Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

NAS PROFUNDEZAS DE ARCÉH (PARTE 2)

ATÉ O DÉCIMO POSTO DE OBSERVAÇÃO ESTAVA TUDO BEM. Apesar do cuidado redobrado para não esbarrarem em nenhum corpo, Phil e Sâmia seguiam sem dificuldades. Temiam a escuridão da ponte, mas, para a surpresa deles, as tochas dos postos de vigília estavam acesas. O respeito dos arcéh para com seus mortos era algo digno de inveja e, eles comprovaram, mesmo na adversidade do tempo as pessoas tinham o cuidado de acender chamas para as almas dos seus entes. Contudo, talvez preferissem um pouco mais de escuridão: por todo lado reconheciam pessoas do seu convívio social e admiravam-se ao verem alguém cujas atitudes nunca denunciaram o desejo de estar ali.

"A tristeza se mascara com os sorrisos mais bonitos...", Sâmia pensou ao ver a expressão de dor na face de uma das estátuas: ela fora sua professora e de Phil durante a escola; uma pessoa dada a abraços e cuidados com cada um dos seus alunos, sempre pronta a dar uma palavra de apoio, um conselho ou um sorriso.

Encontrá-la trouxe de volta a angústia da garota. Começou a se questionar se não havia sido egoísta ao pedir apenas pelo renascimento da avó quando a professora, talvez, precisasse muito mais de uma segunda chance. A mestra, ela lembrava, não chegava a ter quarenta anos de idade e acabara de ter um filho. Mesmo sem saber da presença de tantos conhecidos naquela noite, sentiu-se culpada por não ter pensado nos demais arcéh na mesma situação de Madame Lita.

— Phil, por que ela fez isso? - os olhos estavam marejados. Estavam sob a luz do décimo oitavo posto. Para a sorte deles, durante o inverno os designados de vigília na ponte só tinham turnos de trabalho durante a manhã. — Ela era tão incrível. Tão... de bem com a vida...

— Por fora, sim. Pena que nunca tivemos a oportunidade de conhecê-la de verdade. Talvez se...

Sâmia o interrompeu.

— Não faríamos nada, Phil... Nunca fazemos, não é?

— Não, não fazemos. Pensamos que a felicidade é a regra de tudo e ficamos cegos para as tristezas ao nosso redor e em nós mesmos. Sugamos tanto dela e nunca nos dispomos a escutá-la... Só víamos a professora...

— ... e esquecemos do ser humano.

O vento arranhava a superfície de gelo do mar. Sâmia teve vontade de chorar uma enxurrada, mas sentiu-se seca, como se até as lágrimas se recusassem a servir alguém tão vil quanto ela. Por sua vez, Phil Voggi tentava evitar pensamentos inéditos para ele, a maioria deles ligados à uma culpa por nunca ter feito "mais", seja por Arcéh ou pela avó, seja pelos amigos ou por ele mesmo.

O bruxulear das chamas pareceu vacilar.

Reconheceram mais pessoas entre os mortos.

Sâmia teve a impressão de ver Uriel Delgo entre os cadáveres.

Phil viu muitas pessoas parecidas com ele.

Começou a se encolher, abafado pelo fardo das lembranças e pela culpa. Culpa de quê, ele mesmo não sabia. Mas a morte lhe trazia um fardo, a consciência da finitude; uma vontade de gritar, um arrependimento por coisas feitas, não feitas e desfeitas.

— Não se entregue... - o apelo da garota saiu em um sussurro. Dizia isso para ele e também para si: acabara de ter a visão do telhado da sua casa caído sobre Margareth e Higor. Sentia-se cansada.

A avó acabara de falecer.

Ela fracassara.

Decepcionara a todos.

Não era digna daquela cidade; não era digna do próprio nome.

Cerrou os olhos.

Flutuava para longe.

O deus a odiava.

"Mentira..."

De repente, Sâmia sorriu. Não tinha provas, não tinha certezas, mas aquilo era mentira. Tinha convicção daquilo. Sobrevivera à noite da Nyrill. Era uma arcéh, de fato. Não tinha motivos para envergonhar-se de nada.

E abriu os olhos no momento certo de jogar-se sobre Phil e salvá-lo do tiro.

***

#pratodosveem | Descrição da imagem: vê-se o Unagor Drenton empunhando uma espingarda. Ele a sustenta em um dos ombros e mira para frente.


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro