Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

O CHÁ DE AFASTA MORTE (PARTE 5)

#pratodosverem | Descrição de imagem: em uma escada, vê-se Phil Voggi sentado nos degraus com Sâmia desmaiada em seu colo.

***

— SÂMIA! SÂMIA!

Os olhos de Phil estavam sobre ela, caída nos braços do rapaz Voggi feito um bebê envolto pelo calor do pai. A porta da frente jazia escancarada e deixava a neve do final da tarde espirrar flocos de inverno pelo tapete da entrada. As pegadas das botas de Phil marcavam o caminho até o sopé da escada onde o garoto segurava Sâmia com uma expressão de alívio e susto.

— Você está bem?

— Sim... - com o rosto em brasa, ela desvencilhou-se da cena de resgate e pôs-se de pé. — O que aconteceu?

— Ora essa, me diga você! Quando voltei eu pude ouvir seus gritos lá da rua, mesmo com toda essa barulheira da nevasca. Você parecia desesperada...

— Desesperada como?

— Gritava por socorro, como se estivesse ameaçada por alguém.... Foi assustador quando entrei e te achei se debatendo no chão. O que aconteceu com você?

— Eu... - a garota deu uma espiada em direção à cozinha. Não havia nada de anormal ou de perigoso por ali. Nem marcas ou rachaduras ou vigas destroçadas. — Eu peguei no sono. Acho que foi isso...

— Nossa, você dorme desse jeito?! Assim você nunca vai se casar como quer a sua mãe...

— Por que não?

— Minha filha, quem dormir com você na mesma cama vai levar tanto chute e ouvir tanto grito que dormir no chão será um conforto!

— Phil Voggi, você fala muita besteira! E fora de hora!

— Eu sou uma pessoa feliz. - retirou o casaco e o chapéu e os jogou sobre uma das poltronas da sala. Deu um jeito de fechar a porta e, ao se virar para Sâmia, puxou um papel de dentro do suéter. Porém, antes de revelar seu conteúdo à parceira, fez uma cara marota e perguntou: 

— Confesse: aquele desespero todo no sonho era você sonhando que me via com outra garota e aí fez um alarde...

Sâmia bufou, deu um safanão no rapaz e segurou-lhe a orelha.

— Agora eu entendo por que na escola a senhorita Fran perdia a paciência com você, Pimenteiro Voggi!

— Não me chama assim!

Sâmia reforçou o aperto na orelha e começou a puxá-lo escada acima.

— Ai, tá doendo!

— Não está doendo nada! Os professores fizeram tanto isso com você que a sua orelha deve ser insensível! E vamos logo que nós temos coisas mais importantes para tratar. Que papel é esse?

— É para ser usado só depois que benzermos a sua avó... Sâmia, tá doendo, é sério!

— Ah, que ótimo! É a melhor notícia do dia.

Os dois subiram os degraus naquele arremedo de professora séria e aluno levado. Entretanto, enquanto Phil se divertia com a situação e até mesmo se esquecia dos problemas por alguns minutos, para Sâmia, o momento de diversão não tinha força suficiente para transpor o muro da preocupação. No meio da subida, entre uma reclamação ou outra do Voggi, ela lançou a atenção pelos aposentos abaixo e teve a impressão de ver um vulto deixar as sombras de um canto da sala, olhar para ela e depois se dissolver na parca luminosidade do início da noite.

— Algum problema?

— Não... Tudo bem.

— Você ficou paralisada por um instante... Parecia a um ponto de voltar a gritar...

— Está tudo bem, Phil. É só a tensão disso tudo... Vamos?

Phil assentiu e os dois entraram no quarto de Madame Lita.

A noite caiu sobre Arcéh para disputar espaço com a neve.

OS DOIS ADMIRARAM O LEITO DE LITA DELGO ATÉ O QUARTO CAIR NA PENUMBRA. A garota apoiava o peso do corpo em um pé e noutro e fitava o companheiro, mudo até aquele momento. O rosto de Phil era de alguém envolto em dúvidas, cujo pensamento buscava a saída de um labirinto. Ao deixar a casa, correra em busca dos ensinamentos da avó, Medebew Voggi, baluarte dos arcéh para todas as horas. Se havia alguém naquela cidade capaz de ajudar Madame Lita esse alguém era a matriarca da família Voggi.

