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O Amplo Esquema das Coisas

O caçador de chuva, se preferir, pode ser o equivalente ao herói da Grécia Antiga; ao gladiador do Fórum Romano;
e/ou ao guerreiro highlander escocês.
Nascem predestinados a sê-lo.
Assim dizem os Sete...

(capa feita por @GlecioRamos)

Prólogo

6.016 ostracons
2 gigaciclos após o Marco Zero

Desde que me lembre, nunca pensei em ser outra coisa.

Mesmo na infância, que é quando efetivamente começa o treinamento, já me sentia pronto para a ação – cada parte de mim!

Por outro lado, sabia o que era esperado de nosso desempenho. Grandes expectativas vêm acompanhadas de responsabilidades pesadas. Para alguns de nós, isso provocava uma espécie de gangorra emocional - oscilando entre o excesso de cobranças e, também, de prazeres. Muitos sucumbem ao fascínio e à glória. E se descuidam... O que não é o meu caso. Sei muito bem o que fazer e o que não fazer. Por isso, sou o melhor.

Há quem me considere arrogante, insensível... Se me adoram, ou me odeiam, tanto faz... Comigo não tem meio termo. O fato é que, quando se está na berlinda, cara, você tem que pagar o preço!

O negócio é ficar frio; criar distância emocional; não deixar o ego inflar como um balão. Sabe, um pouco de perspectiva nunca é demais... Afinal de contas, temos a ocupação mais perigosa e prestigiada das três colônias, com poderes praticamente ilimitados. De quebra, vem a popularidade, a inveja, a cobiça... Popularidade acima de qualquer outra.

Somos a elite da elite.

Sem os caçadores, a humanidade não consegue fazer a tão necessária conexão entre o mundo subterrâneo e a superfície. Portanto, não sobrevive. Nós assumimos os riscos. Somos os aventureiros; os que enfrentam todos os perigos. Considerando o fato de termos uma perspectiva de vida breve, entenda que somos capazes de dar nosso sangue para localizar o bem mais precioso à vida.

A água.

***

À nossa ocupação, soma-se uma função secundária estratégica. Tão importante quanto localizar água, é garantir o seu transporte, que é feito pelos condutores. Nós os protegemos, eles e seus caminhões, caso contrário, a carga facilmente pode ser perdida para os perigos iminentes da superfície.

E há tantos perigos... Tempestades de areia, tempestades elétricas, zonas de calor e frio extremos, inundações e evaporações súbitas, capazes de "afogar" ou "defumar", respectivamente, qualquer entidade biológica em seu caminho... Sem falar nos selvagens, ou humanos associais - descendentes daqueles que, há muito tempo, decidiram arriscar a sorte na superfície para escapar da Ordem social e suas regras; preferindo viver em meio à radioatividade.

Quem ficou cara a cara com eles, e escapou para contar, diz que se tornaram criaturas deformadas por causa das mutações. Muito provavelmente decorrentes da exposição prolongada. Contudo, ao que parece, a mesma exposição lhes teria proporcionado uma vantagem genética sobre nós; algo a ver com agilidade, força e resistência.

Em condições normais, não seríamos páreo para eles. Por essa e outras razões, nós, os caçadores, somos treinados para lutar. Especializamo-nos nas mais diversas modalidades de luta e no manuseio de diferentes tipos de armas. Quando não temos armas, nós as criamos com o que estiver a mão.

Já os condutores... Coitados! Eles não sobreviveriam num combate corpo a corpo com os selvagens. São treinados apenas para lidar com toda a sorte de parafernálias - de medidores meteorológicos a sensores climáticos, de softwares para projeções gráficas a cálculos eólicos e gasosos... E para dirigir, é claro. São típicos geeks com mentes ágeis, mas que, na minha experiência, "congelam" diante do menor sinal de perigo. Assim, nós, os caçadores, somos seus guias e protetores.

Esse panorama não é algo com o que eu concorde, mas é assim que a Academia funciona.

Estou com 17, agora. Isso quer dizer que, aos 21, terei alcançado o auge da carreira e da minha existência. Como eu disse antes, a vida de um caçador é curta.

Tenho notícia de apenas um de nós que tenha sobrevivido para se aposentar: Major Domus - o maior caçador de todos os tempos. Seu passado é um mistério para todos. De onde veio e como ascendeu tão rapidamente são informações inacessíveis. Tudo que ouvimos é que, hoje, Domus lidera o Conselho dos Sete, e conseqüentemente, as três colônias.

Desde os primeiros desafios na Academia, procuro me espelhar em seu exemplo. Tenho me esforçado muito para alcançar o mesmo nível de desempenho. Sua pontuação ainda não foi superada, sequer aproximada... Claro que pretendo superá-la! Na verdade, estou bem perto disso.

De uns tempos para cá, por alguma razão que desconheço, Domus passou a manifestar especial interesse no meu treinamento. Algo que me intriga quase tanto quanto lisonjeia. Meus colegas da Academia cochicham por aí, em tom invejoso e maledicente, que estou sendo favorecido. Não é verdade! Minhas conquistas derivam única e exclusivamente do meu esforço pessoal e não da assistência de padrinhos poderosos.

