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Capítulo 05: Sempre me disseram que a ignorância é uma benção...

A estranha mulher tão logo desapareceu diante dos olhos de Cássia e dentre os inúmeros convidados mascarados. A jovem estagiária sentiu-se solitária, assustada e perdida em meio a tantos rostos estranhos, e sua preocupação com o bem-estar de seus amigos também começava a lhe incomodar, pois desde que havia adentrado o enorme salão, não tinha visto uma pessoa sequer sem máscara.

Os demais convidados que por ela passavam cochichavam entre si, e muitos olhos recaiam sobre sua pessoa. Cássia sentia-se como se tivesse feito alguma coisa absurda, inadmissível que fosse digna de tais olhares e burburinhos. Não havia seu cavaleiro em armadura reluzente para lhe estender a mão e tirar daqueles inúmeros olhos perversos. O fato de Mateus também não ter aparecido por entre os convidados começava a lhe preocupar. Teria caído em algum tipo de armadilha? Já não sabia mais o que pensar.

Para suportar os olhares e o medo que crescia dentro de seu peito, a garota sempre acabava por pegar uma nova taça e sua lucidez acabava por se esvair a cada novo garçom que por ela passava. Talvez ela não fosse se lembrar depois, mas tinha percorrido grande parte do salão a procura de seus conhecidos, e sem sucesso algum.

Cássia se deparou em uma outra sessão do salão, cheio de esculturas e pinturas, dentre elas uma em específico lhe chamou atenção. Era de um enorme cafezal que estava em chamas, afastado do cenário havia uma figura solitária que parecia observar o fogo consumindo a fazenda. A jovem estagiária não pôde deixar de sentir tristeza em ver tal pintura, pois a gravura não transmitia o medo de estar perdendo suas produções ou até mesmo entes queridos, apenas transmitia um estado de tristeza profunda, uma da qual ela parecia estar familiarizada há algum tempo.

 Este lugar me parece tão familiar! Não sei porque sinto essa tristeza em meu peito... — comentou baixinho para si mesma. Sabia que ninguém a ouviria, ali não sentia mais os diversos olhares perversos sobre si. 

Cássia começou a ponderar sobre Mateus e sua falsa promessa de lhe dar respostas, uma vez mais a garota sentia-se perdida e sem poder explicar os sentimentos que sentia, a razão de estar entre tantos estranhos bem-vestidos e mascarados.

— É uma pintura um tanto triste, não concorda? — disse uma voz masculina despertando-a de seus devaneios.

Cássia sentiu como se um novo raio de esperança caísse sobre si, mas tão rapidamente, sua esperança morreu ao colocar seus olhos na figura ao seu lado. Era um homem alguns centímetros mais alto que ela. Aquele homem era diferente dos demais, sua máscara cobria apenas os olhos, deixando amostra o restante de seu rosto, que era muito bem desenhado. O misterioso mascarado tinha uma barba grisalha, seu queixo pontudo e seus lábios eram tão finos, mas tão belos ao mesmo tempo.

Sim... — disse Cássia quase deixando sua voz desaparecer no meio do trajeto de sua garganta até o exterior de sua boca. Seus olhos estavam marejados e vermelhos, no conforto da fraca iluminação que o corredor proporcionava, a garota chorava em silêncio.

— Raras são as pessoas capazes de sentir a emoção que o pintor queria transmitir ao pintar um quadro. Não sabia que dentre meus convidados existia uma pessoa tão peculiar. Me diga, criança. Quem a convidou? — perguntou o estranho, seu tom não era ameaçador ou cheio de segundas intenções como o da estranha mulher que esteve ao seu lado momentos atrás.

Apenas mais um imbecil que me fez falsas promessas... — disse Cássia passando a mão em seus olhos molhados.

Se me permite tal intromissão, o que esperava conseguir vindo até aqui? — indagou o homem em tom sereno, os dois continuavam olhando para o quadro da fazenda.

— Respostas — disse Cássia sem olhar para o homem que a fitava curioso.

— Mesmo que elas possam não estar dentro do que você poderia conhecer sobre o mundo?

— Não existe nada que não possa ser explicado — Cássia respondeu agora olhando para o homem. O estranho parecia estar sorrindo após ter ouvido a resposta da estagiária.

Mas existe a possibilidade de não saber sobre o que se oculta nas trevas. Este não é um mundo que você gostaria de fazer parte, é muito longo e solitário — disse o homem colocando sua mão sobre o ombro de Cássia, e deixando-a a sós com seus pensamentos e com a imensidão da escuridão que lhe envolvia.

Espere! Você é a segunda pessoa que me diz que não faço parte deste mundo. Que mundo é este que vocês se referem? — Cássia perguntou confusa enquanto segurava o braço do estranho mascarado.

— Se me permitir lhe dar um conselho, vá embora enquanto pode! — O homem advertiu enquanto desaparecia em direção à luz do salão, onde os demais convidados encontravam-se. Cássia continuou contemplando seus pensamentos e a beleza da gravura que estava diante de si.

A estagiária ressurgiu diante da multidão mascarada após um longo tempo no corredor solitário e cheio de pinturas. Ela ponderou muito sobre o que lhe fora dito esta noite, sentia-se cada vez mais obrigada a descobrir o que estava acontecendo. 

Ao chegar ao centro do salão, notou que os diversos olhos recaiam sobre si uma vez mais, dentre eles estavam o da mulher com máscara de pássaro e o homem de cabelos na altura dos ombros, com uma máscara que cobria apenas os olhos. Cássia sentiu-se assombrada pela extrema semelhança entre o mascarado e o que estava gravado no enorme quadro que estava amostra para todos que chegavam da rua, no topo da escadaria.

Este não é um mundo que você gostaria de fazer parte... — recordou das palavras do homem que conversou consigo.

Cássia recordou também dos diálogos que tivera com Mateus em seus sonhos, e ele sempre parecia estar arrependido de ter feito alguma escolha que teria mudado sua vida completamente. As pessoas ali todas pareciam tão belas, mas ao mesmo tempo não pareciam pertencer a aquela época em que viviam, porém ela não via tristeza em seus olhos, e sim curiosidade e algo a mais, talvez algum tipo de maldade que não pudesse compreender.

— Alguém pode me explicar o que essa garota está fazendo aqui, perambulando como se fosse uma de nós. — bradou alguém dentre os diversos convidados mascarados. Tão rapidamente os diversos burburinhos voltaram a agitar o enorme salão, e todos os olhos opressores estavam sobre si. Cássia jamais se sentiu tão pequena, tão indefesa em sua vida quanto naquele momento.

— Me desculpem! Eu não tenho a intenção de desrespeitar vocês. Sei que não sou do mesmo mundo que vocês, mas não aguento mais não ter respostas! — Cássia depois de tanto pensar, de tanto engolir o que sentia, bradou de volta. Os convidados continuaram a cochichar, muitos pareciam estar descontentes com tal afirmação da garota.

Naquele instante sentiu como se uma forte onda de energia preenchesse todo o recinto no qual encontrava-se. Havia uma forte intenção de lhe prejudicar, o corpo da jovem estagiária arrepiou-se por completo e em resposta. Ela começou a se encolher e envolver-se em seus próprios braços. Não ventava, não fazia frio naquela noite, mas seus braços pareciam estar congelando, seu sangue parecia congelar dentro de suas próprias veias.

Alguém a convidou?! — perguntou uma outra voz enfurecida em meio à multidão.

— Ela estará sob meus cuidados!— disse a mulher com máscara de pássaro. 

Cássia esperava que Mateus fosse o responsável por aquelas palavras, mas tal situação jamais se concretizou. A estranha mulher estava ao seu lado, envolvendo-a em seu abraço uma vez mais.

Alguém tem alguma objeção quanto a minha decisão? — A estranha perguntou encarando a todos. Cássia estava paralisada de medo, um medo que ela jamais experimentou em sua vida.

— Ele me prometeu respostas. Alguém aqui poderia ao menos me dar o que eu quero! — disse Cássia novamente em prantos, seu olhar parecia mais desafiador do que estava a momentos atrás. A estranha com uma de suas mãos apertou o braço da estagiária que olhou destemida na direção da mulher ao seu lado.

— Em breve, minha criança. Vamos apreciar o motivo de nossa reunião... — prometeu a mulher.

Alguém se opõe a decisão de nossa companheira? — questionou o homem que conversou com Cássia no corredor das pinturas. 

Nenhum convidado pareceu manifestar seu descontento, e a festa pareceu retornar ao que era. Os garçons continuaram a servir as bebidas, enquanto Cássia agora estava uma vez mais no topo da escadaria, não só acompanhada da estranha com máscara de pássaro, mas também do homem que lhe aconselhou desaparecer daquele salão.

Acho que já que certa questão fora resolvida, que tal começarmos com o nosso banquete?! — disse o homem ao lado de Cássia. Ele era imponente, mesmo que tivesse tamanha gentileza em cada um de seus atos e palavras. Ainda por algum motivo, a jovem parecia sentir que ele era o mais assustador de todos os convidados da festa.

Talvez seja ele o anfitrião — Cássia ponderou. 

Despertando-a de seus pensamentos, o estranho bateu palmas suavemente e alguns funcionários que trabalhavam na festa de máscaras, começaram a fechar as portas do casebre. A jovem achou a situação estranha demais, porém permaneceu em silêncio.

Muitos convidados continuavam a observando do andar superior do salão, parecia que os demais continuavam espalhados pelo saguão e não podiam juntar-se aos que estavam no andar em que a jovem se encontrava. Cássia sentiu muitos olhares sobre si, mesmo que a questão tivesse sido resolvida e sua presença estivesse sendo tolerada, ainda tinha a sensação dos olhos de muitos vindo de lá de baixo, e de alguns seletos que estavam no mesmo andar que ela. O que se sucedeu em seguida, é o que a deixou ainda mais chocada e temerosa.

De um dos inúmeros corredores que o casebre possuía, surgiu Mateus, ele também estava usando uma máscara e sua vestimenta estava tão impecável e elegante quanto a dos demais, Cássia percebeu o olhar da mulher ao seu lado cair sobre o rapaz. Mesmo de longe, ele continuava a usar aquele sorriso cínico em seu rosto, o rapaz não disse muita coisa e estendeu seu braço em direção ao corredor em que veio.

— Meus caros companheiros, antes que apresentemos nossos novos membros, não poderia deixar de agraciá-los com alguns pequenos presentes que encontrei — disse Mateus.

Um calafrio percorreu o corpo de Cássia, algo não estava certo ali. Os olhos do rapaz tão rapidamente caíram sobre si. Ele sorriu ao vê-la, era um sorriso nefasto, mas logo se perdeu e deu lugar a um semblante de desgosto.

Segundos após seu breve discurso, algumas pessoas começaram a marchar em direção ao saguão. Eles pareciam perdidos, ou presos em algum tipo de transe, pois não podiam perceber os diversos olhos sobre eles. Cássia alegrou-se ao ver seus amigos entre aquelas pessoas, mas por algum motivo eles não pareciam querer olhar para nada além da direção de Mateus. Alguns garçons momentos depois surgiram com taças limpas em suas bandejas.

— Jéssica? William? Aquiiii! — gritou Cássia aos amigos enquanto acenava para eles, de onde estava. 

Alguns olhos recaíram sobre a garota, mas não pareciam mais odiá-la. Se ela pudesse observar por um momento a situação fora da perspectiva em que se limitava, poderia perceber que eles tinham interesse, mas um interesse bastante funesto.

— Estes são os amigos que mencionou? — perguntou a jovem curiosa.

Sim, são eles. Mas por que eles não me respondem ou olham para mim? — perguntou Cássia confusa.

Ah, que infeliz situação! — disse o anfitrião da festa. 

Cássia não compreendeu o que ele quis dizer com tal colocação. Mateus aproximou-se de William arregaçou a manga do paletó branco que o rapaz usava. Pegou o braço do rapaz e o estendeu enquanto o segurava pela mão, seu dedo percorreu a pele do braço de seu amigo. Depois, Mateus fincou seu dedo indicador no pulso do rapaz, que nenhuma reação esboçou. O que se sucedeu em seguida, foi uma cena bizarra e igualmente perturbadora. Um dos garçons se aproximou e Mateus pegou uma das taças, enchendo-a com o sangue que escorria do pulso de seu amigo.

