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O BASTIÃO DOS UNAGOR (PARTE 3)

#pratodosverem | Descrição da imagem: imagem aproximada de uma carta com o selo vermelho. Na cera, há uma letra D em destaque.

***

O BASTIÃO DOS UNAGOR ERA UM EVENTO RARO DE ACONTECER. Apesar da importância das decisões dos Unagor e do fato de Arcéh viver sob a orquestração de suas propostas, o Bastião só era convocado em momentos de relevância em que havia um perigo para a cidade. Por isso, não raro os arcéh utilizavam a expressão "só no dia do Bastião" para enfatizarem a improbabilidade de algo acontecer. Assim, quando a reunião era confirmada, a quantidade de pessoas afoitas para participar extrapolava a capacidade do local. Por isso, apenas algumas famílias recebiam convites para entrar no lugar, conforme os critérios de relevância do nome, tradição em Arcéh e feitos para a cidade.

Perante essas três exigências, qual não foi a surpresa de Higor e de Margareth Sotein ao receberem, semanas antes, um convite para comparecem ao Bastião convocado pelo Unagor Drenton.

Em um primeiro momento, julgaram ser uma afronta. Quando jovem, Drenton cogitara casar-se com Margareth e o convite, segundo o sr. Sotein, seria uma forma de demonstrar para a mulher um poder nunca alcançado pelo seu atual marido; uma tentativa de causar inveja. "Ou, puro ciúmes.", concluiu Higor. Informou-se com outros funcionários das estufas e soube de um detalhe: os Unagor não apontavam seus escolhidos pessoalmente. Na verdade, o Bastião recorrera aos registros de Arcéh para verificar as três condições e, no final, os convites eram enviados à esmo. Em outras palavras, os Sotein poderiam tanto receber um convite em nome de Drenton Paberos, quanto de Oiv Ó Midhir ou de qualquer outro dos Unagor.

Ficaram mais aliviados.

Higor, é claro, empolgou-se com a chance de comparecer à um evento de tal magnitude. Seria uma oportunidade para conhecer os demais donos das estufas e, quem sabe, fazer contatos, interagir com trabalhadores dos lugares mais distantes da ilha e até mesmo receber propostas de trabalho. Chegara a combinar sua ida junto com Margareth e a esposa se empolgara ao ponto de gastar algumas dezenas de moedas na compra de seda para fazer um vestido "digno de uma convidada para o Bastião". Só não contava com a zanga de Margareth após a Festa de Boa Pescaria. Isso, somado à decisão de Madame Lita em reassumir o lugar deixado por Uriel Delgo e o convite feito à Sâmia para acompanhar a avó, fizeram a sra. Sotein desistir de ir, em grande parte para "castigar" Higor, e adaptar o vestido para o corpo da filha.

Sem ter como contra-argumentar, ele nem quis esperar para ver Sâmia arrumada e naquele dia saiu mais cedo para ir trabalhar.

Só não espera ter a oportunidade de ver a beleza da filha tão cedo.

Estava no meio da vistoria de uma nova área de plantação quando foi informado de que a filha e o Capitão dos Mensageiros, Erwank Maxil, o esperavam na sede da estufa. Assustado, Higor correu até os dois e, durante alguns minutos de uma conversa atropelada, soube da situação ocorrida na Primeira Estufa e de uma ideia sugerida por Madame Lita.

Uma ideia que dependia apenas dele para ser posta em prática.

— Sâmia... Sua mãe vai nos matar! – o sr. Sotein baixou o tom de voz para Erwank, parado alguns metros atrás, não escutar.

— Pai, nós já estamos dormindo no feno. O que mais ela vai fazer? Nos pôr na rua? Além disso, a vovó disso que é muito importante o sr. Maxil entrar naquela reunião. Ele pode definir o que acontecerá por lá...

Higor balançou a cabeça para ver se o cérebro entrava em concordância com toda aquela loucura.

— O sr. Maxil já sabe disso?

— Er... Não...

— Como não? E como você pretende fazer? Amarrá-lo em uma cadeira?

— É por isso mesmo que a gente veio aqui... Para o senhor me ajudar a convencer o sr. Maxil...

— Pela Nyrill! O que eu fiz pra merecer isso?!

Levantou-se e foi até Erwank. Nos poucos metros até o homem, o sr. Sotein imaginou uma forma de convencê-lo sobre a proposta formulada por Madame Lita e por Sâmia. Pensou em argumentar sobre a necessidade de Arcéh, bajulá-lo sobre o quanto ele era essencial para a cidade e também enaltecer suas virtudes como líder dos mensageiros da ilha. Cara a cara com ele, abriu a boca, engoliu e seco e soltou:

— Sr. Maxil, o senhor aceita ser minha esposa?

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARRÉ!

Os gritos de Erwank estremeciam a casa de Lita Delgo e, pela quarta vez, Sâmia teve de correr até a porta para conter a curiosidade dos vizinhos. Primeiro, dissera que fora o vento das janelas velhas do andar de cima. Depois, que Higor havia batido o pé na quina da porta. Na terceira vez, chocou as pessoas ao afirmar que haviam matado um porco para o almoço, mas os curiosos continuaram a perturbar. Por fim, dissera a verdade: estavam no meio de uma sessão de depilação.

Os vizinhos desdenharam da garota e foram embora.

Sâmia sorriu.

No quarto de Madame Lita, Erwank tinha a barba e os pelos dos braços, das pernas e da parte de cima do peito arrancados com cera.

— ERWANK NÃO QUERER MAIS BRINCAR!

— Erwank, é por Arcéh!

— QUE AFUNDE!

— Sr. Maxil, o senhor pode salvar vidas...

— MORRER TODOS!

Sâmia decidiu apelar:

— Pela vovó, Erwank. Por favor!

O homem parou por alguns instantes, respirou fundo, pegou o pano com cera quente e arrancou ele mesmo.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

A sessão de tortura só terminou após o rosto de Erwank ficar liso ao ponto de um bebê ter inveja daquela pele macia. Com a ajuda do pai, Sâmia conseguiu pôr a anágua no sr. Maxil, fazê-lo calçar as meias e os sapatos, vestir a saia e a blusa de Margareth e ser maquiado. Por fim, procuraram entre os velhos pertences da trupe de teatro "Madame Delgo & os Garrons" e encontraram uma peruca nem tão semelhante ao cabelo da sra. Sotein, mas suficiente para completar o disfarce. O toque final veio com algumas joias e um pouco de perfume.

— Erwank espirrar com perfume. – reclamou.

— E como você abraça a vovó?

— Erwank espirrar com perfume nele, não nos outros...

Sâmia ignorou as reclamações e tascou quase um vidro de essência no couro do sr. Maxil. Ao terminar, ela e Higor estavam orgulhosos do trabalho feito às pressas e no maior improviso.

— Por favor – comentou o sr. Sotein – a sua mãe pode até saber de tudo o que aconteceu hoje. Eu consigo lidar com isso. Mas nunca, jamais, ela pode saber que as roupas dela quase ficaram folgadas no sr. Maxil...

— Ter respeito, homem! – replicou o Capitão — Erwank ter corpo ajeitadinho.

Higor preferiu não comentar.

***

#pratodosverem | Descrição da imagem: vê-se o senhor Erwank vestido com as roupas de Madame Lita. Usa vestido amarelo com flores brancas bordadas, está com as unhas pintadas, colar de pérolas no pescoço e maquiagem pesada, com direito a batom vermelho e sombra verde nos olhos.

PASSAR PELOS GUARDAS NÃO FOI TÃO DIFÍCIL QUANTO IMAGINARAM. No momento em que foram abordados pelos cavaleiros, apesar de Higor suar como se tivesse corrido de casa até a Primeira Estufa e de Erwank não conseguir fazer uma voz mais suave ("Estou com gases, desculpe!", justificara ele ao cavaleiro), conseguiram a permissão para entrar.

O braço do sr. Sotein fervia quando encontraram o salão das reuniões e sentaram-se nas cadeiras ao fundo. Higor massageou as costas. Sem conseguir andar direito com as sandálias de plataforma alta, Erwank jogou todo o peso do corpo sobre o outro.

— O senhor é uma péssima esposa, sr. Maxil. – ralhou entredentes.

— Erwank quer separar de você, esposo insensível...

E jogou os sapatos por entre as cadeiras.


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