Arriscado
Akemi-on
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Duas semanas, é o tempo que Obito está me ignorando, ele nem ao menos fica no mesmo cômodo que eu, a situação está tão crítica que até o Tobi tá me ignorando, Deidara percebeu e me perguntou o que eu fiz para o mascarado hiperativo me ignorar, praticamente implorando para que eu dissesse a mágica e ele pudesse se livrar do mascarado também.
Eu estava praticamente implorando por mais memórias, meu cérebro é do contra, no meio de uma luta ele decide que é hora das memórias aparecerem, mas quando eu quero, parece que ele se desliga de tudo. Eu não posso falar com o Obito, ele não me escutaria já que está claramente irritado comigo, então minha única saída é a única outra pessoa/ser vivo que sabe disso, Zetsu!
— Zetsu-san. — Eu chamei, sabia que ele estava por perto, ele apareceu na parede do meu quarto. — Me conta mais uma história da Ayane?
— Ela ainda não tem todas as memórias. — A parte negra disse.
— Ainda não, vamos contar para ela. — A parte branca respondeu.
— Você que conte. — A parte negra disse.
— O que quer saber, Akemi? — Zetsu branco me perguntou, eu cruzei as pernas em cima da minha cama e ponderei.
— Sei que Ashura e Indra são destinados a lutar, mas qual é o papel da Ayane no meio disso? — Eu perguntei, tendo certeza de que ele só responderia uma ou duas perguntas.
— Ela precisa escolher um dos dois. — Zetsu branco me disse.
— Como assim? — Eu perguntei fazendo carinho em Akira, que escutava tudo com atenção.
— Ayane precisa escolher entre Ashura e Indra, em qual dos lados ela vai ficar, é bem simples. O problema é que Ayane escolheu Ashura, Maya, que é sua primeira encarnação, escolheu Madara, Indra no caso, então não dá pra saber em qual lado você vai escolher. — Zetsu branco me disse, essa é nova, eu vou ter que escolher um lado? E se eu não quiser?
— Mas eles não eram irmãos? Então por que ela tinha que escolher um lado? Não é como se eles lutassem pelo amor dela ou algo do tipo. — Eu perguntei, na esperança de que ele me respondesse.
— Sim, eles eram irmãos, pelo menos Ayane, Ashura e Indra eram irmãos, mas tanto Ashura quanto Indra queriam proteger sua irmã mais nova, suas ideias divergiam nesse ponto também, no fim, Indra fez Ayane escolher e ela escolheu Ashura, claro que isso só deixou Indra ainda mais furioso, mas isso você vai descobrir por si só. — Zetsu branco disse e eu assenti, consegui mais informação do que eu achava que conseguiria.
— Como você sabe de tudo isso? — Eu perguntei, já que eu não conseguia entrar em sua mente e conseguir respostas.
— Tudo no seu tempo, criança. — Zetsu negro respondeu e sumiu pela parede.
— Espera! — Eu disse e ele voltou. — Eu quero ir pra Konoha, faz um tempo que não perturbo a mente de Danzō.
— Você fez isso há dois dias atrás. — Zetsu negro disse e eu dei de ombros.
— Por favor. — Eu disse.
— Você falou com o Obito? — Zetsu branco me perguntou.
— O Obito não fala comigo há duas semanas, ele não vai se importar se eu sair por algumas horas. — Eu disse e ele assentiu.
— Ir para Konoha agora seria extremamente arriscado. — Zetsu negro me disse e eu o encarei.
— Eu tomo cuidado, relaxa, nada vai acontecer. — Eu disse confiante e Akira me encarou duvidoso.
— Vamos. — Zetsu branco disse e eu me transportei algumas vezes até chegar nas portas da aldeia da folha.
— Ele reforçou a segurança, acho que realmente ficou perturbado depois da minha décima quarta visita. — Eu disse observando a grande quantidade de chakra concentrada ao redor da casa de Danzō. — E eu recebi informações de que Tsunade colocou ANBUs para vigiar Danzō. Vai ser mais difícil do que antes.
— Principalmente quando eu não posso matar ninguém. — Zetsu branco reclamou e eu o encarei.
— Não queremos chamar atenção, Konoha já está alerta quanto a Akatsuki, não queremos dar mais motivos de suspeitas antes da hora. — Eu disse e ele assentiu.
— Certo. — Zetsu branco disse e sumiu no tronco de árvore, eu observei com meu dojutsu e vi sobrar somente um único chakra na casa de Danzō, o chakra dele. Zetsu apareceu ao meu lado novamente e eu encarei Akira.
— Já sabe, né? — Eu perguntei e ele assentiu, sabendo que ele teria de ficar de vigia. — Obrigada Zetsu-san, mas a partir de agora eu posso me virar. — Eu disse e ele desapareceu no tronco de árvore.
Me transportei até a casa de Danzō e me sentei no telhado, me concentrei em seu chakra, ele estava acordado, melhor ainda, entrei em sua mente e comecei a tortura, após alguns minutos eu podia claramente escutar seus gritos de agonia, isso não é bom, vai chamar atenção desnecessária, um pouco mais de tempo não vai fazer mal.
Senti alguma coisa me paralisando e saí da mente de Danzō, era uma sensação que eu conhecia muito bem, o sangue parou de correr pelas minha veias e artérias, estático. Fiquei paralisada, tanto meu corpo quanto minha mente, ela estava em choque. Abri os olhos e encarei a pessoa na minha frente, um ANBU com máscara de águia, seu cabelo vermelho fogo era bem visível, mesmo de noite, Yasha.
— Akemi? — Yasha disse, sua voz claramente demonstrava surpresa, mesmo eu estando com a máscara cobrindo metade do meu rosto ele me reconheceu por causa da cor de meus olhos.
"Akira, saí daqui! Agora!" Eu avisei Akira.
"De jeito nenhum." Ele respondeu.
"Akira, é sério, foge!" Eu disse e ele percebeu que eu não desistiria, ele saiu rapidamente.
Senti algo ao redor dos meus pulsos, vidro, só pode ser uma pessoa, Kenta, eu ainda estava sem reação, não sabia o que fazer, e, mesmo que eu quisesse, já era tarde demais, Yasha me paralisava e minha única saída seria o jutsu de transporte, mas Kenta colocou algemas de vidro em mim, essas algemas param o chakra de quem a usa, não tem mais saída, tem uma, mas não quero machucá-los.
— Faz um tempo, não? — Eu perguntei alto o suficiente para os dois me escutarem. Yasha me fez levantar e Kenta foi para o lado dele, ele não era ANBU, mas os dois deviam estar espionando Danzō juntos. Eles me encaravam sem reação, tanto pelo fato de eu estar na frente deles, quanto pelo fato de eu estar usando o manto da Akatsuki.
Os dois cerraram os punhos, claramente em luta com seus próprios sentimentos. Como eu senti falta dos dois, eles cresceram muito, Kenta vai fazer 18 se não me engano e Yasha vai fazer 17, definitivamente não são mais aquelas crianças que eu conheci, mas eu também não sou.
— O que está acontecendo? — Uma outra voz disse, essa eu não conhecia. Os garotos não responderam, somente me encaravam, eu podia ver a expressão de choque no rosto de Kenta, Yasha estava de máscara, mas provavelmente tinha a mesma expressão. — Akatsuki. O que estão esperando? Chamem reforços, vamos levá-la até a Hokage-sama!
Algum tempo depois mais ANBUs chegaram, eu reconheci alguns como sendo meus antigos parceiros de time, Kenta e Yasha continuaram sem reação, todos me encaravam, eles rapidamente amarraram correntes ao meu redor, me impedindo de mover.
— Eles sempre andam em duplas, deve ter mais um aqui perto, cuidado, pode ser uma armadilha. — Um dos ANBUs disse.
— Vocês três, levem-na para a prisão de segurança máxima. Você, avise a Hokage imediatamente, o resto se espalhe e procure outra possível ameaça. — O chefe de esquadrão disse e eles assentiram, eu ainda estava estática, sem saber o que fazer, meu coração doía mais que tudo e minha mente tentava processar tudo o que estava acontecendo.
Três ANBUs me escoltaram para a sede da ANBU, onde tinha uma prisão de segurança máxima anti jutsu para os bandidos mais perigosos, era praticamente impossível sair de lá. Yasha foi atrás, para ter certeza de que eu não fugiria, tudo passou como um borrão, eram muitas vozes discutindo e, no segundo seguinte, eles me jogaram dentro da cela, eu ainda estava com as algemas e com uma camisa de força e Yasha ficou de vigia na porta.
Ótimo! Ser capturada não estava em meus planos. As algemas cortavam minha rede de chakra e diminuíam muito a minha força, eu me sentia fraca, como se fosse desmaiar a qualquer momento. Não adianta, mesmo que eu quisesse fugir, eu não conseguiria, isso iria requerer que eu matasse ou machucasse o pessoal de Konoha e eu não vou fazer isso. Então eu simplesmente fiquei sentada de cabeça baixa, encarando o chão, se eu encarasse a porta da cela, eu veria a silhueta de Yasha e isso com certeza mexeria com o meu emocional.
Eu sabia que iriam me matar ou me interrogar, provavelmente os dois, ninguém teria a menor piedade, algumas pessoas sim, mas Tsunade é inteligente o suficiente para não colocar ninguém que eu tenha criado algum tipo de laço para me interrogar. E se isso cair nas mãos do Danzō, ele vai ter certeza de que eu tenha uma morte lenta e dolorosa.
Ouvi um barulho na porta e passos se aproximando, senti minhas pernas ficarem paralisadas, eles não teriam medo de entrar, não agora que eu não posso nem ao menos me mover, continuei com a cabeça baixa, encarando o chão.
— Então é ela? Akemi, não pensei que se rebaixaria tanto e se juntaria a Akatsuki. Mas isso é bom, agora temos exatamente o que precisávamos. Ibiki, quero que descubra tudo o que ela sabe, quero que descubra o que ela estava fazendo no telhado da casa de Danzō, será que aquele velho também está se envolvendo com a Akatsuki? — Ouvi a voz de Tsunade e passos se aproximando.
— Vou fazê-la falar em poucos minutos. — Ibiki disse chegando mais perto.
— Você tem permissão para usar qualquer método de tortura necessário. — Tsunade tinha a voz fria e meu sangue gelou, Ibiki vai me torturar, a menos que eu conte tudo o que eu sei, mas eu não posso.
— Isso é ótimo, nós vamos nos divertir muito. — Ibiki disse e se abaixou até a minha altura, segurou com força em meu queixo e me fez encarar seus olhos, eu pude ver seus olhos se arregalarem levemente em surpresa, ele definitivamente não esperava que fosse eu, ele abaixou minha máscara e analisou meu rosto, algum tempo depois ele se levantou. — Levem-na para a sala de interrogatório, vou estar esperando.
E, com isso, ele sumiu, dois ANBUs apareceram e me seguraram, me levando até a sala de interrogatório, eles tiraram a camisa de força, que prendia meus braços, e me prenderam em uma mesa, meus braços estavam presos ao lado do meu corpo e minhas pernas também estavam presas, tinha uma corrente que prendia meu tronco e outra que passava pelo meu pescoço, a sala era totalmente branca e só tinha uma porta de metal e uma janela de vidro blindado e escuro, que só dava para enxergar do outro lado, lá que ficava a sala de controle, onde eles gravavam um áudio de tudo o que acontecia e monitoravam meus sistemas vitais, para ter certeza de eu que não morra antes de eles conseguirem as informações que desejam. Ibiki entrou na sala acompanhado de três ANBUs, ele fechou a porta e os ANBUs ficaram ao redor da sala, Ibiki chegou mais perto da mesa em que eu estava presa.
— Podemos fazer isso do jeito simples, você me conta tudo o que sabe, e eu não te torturo. Você não se machuca e eu não perco meu tempo. — Ibiki disse com a voz fria, eu simplesmente encarei seus olhos e fiquei de boca fechada, eu não posso dizer nada, o primeiro motivo é porque eu definitivamente não quero, o segundo é que se eu falar ou o Obito ou o Pain ou alguém da Akatsuki vai ser enviado para me matar e o terceiro é porque eu realmente gostei do plano olho da lua do Obito. — Teremos que fazer do jeito difícil então, vamos começar do básico, eu vou te fazer perguntas e, cada vez que você não responder, vai levar um choque, vamos começar com 8 miliampères e, a partir daí, vamos aumentar cada vez mais, quanto mais você resistir, mais doloroso será. Eu poderia usar tortura mental, mas assim é mais divertido, por isso, vamos deixar como última opção.
Eu resisti à vontade de engolir em seco e simplesmente encarei Ibiki, eu aguento uma boa quantidade de dor, Obito me treinou para isso.
— Quem é o seu líder? — Ele perguntou e eu não respondi, na mesma hora uma corrente elétrica passou pelo meu corpo, eu senti a dor crescer, mas não soltei um único som, a corrente parou. — Quantos de vocês são? — Eu não respondi e uma corrente elétrica mais forte passou pelo meu corpo. — Qual o seu envolvimento com o Danzō? — Depois de algumas vezes disso se repetindo eu não sentia mais os músculos dos meus braços, mais algumas tentativas depois, eu não conseguia respirar direito e sentia meu coração mais lento, meu corpo já não respondia mais aos meus comandos, mas eu não gritei e nem disse nada, não iria dar esse prazer à ele.
— Já estamos nessa há quatro horas e ela ainda não disse nada. — Um dos ANBUs disse, Ibiki assentiu e eu senti a onda de choque parar, meu corpo estava pesado e dolorido, meus músculos estavam contraídos e eu não conseguia relaxá-los.
— Eu tenho outras ideias. — Ibiki disse e aplicou uma injeção em meu braço e eu senti o líquido começar a corroer meus músculos. Aquilo queimava muito, mordi meus lábios por dentro e suprimi os gritos de agonia. A sensação se espalhou do meu braço pelo resto do meus corpo, cada vez doía mais, eu não conseguia respirar direito e fazia o possível para me manter consciente. — O antídoto está em minhas mãos, me conte o que sabe e a dor passa, caso contrário, ela vai continuar por longas nove horas.
Eu simplesmente fiquei calada, encarando seus olhos e mordendo ainda mais meus lábios por dentro, sentia meu corpo arder, era como se eu estivesse sendo queimada por dentro, cada músculo se desfazendo aos poucos, aquilo estava me matando.
— Vamos começar com perguntas básicas, qual é o objetivo de vocês? — Ibiki perguntou e eu me neguei a responder. Ele aplicou outra injeção em meu outro braço e eu senti minha pele queimar ainda mais, mas dessa vez, parecia que iria congelar, os dois venenos estavam agindo juntos em meu corpo e a dor era inumana. — Não vai mesmo responder? Acho que a dor ainda não está boa o suficiente. Mas vamos intercalar agora, um pouco de tortura mental é bom.
Eu já não tinha forças para me manter consciente, senti uma dor na minha cabeça, uma dor tão forte quanto as que Obito me fez passar, memórias vinham na minha mente, todos que eu me importava estavam mortos, o lugar ao meu redor queimava e uma voz dizia que a culpa era minha.
Isso continuou se repetindo por longas horas, a dor em meu corpo somente aumentava e eu não consegui mais suprimir os gritos de agonia assim que vi Naruto se matar com uma kunai, senti uma lágrima solitária descer pela minha bochecha, aquilo não era real, não era real, Naruto não se mataria, ninguém está ferido, estão todos bem, eles só estão usando isso contra mim, mas era tão agonizante.
Senti água fria ser despejada em mim e abri meus olhos, respirando rapidamente, Ibiki colocou o balde no chão e deu um sorriso convencido.
— Eu não te dei permissão para ficar inconsciente, você não faz nada aqui sem minha permissão. — Ibiki disse e eu ouvi um barulho de metal se chocando, olhei para ele, minha visão ainda estava embaçada, mas ele claramente segurava uma espada, o efeito dos venenos havia acabado, mas meu corpo continuava rígido e tinha espasmos involuntários, meu cansaço mental era extremo, eu fazia o possível para ficar consciente, as vozes estavam distantes, mas a dor continuava presente e constante. Eu me pergunto, quanto tempo já passou? Será que os outros de Konoha sabem que eu fui capturada e que estou sendo torturada? Quanto tempo até eu morrer? Eles não vão me deixar morrer, sou a única fonte de informação deles, não vão simplesmente se livrar de mim, morrer seria bem menos doloroso tanto fisicamente quanto emocionalmente.
Ibiki colocou uma venda em meus olhos, ótimo, agora eu não posso ver nada, perfeito para me deixar ainda mais agoniada, senti a lâmina fria da espada entrar em contado com a pele do meu braço, tentei relaxar os músculos, assim doeria menos, mas os venenos e os choques tiraram o controle que eu tinha sobre o meu corpo.
— A hora que você quiser que eu pare, é só falar alguma informação. — Ibiki disse e eu mordi meu lábio e fechei meus olhos com força, me preparando para a dor que estava por vir, senti meu braço direito começar a doer e alguma coisas escorrendo por ele, eu gritei de agonia, não tinha mais forças para suprimir meus gritos de dor.
Depois foi o meu outro braço, meu tornozelo, minha coxa, meu ombro, cada parte do meu corpo sendo lentamente dilacerada pelo arsenal de armas de Ibiki, eu me sentia tonta, não conseguia mais me concentrar nem mesmo em meus próprios pensamentos, provavelmente perdi muito sangue.
Senti a forma lobo se ativar por instinto, mesmo sem o controle do meu chakra isso sempre acontecia, era como uma última defesa do meu corpo, acontecia involuntariamente, cravei minhas garras na mesa de metal assim que senti uma dor intensa em meu quadril, parecia metal quente, definitivamente está queimando, minhas costas arquearam e eu gritei de dor, cravando minhas garras mais fundo ainda, senti algo queimando minha cintura, ferro quente, depois algo foi colocado por cima, aquilo doía ainda mais, era tão frio que queimava mais que fogo.
A última coisa que eu me lembro é ter sentido uma dor funda em meu estômago e sangue escorrendo pela minha boca, depois eu apaguei.
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Entãooooo, o que acharam do reencontro da Akemi com Yasha, Kenta e Ibiki?
Cara, eu sou muito malvada... Mwahahahahahahah (isso foi uma risada maligna)
Será que ela vai escapar? E se o Naruto descobrir que ela foi capturada? Ela vai contar tudo e ficar do lado de Konoha?
Só no próximo capítulo pra vcs descobrirem...
Vlw...
Flw.
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