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XVI

Com o fim da guerra na Europa, Ettore previu que precisaria fugir. Seu tempo de serviço ao Duce lavaram sua cabeça à prêmio. Soube disso quando o ditador foi morto pela Resistência italiana. Começou a fugir para todo o lugar da Itália. Mas um chamado importante do tio o fez parar.   

"Quero que leia esta carta", disse o homem brusco antes de Ettore o questionar sobre ela não estar no hospital com Angeline. 

"É da minha mãe?!", ele entristeceu-se.

"Ela ditou-me, em partes, dias antes de..." Ele respirou fundo, hesitando em olhar no olho do outro. "... antes de morrer. Ela queria esperar para te falar tudo isso, mas acho que previu que não conseguiria."

A culpa que não veio no atentado de anos atrás chegou no filho. Não lhe foi entregue somente uma ameaça de ser preso a qualquer momento, mas também uma angústia. O amargo que ele engolia e que descia de seus olhos. Um mal gosto que ele tentava tirar de si.

Nada valeu a pena. As fitas nas bocas, as milhões de mortes, perseguições, promessas... Tudo em nome da revolução... Isso já tinha acabado para ele quando a guerra mais sangrenta da história começou, mas consolidou-se somente naquele momento. Quando viu seu erro. Quando sentiu na pele a dor de muitos outros. Quando decidiu entregar-se para a polícia.

Com a primeira carta da mãe no bolso, começou a ler sua última.

*

"Palermo, 15 de maio de 1945.

Agora vejo o quão orgulhosa fui ao querer lembrar-me sozinha. Vejo o quanto desperdicei meu curto tempo, como se meu passado fosse um jogo que eu precisasse concluir. Como se minha pequena Lily, morta sufocada nos meus braços, fosse parte de meu enigma. Como se meus pais, ah meus pais!... Como se eles fossem uma peça sem vida de um quebra-cabeça. Mas meu cérebro, após grande tempo de repouso neste quarto branco, deu-me de bandeja partes inteiras de minha história. Cabeça tola como a dona! Por quê só agora, cabeça tola?... Enfim. Vou te contar-vos o que lembro-me, até como forma de registro.

Meus pais, de Roma, formavam um belo casal. Deste belo casal, eu surgi pouco depois deste que digita. Meu pai era professor, e, acho que desde meus 5 anos me ensinou a tocar piano. Minha mãe era costureira, e desde meus 12, ou 13 anos ela deu-me instruções de como fazer meias, gorros... Depois da escola, num dia, agora me lembro bem, meu pai disse-me que fora demitido de onde dava aulas, e que ele decidira com minha mãe fundar uma lojinha de roupas. Eu devia ter uns 16 anos na época. Ele me pediram para ajudar na loja, e eu não pude recusar. Meu irmão, Franco, já estava no trabalhando para o exército na época, então vivia fora. Não tínhamos muito dinheiro, então não podíamos contratar uma funcionária. Sobrou para eu largar minhas aulas de piano com meu pai ajudar mais minha mãe a costurar, enquanto meu pai cuidava de todo o resto. Quando contratamos a primeira vendedora, tivemos que demitir a coitada depois de meses. mas logo ela foi readmitida, pois viramos, em torno de um ano, uma marca nacional. Antes da guerra, a economia estava vibrante, o que facilitou. Quando montamos a primeira loja internacional, em Lisboa, foi que minha vida começou a transforma-se de vez. Já que, depois da minha formatura da escola, eu conseguira tempo, foquei mais nas aulas de piano. E, quando completei 19 anos, meus pais me deixaram responsável pela loja em Portugal. Morando lá, eu ensinava crianças carentes conceitos do piano e da música clássica, aprendia uma nova língua, conhecia pessoas... Foi aí que me apaixonei. Martin foi meu primeiro e único namorado. Martin Vaz. O homem com qual me casei e tive meus filhos. Pena que meus pais morreram pouco antes de meu casamento. Na época, eles tinham funcionários suficientes para ficar longe da loja. Então, viajavam bastante, para pesquisar novas tendências da moda, estratégias de vendas e novas experiências. Em uma dessas viagens de navio, no auge da guerra, quando voltavam dos Estados Unidos, tiveram seu transporte afundado por bombardeios alemães. O navio se chamava Lusitânia. Eu lembro-me de estar em Paris com Martin, prestes, inclusive, a embarcar num navio, quando recebi a notícia.