O que está acontecendo aqui? — Cássia indagou-se. 

Mateus cheirou a taça, a balançou como se estivesse com uma de vinho em mãos e a ergueu para os demais convidados, que logo começaram a repetir o que o rapaz tinha feito. Em tão pouco tempo, os demais convidados se reuniram ao redor de Mateus e as pessoas que ele trouxe consigo, uma a uma escolhiam alguém, como se estivessem em um restaurante olhando o cardápio que o estabelecimento possuía.

Receio que você encontrou a resposta que tanto procurava... — disse a mulher de máscara enquanto observava os demais convidados se servirem do sangue dos amigos de Cássia.

— Por favor, eu não quero... — disse Cássia deixando sua voz morrer em sua própria garganta, ao passo em que olhava para seus amigos que continuavam a sangrar e a ter mais e mais taças se enchendo com o sangue deles.

Cássia começou a dar alguns passos para trás, enquanto assistia a estranha de máscara de pássaro lhe observar curiosa, como um gato que encurrala sua presa e está prestes a brincar com ela. A mulher encurtava a distância entre elas com tamanha calma, que todo o corpo da estagiária parecia gritar diante do fim inevitável.

— Não tenha medo. Não vou lhe machucar, minha criança... — disse colocando sua mão no rosto de Cássia, os dígitos da mulher acariciavam a pele macia e bem cuidada da jovem. Os olhos esmeraldinos a convidavam a uma viagem, que Cássia no fundo sabia que não retornaria. A estranha mascarada passou seu indicador sobre o lábio de Cássia, indicando que ela não lhe dissesse mais nada.

Ela sempre acreditou que vampiros existissem apenas em filmes e livros de terror, mas eles eram reais, tão reais quanto ela era, e diante de si estava a prova de que existe muito mais coisa oculta na escuridão, finalmente compreendeu o que o homem lhe disse momentos atrás.

Cássia fechou seus olhos, desejou que pudesse acordar na manhã seguinte em sua cama, e que aquele tinha sido apenas mais um de seus pesadelos bizarros desde que tinha voltado para casa depois de um expediente bem conturbado. Lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas, ao sentir o dedo da jovem lhe acariciar a pele uma vez mais, como se as limpasse, lhe consolasse. Então veio a dor, uma dor lancinante que estava acompanhada das presas da estranha em seu pescoço, sentiu que suas forças pareciam se esvair juntamente com o sangue que era sorvido de suas veias. Seus membros começavam a ficar entorpecidos e pesados, as pernas queriam vacilar e os braços que antes seguravam os da estranha diante si, agora estavam soltos e balançando.

Por favor, eu não quero morrer. — disse Cássia em tom de súplica, olhando na direção de Jéssica que já havia tombado pela perda de sangue, e os demais vampiros pareciam pouco se importarem com sua amiga.

Alguns garçons a arrastaram para o corredor da qual todos surgiram momentos antes de Mateus servirem os como em um jantar, em que o chefe da família corta o primeiro pedaço de carne sobre a mesa para seus familiares.

Vá embora enquanto pode... — Ouviu as palavras do anfitrião ecoar em sua cabeça. Cássia olhou uma vez mais na direção dele, e ele parecia estar entristecido.

Eu deveria uma vez em minha vida não ter sido tão teimosa, a ignorância nunca me pareceu cair tão bem em um momento desses... — Cássia ponderou. Percebeu o homem aproximar-se de sua companheira, colocando sua mão sobre os ombros desnudos da mulher que lhe sugava a cada gota de sua vida.

— Isabelle, isso é o suficiente... — Esta foi a última coisa que Cássia ouviu antes de abraçar a escuridão que já lhe envolvia, como Isabelle mesmo lhe disse, ela não a machucaria, a morte tinha muitas facetas e uma delas parecia estar lhe beijando.

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