Só para constar, nunca encontrei Major Domus pessoalmente. Entretanto, a cada etapa vencida, recebo mensagens de congratulações, acompanhadas de incentivos financeiros. Minha bolsa é a maior, dentre todos os ciclos.

Às vezes me pego pensando sobre o assunto, tentando entender se existe um motivo especial por trás do interesse dele em minha formação acadêmica. Teria Domus conhecido os meus pais?

Sei os seus nomes porque isso me foi informado. Às vezes acho que tive primos e irmãos, por causa dos flashes, mas não tenho certeza de nada. São mais sensações do que lembranças propriamente ditas. Os rostos da minha curta infância parecem sombras confusas ou borrões... E não consigo recordar de nenhum evento importante que tenha acontecido antes de ingressar na Academia. O meu passado permanece obscuro, como um poço que não consigo acessar, bem no meio da minha mente.

Não faço muita força pra isso, devo confessar. Estou focado no agora, e eventualmente, no futuro. A começar pela tão aguardada formatura. O momento em que pegarei minha moto e partirei para além dos portões de segurança. A vida que me espera como caçador é a única que me interessa. Talvez, por isso, meus instrutores me considerem extraordinário.

A opinião deles não conta muito. São apenas instrutores. Traduzindo: antigos candidatos que falharam em alguma etapa do treinamento e tiveram de resignar-se com o ensino. Cheguei à conclusão de que eu os desprezo. Eles tentam nos ensinar suas verdades e nos cobram resultados para os quais eles próprios fracassaram.

Alguns deles me consideram metido a besta. E eu, bem...

Eu sou o que sou.

Tradução:

PhD. E.Ribak

Categoria:
Diário Pessoal
Origem:
Arquipélago Juan Fernandez.
Exposição: Pavilhão E-C

***

01

O Amplo Esquema das Coisas

Como era o ser humano antes da civilização? Existem poucos registros sobre a pré-história. Sabe-se que existiram sociedades arcaicas, com algum tipo de tecnologia. E que elas desapareceram durante a sucessão de cataclismos que varreram a superfície do planeta. Também é sabido que, algum tempo após o Marco Zero (o período de caos indescritível, no qual a raça humana foi quase completamente extinta), passou-se a computar o tempo por meio de ciclos infra-terráqueos. Cada ciclo correspondendo ao conjunto de dez anos na contagem de como era feita pelas sociedades pré-históricas. Hor e hor-fractum passaram a fazer referência às horas e horas fracionadas; manes, aos dias; mensis e men-fractum, aos meses e anos fracionados; ano/ani – respectivamente, aos anos inteiros; e gigaciclos, aos milênios.

Segundos, minutos e semanas foram abolidos.

Da forma como a sociedade se estruturou focada na sobrevivência, precisão e detalhamento tornaram-se supérfluos no amplo esquema das coisas. As pessoas marcavam o tempo através de festividades, dos eventos e de sua relevância para a comunidade. Foi assim que a Formatura se tornou o acontecimento mais importante do ciclo infra-terráqueo e o mais aguardado pela comunidade de Perfecta, a colônia principal.

São três as colônias, incrustadas no interior das cavernas mais profundas do globo terrestre: Perfecta - a colônia dos perfeitos; Inhabilis - a colônia dos incapazes; e Contraveniens - a colônia dos transgressores. Cada uma delas com a finalidade de atender às demandas e regras, entre elas: comportamento; produção; natalidade e mortandade humana; segurança; utilidade social; e manutenção do status quo.

Ao emaranhado de cavernas, convencionou-se chamar de "Inframundo".

O Conselho dos Sete administra as colônias e determina, por ocasião do nascimento, aonde cada pessoa deve viver e servir. Não há turismo, passeios, êxodos, ou migrações por quaisquer motivos... Por conseguinte, não existem documentos identificadores como passaportes, carteiras, nem requerimentos de qualquer espécie. A burocracia tornou-se algo obsoleto e inviável por demandar custos e gastos indisponíveis ao processo dispendioso que a caracterizou no passado distante. O uso energético é empregado apenas aos processos essenciais.

Os Sete determinam o que é essencial ou não. Eles governam e policiam as colônias. As pessoas reconhecem e temem o seu poder. Não sabem viver de outra forma. Ninguém pode contrariá-los e sair impune. Eles são o começo e o fim de todas as coisas.

Mas... nem todos concordam que seja assim.

No grande esquema das coisas, a estrutura do inframundo está organizada em segmentos supervisionados por especialistas. Os engenheiros biossociais. Eles se subdividem em: 1) Os Sapiens, "aqueles que sabem", cientistas que estudam a dinâmica biológica conforme as conveniências do Conselho. 2) Os Censores, responsáveis por classificar os recém nascidos em relação a sua condição física, e reclassificar, se necessário, as populações das colônias. 3) Os Áugures - encarregados do plano conceitual, filosófico e da fé – são os que criam estratégias para incutir na mente das massas, ideais coerentes com o planejamento social pretendido; um equivalente do líder espiritual da pré-história.

Atentos aos sinais, recorrências, e anomalias, os Áugures determinam e decodificam os "presságios". Estes vencem, em termos de argumento, quaisquer decisões científicas dos Sapiens.

O inexplicável é sempre mais atraente como justificativa para a política humana.

***

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