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XII - Preparativos

O porão estava repleto de poeira e teias de aranha. Há anos Theodore não entrava ali e foi preciso acender uma vela e colocá-la num castiçal para que pudesse enxergar alguma coisa naquele cômodo escuro e malcuidado. Espirrou diversas vezes conforme andava entre os móveis cobertos com lençóis e tocava em objetos antigos, cheios de memórias e pó.

Num canto viu alguns quadros pintados a mão a pedido da mãe. Ao lado deles, telas em branco que seriam dadas ao pintor da família se ela estivesse viva ainda. Ela adorava paisagens campestres, Theo lembrou com um aperto no coração.

Tossiu e neste momento viu uma caixa abarrotada de papéis embaixo de uma cadeira velha. Com curiosidade, aproximou-se, mas um barulho alto de passos impediu-o de olhar o conteúdo da caixa. Virou-se e deu de cara com a Sra. Denvers.

Os olhos da empregada estavam arregalados e percorreram o cômodo com nervosismo, detiveram-se na caixa misteriosa e, respirando fundo enquanto tocava nervosamente a barra do avental, ela disse:

━Este não é um lugar decente para o senhor estar. Nós, os criados, ficaremos felizes em ajudá-lo se precisar pegar algum objeto daqui, senhor, mas não suje suas mãos e roupas.

O tom de voz dela estava um pouco alto, como se temesse que o Conde fosse iniciar uma discussão. Mas Theodore apenas assentiu com a cabeça. Olhou novamente para a caixa e, antes de sair, perguntou:

━Sabe o que há naquela caixa?

━São documentos da propriedade, senhor. E dos negócios do seu pai. Acredito não valerem mais nada. Não exigem o seu interesse.

Ela deu um sorriso fraco e forçado. Theo franziu o cenho, mas resolveu não insistir. Havia sido a Sra. Denvers quem havia tomado conta de reunir e guardar vários papéis e objetos após a morte do pai e não havia sentido duvidar dela.

━Obrigado, sra. Denvers. Vou até o escritório trabalhar.

━O alfaiate o visitará hoje mais tarde, senhor, para tirar suas medidas e confeccionar o traje para o Baile de Inverno.

Theodore havia esquecido. Assentiu, deixou o castiçal no chão e rapidamente saiu daquele cômodo sombrio com mais um espirro. 

Havia dado a maioria das telas em branco para Gregory levar e estava ansioso para a próxima aula de desenho com o loiro, mas sabia que esta aconteceria somente após o baile. Até lá, resta-lhe esperar e torcer para o tempo passar mais rapidamente. Enquanto isso, se perderia nas páginas de um livro qualquer desejando esquecer e, ao mesmo tempo, concretizar, a atração que surgia pelo filho mais velho dos Lynch.

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O convite chegou para a Sra. Lavender Collins numa tarde quente na qual nem mesmo os leques davam conta de refrescá-la. Rose correu para perto da mãe, que praticamente deu pulos de alegria ao anunciar:

━O Rei acaba de nos convidar para o Baile de Inverno!

Os olhos de Lavender arregalaram-se e correu para tocar o convite. Nem precisaria ler, pois ele teria o selo real e qual outra razão teria o Rei para falar com uma família de classe baixa como os Collins?

━E o que é isto aqui? Rose tocou uma outra carta que estava embaixo da correspondência real.

Nela, havia o selo da família Pesley. Lavender sentiu o rosto esquentar e o coração acelerar. A mãe abriu a outra correspondência e, lendo as primeiras palavras, encarou a filha mais nova com orgulho e os olhos cheios de lágrimas.

━O Conde quer que seja a acompanhante dele para o Baile. Duas notícias maravilhosas!

━Lavender! Rose deu um gritinho e abraçou a irmã.

Lavender retirou a carta das mãos da mãe e precisou ler para acreditar. Boquiaberta e feliz, deu um giro na sala pequena acompanhada por Rose, que abraçou-a pela cintura.

━Finalmente seremos ricas, a irmã mais velha disse.

━Isso não é um convite de casamento, Rose, Lavender retrucou com um riso.

A palavra casamento parecia tão boba! E sua realidade estava ainda mais longe para Lavender, que não desejava aquilo com tanto afinco quanto a irmã. Era uma maneira de tornar-se mais livre na sociedade, mas não sabia se estava disposta a casar-se com um desconhecido para tal. Se bem que o Conde não era um desconhecido...

━É assim que o cortejo das damas se inicia, Lavender, a mãe disse. Precisamos de um vestido, o mais bonito de todos.

━E como vamos pagar, mamãe?

━Eu lidarei com isso.

━Ela terá um vestido bonito, mas e eu? Rose resmungou.

━Você poderá comprar um vestido novo que não extrapole o nosso orçamento.

━O nosso orçamento é sempre minúsculo! Rose bufou.

━Ei, é só um baile, Lavender tentou acalmar a irmã, que revirou os olhos e deu de ombros.

━Contanto que você se case com um Conde e nos deixe morar num castelo eu não farei uma cena, ela deu um sorriso largo.

━E você, Rose, recebeu algum convite? A mãe perguntou.

━Por enquanto não.

Naquele momento a empregada entrou pela porta com as mãos atrás das costas e, sem jeito por ver as três tão alegres, anunciou:

━Os senhores Gregory e Gavin Lynch estão aqui para ver as senhoras Rose e Lavender.

As sobrancelhas da mãe das meninas ficou tão arqueada que ambas se encolheram.

━Mande-os entrar, Júlia. Esperaremos aqui e, quando entrarem, faça um chá com biscoitos para nós.

━ Sim, senhora.

Júlia saiu e as irmãs se entreolharam. Não era incomum que Gregory fosse ali, mas Gavin? Gavin nunca ia até a residência dos Collins. Era de conhecimento geral que o filho mais velho dos Lynch andava sempre com o nariz empinado e, portanto, olhar para classes mais baixas estava abaixo dos padrões dele.

Quando ambos entraram, dois contrastes ambulantes, Lavender compreendeu mais uma vez o falatório acerca da paternidade de Gregory. Eles não eram nada parecidos, até mesmo de personalidade eram opostos.

━Sra. Collins, boa tarde, Gavin curvou-se e beijou a mão da matriarca da família.

Gregory contentou-se em dar um sorriso charmoso e também curvar-se. A matriarca o conhecia de longas datas e o tratava como se fosse da família.

━A que devemos a honra de ter os dois irmãos Collins aqui hoje?

Lavender encarou o melhor amigo tentando decifrar a razão por trás daquela visita. Queria perguntar sobre as novidades, sobre Theodore, mas não havia como ali, com tanta gente.

━Vim convidar a Srta. Rose para me acompanhar ao Baile de Inverno, Gavin disse com um sorriso forte.

A mãe das meninas arregalou os olhos e olhou para a filha, que parecia tão chocada quanto a mãe, mas sem hesitação nenhuma, disse:

━Eu aceito.

A mãe rangeu os dentes. A filha precisava aprender mais sobre decoro e sobre ser fácil.

━Ótimo! Venho buscá-la à noite na minha carruagem.

Então todos olharam para Gregory, que coçou a cabeça, fez uma careta e perguntou:

━Lavender gostaria de me acompanhar ao baile?

A mãe sorriu e, com orgulho, pôs uma mão no ombro da filha e contou a novidade:

━Ela recebeu um convide do Conde Pesley, Gregory. Irrecusável, espero que entenda.

Gregory piscou, primeiro de choque, depois pareceu irritado e franziu o cenho, mas logo recuperou-se e suavizou o rosto. Theodore tina lhe dito que pensava em convidar Lavender, só não esperava que fosse tão rapidamente! Agora não havia quem convidar, não conhecia tantas moças assim e Rose já tinha aceitado o convite do irmão.

Durante o caminho até ali Gavin não parara um minuto de atormentá-lo com perguntas maliciosas acerca do Conde. Se ele chorava por causa dos pais, se ele tinha pesadelos, se ele tinha algum segredo... Como sempre o irmão das velho adorava se gabar dos negócios que tinha e dos planos para o futuro. Foi então que Gregory lembrou-se de algo que precisava descobrir: a identidade do misterioso Sr. Richmond.

Tinha esquecido de perguntar ao pai e o único que restava era o insuportável do irmão. Teria de arriscar.

━Conhece algum Sr. Richmond?

Gavin franziu o cenho, pensou sobre e o semblante iluminou-se ao dizer:

━Ele sempre comparece à reunião de negócios que temos. É militar, próximo ao rei, casado com uma baronesa.

Casado com uma baronesa. Precisaria descobrir mais, mas não queria levantar suspeitas e nem trazer atenção para Theodore, então assentiu.

━Por que pergunta? Gavin perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

Surgiu com uma mentira rápida.

━Ouvi papai falando sobre ele um dia.

Gavin revirou os olhos e deu de ombros.

A conversa tinha acontecido no caminho e agora, sem par, Gregory decidiu a ir sozinho aquele Baile. Havia começado a pintar algumas coisas nas telas que tinha ganhado, mas tudo o que conseguira retratar era relacionado à Theodore. Um homem cavalgando, este muito parecido com o Conde. Um homem deitado e dormindo, também similar. Pensava no próximo encontro demais, ao ponto de precisar dormir para acalmar-se. E o nome 'Richmond' sondava seus pensamentos.

O Baile de Inverno seria ideal para investigar a identidade daquele homem.

━Sentem-se, Julia trará o chá em segundos.

━Lamento, mas não podemos. Papai nos espera para tratarmos de negócios, Gavin declinou gentilmente.

Frustrada, Lavender suspirou. Quando teria um momento para colocar as notícias e fofocas em dia com o melhor amigo? Gregory deu de ombros e despediu-se com uma piscadinha antes de sair. Ela queria falar sobre Theodore, fazer perguntas acerca dele, saber quais eram suas intenções, mas pelo jeito teria de descobrir sozinha no Baile que viria. 

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