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UM PEDIDO INESPERADO (PARTE 8)

#pratodosverem | Descrição da imagem: uma estátua de gelo em formato de mulher está deitada no chão. Sobre ela. incide raios de luz que se confundem com neve.

***

NOS LIMITES DO HORIZONTE, ONDE CÉU E OCEANO MISTURAM-SE COMO PINCELADAS DE CORES EM UMA TELA, UM BRILHO SURGIU. Em pouco tempo, o colorido já resplandecia com capacidade suficiente para desafiar o mundo tomado pelo escuro e aumentou ao ponto de ser confundido com o sol. Contudo, quem se valesse de tal comparação estaria com as faculdades mentais em sério risco. Aquele fenômeno não dava ao mundo calor e energia como a estrela de fogo. Pelo contrário, trazia consigo a incerteza e a angústia do inverno e, ao invés de aquecer e estimular as águas, transformava o mar em um bloco de gelo com ondas paralisadas em seu quebrar.

Arcéh estava cercada pelo branco. Aos poucos, a cidade perdia sua vivacidade.

O mundo se curvava diante do frio.

Sâmia buscou Madame Lita e a encontrou em posição fetal, as costas apoiadas na amurada, os lábios em tons de roxo e o cabelo quebradiço. A menina Sotein tirou o casaco e cobriu a mulher.

— Vó, está acontecendo! Acorda...

Em um ato de inocência, Sâmia abraçou Madame Lita, mas se afastou ao primeiro toque: parecia abraçar um cadáver. Ou pior: um pedaço de gelo. A realidade pesou em suas costas e ela mordeu os lábios. Correu os olhos pela ponte e se viu cercada por outras estátuas. Algumas estavam em uma eterna corrida ou admiravam a paisagem com olhos leitosos; outras apontavam para o horizonte com a esperança ainda na face.

Como dizem, a esperança é a última que morre.

"Mas morre...", o pensamento fez Sâmia desviar a atenção daquela exposição artística sem vida. Passou a mão pelo rosto de Madame Lita e, apesar de a avó parecer em um sono tranquilo, o coração da garota se apertou. "Desculpa, vó... Eu... Eu não deveria ter estimulado isso tudo... Desculpa...". Por alguns instantes escondeu as lágrimas até dar-se conta do óbvio: não havia mais um porquê para tantas lamentações. Ela estava sozinha e precisava sair dali o quanto antes.

Engoliu o choro.

A intensidade do brilho alcançara o ponto de a noite sobre a ponte ter virado dia enquanto ao longe a cidade permanecer vestida pela madrugada. Sem ousar se erguer acima da amurada, Sâmia preparou-se para correr dali. Calculava a melhor forma de fazê-lo quando um som a fez parar: uma voz cantarolava uma canção de ninar; uma canção cantada em toda a Arcéh por gerações, tão antiga quanto a própria ponte, tão conhecida quanto a lenda, tão singela quanto a beleza das estufas ao brilho do crepúsculo.

O medo deixou a garota sem reação.

A Nyrill estava ali.

Há dois tipos de pessoas: aquelas cujo o pavor as faz ficarem acuadas, e aquelas cujo o medo é capaz de proporcionar reações nunca antes pensadas. Sâmia era do segundo tipo e tinha um ponto a mais: a curiosidade. Ergueu-se alguns centímetros e espiou por sobre a amurada. Um vulto envolto em brancura dançava sobre o oceano como se flutuasse; os movimentos dos braços tinham suavidade e de momento em momento apontavam para a cidade e direcionavam rajadas de vento para varrer as ruas de Arcéh, esbranquiçar os telhados com a neve e fazer as árvores envergarem pelo peso do gelo nos galhos.

Sâmia ficou hipnotizada. Quem não ficaria? Como uma bailarina no esplendor de uma apresentação, a Nyrill se movia na ponta dos pés e rodopiava sem nenhum esforço. Os cabelos brancos pareciam ter um movimento próprio, com cada fio em uma dança particular; as vestes serpenteavam ao mesmo ritmo e acompanhavam sua dona, o tecido tão hipnotizado quanto a garota na ponte. Por fim, a Nyrill abriu os braços e emanou luz. Flocos de neve caíram em um bailar derradeiro.

Era o início do ciclo.

A dança cessou e o ser mágico parou a alguns metros da ponte como se admirasse o próprio feito. Sua aura exalava satisfação. Olhou para o céu e murmurou palavras em uma língua distante do nível de estudo dos humanos. Enquanto recitava tais preces, o brilho da criatura se intensificou e começou a absorver a luz surgida no horizonte para devolver a noite aos arcéh.

Seu papel estava cumprido.

Era hora de ir embora, levar o inverno para outros domínios.

Porém (e sempre há um "porém"), não haveria história se algo não acontecesse. A poucos metros desse esplendor, Sâmia levou as mãos ao nariz. Conteve a primeira e a segunda onda, mas a vontade foi mais forte e o espirro retumbou por todos os lados, ricocheteou nas estátuas e perturbou o silêncio.

As preces cessaram e houve um vacilo no brilho. A nevasca diminuiu e, Sâmia notou, o frio arrefeceu.

A Nyrill escutara tamanha ousadia.



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