Em meio à guerra, me vi forçada a vender as lojas, que já eram umas 5 por toda a Europa, se não me engano. Comprei um casebre em Palermo... Como eu já falei, tive dois filhos. Ettore foi meu maior presente de Deus... Lily, meu pequeno grande milagre... Quando Martin foi convocado para a guerra, Ettore tinha 4 anos, enquanto que a pequena tinha 2. O meu bondoso e belo rapazinho era saudável até demais, mas pequena não teve o mesmo destino. Ela nasceu com um problema respiratória grave, e foi um verdadeiro milagre ela ter sobrevivido por tanto tempo. Tanto tempo, mas queria que ela ainda estivesse aqui... Que me abraçasse... Eu a veria crescer... Lhe daria conselhos... Continuaria a escovar seus cabelos... Continuaria a costurar roupas para ela... A veria se formar e tornar-se uma moça respeitável... Ettore foi um presente que eu aceitei de muito bom grado, e que continuo achando isso em meu leito que deve ser meu último. Ele tentou emular numa moça bonita minha pequena Lily... Espero que ele arrependa-se verdadeiramente de sua culpa. Não quero passar a mão em sua cabeça e exaurir o que ele sentirá com minha partida. Mas, como mãe, arrependo-me de ter aceitado seguir os caminhos de Mussolini e o influenciado... O atentado contra mim dos inimigos do ditador. Este matou-me. Não sei se ele está vivo ainda, mas não espero arrependimento de sua parte. Ele já se acostumou a matar... Não só fisicamente.

A morte de Martin era esperada, infelizmente. Eu rezava, torcendo por outro milagre, mas não ocorreu. São coisas da vida. Ele me mandou tantos presentes! Tanta coisa que eu jamais imaginaria que pudesse ser enviada durante uma guerra. Uma cadeira de balanço inglesa. Um vestido branco belíssimo. Um jogo de talheres de prata. Um máquina de escrever... Ele foi um homem muito generoso e tentou ao máximo estar presente nos anos em que foi pai... Espero que ele esteja aproveitando o tempo infinito que tem para estar com Lily...

Meu irmão, ao meu lado, neste quarto branco, me pede desculpas por ter me influenciado a aceitar, em meio à crise do pós guerra, a ir no discurso do assassino, em outubro de 1922. Nada tinha sobrado para continuar a caridade ao pobrezinhos... Tão magrinhas e doentes eram aquelas crianças durante a guerra... Tantos mendigos se formaram... Coitados... Eu senti na pele deles, e acabei aceitando o que seria a retomada da economia e da prosperidade.

Quando meu pequeno grande milagre acabou sufocada nos meus braços, aos 12 anos, meus olhos começaram a abrir para a farsa que o assassino armou. Infelizmente, fui a única a enxergar aquilo. Mesmo com o arrependimento já óbvio para mim anos antes do início da guerra, eles fizeram o táxi em que eu estava capotar. Lembrei-me que o taxista continua vivo. Que bom. Espero que ele tenha uma vida longa.

Não me lembro de nada depois de eu ficar anos surda, muda, quase cega e imobilizada em uma cama. Deve ter sido meu tempo de coma.

Ah! Não posso me dar o direito de não falar dos gêmeos nesta carta que já tornou-se longa. Giovanni e Tomé... Não sei bem a origem deles, mas gostaria de abracá-los pela primeira e última vez. Sinto um carinho por eles. Fazem-me lembrar dos garotos de roupas desfiadas e desbotadas que eu ensinava a tocar piano nos anos que antecederam o atentado. De quando eu não terminei de fazer um gorro infantil. E de quando meus pais ainda viviam...

Fica aqui o registro de Angeline Dellatorre Vaz, uma mulher que sempre amou o sorriso do mundo. Uma mulher que descansará em paz, com a memória viva e ativa nesta carta.

de Angeline Dellatorre Vaz

para todos os Dellatorre Vaz".

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