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A FESTA DE BOA PESCARIA (PARTE 4)

#pratodosverem | Descrição da imagem: vê-se um frasco com um líquido preto e uma caveira pintada na superfície do vidro. Está enrolado com um pano roxo e exala uma fumaça cinzenta.

***

MARGARETH ESFREGAVA O MESMO PRATO PELA DÉCIMA VEZ COM A ATENÇÃO VOLTADA PARA A CONVERSA ALHEIA. Para o seu deleite, Phil Voggi fora embora, mas, em compensação, deixara um clima de conchavo entre Lita, Erwank e Sâmia. Há horas os três não paravam de cochichar às suas costas, fazer gestos como se todos fossem mudos e lançar olhares compridos para a sra. Sotein. Terminou de lavar as louças, guardou as coisas e parou no meio da cozinha com a mente tal qual uma fogueira. A mudança da mãe, uma certa aura de urgência no ar, essa viagem pelas estufas, a convocação do Bastião dos Unagor, tudo a deixava tensa. As coisas pareciam sair do seu controle e isso era o tipo de situação capaz de fazê-la desconfiar até dos próprios pensamentos.

Pensou e repensou algumas estratégias de defesa até escolher por um ataque avassalador em qualquer plano do trio. Procurou pela casa e os encontrou no quarto de Lita, sentados na cama à tramar planos distantes dos seus ouvidos.

— Eu já terminei de arrumar tudo. - anunciou a sra. Sotein. Os olhos de Sâmia quase saltaram de empolgação pela notícia. Margareth esperou mais alguns segundos, deliciou-se com a falsa esperança dos três e soltou a bomba. — Mas eu decidi passar a noite aqui.

Se suas faces fossem feitas de argila, cairiam no chão e se despedaçariam. Sâmia e Lita conseguiram manter certo ar de normalidade, Erwank, porém, recém-apresentado ao jogo de intrigas no convívio com a sra. Sotein, não conteve o ar de decepção.

— Por que não ir embora?

Por que? Ora, sr. Maxil, que pergunta fora de hora! O fato de eu desejar passar um tempo com a minha mãe e a minha filha após tantos dias longe não é uma boa justificativa para o senhor?

— Hum... Erwank aceitar.

— Obrigada por me aceitar na casa da minha mãe, Erwank. Fico muito feliz.

— Margareth, e quanto ao Higor?

— Ah, ele ficará na cidade porque vai à uma festa... Algo assim... - parou por um momento e virou-se para a filha. A fogueira em sua cabeça crepitou e o fogo a deixou mais viva. — É... Sim, agora eu lembro: a Festa de Boa Pescaria é hoje... O Phil não vai participar? Ele também vai com os outros, não é?!

­— Sim, mãe, ele vai. E também será homenageado na festa. - ciente do caminho destinado àquela conversa, Sâmia acrescentou. — Ele me convidou para ir com ele.

— E você disse "não", é claro.

— Eu não respondi.

— Não precisa. Eu respondo por você.

— Margareth, sua filha já tem consciência da própria vida. Essa proteção toda não levará nenhuma das duas a nada.

— A senhora quer que eu a deixe ir?

— Sim! Por que não? Ela pode ir com o Erwank. Ele também irá à festa. Ou até com o próprio Higor.

— Esse tipo de festa não é para mulheres de respeito!

— Ah, não? Porque "mulheres de respeito" por acaso não dançam, conversam e bebem? Devem ficar em casa esperando o retorno do marido? Ora, faça-me o favor! Até parece que você não foi criada por mim...

— Não, mamãe, eu não fui! Não se esqueça de que enquanto você perambulava pelo continente de cidade em cidade com essa coisa de ser atriz, quem deixava esta casa de pé e mantinha o papai bem alimentado era eu.

Madame Lita levantou-se e saiu do quarto enquanto Margareth elevava o tom da conversa em um evidente descontrole. Erwank e Sâmia trocaram olhares apreensivos, já temerosos pelas proporções da briga. A sra. Sotein parecia disposta a vomitar cada palavra entalada há anos em sua garganta. Coisas como a ausência da mãe, a imposição de assumir a casa quando ainda era só uma criança, a falta de diálogo entre as duas, as excentricidades de Madame Delgo junto à sua trupe de teatro, tudo levava a mulher à um constante estado de raiva.

Raiva esta que agora jorrava aos gritos.

Ao se ver em um monólogo, Margareth passou a exigir a opinião da filha e do Capitão dos Mensageiros. Queria a todo custo ter algum tipo de apoio à sua contenda. Quando não o obteve de forma espontânea, elevou o tom e o nível das acusações. O sr. Maxil e a menina viram-se acuados: se ficassem no quarto, corriam o risco de serem estapeados pela mulher; se fizessem menção de sair, poderiam ser... estapeados pela mulher!

Sem saída, ficaram sentados naquela cama feito crianças ante uma bronca da mãe, as cabeças abaixadas e os ombros caídos enquanto a sra. Sotein marchava na frente deles de um lado para o outro. Cega pela empolgação fomentada pelo ódio, ela não percebeu quando Madame Lita retornou ao quarto com um pano nas mãos, posicionou-se às costas da filha e, diante da perplexidade de Erwank e de Sâmia, tapou a boca e o nariz de Margareth. A mulher debateu-se por alguns segundos até cair no chão, apagada.

— Pronto - Lita ajeitou o cabelo, alisou o vestido e sorriu para a neta. — Assunto resolvido: você está liberada para ir à festa.

— Vo-V-Vov... O q-que tem nesse p-pa-pano...?

— Aqui? - inspirou o aroma do tecido e revirou os olhos. — Só uma coisinha para se prevenir.

— Prevenir de quê? - Erwank perguntou, a incredulidade carimbada na testa.

— Ora, eu sou uma mulher viúva, muito conhecida e que mora sozinha. Tenho que me proteger, vocês não acham?

— Com um pano?

— Sim, Erwank, com um pano! Saiba que um pano, para quem sabe usá-lo da maneira correta, pode ser mais letal que uma espada...

— Espera: a mamãe está...

— Ora, não. Não! Que julgamento vocês fazem de mim?! Eu estou um pouco diferente, reconheço, mas não significa que tenha perdido o juízo. Façam-me o favor! Ou vocês acham que eu teria coragem de matar minha própria filha?

Erwank e Sâmia voltaram a trocar olhares e preferiram não responder.

Madame Lita ainda estava com o pano nas mãos.


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