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SANGUE NA NEVE (PARTE 4)

SER VIZINHO DE ALGUÉM TÃO CONHECIDO QUANTO MADAME LITA ERA UM FRESCOR. Apesar da viuvez da senhora tê-la deixado mais reclusa, ainda havia algo de agradável ao passarem por aquela casa. Lita Delgo tinha histórias para cada visita, tinha sorrisos a cada batida em sua porta. Diferente de Madame Voggi, excêntrica e agitada, Madame Delgo tinha tranquilidade mesmo quando necessitava se impor. Nas últimas semanas, então, com a mudança ocorrida com a mulher, essas características se sobressaíram e aquela mulher vigorosa revelou-se mais uma vez.

Os arcéh gostavam de máscaras.

Acreditavam nelas.

Davam-lhes conforto, segurança; um sinal de estabilidade.

Por isso, quando viram as chamas na cada de Lita Delgo, muitos correram para fazer alguma coisa. Barris de água foram carregados, mantas eram batidas para abafar o fogo, gritos de ajuda subiram e desceram as ladeiras da ilha; carruagens dispararam pelas ruas com baldes d'água e escadas, pessoas correram para o lugar.

Arcéh suspendeu a vida para salvar seu símbolo de alegria.

Mesmo que há décadas o nome "Madame Delgo" não mais fosse visto nos alegres cartazes de suas apresentações com a trupe de teatro, os arcéh gostavam de pensar que a alegria podia ter uma casa.

As reuniões do grupo eram ali. Por madrugadas ainda vivas nas memórias de muitos, havia música, sorrisos e luzes. Por vezes, ensaiavam na rua e brincavam com as pessoas; por vezes, inverno ou verão, "Madame Delgo & os Garrons" saiam pela cidade em um cortejo de festa, em um convite para esquecerem dos problemas e deixarem de lado o significado de serem "um arcéh".

Um convite para serem apenas mais um cisco em um mundo de poeira.

A alegria tinha uma morada.

Precisavam daquilo tanto quanto precisavam de sua Ponte e de suas estufas; tanto quanto precisavam da Nyrill e de suas glórias do passado.

Precisavam salvar mais um símbolo.

Lutaram por aquela casa, venceram as chamas, abraçaram-se ao fim. As cinzas voavam pelo ar e caiam junto com a neve. Na sarjeta, uma lama preta escorria no mesmo tom dos resquícios de fumaça do telhado.

Só se esqueceram de que os símbolos são feitos de gente...

#pratodosverem | Descrição da imagem: Ajoelhada, Madame Lita segura Erwank em seus braços. O homem jaz desacordado. Ambos estão sujos de sangue e uma poça vermelha se forma abaixo dos dois. Do céu, uma luz avermelhada banha a cena.

***

— Erwank.... Erwank, querido...?! – Madame Lita olhava para o corpo do sr. Maxil em seu colo. Os olhos do homem estavam semicerrados, um fio de sangue escorria pela boca. — Por favor, Erwank, não faça isso comigo... Erwank...

Ajoelhada ao lado dos dois, Sâmia manchava o rosto com uma mistura de lágrimas e fuligem. Mesmo rodeada pela plateia daquele espetáculo em frente à casa de Madame Delgo, sentia-se isolada, perdida. Observava a desolação da avó ao passar as mãos pelos cabelos do amado, o ferimento na barriga de Erwank exposto como uma maquiagem de alto nível, o cenário ao fundo enegrecido pelo incêndio.

O pingente não estava ali.

A flecha transpassara apenas o sr. Maxil, mas também ferira Madame Lita: sua alma estava dilacerada, suas esperanças de um recomeço ao lado dele escorreram junto à sujeira.

O arco dispara contra o amor e o matara.

Sâmia pegou a mão do homem e apertou. Precisava se desculpar; precisava dizer algo para não o deixar ir daquele jeito...

— Sr. Maxil... Me perdoa... – Erwank fez um esforço para retribuir o aperto na mão. Balançou a cabeça e abriu a boca. Falou algo em meio aos engasgos. Tossiu. A menina fez menção de se aproximar, mas não teve necessidade. Mais alto do que previra, como se quisesse para todos ouvirem seu último ato, Erwank Maxil entregou sua última mensagem:

— Algo mudar quando continental morrer por um arcéh?

Lita desabou.

A orla da multidão cessou o falatório e se calou.

Dali até o arcéh mais distante, os abraços não mais fizeram sentido. Lita Delgo chorava sobre o corpo do Capitão dos Mensageiros. Havia dor no templo da felicidade: uma dor estranha quando um continental morre por duas arcéh; uma dor terrível quando a notícia sobre o ataque à Higor Sotein chegou-lhes aos ouvidos; uma dor de vergonha diante do fato de Drenton Paberos ter atacado Oiv Ó Midhir.

Cada um com seu sentimento, dispersaram-se. Havia culpa em seus semblantes. Pintaram alvos nos lugares errados; deram poderes às pessoas erradas; deram importância aos títulos errados.

Pela primeira vez em sua história, Arcéh caiu em luto.

Por eles mesmos, pela sua história, pelas suas escolhas.

E por um continental.


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