Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

UM PEDIDO INESPERADO (PARTE 3)

DIFERENTE DA EXPLOSÃO DE CORES NO QUARTO DE SÂMIA, O ANOITECER DAQUELE DIA VINHA EM TONS DE ANIL E CINZA. O anúncio da chegada do inverno soprou do infinito e inundou as ruas de Arcéh com o frio já quase esquecido após tantos anos de calor. Pescadores recolheram seus barcos, moradores aproveitaram as horas restantes para verificarem o estoque de lenha e os trabalhadores das estufas fizeram uma última vistoria nas estruturas antes de trancar tudo. Pelas casas, muitos dos arcéh estavam nas janelas com os semblantes maquiados pela apreensão.

Talvez sentissem não apenas a mudança do clima como também a presença de uma energia trazida por aquele vento; um "algo a mais" diluído na brisa.

Em uma das casas no alto da colina, mãe e filha trancavam a porta da frente e seguiam em direção ao celeiro. Diferente de quando Sâmia saiu em busca de um mensageiro, àquela hora não havia mais revoadas de pássaros e, assim como a garota, as árvores pareciam ter perdido parte da sua vivacidade. Com um sentimento oposto, a sra. Sotein irradiava alegria: ajustava as celas dos cavalos, verificava a carroça e não parava de falar sobre como fora o seu próprio aniversário de treze anos, com a festa em uma das estufas, os vestidos, as comidas e o bolo "quase da minha altura".

Sâmia revirou os olhos e se abaixou com a desculpa de conferir os cascos de Rosan. Seus olhos, porém, não saiam da estrada.

— Sâmia, você está me ouvindo? Eu acho que estou falando sozinha!

— Eu ouvi e decorei, mamãe. A senhora já me contou essa história umas cinquenta vezes...

— Pena que nenhuma delas surtiu efeito. Queria tanto te ver com uma coroa de flores, dançando à luz de velas...

A garota fez um carinho no animal e se ergueu, uma das sobrancelhas erguida em direção à mãe.

— É, mas não vai ver. Não há mais tempo para isso.

Hoje, realmente, não. Mas, ainda temos um ano para comemorar sua...

— Mãe, eu não vou mais lhe dizer que... - suas palavras foram engolidas quando o sino da Torre de Arcéh bateu quatro vezes. Sâmia sentiu-se fraquejar. Dali a exatas quatro horas, quando o oitavo badalar anunciasse a meia-noite, a Nyrill de Arcéh traria o inverno.

— Viu só o que você faz, Sâmia? Estamos aqui paradas, discutindo besteira e o tempo correndo! Sobe logo nesse banco e vamos embora. - a mulher guardou o embrulho com o bolo no maleiro da carroça e subiu à espera da filha. — Vamos, criatura!

Sâmia tornou a olhar para a estrada. Precisava ganhar tempo.

— E-Eu esqueci uma coisa lá no quarto...

— Como é que é? Não, senhora: você demorou quase uma hora pra se arrumar e mesmo assim ainda esquece das coisas? Não, não, não! Chega! Vamos logo. Suba!

Não havia mais argumentos. Fizera de tudo para demorar no banho e chegara até a cogitar a ideia de um "acidente" com o bolo, mas seria o limite para a mãe surtar de uma vez por todas. O jeito era torcer para a mensagem ter chegado a tempo e no lugar certo. A precisão do serviço de entregas não estava entre as qualidades de Arcéh.

Ainda levou alguns minutos para tomar seu assento, contudo, após mais uma ameaça da mãe, ela se jogou ao seu lado. "Mensageiro idiota!", ela pensou ao cruzar os braços. Tanto esforço para nada. A sra. Sotein conduziu a carroça pelo terreno e preparou-se para sair pela porteira e entrar na via principal. Tagarelava alguma coisa sobre a importância das festas para um bom casamento quando puxou as rédeas de uma vez. Rosan ergueu-se nas patas traseiras e Sâmia por pouco não voou de cara no chão. Ao seu lado, a mãe tremia.

Por centímetros, não bateram em uma carroça que vinha a toda estrada acima.

Com parte do penteado desfeito e sem um dos sapatos, Margareth pulou do banco e partiu para cima do cocheiro.

— NÃO SE RESPEITAM MAIS AS DAMAS NESSA CIDADE? ARCENIANO MAL NASCIDO!

— D-De-Desculpe, senhora. Mas estávamos com pressa. O pessoal me pediu para correr...

— Que pessoal? Quem são esses apressados? - parou em frente à porta e bateu na madeira. — Ô de dentro! Você faz ideia do que quase acabou de fazer?

Sem esperar convite, Margareth Sotein esmurrou a porta e a abriu. O brilho do xale em contraste com as roupas pretas e com a brancura dos cabelos presos em um coque, Madame Lita desembarcou. Ajeitou os óculos na ponta do nariz e olhou a mulher de cima a baixo.

#pratodosverem | Descrição da imagem: ao fundo, vê-se uma carruagem com as janelas cobertas por cortinas vermelhas. Em frente à porta do veículo, há uma senhora com uma coberta preta ao redor do corpo, chapéu com uma pena incrustada no alto e óculos.

***

Sempre descontrolada, Margareth. Você às vezes me envergonha. Por favor, poupe-me do escândalo em público, sim? Eu me pergunto o que você fez com a educação que eu te dei.

— Mamãe...? O que a senhora faz aqui?

— Ora, menina, caso não saiba eu ainda tenho pernas e gente que se importa comigo nesta família, não é mesmo Higor? - o sr. Sotein apareceu na janela da carruagem e, meio abobado, meio envergonhado, desceu ao encontro da esposa e da filha. Margareth olhou para os dois, depois para o cocheiro e, por fim, para Sâmia.

— Isso é obra sua! Eu sei que é! Está na sua cara! Eu vou...

Madame Lita a interrompeu.

Sempre desconfiada, Margareth... Minha filha, você não muda? É uma tristeza! Ouça bem: fui eu quem mandei uma mensagem à Sâmia dizendo que viria comemorar a passagem dela. Então, aproveitei para buscar o Higor no trabalho para que ele não chegasse atrasado. É só isso. Agora, largue de faniquito e venha aqui me dar um abraço.

No meio da estrada, com os vizinhos nas janelas, Margareth não teve como brigar. Um arcéh de respeito não se prestaria a esse papel. Coisas de família eram para ficar da porta de casa para dentro. Escolheu uma expressão de "Oh, mamãe, que saudade!" e abraçou Madame Lita. Mas, por cima do ombro da mãe, lançou à filha um olhar de "Mais tarde a gente conversa!". O marido, já acostumado às tempestades do lar, tratou de pagar o cocheiro e puxar Rosan e a carroça de volta para o celeiro.

Ao passar pela filha, Higor deu uma piscada para a garota.

Sâmia sorriu.


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro