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O BASTIÃO DOS UNAGOR (PARTE 4)

O PORÃO ONDE ACONTECIA A REUNIÃO ESTAVA ABARROTADO. A expressão "toda Arcéh estava ali dentro" não seria de todo errada. Crianças, idosos, homens, mulheres, arcéh do norte e do sul da ilha, pessoas nunca antes vistas nas festividades da cidade, todos quiseram ter a oportunidade única de presenciar um Bastião. Com certeza, não haveria outro tão cedo ou assim esperavam. Portanto, o status de terem participado já serviria para causar inveja à muitas pessoas e ter história para contar para filhos e netos.

As cadeiras dispostas em dezenas de fileiras faziam um semicírculo e deixavam ao centro uma mesa comprida onde os dezesseis Unagor e mais Madame Lita sentavam-se de frente para o público. Na frente deles, papeis e livros sobre a ilha disputavam espaço com pratos de comida, velas, copos e garrafas de bebida. Apesar do frio do lado de fora, o ambiente ali dentro estava abafado e, Higor imaginou, deveria beirar o insuportável na parte oposta do porão, onde os dezessete integrantes do Bastião estavam. Lita Delgo não parava de se abanar com o leque e já desfizera o penteado elaborado com o qual chegara. Outros Unagor tinham os casacos jogados pelo chão e portavam lenços para se enxugar; o senhor Ó Midhir parecia ainda mais pálido. Ao centro da mesa, Drenton Paberos era o único com uma aparência tranquila.

Ou, ao menos, era o único ali com capacidade para aguentar aquele calor.

#pratodosverem | Descrição da imagem: ao fundo, em uma parede, vê-se uma bandeira gigantesca com o brasão dos Unagor. Em uma mesa mais à frente, sentam-se vários dos Unagor, com destaque para Drenton logo ao centro e Oiv e Madame Lita um pouco afastados.

***

Quando Sâmia, Erwank e Higor chegaram, o grupo estava no meio das considerações iniciais sobre os motivos para a convocação do Bastião, a introdução de Lita Delgo entre os integrantes da reunião e a importância de uma decisão acertada. Um senhor cuja largura da barriga desafiava as mentes para saber como aquela cadeira aguentava tanto peso esbravejava sobre o "perigo dos continentais para o comércio da ilha" e exigia atitudes mais "firmes, diretas e impositivas contra essa ameaça". Outro segurava folhas e folhas de papel e elencava prejuízos obtidos ao longo dos anos "por causa da loucura do Conselho de Administração da Cidade em autorizar que esses estranhos venham comercializar seus produtos em nossas terras". A discussão tinha como foco o comércio e assim permaneceu até Drenton decidir intervir de uma vez por todas.

— Senhores – olhou para Lita de cima a baixo e pigarreou — e senhora. Acredito que tudo o que foi falado seja de extrema importância. Sim, sim, é. Não tenho dúvidas quanto a isso. Mas, quero lembrá-los que tudo isso, essas investidas dos continentais contra a nossa ilha, teve seu auge há algumas semanas quando eles tiveram a ousadia de enviar um urso para destruir nossas plantações.

Um burburinho se instalou entre os presentes e os Unagor se entreolharam. Paberos prosseguiu.

— Eu sei que houve divagações alegando que eu teria inventado tudo, que minha mente estaria um pouco... confusa e mais coisas do tipo. Ora, sejamos sensatos: eu mesmo tenho comércio com o continente! Por que inventaria algo para me prejudicar? Não faz sentido algum.

— Mas, Unagor – interviu um homem cujo o brasão de sua estufa lembrava um cachorro. — Eu mesmo fui até a Terceira Estufa no dia seguinte ao suposto ataque, como o senhor deve se lembrar, e de fato vi as pegadas. Mas, sinceramente, nada indica que tenha sido um urso.

— Como não? Foi o que, então?

— Eu já estive em caçadas mundo afora, senhor Paberos, e digo com todas as letras: um cão de Halbriew adulto, com pelo menos dez anos de idade, pode muito bem chegar ao porte de um urso.

O zumbido das conversas abafou as gargalhadas forçadas de Drenton. A alegação do outro Unagor confirmava as lendas correntes na cidade sobre os tais cães protetores da Terceira Estufa. Paberos prosseguiu com seu sorriso até o barulho das conversas cessar. Olhou para o oponente e se ergueu da cadeira.

— Um cão de Halbriew? Ora, o senhor não acha que está velho demais para inventar histórias? – virou-se para a plateia e abriu os braços. — Se eu tivesse um cão de Halbriew eles já teriam me comido! - ergueu a camisa e deu um aperto nas gorduras do quadril. — Olha o tanto de carne disponível...

As pessoas foram abaixo com a cena. O acusador baixou a cabeça e se calou de uma vez. Escorregadio feito uma cobra d'água, não seria tão fácil encurralar Drenton Paberos. Para jogar uma última pá de terra na discussão, ainda desafiou.

— As portas da minha estufa estão abertas, senhores. Quem quiser ir, é só avisar. Farei uma visita especial pelas dependências e vocês poderão ver como só tenho cachorros comuns. Quem quiser me acusar, que venha – bateu na mesa com um estrondo — e farei os espertinhos engolirem essa história gota a gota.

Sâmia observou a excitação das pessoas com o primeiro embate entre os Unagor e a proposta de Drenton. Era um homem esperto, constatou. "Com os cães mortos e o pássaro longe, fica fácil dizer isso...", pensou. "Não encontrarão nada mesmo.".

— Então – Paberos continuou — após a interrupção do Unagor Vaeliane, prossigamos. Se ele tivesse esperado não teria dito besteiras, mas temos que considerar a idade avançada do nosso Unagor, não é?! – soltou um riso de deboche e esperou o efeito. Algumas pessoas riram. Sâmia sentiu o coração pulsar de raiva. — Senhores, eu tenho provas da existência do urso e também dos invasores. Por favor, entrem...

A porta se abriu e dois guardas da Terceira Estufa entraram com uma caixa. Puseram-na à frente da mesa de reuniões e saíram. O Unagor deliciou-se com a expectativa causada no público, foi até o objeto e o abriu. As pessoas se levantaram e houve um "Oh" e muitos "Pela Nyrill!". Alguns gritaram e a confusão se instaurou. Sâmia não conseguiu ver nada até Higor segurá-la pela cintura e a erguer. Seus olhos navegaram pelo mar de cabeças e detiveram-se nas mãos erguidas de Drenton.

Na esquerda, estava um pedaço de braço congelado – aquele, quebrado por ela na Noite da Nyrill.

Na direita, o casaco de Phil Voggi.


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