— Certo, a hora é essa.... Vamos começar.

— Espera...

— O que foi agora, Sâmia?!

— Como a sra. Voggi sabe que isso dará certo? Como ela pode ter tanta certeza se nem viu o estado em que a vovó se encontra?

— Sinceramente, eu não sei. Eu só descrevi a situação da sra. Lita e a vovó pensou por um tempo e logo chegou a essa conclusão... Ela parecia bem certa do que tínhamos de fazer.

Sâmia assentiu e conteve a ânsia de encher o rapaz com mais perguntas. Madame Voggi era conhecida em toda a região por ter chegado à Arcéh após uma vida de batalhas e aventuras. Segundo as histórias, trouxera consigo conhecimentos de meio mundo e mistérios para além da existência. "Quem sabe...", alegrou-se Sâmia, "... uma dessas sabedorias não diz algo sobre sonos eternos causados por magia?". A garota cruzou os dedos.

Phil foi até uma das arandelas ao lado da cama e a apagou. A penumbra cedeu lugar ao escuro e este só não dominou o lugar devido às velas dispostas pelo chão.

— Pronta?

— Acho que sim...

— Agora vem a parte mais delicada... - pegou uma caixinha de madeira do bolso e entregou à Sâmia. — Vovó disse que aqui dentro tem uma pasta de ervas capaz de fazer o corpo da pessoa se abrir com mais facilidade para rituais de cura. Você deve passar a pasta nos pulsos, testa, tornozelos e no peito de Madame Lita. Esse é o ponto principal.

— Por que?

— Porque se a sua avó tiver passado por algum ritual para ficar nesse estado, as ervas farão efeito e nós passaremos para a segunda etapa. Senão...

— Senão o quê?

— ... só nos restará chamar um médico e torcer para os saberes dele terem condições de curar Madame Lita.

Sâmia não gostou de ouvir aquilo. Se as ervas da sra. Voggi não detectassem a magia do deus, nenhum médico seria capaz de fazê-lo. Sua avó dormiria os cinco anos do inverno e mais cinco de verão, a mãe surtaria e, para completar, Sâmia ainda teria de lidar com a promessa de levar Madame Lita para os braços da divindade. De repente, imaginou-se dali a dez anos com a avó dorminhoca nas costas rumando pelas ruas de Arcéh à espera do deus.

Seria patético.

Empurrou o pensamento para o abismo e abriu a tal caixa. Esperava deparar-se com algo extraordinário, talvez com um brilho forte ao ponto de cegá-la por alguns segundos ou então um cheiro capaz de inebriar até os olfatos mais insensíveis. Mas não. Dentro daquele cubículo de madeira havia somente uma pasta sem cor, pálida e sem graça. Concentrou-se em seu objetivo e caminhou para o lado da cama.

#pratodosverem | Descrição da imagem: vê-se uma caixa de madeira entalhada com a tampa entreaberta por onde é possível ver uma substância amarelada dentro, algo semelhante a um gel.

***

Olhar para Madame Lita tão de perto era estar mais uma vez diante da palidez dos cadáveres dispostos ao longo da ponte. Não fosse pelo movimento de subida e descida do peito da mulher, ali estaria uma casca sem alma. "Ah, vovó, o que foi que eu fiz?". Sob a supervisão de Phil, ela passou o unguento nos locais indicados e afastou-se da cama.

— Por que nada acontece?

— Não sei. Temos que esperar...

— Por quanto tempo?

Eu não sei, Sâmia. É sério! A vovó só disse para esperar.... Pode levar algumas horas...

Sem opções, ela deixou-se cair em uma cadeira.

As velas derreteram, Phil cochilou e a nevasca arrefeceu. Na escuridão do quarto, Sâmia atentava para a respiração em chiados da avó ritmada com o sibilar do vento de encontro às janelas. Na outra arandela acesa ao lado da cama, o fogo não passava de um fiapo de luz, como se fosse a projeção física do nível de esperança da Sotein. Quando as pálpebras pesaram e resquícios da visão de horas antes na cozinha começaram a bater à porta de sua mente, o sino da torre de Arcéh gritou seis vezes e, a exatas dez horas da noite, o corpo de Lita Delgo reagiu.


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro