O problema sem solução
Akemi-on
~#~#~
Estava sentada em uma cafeteria tomando chá e comendo um palito de dangos, eu estou tecnicamente de folga, então resolvi aproveitar um pouco, fui para uma cidade no País das Fontes Termais e resolvi relaxar.
— Akira, quando eu acabar aqui, acho que vou entrar um pouco em uma fonte termal, faz tempo que não relaxo tanto. — Eu disse para o meu lobo, que estava sentado ao meu lado, observando as pessoas passarem.
Sim, eu sei que é arriscado sair com Akira em uma cidade aleatória e relativamente popular, mas é bem improvável que algum ninja de Konoha esteja aqui, e se estiver eu só preciso me teletransportar para longe.
"Não vejo porque não." Akira respondeu olhando ao redor, ele estava apreensivo por causa da minha falta de cuidado, mas eu já expliquei como é fácil escapar.
Ta que tem o problema de eu ser uma nukenin e estar no livro bingo, mas não acho que ninguém vai me reconhecer se eu mudar a cor de meus olhos e usar minha máscara, além do mais, não estou com minha katana e praticamente sem nenhuma arma, elas estão seladas em um pergaminho que está no bolso do meu casaco. Eu tenho algumas armas comigo, mas é só em caso de emergência.
— Para de ser apreensivo, relaxa um pouco. — Eu disse e deixei um pouco de dinheiro em cima da mesa antes de sair e seguir caminho para as fontes termais.
"Ainda acho que você está muito relaxada e descuidada." Akira respondeu andando ao meu lado.
— NÃO... POR FAVOR... PAREM! — Ouvi um grito vindo de um beco e resolvi ver o que estava acontecendo. Uma mulher estava no chão se afastando de quatro homens que se aproximavam dela. — PAREM... POR FAVOR.
Me transportei para frente da mulher e ativei a forma lobo, meus olhos alaranjados praticamente brilhando, Akira parou ao meu lado, rosnando para os homens, que paralisaram na hora.
— O que está acontecendo aqui? — Eu perguntei com a voz calma.
— P-p-presa d-dourada. — Um deles disse e eu dei um passo à frente, eles automaticamente recuaram.
— Não quero que perturbem a vida de mais ninguém, se não sofrerão as consequências. — Eu disse e eles se abaixaram, se curvando no chão.
— D-desculpe, desculpe, desculpe. — Eles diziam repetidamente. — Não vamos mais fazer isso, entendemos o recado.
— Eu ficarei de olho, se fizerem algo, já sabem. — Eu disse e eles saíram correndo, desativei a forma lobo e me virei para a mulher que estava no chão e dei um sorriso de olhos fechados. — Não se preocupe, eles não vão mais incomodar.
— Obrigada, muito obrigada. — Ela disse e se levantou, se curvando e agradecendo, ela parecia ter mais ou menos a minha idade.
— Tudo bem, não foi nada. — Eu disse coçando a nuca e dando um sorriso de olhos fechados, abri os olhos, mas antes eu os mudei para a cor castanha novamente.
— Ai. — Ouvi a mulher murmurar e colocar a mão no braço esquerdo.
— Eles te machucaram? — Eu perguntei a encarando.
— Acho que desloquei o braço quando eles me empurraram no chão. — Ela disse e eu me aproximei junto com Akira, ela retirou a mão do braço e vi que estava roxo.
Arrumei o osso no local e coloquei minha mão direita em cima, ela começou a emanar uma luz verde e, em poucos segundos, o braço da garota estava bom novamente.
— Você é uma ninja? — Ela me perguntou e mexeu o braço, percebendo que estava curado.
— Eu não, mas meu pai era um shinobi e me ensinou alguns truques em caso de emergência. — Eu menti e ela sorriu, acreditando em minhas palavras. A verdade é que aprendi o básico de ninjutsu médico com Kyoya, o velho gentil que mora em meu prédio.
— Sou Izuma Mei, obrigada mais uma vez por me salvar. — Ela disse e eu comecei a sentir uma forte dor na minha cabeça, me apoiei na parede e fechei meus olhos com força,no intuito de fazer a dor diminuir.
"Ayane estava ajoelhada ao lado do pai, seu irmão mais velho estava de frente para os dois e para mais alguns aldeões.
Ele fez selos de mão e dois clones perfeitos apareceram ao seu lado, o garoto saiu e o outro irmão chegou, fez selos de mão, mas o que apareceu ao seu lado foi um clone que mais parecia um balão de ar, o garoto olhou para o clone um pouco decepcionado e se afastou.
— Ayane. — O pai disse e a garota se levantou, ficando em pé no lugar onde seus irmãos estavam antes. Ela fez selos de mão e dois clones perfeitos apareceram ao seu lado, a garota olhou para o pai, procurando aprovação, ele assentiu e ela desfez os clones e correu para o lado do irmão do meio.
— Ayane-chan, você é muito boa, me diz, como fez isso? — O garoto perguntou e ela riu.
— Nii-chan, é só treinar mais. — Ayane disse e o irmão estendeu a mão para ela.
— Vamos, os outros estão nos esperando. — O irmão disse e a garota segurou em sua mão.
Eles correram até os amigos, deixando o irmão mais velho e o pai para trás, as crianças correram até a floresta e pararam ao avistarem uma pegada enorme.
— Nossa, o que quer que tenha deixado isso, é enorme. — Ayane disse e todos concordaram.
— O que acham de irmos atrás dele? — Uma das crianças deu a ideia e todos concordaram, seguindo as pegadas."
Senti a dor passar aos poucos, à medida que ela passava, o sonho ficava cada vez mais fraco, até desaparecer completamente, abri os olhos devagar.
— Ta tudo bem? — Mei me perguntou, me encarando preocupada, tirei minha mão da parede e passei na minha testa, eu estava suando.
— Ta sim, eu só esqueci de tomar meu remédio para dor de cabeça hoje de manhã, acho melhor eu voltar para casa e tomá-lo. — Eu disse dando um sorriso de olhos fechados e vi a expressão de Mei relaxar.
— Se precisar eu te acompanho até em casa, vai que você passa mal de novo e desmaia. — Mei disse e eu neguei.
— Não precisa se incomodar, eu moro aqui perto, enfim, foi bom te conhecer Mei, até a próxima. — Eu disse e saí correndo rapidamente, virei em um outro beco e me transportei para fora da cidade, em cima de um galho de uma árvore.
"O que houve?" Akira disse preocupado, eu fiz carinho em seu pelo e me sentei, encostando a cabeça na árvore.
— Eu tive um daqueles sonhos estranhos. — Respondi e fechei os olhos, sentindo o vento bater em meu rosto.
"Como? Você nem estava dormindo." Akira disse e eu pensei um pouco.
— Obito deve ter feito alguma coisa comigo naquela segunda visita... — Eu disse ainda de olhos fechados, sentindo uma pontada de dor na cabeça só de pensar naquele mascarado.
"Mas é a primeira vez que isso acontece, né?" Ele perguntou e eu fiz uma careta. "Quantas vezes já aconteceu?" Ele disse com a voz entediada e acusatória.
— Algumas... poucas... muitas... vezes. — Respondi coçando a nuca.
"Você não tem jeito mesmo, vamos falar com Kyoya, talvez ele saiba algo sobre isso." Akira disse decidido e eu arregalei os olhos.
— Não, de jeito nenhum! Ele vai pensar que eu sou louca e vai me mandar para o hospício! — Eu disse e cruzei os braços.
"Akemi, para de ser teimosa!" Ele disse e eu virei o rosto.
— Me deixa aproveitar minha folga, ok? Depois eu falo com Kyoya-san. — Eu disse e ele se deitou no galho, desistindo de insistir.
"Certo." Ele disse e eu sorri.
~#~#~
Me deitei no telhado do prédio e olhei para o céu estrelado, tive que voltar para casa já que Akira não se aquietava e ficava enchendo minha paciência, mas ainda não falei com Kyoya e nem vou falar. Para ser sincera eu não confio muito nele, ele é legal e tudo mais, só que eu não posso confiar nas pessoas, não na minha situação atual, acho que só tem uma pessoa em quem eu confio completamente.
Um corvo parou na minha frente... e essa pessoa acabou de chegar.
— Aconteceu alguma coisa? Recebi sua mensagem. — Itachi disse se sentando ao meu lado.
— Na verdade, sim, obrigada por vir. — Eu disse e o encarei, ele olhava o céu.
— Sem problemas, sabe que não vou te deixar na mão. — Itachi disse sem tirar os olhos das estrelas, um tempo depois ele me encarou, uma expressão séria no rosto. — Então, qual o problema?
Então eu contei para ele sobre os sonhos, sobre como eles começaram a aparecer do nada quando eu estava fazendo coisas aleatórias e não só dormindo e sobre as dores de cabeça que pareciam mais um meio de tortura medieval.
— Entendo. — Ele disse depois que eu terminei de contar e colocou a mão na minha testa, como se fosse medir minha temperatura. — E você sabe porque ou como isso começou? — Eu desviei o olhar e hesitei, se eu falar para Itachi sobre o Obito, tenho certeza que o mascarado vai me fazer uma outra visita, só que dessa vez, com um meio diferente de tortura medieval. Itachi percebeu minha hesitação e me fez encarar seus olhos. — Akemi, eu preciso saber, não tem como resolver o problema se eu não souber os detalhes.
— Certo, foi o Tobi, ouvi dizer que ele é um membro da Akatsuki. Ele apareceu no meu apartamento no dia em que eu me mudei e... ele fez alguma coisa, eu senti uma dor de cabeça forte e depois ele saiu, depois disso eu comecei a ter esses sonhos. — Eu disse e ele tirou a mão da minha testa. — Depois ele apareceu de novo e fez a mesma coisa, só que depois disso eu comecei a ter esses sonhos enquanto eu estava acordada também.
— Se ele fez isso com a sua mente, talvez eu consiga resolver, mas vou precisar que você confie em mim. — Itachi disse e eu o encarei assentindo.
— Confio. — Eu disse e ele ativou o sharingan, foi questão de milésimos até outra dor forte atingir minha cabeça.
"— Onii-chan, o que é isso nos seus olhos? — Ayane perguntou para o irmão e correu até ele, que estava sentado no chão, meditando.
— É o meu dojutsu, Ayane-chan. — O mais velho disse e colocou a criança em seu colo, ela o encarou curiosa e tombou a cabeça para o lado.
— É tipo o meu? — A garotinha perguntou e apontou para os próprios olhos, o mais velho sorriu a passou a mão no cabelo da irmã.
— Sim e não. — Ele disse e ela o encarou sem entender. — O seu dojutsu controla as pessoas, você pode fazer elas fazerem o que você quiser e ainda pode descobrir tudo sobre a vida da pessoa em uma só olhada. Mas o meu dojutsu, ele me permite aprender e perceber o movimento do oponente com muito mais velocidade.
— E qual é o nome? — Ayane perguntou e o irmão ativou seu dojutsu.
— Sharingan. — O mais velho disse ela sorriu.
— É um nome bonito, foi por causa dele que você conseguiu salvar o nii-chan e eu? — A criança perguntou encarando o irmão, que desativou o dojutsu e a encarou com uma expressão séria no rosto.
— Vocês foram muito irresponsáveis, poderiam ter se machucado sério se eu não tivesse chegado à tempo. — O mais velho disse preocupado.
— Mas você foi um herói, como sempre, me salvou e salvou o nii-chan do monstro gigante. — A garota disse e abraçou o irmão, que sorriu e retribuiu o abraço."
A dor passou e eu abri os olhos, Itachi me encarava preocupado, percebi que eu estava em minha cama, ele provavelmente me trouxe para cá, vi Akira ao meu lado, atento a qualquer movimento, ele provavelmente estava preocupado se Obito apareceria. Tentei me sentar, mas estava esgotada, mal conseguia me mover.
— Calma, vai devagar, aparentemente esse sonhos deixam sua mente exausta, como se estivesse em meu Tsukuyomi. — Itachi disse pensativo.
— Tem certeza... que consegue... fazer isso parar? — Eu perguntei com a voz falhando e ele negou.
— Provavelmente não. — Itachi disse ainda pensativo. — Mas talvez eu possa diminuir o cansaço mental que eles causam e, consequentemente, as dores de cabeça, mas vai ser um processo dolorido e definitivamente desagradável para você.
— Qualquer coisa pra isso parar. — Eu disse e ele se aproximou, me analisando.
— Descanse um pouco, amanhã pela manhã podemos começar, se eu fizer alguma coisa agora, não sei que tipo de danos isso poderia causar em sua mente. — Itachi disse e eu cruzei os braços e virei o rosto. — Você nunca muda, teimosa como sempre. Mas já está decidido, não irei mudar de ideia.
— Certo. — Eu disse relutante.
— Vou dormir aqui, se não se importar é claro. — Ele disse e eu sorri, ele é um nukenin rank-S, mas ainda é extremamente educado. É, parece que algumas coisas nunca mudam.
— À vontade, tem lençóis e travesseiros no armário, na prateleira de cima. — Eu comentei e me cobri com o lençol, ele tirou o manto da Akatsuki e a bandana da folha e deitou no sofá.
— Não há necessidade, obrigado. — Itachi disse e fechou os olhos. — Boa noite.
— Boa noite. — Eu disse e caí no sono.
~#~#~
Caí no chão pelo que parecia ser a décima vez hoje, a forma lobo se ativou como um instinto e eu fechei o punho, cravando minha garras nas palmas da minha mão, tentando aguentar a dor na minha cabeça. Alguns minutos depois a dor passou e eu abri as mãos, vendo o sangue escorrer por elas, olhei para cima e vi Itachi me encarando com o Mangekyou.
— Quase lá. — Ele disse e eu senti a dor crescer mais uma vez, cravei minha garras nas palmas das mãos novamente, isso parecia infinito, nunca acabava, algum tempo depois a dor estabilizou e o Uchiha fez selos de mão e colocou a palma da mão atrás do meu pescoço.
Se eu estava sentindo dor antes, não foi nada comparado a isso, a dor se estendia pela minha coluna e pelo meu corpo inteiro, se concentrando em meu pescoço, no local onde Itachi estava com a mão.
A dor parou e eu caí no chão, mas Itachi me segurou e me colocou em minha cama, eu fechei os olhos e coloquei a mão em meu pescoço antes de desmaiar.
Abri os olhos lentamente e me sentei na cama, vi Itachi na "cozinha" e Akira ao seu lado, o lobo olhou para trás e correu até mim, pulando em cima de mim e lambendo o meu rosto, eu ri e fiz carinho em sua cabeça, percebi que minhas mãos estavam enfaixadas e, aos poucos, as memórias foram voltando, a dor de cabeça, o selamento, eu cravando as garras nas minhas mãos.
— Aqui, acho que deu certo, mas só vamos descobrir quando você tiver outro desses sonhos. — Itachi disse chegando mais perto e me entregando uma xícara de chá.
— Então, eu não vou mais sentir dor de cabeça? — Eu perguntei e me levantei, peguei um espelho e o coloquei atrás da cabeça, parando em frente à outro espelho, na intenção de ver a parte de trás do meu pescoço. Tinha uma linha fina com pequenos kanjis, ela ia de uma orelha até a outra, com pequenas ramificações, deixei o espelho de lado e me sentei novamente na cama, pegando a xícara de chá.
— Não consegui fazer a dor parar, mas a deixei estável, ainda vai doer, mas bem menos, uma dor suportável, só um pequeno incômodo. O cansaço mental também vai diminuir. — Itachi me disse e eu sorri aliviada.
— Nem sei como agradecer. — Eu disse e vi o esboço de um sorriso em seu rosto.
— Sem problemas, você é minha amiga e eu prometi para Shisui que cuidaria de você. — Itachi disse e eu arregalei os olhos, dessa eu não sabia. — Não sabia?
— Não... — Eu disse e tomei mais um gole do meu chá.
— Foi um de seus últimos pedidos, que eu cuidasse de você... — Itachi disse baixo e eu olhei para o chão, sorrindo.
— Obrigada. — Eu disse e ele assentiu e colocou a xícara no lugar depois de lavá-la.
— Tenho que ir, nos vemos depois. — Itachi disse e eu acenei.
— Até. — Eu disse e ele colocou o manto da Akatsuki e a bandana da folha, deu uma última olhada em mim e no apartamento e saiu. — Eu espero que isso funcione. — Eu disse me jogando na cama e encarando o teto.
"Vai funcionar." Akira me disse e eu o encarei.
— Quando eu me encontrar com aquele mascarado de novo, ele vai ver só! — Eu disse cerrando os punhos.
~#~#~
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro