O Segundo Ataque
Harry acordou algumas horas depois deitado em uma cama da enfermaria e com o corpo inteiro imóvel. Ele piscou algumas vezes enquanto os olhos se acostumavam com a luz do dia que entrava pelas janelas. Devagar, ele virou o pescoço de um lado para o outro, contendo uma exclamação de dor quando o fez.
— Senhor Potter! — Madame Pomfrey exclamou da direita do mesmo, enquanto enfaixava o braço de uma das artilheiras da Grifinória — Que bom que acordou, mas não se atreva a se mexer! Eu não passei as últimas cuidando do você para que se machuque de novo assim que acorda!
— Sim senhora... — Ele murmurou baixinho, a voz estava rouca e a garganta doía bastante, no entanto, ele não reclamou, esperando que Madame Pomfrey terminasse os atendimentos dos jogadores dos times.
Quando ela se aproximou dele, fez algum feitiço que ele não reconheceu, mas que espalhou uma sensação morna por seu corpo que fez com que a dor que estava sentindo no corpo inteiro diminuísse consideravelmente. Após isso, ela o ajudou a sentar na cama e ele percebeu que o corpo todo estava enfaixado por debaixo das vestes da ala hospitalar e algumas áreas estava envoltas por riscos laranja brilhante.
— Garoto, não sei como acordou tão cedo, — Madame Pomfrey falou enquanto lhe dava um pote com um líquido escuro, o qual Harry apenas cheirou e observou — mas teria sido melhor ter dormido até amanhã pelo menos, esses machucados não vão ser curados sem uma dor relativamente grande. Vamos, beba logo.
Harry apenas olhou para ela com uma sobrancelha arqueada enquanto levantava levemente o pote como se perguntasse se era daquilo que ela estava falando.
— Vamos, apenas beba. É uma simples poção para o processo de cicatrização de todos esses cortes que você caiu jogando aquele bendito jogo infernal — Ela informou, parecendo um tanto quanto exasperada, mas não havia raiva real em suas palavras — Infelizmente, alguns cortes são profundos demais para evitar cicatrizes, mas certamente você prefere que elas sejam menos e menores, não?
Harry deu de ombros e tomou o líquido, sentindo um gosto terrível descer pela garganta, algo parecido com ovo podre e pão mofado. Ele fez uma leve careta e perguntou:
— O que você usa para fazer isso?
— Nada demais, depois eu te dou a minha receita — Madame Pomfrey falou, fazendo um gesto com a mão para que o outro deixasse para lá — Agora pare de falar! Sua garganta já está ruim o suficiente sem que você a force mais.
O Potter estava prestes a retrucar, mas as palavras sumiram na garganta quando ele viu Draco desacordado na cama ao lado da sua. Madame Pomfrey notou a falta de resposta e seguiu o olhar de Harry, uma expressão gentil tomando seu rosto.
— Não se preocupe, ele só tomou uma poção para dormir, já que está tendo uma experiência particularmente dolorosa. Ossos não crescem facilmente afinal de contas — Ela contou. Quando viu o olhar confuso do sonserino, ela continuou — O senhor Malfoy por algum motivo e de alguma forma pensou que socar o balaço para longe de você era uma ideia boa e conseguiu realiza-la. Mas balaços são duros e bastante fortes, então a força que ele teve que usar, a qual eu até agora não se de onde veio, já que nem ele próprio parece saber, somada ao impacto destruiu todos os ossos do braço dele. Agora, concertar braços é fácil, ele poderia sair daqui antes do horário de recolher hoje. Entretanto o... professor Lockhart se julgou capaz de lidar com isso já no campo e, antes que eu conseguisse terminar de mover você e seu irmão de forma segura para a enfermaria, ele já havia agido. Como você pode ver, o feitiço dele não teve o efeito esperado, ao invés disso, acabou por vaporizar todos os ossos do braço do senhor Malfoy.
Madame Pomfrey parecia querer chamar Lockhart de algumas palavras nada educadas ou profissionais e Harry não podia culpa-la. Ele mesmo estava tentado a ir atrás do homem e mata-lo da pior forma que pudesse pensar. Ao invés disso, ele respirou fundo e tentou se concentrar em outras coisas.
— O que são essas linhas laranja? — Ele perguntou, indicando as linhas que cobriam várias partes de si.
— Eu já falei para não falar, garoto! — Madame Pomfrey exclamou, mas respondeu de qualquer forma — São um feitiço imobilizante. Geralmente eu não tenho problema em usar o gesso trouxa, mas, quando é necessária uma imobilização mais detalhada ou firme, eu uso esse feitiço.
Harry examinou as linhas com grande interesse. Entretanto um barulho do outro lado dele chamou sua atenção e ele virou levemente o rosto, tentando esconder a dor dos olhos atentos de Madame Pomfrey. Quando viu o estado do irmão ao seu lado, ele arregalou os olhos e conteve um xingamento.
Alexy estava inteiramente coberto pelas linhas laranja. Além disso, também estava completamente enfaixado, com uma espécie de faixa grossa de metal ao redor do tronco dele. As faixas na cabeça estavam vermelhas, apesar de todo o resto parecer recente.
Rapidamente, Madame Pomfrey, andou em direção ao garoto e, após examinar com cuidado, pegou faixas novas no armário e retirou as antigas para troca-las. Harry observou o machucado na cabeça de Alexy, uma parte do crânio dele em cima parecia levemente afundada e havia sangue demais para que pudesse sequer ver o que exatamente estava acontecendo. A mulher calmamente limpou o sangue a enrolou novas faixas.
— Se eu pudesse eu bania esse jogo da escola — Ela contou para Harry — Todo ano eu tenho pelo menos duas situações ruins aqui por causa disso. Claro, esse caso é extremo, não é tão comum alguém aparecer com cinco golpes em cheio de um balaço, mas ainda assim... Dessa vez eu quase perdi o senhor Potter porque a família não sabia ou não achou importante deixar nos registros médico dele que a poção repositória de sangue tradicional não funcionava nele. Quase que ele sangrou até a morte por isso e agora está parando de sangrar muito lentamente apesar de todos os feitiços.
— Ele vai ficar bem, certo? — Harry perguntou, engolindo em seco. Eles não eram muito próximos, mas ele ainda se importava com o irmão gêmeo o suficiente para que não quisesse que ele morresse e esse tipo de machucado na cabeça era fatal no mundo trouxa.
— É claro que vai — Madame Pomfrey falou — Claro, vai ter consequências, impossível não haver com um machucado desses. Mas ele não vai morrer ou algo do tipo.
Harry apenas observou silenciosamente enquanto ela terminava de tratar Alexy. Logo em seguida, ela veio para ele com um copo cheio de um líquido que o Potter reconheceu como uma poção do sono.
— Ainda não preciso examinar seus machucados, mas descansar bastante é mais necessário do que você pensa — Ela explicou — E isso vai ajudar. Mas, antes de você dormir, preciso te avisar, antes de você sair dessa enfermaria, tenho alguns assuntos importantes para falar com você. Não faço agora porque você precisa se recuperar, mas fique avisado que essa conversa vai acontecer.
A mente de Harry automaticamente começou a criar uma lista com todos os possíveis tópicos daquela conversa, bem como formas de agir em cada situação. Entretanto, quando tomou a poção, ele caiu no sono quase imediatamente.
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Quando ele acordou de novo, foi com um barulho estalado entre a cama dele e de Alexy. Assim que ouviu o som, ele se levantou rapidamente, segurando o ganido de dor que veio com o movimento. Na origem do barulho estava Dobby, o elfo doméstico de Draco.
— Dobby? — A voz de Draco soou ao seu outro lado, o Malfoy provavelmente havia acordado com o barulho também.
— Jovem mestre! Senhor! — Dobby guinchou, quase derrubando o balde com algum tipo de líquido que carregava quando se curvou rapidamente — Dobby sente muito por acordá-los, senhores! Dobby sente muito!
Ambos ficaram em silêncio por alguns momentos, sem ter certeza de como reagir. Até que Harry finalmente perguntou:
— O que... como você está aqui?
— Dobby veio cuidar do Jovem Mestre e dos Senhores Potter! — O elfo respondeu, ainda parado no lugar em que estava.
— Como sequer sabia que estávamos aqui? — Draco questionou. Dobby evitou a resposta, ao invés disso agarrou-se na barra da veste e encarou o chão — Dobby. O que você fez?
A última parte saiu um tanto quanto exasperada, mas recebeu uma resposta:
— Dobby calculou mal, jovem mestre! Dobby cometeu um erro terrível! — O elfo doméstico chorou, arrependimento estampado em seu rosto — Os balaços de Dobby fugiram do controle!
— Os balaços de... — Harry repetiu vagarosamente, antes de exclamar — Dobby! Você tentou matar a mim e a Alexy? Você ficou maluco?
— Matar não, meu senhor! — Dobby negou veementemente, as lágrimas descendo pelo rosto enquanto sacudia a cabeça violentamente — Dobby nunca quis matar! Apenas machucar gravemente!
— O quê... — Draco murmurou — Dobby, porque você iria sequer querer machucar eles?
— Os senhores Potter não podem continuar em Hogwarts, jovem mestre! — O elfo insistiu — É perigoso demais! Dobby cometeu um erro quando se esqueceu de por uma trava de segurança, mas os senhores Potter precisam voltar para casa!
— Dobby, você sabe alguma coisa sobre a situação atual da escola? — Harry perguntou, resolvendo largar o assunto dos balaços, mesmo que a expressão de Draco parecesse não concordar. Era óbvio que o elfo não tivera nenhuma intenção verdadeiramente ruim.
— Meu senhor, não pergunte nada a Dobby! — Ele falou, puxando as orelhas para baixo enquanto fechava os olhos violentamente — Dobby não pode falar! Dobby não pode!
Enquanto Draco tentava persuadir o elfo a contar o que sabia, Harry passou todas as possibilidades de tabus e coisas que Lucius Malfoy poderia ter proibido que fossem faladas.
— Dobby, eu vou fazer algumas perguntas, ok? — Harry disse — Se estiver proibido de responder, não responda. Mas pense bem se realmente foi proibido de responder essa pergunta, ok?
O elfo acenou positivamente com a cabeça.
— Ok, isso tem haver com algo que você ouviu durante o treinamento aqui em Hogwarts? — Harry perguntou, recebendo um aceno positivo como resposta — E com Voldemort, tem algo haver?
Dobby estremeceu ao ouvir o nome de Voldemort, mas respondeu, encarando o Potter profundamente, como se tentasse fazê-lo perceber algo:
— Não, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado não é responsável por isso.
Harry sentia que havia mais por trás daquela frase, mas apenas fez uma anotação mental para pensar nisso depois. Ao invés disso continuou, fazendo as perguntas rapidamente:
— Os "súditos da Mamba" estão ligados ao Herdeiro de Salazar Slytherin? — Aceno negativo como resposta — Você sabe quem é a Mamba? — Aceno positivo — A Mamba é uma bruxa? — Pausa. Aceno negativo — Você descobriu sobre ela na Mansão Malfoy? — Aceno negativo.
Harry ainda tinha mais perguntas, porém, naquele instante, a porta da enfermaria se abriu e Dobby sumiu com um pop, os dois sonserinos se enfiaram rapidamente nas cobertas, tentando fingir que estavam dormindo. A professora Mcgonagall entrou junto ao diretor, eles carregavam algo em seu colo, um corpo, o Potter notou.
— Chame Madame Pomfrey — Dumbledore instruiu a professora enquanto colocava o corpo, que parecia pertencer a um estudante do primeiro ano, em uma das camas.
Madame Pomfrey não demorou a chegar, perguntando o que havia acontecido.
— Um novo ataque — Dumbledore contou — Minerva o encontrou na escada.
Draco arregalou os olhos na direção de Harry, que teve que resistir a vontade de levantar-se e verificar se era Luna na cama.
— Havia um cacho de uvas e uma cesta de pêssegos ao lado dele — A professora falou — Achamos que estava vindo deixa-las para Potter.
Não conseguindo se segurar mais, Harry levantou levemente a cabeça para ver quem estava na cama. Deitado lá estava um primeiranista da Grifinória que ele reconheceu por estar sempre seguindo Alexy para cima e para baixo. Um olhar horrorizado estampava seu rosto e segurava uma câmera em frente ao rosto, como se estivesse tirando uma foto.
— Petrificado? — Sussurrou Madame Pomfrey.
— Está — A professora confirmou — Estremeço só de pensar no que poderia ter acontecido se ninguém o tivesse encontrado até a manhã.
Dumbledore se curvou sobre o garoto e, cuidadosamente, retirou a câmera das mãos do menino.
— Acha que ele tirou uma foto do atacante? — Mcgonagall perguntou.
— É possível — O diretor concordou enquanto abria o lugar onde o filme ficava guardado. Imediatamente um ato de vapor escuro saiu da máquina, seguido por um terrível cheiro de queimado.
— Meu Deus! — Madame Pomfrey exclamou — Todas derretidas, completamente destruídas...
— O que isso significa, Alvo? — A professora questionou.
— Isso significa, — Ele respondeu — que a Câmara Secreta realmente foi reaberta.
— Mas Alvo... com certeza... quem? — Mcgonagall perguntou.
O diretor não respondeu, mas Harry percebeu em seu olhar que ele tinha alguma ideia de quem poderia ter sido.
— A pergunta não é quem... — Dumbledore falou — A pergunta é como.
Harry e Draco mantiveram-se imóveis até que finalmente a enfermaria tornou a esvaziar-se. Quando tiveram certeza que mais ninguém entraria lá, ambos se sentaram nas camas.
— Mais um ataque — Draco observou, parecendo já ter superado o choque. Harry concordou com a cabeça, tentando calcular o que aquilo significava.
Pelo menos aquilo tinha que retirar algumas suspeitas dele e de Alexy, certo? Harry nunca nem havia falado com o garoto e aparentemente o outro Potter tinha uma relação amistosa com o menino. Ele suspirou, sem saber como prosseguir.
Harry odiava não ter ideia do que deveria fazer, ele odiava se sentir tão impotente. Ainda assim, a situação não ligava para como ele se sentia, então tudo o que podia fazer era se adaptar.
— Vamos continuar com o plano de antes — Ele falou — Esse ataque dificilmente muda ou acrescenta algo para a situação, com a exceção, é claro, da câmera dele.
Apesar de estar se sentindo muito melhor do que quando acordara durante o dia, Harry estava longe de bem. Seu corpo todo ainda doía e ele duvidava que fosse conseguir andar, então Draco pegou a câmera que descaçava na mesa de cabeceira do garoto petrificado e a deu ao Potter.
Como o filme estava completamente queimado, nenhum dos adultos se incomodara o suficiente para retirá-lo da câmera. Harry, entretanto, pegou todo o filme e devolveu a câmera para o Malfoy, que a deixou onde ela estivera antes e sentou-se ao lado de Harry.
O filme realmente estava completamente destruído e nada indicava que aquilo havia sido provocado por qualquer tipo de feitiço ou defeito que a câmera poderia ter. Escondendo o filme debaixo do travesseiro, ele disse:
— Vamos dormir, vai ser mais fácil de pensar pela manhã e eu não quero correr o risco de Madame Pomfrey entrando e nos vendo assim.
— Aquela mulher é uma ameaça — Draco murmurou enquanto deitava na própria cama. O comentário arrancou uma risada de Harry, que caiu no travesseiro logo em seguida, desejando que o sono viesse rapidamente.
A verdade é que ele estava torcendo para que o que quer que estivesse acontecendo fosse grande o suficiente para sua clarividência lhe dar alguma visão que ajudaria ou que aquela garota que vira no seu sonho sobre as portas aparecesse novamente.
A resposta para seu pedido veio assim que ele adormeceu. Em sua frente estava a garota que vira pintando a cena envolvendo Rony, porém dessa vez ela estava virada para frente dele. Ela ainda parecia ter dez anos tinha o mesmo cabelo castanho preso em uma trança que caía sobre seus ombros. Dessa vez ele podia ver seu rosto e seus olhos o surpreenderam. Eles eram grandes, massivos e profundos, a cor era de um preto tão puro que era impossível saber se ela sequer tinha pupilas e, ao invés da área branca, ela possuía um tom lilás claro coberto por listras do mais claro tom de azul. As bochechas eram pintadas de verde, amarelo e rosa. Já a pele era de um tom de vermelho tão claro que Harry conseguia ver através dela, exceto por linhas pretas que se assemelhavam a galhos e vinhas que contornavam o rosto e pintavam belas flores em sua testa e maçãs do rosto, julgando pelo fato que as linhas desciam pelo pescoço, elas provavelmente estavam em todo o corpo. As asas roxas estavam enroladas ao redor do corpo, impedindo que ele a visse por completo.
— Então você quer saber o que está acontecendo? — Ela perguntou, a voz melodiosa ecoando tanto na cabeça do Potter que ele quase não conseguia entender o que estava sendo dito. Uma risada fria deixou os lábios da menina e, com um aceno de cabeça dela, o mundo ao redor deles começou a tomar forma, mostrando um grande salão dourado — Encontre esse lugar.
Antes que pudesse reagir àquilo, o sonho se desfez e Harry acordou assustado. Madame Pomfrey estava trocando algumas de suas ataduras e, quando o garoto tentou se mexer, ela falou:
— Se você se mexer vai acabar se machucando, então, pelo amor de Merlin, fique quieto e me deixe fazer meu trabalho, garoto!
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O braço de Draco já estava completamente curado, mas o mesmo não podia ser dito por Harry ou Alexy, o último ainda não tendo sequer acordado. Mas o sonserino estava agitado demais para passar o dia na enfermaria então, após muita negociação com Madame Pomfrey, o Malfoy guiou o Potter para fora do local, sob a promessa de não deixa-lo levantar da cadeira de rodas e trazê-lo de volta para alguns exames durante o meio da tarde.
— Os outros provavelmente estão surtando — Draco falou e o outro apenas concordou.
— Rony, Theo e Blaise provavelmente não conseguiram relaxar ou dormir até agora — Harry especulou, um tom preocupado em sua voz — Já Pansy, Terêncio, Luna e Neville provavelmente estão tão tensos quando eles, mas estão lidando melhor com isso.
Chegar ao salão comunal foi um desafio, a escola não era nem um pouco adaptada para qualquer um que não conseguisse subir ou descer escadas, então eles tiveram que usar o feitiço de levitação, muito cuidado, paciência e alguns quase acidentes para que Harry pudesse chegar até a sala comunal da Sonserina. Assim que eles entraram, a sala ficou completamente silenciosa e o clima ficou tão pesado que poderia ser cortado com uma faca.
O que quebrou essa tensão toda foi Rony se jogando nos braços de Harry enquanto chorava e falava palavras desconexas e impossíveis de se entender. O Potter foi pego de surpresa por um momento, mas logo se recompôs e abraçou o Weasley, tentando acalmá-lo. Logo os outros membros do grupo também estavam ali, todos ou segurando as lágrimas ou chorando abertamente. Normalmente mostrar tanta fragilidade na frente de toda a Sonserina não seria muito inteligente, mas os outros integrantes de casa também pareciam à beira das lágrimas.
Pela primeira vez, Harry realmente se deu conta de que aquelas pessoas haviam se apegado a ele, começado a se importar com ele. Se importar o suficiente para chorar de alívio que ele estava bem após um acidente.
— Graças a Merlin, você está bem... — Luna murmurou, se agarrando em um dos braços de Harry, o tom sonhador e desconexo tinha completamente desaparecido e os olhos dela estavam marejados com grossas lágrimas quentes.
— Eu estou bem — Ele falou, tentando reassegurar eles — Não se preocupem.
— Não faça algo assim de novo! — Terêncio exclamou, segurando as lágrimas — Um jogo de quadribol definitivamente não vale a sua vida! E se... e se...
— Nada aconteceu — Harry disse firmemente, seu tom não deixando nenhuma abertura para questionamentos e inseguranças — Eu estou aqui e estou bem, entenderam?
Eles assentiram fracamente e permitiram que Harry fosse até o seu lugar habitual do local. Rony, entretanto, sentou-se ao lado do Potter no sofá e se recusou a soltá-lo. Segundo o que Terêncio dissera, o Weasley estivera completamente incapaz de responder a praticamente qualquer tipo de estímulo desde o final da partida.
Harry não conseguiu impedir o pequeno sorriso que deu. Claro, Edgy sempre se importara com ele, mas, no fundo, ele sempre estivera um tanto quanto inseguro se aquilo tinha mais haver com o Potter ser tudo que o outro ainda tinha de sua vida antiga, o que não era verdade, ele tinha há consciência disso, mas ainda era um pensamento que lhe vinha de tempos e tempos e saber que aquelas pessoas ao redor dele estavam preocupadas com ele fazia com que ele se sentisse muito bem.
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N/A:
Estou aqui com mais um capítulo! Espero que tenham gostado e não se esqueçam de votar e comentar. Se tiverem qualquer pergunta para mim sobre a história ou algo como escrita, não tenham medo de perguntar!
Até o próximo capítulo.
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