Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

INTERIORIZAÇÃO

O ódio ao humano era grande demais. Apesar de estar livre por hora, ele ainda precisava dividir o corpo com aquele garoto. Ele era forte. Tinha conseguido se sobrepor durante a lua cheia e também tinha conseguido lutar bravamente por causa da carne humana. Ele merecia algum crédito pela audácia e pela força.

Enquanto pensava nisso, a cabeça do Lobisomem doeu, e a consciência humana voltou a latejar. Não iria adiantar lutar de novo, ele precisava se entender com o humano, ou destruir sua alma o suficiente para prendê-lo, era hora de fazer alguma coisa.

O Lobisomem então se dirigiu para dentro da mata, encontrou uma pequena caverna debaixo de um amontoado de pedras rodeado por árvores baixas e um tronco caído. Sentou-se sobre as patas traseiras, respirou fundo, inspirou o aroma da terra molhada e do tronco morto que estava ali ao lado. Fechou os olhos e o corpo inteiro relaxou. Deitou-se e entrou em um sono profundo.

Nolan acordou. Mas não onde, e nem como esperava. Estava deitado em um chão frio e duro. Em um local escuro, quase como se estivesse à deriva no espaço, mas sem nenhuma estrela ou corpo de luz para guiá-lo. Sentou-se naquele vácuo e respirou fundo. Um cheiro de cachorro molhado tomou conta de tudo e veio em sua direção.

Então ele sentiu um vento forte e quente passar por suas costas. Virou-se rápido.

Nada.

Mais uma vez aquela sensação, dessa vez, no seu lado direito, e depois, no esquerdo.

Uma pontada de medo cresceu dentro dele e aumentou mais ainda quando ouviu um rosnado baixo, e se deparou com um enorme par de olhos vermelhos brilhando ao seu lado.

Virou o rosto lentamente para a direção dos mesmos, e quando terminou de girar o corpo, uma enorme boca cheia de dentes pontiagudos se jogou em sua direção.

Acordou mais uma vez. Dessa vez ofegante e trêmulo. O rosnado estava presente mais uma vez. Fechou os olhos e esperou a boca atacá-lo de novo. Dessa vez nada. Continuou sentado no chão. Procurando por todos os lados algum indício de onde estava o que o atacara. Pensou um pouco e concluiu que era o Lobisomem. Mas como?

- O que é que tá acontecendo aqui? – Nolan gritou a plenos pulmões para a escuridão – O que você tá fazendo? Onde diabos eu tô?!

O rosnado aumentou, e o som de algo pesado, trotando como um cavalo ao redor dele o fez suar frio. Até que uma enorme mão negra e peluda terminada em longas garras desceu sobre sua canela, cravou as enormes garras na carne, quase atravessando o membro, e o arrastou mais fundo naquela escuridão interminável. Tentou chutar, gritou, esperneou. nada fez diferença, aquela mão ainda o arrastava para o desconhecido e o machucava. Agora não via mais nada, somente sentia a dor na garganta de tanto gritar, e na perna sendo lacerada pelas garras violentas.

De repente, parou de ser arrastado, olhou para a canela dolorida e as garras ainda estavam cravadas. Somente conseguia enxergar um palmo de distância.

Sentiu um bafo quente vindo em direção ao seu rosto. Quando olhou para cima, o longo focinho do Lobisomem começou a se aproximar lentamente. Em silêncio, esperou ele se aproximar o tanto quanto quis. Em um segundo, metade do Lobisomem parecia ter saído de uma parede escura, e estava olhando diretamente nos olhos de Nolan.

A enorme figura era alta, estava acima de sua cabeça, fazendo uma espécie de conexão através dos olhos. Nolan ficou hipnotizado pelo vermelho brilhante que irradiava do animal e foi acordado do transe quando o Lobisomem abriu a boca e urrou. Um urro tão alto, longo e forte que parecia ter destruído o corpo inteiro de Nolan. Pingos de saliva voavam sobre seu rosto, junto com um cheiro de carne podre que vinha da boca do predador.

A pressão e a dor na canela cessaram. O enorme animal se aproximou mais um pouco até ficar com o focinho ao lado da orelha de Nolan e começou a emitir um ganido baixo e grosso, que aos poucos foi tomando forma até ser totalmente compreensível:

- Você realmente vai precisar aprender a conviver comigo agora...

Nolan ficou gelado, moveu o olhar até encontrar novamente os olhos do Lobisomem e respondeu:

- Co-como assim? Você fala mesmo?

- Claro que sim. Você tem acesso as minhas habilidades, e eu consequentemente tenho acesso às suas, principalmente à fala e à inteligência. E ainda temos essa salinha no nosso subconsciente para tentar acertar as contas, já que eu vou precisar dar um jeito em você...

- Como assim "dar um jeito em mim"? Você matou três pessoas inocentes. Inclusive uma criança, meu deus!

-Eu não matei sozinho, você e eu somos um só desde que você foi mordido. Quer dizer, deveríamos ser. Você está levando as coisas de um jeito errado, uma hora um de nós vai ter que se sobrepor ao outro pelo controle, e isso não vai ser nada bom pra você.

- Mas eu não fazia ideia do que tava acontecendo. Eu tinha simplesmente apagado depois da transformação.

- Você apagou porque quis fugir. Desde sempre no controle... me deixou definhar de fome! uma hora eu teria que comer, senão, você iria virar um cadáver ambulante. Querendo ou não, nós dois somos um só, ou deveríamos ser, como eu já disse, só que você não contribui muito pra que isso se concretize.

- MAS EU NÃO QUERO SER UM SÓ COM VOCÊ! – Nolan se levantou gritando, fazendo com que o enorme Lobisomem desse um passo para trás, meio hesitante – Cara, você matou uma criança e comeu os parentes dele... na frente dele! Por que?!

- Olha aqui garoto! – o Lobisomem se levantou, a enorme sombra negra se destacando daquela escuridão onde estavam, se pondo acima de Nolan – A culpa é totalmente sua! – ele "falou", como tom de voz grave e pesado, empurrando Nolan com a pata direita.

Nolan caiu no chão com os olhos cheios de lágrimas.

- Pra começo de conversa, você me manteve preso por anos, eu não sei como, mas você conseguiu impedir que eu me alimentasse por muito tempo e me deixou definhar de fome!

- Eu nunca quis ser um maldito lobisomem! Seu maldito! Que inferno!

O Lobisomem ficou com raiva. Saltou para cima de Nolan. Cravou os dentes no pescoço dele. Sangue jorrou para todos os lados. Com as patas, o segurou pelos ombros, ficou em pé, chacoalhou o corpo dele e o lançou longe. Nolan caiu no chão duro, sangrando e sentindo dores pelo corpo todo pensando, sem ter a mínima ideia de como aquilo era possível.

O Lobisomem reapareceu. Sentou-se nas patas traseiras ao lado dele e ficou o encarando.

- Antes que você pergunte qualquer coisa, sim, eu te machuquei... quase "fisicamente", se preferir pensar assim. – disse ele fazendo o sinal de aspas com os longos dedos. – A questão é: você me conteve por muito tempo. Poderíamos ter trabalhado juntos, caçado um animal silvestre, matado álbum bandido em alguma cidade, ou sei lá, mas não, você preferiu me trancar e me deixar enfraquecer. No momento que eu senti o cheiro daquelas pessoas, foi uma ação de desespero pela vida, eu precisava comer, e cinco anos sem uma refeição verdadeira, acabaram me deixando meio descontrolado. Desculpa.

- DESCULPA?! Como você quer me pedir desculpas, seu animal!? Você me fez matar aquelas pess... – Uma patada no rosto impediu que ele terminasse de falar. Quando se deu conta, o Lobisomem estava mais uma vez sobre ele, babando de ódio, olhando profundamente em seus olhos.

- Eu já disse! Você vai ter que aprender a viver comigo, ou um de nós vai acabar, digamos assim, morrendo. – O animal falou isso, saiu de cima de Nolan e sentou-se de costas para ele – Um vai se sobrepor ao outro. Você tem a inteligência humana ao seu lado, mas eu tenho os instintos... e eu te garanto que eles são muito mais fortes. Então, você vai ter que superar isso tudo, entender que foi culpa sua, foi você quem me reprimiu e quase me deixou morrer de fome. Eu sei que eu os matei e fui extremamente cruel, sim. Foi bom? Claro que sim, mas um Lobisomem sem a parte humana não é nada mais do que uma Besta com sede de sangue, então a escolha é sua.

Terminando de falar, o Lobisomem ficou em pé, se dirigiu para a escuridão, olhou uma última vez para Nolan. A sensação era estranha, ao mesmo tempo que Nolan via o animal em sua frente, ele conseguia ver a si mesmo através dos olhos da fera. Por fim, o Lobisomem disse:

- Te dou um tempo para pensar. Fica na floresta, corre pra onde a gente se transforma, fuma um cigarro, a gente guardou no saco antes de eu te arrastar pra onde eu matei eles. E te acalma.

- Ei, uma última pergunta! – Nolan gritou. Quase não acreditou que estava esquecendo aquilo. – Como é que você se transformou sem a lua cheia? Sempre conseguiu fazer isso?

A pergunta parecia ter arrepiado as costas do animal. Ele parou, fitou Nolan e abriu o que parecia um sorriso totalmente cruel através dos enormes lábios negros expondo os caninos, e sussurrou baixinho:

- É a carne humana... no momento em que eu senti o cheiro, sabia que precisava dela pra me salvar. Aparentemente, isso me liberta pra que eu possa me transformar sempre que eu quiser.

- Mas isso não faz sentido nenhum!

- Isso não posso te afirmar. Mas antes disso tudo, eu não tinha força suficiente pra dominar você fora da lua cheia, que ainda era minha ancora com o exterior. Mas comer pela primeira vez... Isso me deu poder, e também te dá certo poder, já que te dá liberdade pra usar algumas habilidades da metamorfose... E isso ainda não é nada. Eu já sinto um poder... uma força muito maior, aqui, dentro da gente! Então, pensa bem. – Dito isso, o Lobisomem correu para além da parede escura daquele ambiente e sumiu já no primeiro passo. Nolan se pegou apavorado e sem rumo depois daquilo, e então, desmaiou.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro