Acho que você gosta do meu rosto. — Ele disse e eu revirei os olhos.
— Fala logo o que você ta fazendo aqui. — Eu disse impaciente, encarando Zayn.
— Nossa mãe me mandou aqui para ver como você estava. — Ele disse e eu fiz uma careta.
— Já te disse que ela não é minha mãe. — Eu disse friamente e ele balançou a cabeça.
— Que seja, sabe que é. — Zayn disse e Aika se sentou ao meu lado, eu comecei a fazer carinho na cabeça da loba. No modo de combate, Aika ganha listras azuis pelo corpo e seus olhos ficam azuis.
— E ela me mandou aqui para te acompanhar por algum tempo. — Ele disse um pouco chateado.
— Quer dizer que te expulsaram de casa. — Eu comentei e ele fez uma careta.
— Não me expulsaram de casa! — Zayn disse estreitando os olhos.
— Claro que te expulsaram, como você explica o fato de terem te jogado para acompanhar uma Nukenin? Eu chamo de expulsão. — Eu disse jogando uma kunai para cima e pegando de volta.
— Tanto faz, não é como se eu fizesse muita questão de ficar naquela vila... — Zayn disse indiferente.
— Claro, você não tem amigos lá. — Eu comentei.
— Não tenho amigos porque minha mãe matou a maioria e me forçou a matar o resto. — Zayn disse e eu concordei. Ele teve uma infância traumatizada, todo amigo que ele fazia, Yuki matava em seu frente e depois começou a forçá-lo a matar os amigos que restaram até ele se fechar completamente e não se importar mais com nada.
— Enfim, eu quero dormir. Então se você puder me fazer o favor de cair fora, eu agradeceria muito. — Eu disse sinalizando para a porta.
— Saímos amanhã ao nascer do sol, esteja pronta. — Ele disse friamente e saiu. Eu encarei o teto e fechei meus olhos.
" Uma garotinha, não devia ter mais do que quatro anos, de longos cabelos negros e olhos laranjas corria em uma clareira acompanhada de um cachorro com pelos cor de mel.
— Ayane-chan, te encontrei, nosso pai disse que você precisa voltar para o treino. — Um garoto mais velho de longos cabelos castanhos disse chegando mais perto da garotinha.
— Mas onii-chan, eu quero brincar mais. — A garota reclamou e o mais velho segurou sua mão.
— Depois eu venho com você e nós poderemos brincar. — O mais velho disse e a garota sorriu instantaneamente.
— Promete? — Ayane perguntou com os olhos brilhando.
— Prometo. — O mais velho disse e eles voltaram para a vila.
— Oto-san! — Ayane disse e correu até seu pai. — Eu consegui completar o treino em tempo recorde!
— Em quanto tempo? — O pai perguntou com a voz calma.
— Sete minutos foi o tempo que eu levei para entrar na mente dele e fazê-lo me libertar. — Ayane disse orgulhosa e o pai afagou seu cabelo.
— Continue praticando, você está melhorando. — O pai disse e entrou dentro da casa, Ayane sorriu orgulhosa.
— Ouviu onii-chan? Oto-san disse que eu estou melhorando! — A criança disse com os olhos brilhando, o que fez o irmão mais velho sorrir instantaneamente.
— Oi! Ayane-chan, Nii-san! — Um garoto mais novo que o primeiro porém dois anos mais velho que a garota chegou correndo até os dois."
Acordei com dor de cabeça, odeio quando tenho esses sonhos porque toda vez parece que eu não descansei e minha cabeça dói. Me espreguicei e me sentei na cama, percebi alguma coisa ao meu lado, quando olhei, vi Obito sentado em meu sofá com sua máscara laranja e seu manto da Akatsuki, me encarando... privacidade pra quê, né?
— O que faz aqui? — Eu perguntei com a voz fria.
— Vim te dar um presente. — Ele disse com a voz tão fria quanto a minha. Não deu nem tempo de raciocinar, em um minuto eu estava na minha cama, no outro eu estava no chão com a cabeça entre as mãos, gritando de agonia.
Era uma dor muito forte, não dava para conter os gritos, parecia que minha cabeça iria explodir a qualquer momento, como uma bomba relógio, esperando o momento da explosão.
Mas nada aconteceu, a explosão nunca veio, de repente tudo ficou silencioso e a dor foi indo embora aos poucos, levantei meus olhos para o mascarado na minha frente, seu único olho visível estava voltando para a cor normal, deixando o rubro do sharingan para trás.
— Por... por que... fez isso? — Eu perguntei com a voz falhando, não tinha forças para nada, sentia meu corpo completamente inútil e indefeso.
— Você me agradecerá. — Ele disse de forma enigmática, mas não foi embora dessa vez, ficou lá, me encarando.
— O-Obito... — Eu comecei a dizer, mas uma enorme dor na minha cabeça me impediu de continuar a frase.
— Obito está morto. — O mascarado disse friamente, me encarando, a dor aumentando cada vez mais. — Sou Tobi.
— Qual... é o seu... plano? — Eu disse e me sentei com dificuldade, apoiando minhas costas na cama, tentando me acostumar com a dor em minha cabeça, ela diminuía aos poucos.
— Achei que soubesse. — Ele disse indiferente, eu não podia usar o Swylagan, estava sem forças. — Enfim, em breve você descobrirá.
E com isso, ele desapareceu em uma espiral, deixando o local sem nenhum sinal de sua presença anterior, exceto pela dor em minha cabeça.
Encostei minha cabeça na cama e suspirei pesadamente... o que estava acontecendo na minha vida? Akira entrou pela janela e me encarou preocupado, correu até mim e eu acariciei seu pelo, sentindo ele recuperar meu chakra.
"O que houve?" Akira perguntou.
— Obito. — Eu disse e ele assentiu, entendendo o que eu queria dizer.
Algum tempo depois eu estava bem, não com todas as minhas forças, mas mil vezes melhor do que eu estava antes. Me levantei devagar e fui me arrumar, Zayn chegaria a qualquer momento e eu não quero que ele me veja assim.
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Estávamos andando de galho em galho pelo País das Ervas, uma rota segura já que aqui não tem ninjas, tem samurais, que são oponentes à altura, mas eles não conseguem sentir nossa presença, então só teremos briga se procurarmos por uma.
— O País dos Campos de Arroz fica a alguns dias de viagem. — Eu informei para Zayn quando paramos em um galho, observando a tropa de samurais que passava por baixo de nós.
Ficamos quietos, esperando a tropa passar, quando eles estavam a uma distância segura nós seguimos a viagem.
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— Me explica de novo por que que a gente tem que ir no País dos Campos de Arroz? — Eu perguntei para Zayn quando entramos no país.
— Suke-sama nos mandou aqui para eliminar-mos um assassino em série. — Zayn me informou e tirou um mapa de sua mochila.
— Que irônico... um assassino em série eliminando outro assassino em série. — Eu comentei e espiei o mapa, aparentemente a cidade ficava a uns vinte minutos do local onde estávamos.
— O nome dele é Hizo, ele é acusado de matar mais de quinze famílias inocentes, aparentemente ele está ficando nessa cidade, temos que entrar, eliminá-lo e sair sem sermos percebidos. — Zayn disse enquanto caminhávamos.
— Essa é minha especialidade. — Eu disse sorrindo e fiz um jutsu de transformação em meus olhos, que mudaram para a cor castanha, Zayn fez o mesmo.
Chegamos na cidade e fizemos um jutsu de camuflagem, porque sinceramente, o que é mais suspeito do que um garoto e uma garota de máscaras que cobrem metade do rosto, com uma katana nas costas e com dois lobos grandes andando lado a lado? Exatamente, nada!
— Ele está nesse hotel, Aika, Akira, sabem o que fazer. — Eu disse e os dois saíram, alguns segundos depois eles voltaram.
"Quarto 305." Akira me disse e eu subi até o quarto, cheguei na janela e me transportei para dentro, fiquei no teto e ouvi um barulho vindo do banheiro, ele deve estar tomando banho... eu acho que eu volto quando ele terminar, não quero ter pesadelos essa noite.
Voltei para o beco e Zayn me encarou, provavelmente se perguntando se o trabalho já estava feito, eu neguei com a cabeça.
— Você hesitou?! — Zayn sussurrou/gritou no meu ouvido.
— Ele tava no banheiro! — Eu disse no mesmo tom e ele entendeu. Ativei a forma lobo e fiquei ouvindo até o barulho do chuveiro acabar e esperei mais um tempo. Me transportei junto com Zayn para o quarto do hotel e o cara, que estava deitado na cama, pulou em um susto.
— Q-Quem são vocês? — Ele perguntou assustado e vi que ia pegar alguma coisa embaixo do travesseiro, mas Zayn foi mais rápido e lançou uma kunai na direção do braço de Hizo e prendeu a manga de sua camisa na parede.
— Seu nome é Hizo? — Eu perguntei com a voz calma e fria, ele assentiu com medo e eu sorri por debaixo da máscara.
— Você é acusado de matar exatamente dezessete famílias inocentes... — Zayn começou e eu coloquei minha katana no pescoço de Hizo. — Confessa esse crime?
— Nunca. — Hizo disse e eu vi que ele estava mentindo.
— Nii-san, posso brincar um pouco com a mente dele antes de o matarmos? — Eu perguntei com a voz inocente e Zayn atirou mais kunais, prendendo Hizo.
— Fique à vontade. — Zayn disse com a voz fria, eu sorri e segurei o queixo de Hizo, ele olhou em meus olhos, que estavam laranjas novamente.
Entrei em sua mente e procurei detalhes de seus assassinatos, ele era conhecido por dissecar as vítimas ainda vivas e tirar órgão por órgão, escutando seus gritos de agonia. Achei interessante e criei uma sala em sua mente, ele estava no meio da sala, no chão, preso, peguei uma faca e abri seu corpo, ele gritava de agonia. Peguei todas as vítimas que ele havia matado e as coloquei ao seu redor, todas vivas e sedentas por sangue, elas começaram a fazer repetidas vezes o que ele fez com elas, quando não tinha mais nenhum órgão para tirar, eu o recuperava e a cena se repetia. Alguns minutos depois eu saí de sua mente e ele tinha uma expressão de terror no rosto, parecia desamparado, eu sorri e me afastei, tirando minha katana de seu pescoço.
Zayn chegou perto e passou a própria katana no pescoço de Hizo, que ficou pendurado, morto, na parede. Nos transportei para fora da cidade e nos sentamos em um galho de árvore.
Acontece que esse tempo que eu fiquei sozinha eu acabei descobrindo um outro poder do meu Swylagan, é como se fosse o Tsukuyomi do Itachi, mas eu não posso criar lugares novos ou novas situações, só consigo torturar sua mente manipulando as suas memórias. No fim a pessoa não fica com a mente exausta, que nem no do Itachi, mas ela fica traumatizada e a dor que ela sente é tão real quanto um banho de chuva, eu posso manipular seus nervos, as fazendo sentir exatamente a dor que estão vendo, mas é claro que isso tem um limite, cinco minutos é o tempo máximo que eu consigo manipular a mente de alguém, e quando eu passo de três minutos, fico extremamente exausta.
— Bom trabalho. — Eu disse para Zayn, que me entregou um onigiri, eu abaixei a máscara e comi.
— Você também. — Ele disse e abaixou a própria máscara para comer a comida e jogou dois pedaços de carne para Akira e Aika.
— Sabe, a Yuki podia providenciar uma equipe tipo os ANBU de Konoha, sabe? Para fazerem esse tipo de tarefa, em vez de forçar garotinhas inocentes. — Eu comentei e ele deu de ombros.
— Ele teve uma ideia dessas uma vez, mas acabou que o esquadrão de teste foi assassinado por um de seus membro. — Zayn disse e eu o encarei, levantando uma sobrancelha.
— E esse membro seria você? — Eu perguntei.
— Sim, Suke-sama me mandou matá-los. — Ele disse indiferente e nós continuamos comendo a comida.
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Primeiro capítulo!!!!
A imagem é a roupa que a Akemi usa agora.
Pra quem não percebeu a Akemi se fechou totalmente, literalmente sem se importar com o bem estar dos outros, por isso que ela não hesitou em torturar a mente do homem...
É isso...
Vlw...
Flw.
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