Capítulo 02: O Convite
Cássia acordou bem cedo, apesar de ser sábado. Recordou-se de que Severino lhe tinha falado que suas correspondências lhe aguardavam na portaria. E antes de descer, decidiu primeiro por passar um café e comer algumas torradas com o manteiga. O cansaço ainda era aparente, graças a enorme mancha ao redor dos olhos, que mais lhe fazia parecer um panda.
E não era para menos, tinha passado a noite inteira mexendo-se de um lado para o outro. Acordou pelo menos duas ou três vezes, e em todas as situações, remitiam aos episódios vivenciados na noite anterior. De certa maneira, aquilo ficou gravado em si.
Colocou uma roupa menos íntima, e desceu para poder pegar suas coisas. Em seu caminho cumprimentou alguns vizinhos que não via há algum tempo. Eles passeavam com seus cães ou estavam se aprontando para sair até o parque Villa-Lobos, que ficava localizado não muito distante de onde vivia. Ao aproximar-se da portaria, quem lhe esperava era o porteiro do turno matutino, César.
— Bom dia, César! — cumprimentou cordial, com um sorriso para disfarçar o cansaço que lhe era aparente.
— Bom dia, Cássia. Precisa de alguma coisa? — perguntou o porteiro alguns anos mais jovem, que Severino.
— Me disseram que eu tinha algumas correspondências me esperando. Eu gostaria de pegá-las.— disse Cássia, enquanto aguardava o homem vasculhar as coisas dentro da cabine do porteiro. Neste meio tempo algumas pessoas saíam, e outras retornavam de sua caminhada matinal. Um ou outro morador cumprimentou Cássia, enquanto ela aguardava.
— Prontinho! — disse César entregando-lhe o amontoado de cartas.
A jovem as pegou e agradeceu, depois tomou o caminho de volta até seu apartamento. Apertou o botão do elevador e desta vez, ele veio depressa. Isso a fez pensar sobre ontem à noite, e um outro arrepio lhe invadiu o corpo.
Um pequeno envelope todo adornado com faixas douradas e com um selo que deveria datar de uma época em que ainda usava-se cera para selar as cartas. Cássia achou que o envelope era bastante incomum e estranhou o fato de estar entre seus pertences. Examinou melhor o pequeno invólucro vermelho veludo que tinha uma estranha gravura em seu selo. O colocou contra a luz e percebeu que em seu interior tinha algo escrito, pois a tinta era bastante visível.
Cássia rapidamente adentrou o apartamento e começou a verificar o conteúdo de suas correspondências, mas decidiu iniciar pelo estranho convite. Ele de alguma forma lhe tinha prendido atenção, despertado uma sensação de curiosidade que não era comum possuir.
Senhorita Aparecida de Souza,
Por meio desta singela carta lhe convido para o nosso anual baile mascarado. Em alguns dias receberá uma encomenda com as vestimentas necessárias para a ocasião.
Espero que não nos faça esta desfeita.
Ao terminar de ler tais palavras, Cássia começou a imaginar quem poderia ser a pessoa que lhe convidara a um evento tão formal quanto aquele. Sabia que não conhecia ninguém que estivesse em tal alta sociedade, ou sequer conheceu alguém com este específico gosto, em seu estágio. Algo parecia não se encaixar em toda aquela situação.
— Como se eu realmente fosse aceitar um convite, do qual nem conheço o anfitrião! — disse para si mesma.
Cássia amassou o pequeno papel de espessura mais grossa, e acabou cortando o dedo indicador com a ponta do pequeno papel. Praguejou pelo acontecido, e depois jogou tanto o envelope quanto a pequena carta em seu lixo. Foi até a pia de sua cozinha e lavou seu dedo com água e detergente, depois disso resolveu continuar averiguando as outras correspondências.
Contas e mais contas, eram o que elas apresentavam ser. Suspirou desanimada com o lembrete de que tantos boletos começariam a chegar entre as semanas seguintes e a anterior ao Natal. Decidiu que deveria continuar estudando um pouco mais para seus exames, para depois se encontrar com seus colegas e assim comemorarem o aniversário de William. Queria terminar todos seus afazeres e aproveitar bem a noite de hoje.
A estagiária logo começou a organizar os cadernos e livros para dar início aos seus estudos. Abriu as cortinas de sua sala, para que a luz do dia invadisse seu apartamento e lhe desse um pouco mais de energia para poder realizar todos os seus afazeres. Cássia logo se sentou na cadeira ao lado da que tinha deixado sua mochila na noite anterior.
Começou abrindo seu caderno que tinha muitas anotações em diversas cores, por mais que isto em sua concepção lhe parecesse algo infantil. Seu caderno ainda parecia muito mais organizado do que de muitos de seus colegas.
Passou a tarde estudando sobre "Teoria Cognitiva Comportamental, Cuidado com o Paciente que chega aos serviços de triagem " e outros temas relacionados aos seus estágios.
Aquela sem dúvida tinha sido uma tarde bastante produtiva. Sua cabeça estava prestes à explodir e já sabia que aquela era a hora de parar, caso contrário acabaria exausta e não conseguiria aproveitar a noite ao lado de seus amigos. Cássia deixou seu material sobre a mesa e foi até sua cozinha preparar algo para comer, ligou sua televisão enquanto fazia isso, e não havia nada de interessante passando na TV.
O final da tarde logo chegou e Cássia já começava a se arrumar para celebrar o aniversário de William com seus colegas de sala. Estava prestes a terminar de se arrumar, quando ouviu o interfone tocar. Já esperava que ele tocasse, pois horas mais cedo, tinha combinado com sua amiga Jéssica, de se encontrariam em sua casa e que dali dividiram um taxi até o clube onde a festa aconteceria.
— Cássia? Tem uma moça chamada Jéssica que tá aguardando você aqui na portaria — informou César, que estava prestes a terminar seu turno, para o de Severino logo se iniciar.
Cássia autorizou a entrada de sua amiga, e logo voltou para o banheiro em frente ao seu quarto. Lá continuou se olhando no espelho, enquanto terminava os últimos retoques de sua maquiagem.
Cássia estava deslumbrante, usava uma blusinha branca que tinha ganhado de seu ex-namorado. Sobre ela estava um cardigã mais leve, caso esfriasse mais tarde. Estava também vestindo um jeans mais desbotado e um coturno preto. Os cabelos estavam tão bem cuidados, que seus cachos estavam volumosos e de um castanho tão vivo e belo quanto a cor de sua pele. Seus lábios carnudos estavam muito mais em evidência com um batom de mesma que combinava com seu tom de pele. A sombra em seus olhos também estava impecável e seus brincos de argolas grandes eram o toque final de um look que ela tinha certeza que arrasaria. Não demorou muito para que a campainha tocasse, a estagiária de maneira cordial e alegre cumprimentou sua amiga de sala.
— Olha só para você, tá toda lindona! — disse Cássia ao olhar para amiga. — Tenho certeza que o William não vai tirar os olhos de você! — completou dando um abraço longo e apertado.
Jéssica tinha cabelos loiros que normalmente caíam sobre suas costas como cascata, só que naquela noite, estavam presos em uma única e lindíssima trança. A escolha de sua roupa em uma cor mais escura e neutra, combinava muito com o tipo de pele que tinha. Nos lábios, usava um batom vermelho bem forte, e a maquiagem estava de tirar o fôlego.
— Você também não tá para brincadeira, uau! — disse Jéssica olhando a amiga da cabeça aos pés.
— Aqui... — disse Jéssica entregando um estranho envelope, mas que para Cássia era bem conhecido. — Tava aqui preso no número da sua porta — revelou encarando o lacre feito com cera vermelha e a insígnia que o selava.
— Só podem estar de sacanagem comigo! — Cássia disse um pouco alterada.
Jéssica ao perceber a súbita mudança de comportamento da amiga, ficou alerta sobre o que poderia estar acontecendo com ela.
— O que foi? Eu fiz algo de errado? — Jéssica perguntou confusa.
— Não, amiga. Não é você, mas eu recebi um convite igualzinho a este hoje cedo. — Cássia explicou.
Jéssica abriu o novo envelope endereçado a amiga e leu seu conteúdo.
Senhorita Aparecida de Souza,
Por meio desta singela carta lhe convido para o nosso anual baile mascarado. Em alguns dias receberá uma encomenda com as vestimentas necessárias para a ocasião.
Espero que não nos faça esta desfeita.
— E você nem tem ideia de quem te enviou? — perguntou Jéssica tão confusa quanto sua amiga.
— Não, na verdade acabei nem me lembrando de perguntar. Quando eu voltar mais tarde, perguntarei ao porteiro do turno da noite. — disse Cássia.
— De qualquer maneira, amiga, fique alerta! Pode ser algum maníaco.
— Sim, eu sei. Se eu continuar a receber estes convites, irei levá-los imediatamente para a delegacia mais próxima! — disse Cássia para a amiga.
Cássia não queria saber muito sobre quem a enviou aquele convite, apenas queria seguir com sua vida, que por sinal, parecia estar saindo fora dos eixos nas últimas vinte e quatro horas, entretanto, aquele não era o momento para preocupar-se com aquilo.
Cássia o jogou no lixo e desta vez teve todo cuidado para não acabar cortando seu dedo no processo. Pegou sua bolsa, onde seus pertences estavam guardados e junto de sua amiga partiram em direção a portaria.
☾
O salão em que a festa de William acontecia era bem espaçoso, e provavelmente caberia duzentas ou trezentas pessoas sem esforço algum. Muitos dos convidados estavam espalhados por todo o lado, com seus respectivos grupos. Cássia jamais imaginou que seu amigo pudesse ser tão sociável ao ponto de ter tantos convidados.
Jéssica com muita facilidade encontrou alguns colegas da faculdade, de maneira estridente e espalhafatosa como sempre, já que chamava atenção de alguns convidados que olhavam para o pequeno grupo seleto. Cássia podia sentir aqueles diversos olhos lhe julgando.
O anfitrião não demorou muito a aparecer, e ele estava muito bonito. Como ele era alto e seu corpo era um pouco atlético, o smoking que ele usava lhe caía muito bem. O cabelo estava penteado para trás, como se ele tivesse saído de alguma cena de Titanic. Seus olhos percorriam não somente Jéssica, que estava muito bela, mas também Cássia.
— Caramba, garota! Você está incrível! — O comentário deixou Cássia levemente envergonhada, e percebendo o constrangimento da garota, William aproximou-se e a cumprimentou com um par de beijos em suas bochechas. — Estou falando sério! — Ele comentou e depois foi até Jéssica, que foi um pouquinho mais além e lhe roubou um beijo.
— Suas amigas estão tão deslumbrantes que você até se esqueceu de mim, meu caro amigo! —disse um rapaz que não somente Cássia falhou em perceber, mas também os demais.
Ele sim, era a definição de alta sociedade. Assim como William, ele estava vestindo um smoking azul marinho que parecia ser de alguma grife francesa. A colônia que ele usava impregnava-se por todo lugar, fazendo com que a garota se sentisse como estivesse flutuando. Sua beleza era bastante peculiar, como se ele mesmo não se encaixasse naquela época. Os olhos eram castanhos escuros e levemente diabólicos, e percorreram William, e logo passavam por Jéssica e por fim, Cássia.
— Foi mal, cara. Gente, esse aqui é meu amigo Mateus, ele tem sido um amigo da minha família durante anos. E felizmente calhou de encontrarmos ele por São Paulo — William apresentou o sujeito que estava com ele.
Cássia olhou para Jéssica que não escondia o quão empolgada estava em conhecer o "tal Mateus". Os olhos da garota percorriam o corpo do estranho amigo de William, sem nenhum pudor. Todos sentiam que não conseguiriam tirar seus olhos de cima de Mateus, tudo nele parecia simplesmente querer toda a sua atenção sobre si.
— Negócios, William. Negócios é o que me traz a minha amada São Paulo! — disse Mateus sem muito revelar, segurando em sua mão esquerda uma das taças que estavam servindo pelo salão. Pelo seu conteúdo, Cássia acreditou ser champanhe.
— Preciso ir agora, gente! Tenho que cumprimentar alguns dos outros convidados. Espero que não se importem em fazer companhia a Mateus. — disse William enquanto deixava o pequeno grupo.
Mateus não demorou muito a se enturmar com o pessoal. Dentre os amigos que acompanhavam a garota, os que mais interagiam com ele eram Jéssica, Anne e Luís. Em alguns momentos sua presença parecia nem ser percebida por eles, pois uma estranha aura parecia emanar de Mateus, algo nele era muito hipnotizante. William até então já tinha desaparecido em sua festinha. E aquela encenação toda estava deixando-a um pouco irritada e cansada de permanecer ali. Cássia chamou a amiga de canto, o que Jéssica pareceu muito relutante em fazer.
— Vou dar um pulinho no banheiro pra retocar a maquiagem —
— Que besteira! — Jéssica a repreendeu, olhando em seu rosto. — Sua maquiagem está perfeita. Venha e se enturme mais, Mateus está nos contando sobre suas viagens ao exterior! — disse a garota empolgada, enquanto a puxava pelo braço de volta ao grupinho.
Cássia olhou para o estranho rapaz que nunca lembrara William mencionar em todo o tempo em que estudaram juntos. Os olhos de Mateus pareciam examinar minuciosamente cada um dos ouvintes de suas histórias, mesmo que ele mantivesse um sorriso tão caloroso e amável em seu rosto, algo nele parecia não estar certo, e o corpo de Cássia se recusava a voltar para lá.
— De qualquer maneira, tenho que ir ao banheiro— Cássia falou ao tirar o braço de Jéssica do seu. Por algum tempo, ela manteve um olhar de cachorro abandonado em sua direção, porém Mateus logo a acolheu de braços abertos a sua estimada companhia.
A garota logo procurou por algum garçom que não estivesse tão ocupado servindo os muitos convidados de William, que logo fora encontrado conversando alguma coisa com um dos serventes contratados. Algo não parecia estar certo, havia desespero em seu olhar. Uma vez mais, sentiu como se alguém a observasse de longe, o mesmo arrepio sentido na noite anterior, pareceu lhe percorrer a nuca e abraçar-lhe lentamente, enquanto algo gélido acariciava suas bochechas deixando-a ainda mais arrepiada.
Cássia olhou na direção em que veio, e pôde jurar que Mateus a fitava com os olhos de uma ave de rapina, devorando-a e apreciando a simples sensação de ter sua atenção em si. Aquilo fazia sentir-se completamente sufocada.
— Cássia? Algum problema? Você me parece tão pálida! — perguntou William, no entanto, a jovem não o percebeu se aproximar. Seu olhar parecia preocupado e em choque ao vê-lo ali.
— Tá sim, Will. — respondeu colocando seu melhor sorriso. — Só queria saber onde fica o banheiro, tô precisando retocar a maquiagem, e meu batom parece ter borrado enquanto bebia o champanhe. — disse a primeira coisa que veio à cabeça. William não parecia convencido, pois analisava as palavras da amiga, depois olhou na direção em que ela veio, e anuiu.
— Tá vendo aquele palco improvisado? Nosso DJ deveria estar ali... — revelou William apontando para o tablado com os equipamentos de som apostos, mas sem sinal algum da pessoa que deveria estar controlando-os. Cássia gesticulou mostrando que havia compreendido. — Do lado esquerdo, tá o vestiário feminino.
William tão rapidamente a deixou, uma vez mais, e Cássia sentiu a atmosfera densa, havia muito mistério sobre aquelas pessoas que estavam na festa de seu amigo. E o mais estranho de todos, era aquele Mateus, que aparentava ser tão sedutor e ao mesmo tempo perigoso. Era como sua avó sempre dizia, o perigo sempre anda ao lado da sedução.
Com estas palavras ecoando em sua cabeça, a estagiária se dirigiu até o vestiário. Assim que o adentrou, olhou-se no espelho e notou que realmente aparentava estar abatida. Seu semblante estava bem afadigado.
Seria uma pena eu lavar meu rosto e ter de me maquiar novamente... — pensou a jovem de frente ao espelho, retirando de sua bolsa uma pequena necessaire.
Ela passou algum tempo dentro do banheiro tentando ajeitar a maquiagem, queria que os demais convidados não notassem o quão abatida estava. Já estava prestes a dar os toques finais, quando de repente, uma estranha sensação invadiu seu ser. Uma vez mais, sentiu que haviam olhos sobre si, só que não tinha mais ninguém com ela ali dentro.
—Cássia... — Uma voz semelhante à da noite anterior, a chamou, não permitindo passar seu batom.
Um arrepio lhe percorreu do centro de suas costas até a nuca. Cássia não pensou duas vezes e pegou as coisas que estavam sobre a pia, deixando o batom que tinha em mãos cair. Saiu desesperada do banheiro, olhava para trás para saber se alguém a seguia, porém não viu ninguém. Já não sabia mais se era algum truque que estavam pregando em si, ou se estava ficando louca.
— Melhor tomar cuidado! — Ouviu um rapaz lhe dizer, enquanto sentiu seus dedos rijos a segurar pelos ombros com força, mas não o suficiente para feri-la. — Se andar desse jeito apressada, pode se machucar ou a alguém...
Quando se deu conta de quem estava diante de si, ficou sem reação. Tudo em seu corpo gritava para que saísse dali, para que ele tirasse aquelas mãos de si.
— M-Mateus... — disse com bastante dificuldade. Sua voz persistia em querer morrer no interior de sua garganta.
Mateus mantinha um semblante sereno e amigável. Seus olhos, tão semelhantes à avelãs, com um estranho brilho avermelhado. Aquele olhar era diabólico, e ela sentia isso, sabia que só poderia ser esse o motivo para ficar tão alarmada ao lado dele.
O rapaz a estudava curioso. Seu toque parecia lhe queimar a pele, mesmo que aquelas mãos não estivessem tão quentes. No fundo, sentia que ele não a desejava nenhum mal, e ainda assim, algo em seu interior, gritava que não seria fácil se desfazer daquele homem.
— Que indelicadeza a minha... — disse o rapaz ao notar que Cássia sentia-se levemente incomodada com o longo toque.
Mateus logo soltou os braços de Cássia, que parecia completamente hipnotizada por seu olhar. Ele nada dizia, embora mais parecesse que os dois estivessem tendo um longo diálogo mental.
— Tem alguma coisa te incomodando? — Mateus perguntou cordialmente. Seus olhos e seu sorriso demonstravam interesse na resposta que a garota lhe fosse dar.
— Não — respondeu com um sorriso involuntário. — Só acho que tô muito cansada e preciso voltar pra casa.
— É realmente uma pena! — Mateus fez uma pausa estudando-a. — Sua companhia seria muito apreciada.
— Imagino que sim, mas é melhor que seja assim...
— Novamente, uma pena. Se é o que realmente deseja...
— Muito obrigada pela estima... – disse Cássia tentando fazer com que seu corpo se afastasse, porém suas pernas não a obedeciam, estava paralisada.
—Não foi nada... Minhas palavras são sinceras — disse o rapaz misterioso, ainda apalpando o ar.
A estagiária finalmente conseguiu fazer com que suas pernas se mexessem, começou a dar alguns passos apressados para longe do rapaz, e antes mesmo que ela pudesse se ver longe dele, a voz de Mateus pareceu soar tão próximo de seu ouvido.
—Cássia! — A garota virou-se, e estranhamente o rapaz ainda se mantinha no local onde o havia deixado. Ele sorria para ela, ela não havia percebido, mas em sua mão esquerda estava um pequeno papel.
De imediato, olhou na direção de sua mão esquerda, e lá estava ele, o mesmo convite que recebera mais cedo e antes mesmo de sair de casa com Jéssica. Seus olhos arregalaram-se no mesmo momento em que percebeu o que estava acontecendo. Olhou na direção do rapaz e lá estava ele, observando-a enquanto mantinha aquele sorriso cínico em seu rosto.
— Aceite o meu convite, imagino que queria muito algumas respostas. Prometo que todos os seus amigos estarão lá. — A voz de Mateus pareceu ecoar de dentro de sua própria cabeça. Cássia girou seus calcanhares e caminhou às pressas em direção a porta do salão, estava decidida que deveria sair dali o mais rápido possível.
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