‹⟨ Episódio 11 ⟩›
POV BRUCE
Minha pálpebra se abre, com a luz de uma lâmpada ardendo minha visão. Cada músculo meu dói, meus olhos estão pesados e dormentes, sinto o gosto metálico presente entre meus lábios e toda minha boca.
—Bruce... Não se mexa, por favor—escuto a voz de Alfred.
Direciono o olhar para Alfred. Consigo abrir somente um olho, o outro, sinto que está inchado como quase todo meu rosto. Levanto a cabeça para olhar o estrago que meu corpo está, sou coberto apenas na cintura, com uma toalha branca de enfermaria.
—por favor, patrão—começa sua fala. Meu amigo está com pinças e agulha para dar pontos, suas mangas estão arregaçadas e usa luvas brancas—fique onde está. O senhor está praticamente costurado como um trapo—apenas resmungo enquanto me sento em sua frente, na maca—perdoe-me, não quis ser áspero. Mas você tem que tomar cuidado—não respondo nada—ahhh...—suspira. Ele se move para sentar ao meu lado—Patrão... Bruce, hoje eu fiz o que mais eu temia, tive que costurar seu corpo decadente. Tenho medo, de perder você também—deixo meu olhar para o chão, mas sinto o de Alfred sobre mim—já tivemos muitas brigas por isso, pelo meu medo de um dia você sair com aquele capuz e nunca mais voltar. É impossível que eu não sinta isso... Meu coração dói...—respira fundo—mas nem por isso, vou abandona-lo. Vou estar com você, até o fim da minha vida... Vamos cair juntos, mas vamos nos erguer juntos—ponho minha mão com pontos sobre o seu ombro.
—obrigado, Alfred—digo em sussurro cansado, até mesmo minhas cordas vocais doem quando falo.
Me levanto da maca pegando um roupão que logo visto. Tremo ao vesti-lo. Minha respiração pesa, enquanto encaro o nada. Começo a andar, indo na direção da escuridão da caverna.
—onde o senhor vai?—ouço.
—me encontrar—é o que respondo, antes de adentrar a escuridão mais profunda da caverna.
Caminho chegando nas profundezas da caverna, apenas os barulhos de pingos d'água ecoam por tudo... Caiu de joelhos no chão, com pingos de sangue caindo de mim. Fico de cabeça baixa, respirando fundo, com as mãos entrando em contato com as rochas. Ouço o bater de asas e um barulho que reconheço... Direciono o olhar para cima, o vendo bater as asas.
Ele pousa em uma das rochas e me encara, me observando, olhando a minha alma. Vejo os olhos profundos do morcego... Seus gritos e barulhos são emitidos. Fecho meus olhos, ainda de joelho, respirando fundo...
Fico com a mão sobre meu traje formal e preto, em frente a foto deles no meio de seus caixões. Deixo meus olhos fechados enquanto a dor toma meu coração, a dor que parece não ter fim.
Me aproximo do caixão aberto de meu pai no meu lado esquerdo, o olho. Ele parece dormir e que logo irá acordar, mas eu sei que não será assim.
De repente, sua mão pousa sobre a minha. Meus olhos se arregalam enquanto sinto o contato. Minha boca se abre mas não emite nenhum som, apenas a respiração.
Direciono o olhar para dentro do caixão, para ver... E o que vejo... É o morcego... Um monstro... Eu mesmo... Seus olhos brancos e profundos me encaram, com seu símbolo se destacando no peito... Uma escuridão sem fim...
—eu sei que é você...—digo com a voz firme e grave. Seu grito é o que recebo como resposta—eu ainda não terminei—mais um grito—e você não terminou comigo—suas asas se batem. Seus olhos brilhantes em meio a escuridão se acendem, junto de sua boca flamejante—você nunca termina comigo.
Ele voa pelo ar, batendo suas asas e seus olhos me engolem. Vejo ele se aproximar, gritando de boca aberta. Suas asas, são tão grandes, que me cobrem totalmente.
Me sento na cadeira, apenas de calça com o peito ainda enfaixado. Começo a dar clicks no teclado do grande computador da minha caverna. Tenho que pôr em dia esse tempo que fiquei me recuperando.
—o senhor tem certeza de que está bem para voltar a suas festas durante a noite?—Alfred se aproxima atrás de mim.
—sim. Estou ótimo—continuo concentrado na tela do meu equipamento—graças a tentativa de assassinato à Bruce Wayne, a cidade acha que morri. Vamos deixar assim por enquanto, até a hora certa. Graças a isso, vou poder me concentrar como Batman agora.
—eu vou preparar os antibióticos e equipamentos cirúrgicos para caso o senhor abuse nessas noitadas—apenas solto um sorriso—por onde o senhor vai começar?
—tem uma coisa que chamou minha atenção—digito nas teclas, colocando a imagem de um vulto preto, pendurado por alguma espécie de corda e com características de gato—essa figura tem assaltado joalherias e locais que possuem grandes objetos brilhantes de valor. Como o diamante roubado do museu. Os relatos indicam que é aleguem com vestido de gato. Te lembra de algo?—viro o olhar por cima do ombro.
—ah, sim. Nossa cara gatuna ladrona—apenas balanço a cabeça—espero que seja páreo.
—páreo para mim, Alfred—viro minha face com um sorriso.
—na verdade o contrário, senhor—ele solta um sorriso de canto. Viro novamente minha atenção para o computador.
—agora à noite vai haver um transporte de jóias raras encomendas do continente Africano. Vão levá-las para a joalheria Phill. É um ótimo alvo para ela—digo mostrando imagens dos caminhões do transporte—hora de vestir o traje—me levanto indo para as escadas e descendo, chegando no meu traje—Selina Kyel conheceu Bruce Wayne dias atrás, mas o Batman, a conhece de outros rodeios.
Com a leitura da minha mão, a porta abre revelando minha vestimenta. A encaro por um momento, antes de pegá-la para vestir.
POV NARRADOR
A noite já se faz presente e no alto dos prédios, está Selina que espera a espreita o caminhão de transporte das jóias começar sua rota.
O veículo começa a se movimentar, seguindo rua adentro. Selina solta um sorriso e começa a usar seu chicote para se locomover nas alturas. Ela pousa em cima da carroceria do veículo, usando suas garras para não cair. O motorista e seu acompanhante não escutam, pois estão ocupados demais ouvindo música no rádio.
Com suas garras, Selina começa a abrir uma entrada no metal. Sua cabeça se levanta e acaba vendo a sombra de um morcego, vindo na sua direção. Ela abaixa seu tronco desviando do golpe, o Batman pousa em cima do veículo e firma suas pernas, para se equilibrar. A mulher se vira com um sorriso de satisfação, mostrando os dentes.
—miau... Já estava ficando decepcionada por não termos um encontro—se abaixa, se prendendo com as garras no metal.
—faz bastante tempo, Selina—diz ao vê-la.
—sentiu saudades da sua Mulher Gato?—responde com uma pergunta.
—nenhum pouco.
A mulher sorri e então lança seu chicote num prédio, sendo puxada por ele. O Batman usa seu arpel pulando no mesmo prédio, enquanto os dois começam a correr, iniciando uma perseguição.
Eles pulam de prédio em prédio, com suas sombras aparecendo em frente a lua. De repente, uma chuva começa a cair, molhando seus trajes. Selina se lança para outro prédio e o Batman para. A distância entre os dois locais é grande, muito grande. O morcego encara a mulher e ela debocha, fingindo estar com sono. Os olhos do detetive serram e ele se prepara para pular. Dando passos para trás, ele corre se lançando para o outro local. Seu corpo rola pelo concreto, parando nos pés de Selina. Levanta a cabeça, a olhando. Ela saí em disparada e o Batman volta a segui-la.
A mulher pula para outro prédio, rolando pelo chão. Quando se levanta ela é surpreendida pelo Batman, que cai de pé na sua frente, com os ombros cobertos pela sua capa e semblante sério. A mulher sorri ficando em frente ao homem grande e forte.
—não pode fugir de mim—diz o morcego.
—quem disse que estou tentando fugir?—ela da passos leves e calmos, se aproximando do homem alto—eu só estou...—ela pousa sua mão sobre o seu peito másculo, vai descendo, ao chegar na lateral do corpo do detetive, analisando. Batman mantém o olhar sobre o rosto dela, com seus olhos se encontrando, concentrados um no outro—testando você—ela grava suas garras na lateral do corpo dele, acertando um ponto fraco no traje.
—aaarrrghh!—em reposta, o Batman acerta um soco na mulher, a lançando para trás quando ela da um mortal, se pondo de pé em posição de batalha. Batman passa a mão no seu ferimento, vendo o sangue manchar sua luva—sempre o mesmo teatro.
—olha só quem fala.
Com os braços abertos dando passos para trás, na ponta do prédio, a mulher se lança caindo de costas. O Batman corre se lançando, perseguindo ela no ar. Ao se aproximar, eles começam a trocar golpes enquanto caem. Diversas vezes ela tenta feri-lo com suas garras e chutes. O Batman é rápido em se defender, e a chuta com os dois pé, lançando os dois para longe. Eles caem em cima de um prédio em construção e se encaram.
Sem perder tempo, se levantam correndo, pulando de estrutura em estrutura. A perseguição segue pelas vigas de ferro. A Mulher Gato se pendura em uma das vigas, dando uma volta mortal indo por trás do Batman, o chutando para longe. O morcego caí mas com o braço, se agarra em uma das vigas, ficando de pé em seguida, ele arremessa um de seus bumerangues mas a mulher desvia e continua a correr.
Eles seguem pelos prédios, se aproximando da ponte do trem, onde ao longe, o veículo se encaminha. Selina olha para trás rindo praticamente da dele. Com essa falta de atenção dela, o morcego lança seu arpel em suas pernas, a desequilibrando. Antes que ela caia, o Batman é rápido em se aproximar da mulher, agarrando sua cintura. Selina se surpreende, mas logo, um sorriso fino em seus lábios graciosos surge.
—hmmm... Que pegada...—diz em tom sedutor e calmo.
—você vem comigo—diz o homem sério.
A mulher pousa suas mãos nos ombros firmes do que está a sua frente, ela sente a fibra dos músculos dos braços que a agarram firmemente.
—falando desse jeito... Você vai me prender? Com suas bat-algemas?—solta uma leve rizada.
—tem um lugar especial esperando por você, pode apostar.
—não mexa com a minha curiosidade—o barulho do trem chega aos seus ouvidos conforme o veículo se aproxima.
—irá sacia-la, conte com isso.
—nhééé... Gosto de mistérios.
Ela se lança para trás, chutando o homem. O corpo da mulher da um mortal para trás, caindo em cima do trem veloz que se vai pelos trilhos, sendo impossível de acompanhar no momento. Ao longe, ela manda apenas um beijo e um aceno para o homem que ficou para trás.
Batman deixa sua capa cobrir seus ombros e serra os olhos, enquanto observa a mulher ficando cada vez mais distante, sumindo junto do trem em meio aos prédios.
—hum.
[...]
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