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A DOR DA HUMANIDADE (PARTE 1)

#pratodosverem | Descrição da imagem: mais um cenário de destruição. Veem-se a sombra de pessoas correndo em meio a uma floresta em chamas.

***

APÓS O EMBATE ENTRE LADEL E GYEN, BASTARAM POUCOS DIAS PARA O MUNDO COMEÇAR A CAIR. Quando Déa, guardiã da primavera, apareceu morta, o Ciclo das Estações se quebrou: o volume dos rios diminuiu, os ventos pararam de soprar em alguns lugares enquanto em outros, devastaram regiões inteiras; nevascas gigantescas passaram a dizimar cidades e muitos viram suas pastagens e plantações serem tomadas por flores, com plantas por todos os cantos. Em consequência disso, a quantidade de insetos aumentou e começaram as infestações.

A foice do destino, porém, parecia muito mais mortal em Arcéh.

A euforia pela chegada do verão dera lugar a noites de combate aos incêndios. Pelas ruas, muitos choravam a perda e sentiam como se uma velha cicatriz fosse aberta. Grupos se juntaram para apagar os incêndios e fazer um trabalho de prevenção, sem resultados: em dias, os bosques secaram e parte da ilha ganhou tons entre o cinza e o preto.

Colunas de fumaça tomavam o ceu e passeavam pelas ruas da cidade como se brincassem de névoa; nas praias, cada onda mais forte trazia centenas de peixes mortos enquanto lá em cima, em um riso de escárnio frente ao caos, o sol parecia cada vez mais brilhante e severo. O auge do desespero veio quando as casas também começaram a sofrer com o fogo e nem as estufas foram capazes de trazer alguma esperança. Quanto mais os problemas aumentavam, mais os arcéh se reuniam na ponte em súplica por ajuda, na esperança de que, diferente das velhas histórias, desta vez a Nyrill os atendessem.

Contudo, mesmo que quisesse, ela não os ajudaria.

Estava mais longe dos humanos como jamais estivera em toda a sua existência...

CONVOCADO PARA O CONSELHO DOS TRÊS ANCIÃOS, GYEN VIAJOU DURANTE DIAS. Passou por muitos lugares e presenciou o caos imposto ao mundo. Tentava amenizar a situação como podia, as vezes quase ao ponto de se revelar para poder ajudar as pessoas. Corria com eles, passava-se por humano, organizava-os para encontrarem uma solução para abrandar os problemas... Seus esforços não surtiram muito efeito. Eram tão úteis quanto os esforços de qualquer outro ser humano na mesma situação. Desde a conversa com o irmão era como se sua magia diminuísse a cada hora. Por mais que ainda conseguisse domar a neve e causar tempestades, notava que o gelo não parecia mais tão firme e trincava ao menor toque, o frio estava mais ameno e até as nevascas duravam menos tempo.

O único jeito de resolver tudo era confrontar os Anciãos e torcer para as coisas não piorarem ainda mais.

Ao chegar ao seu destino, estava mais cansado do que previra. À borda de uma velha floresta nos confins do mundo, cinzenta e silenciosa, Gyen descansou. Lembrava-se bem das histórias sobre aquele lugar: ali, qualquer sentimento exacerbado era absorvido pelas árvores. Diferente de suas irmãs de outros lugares, naquelas terras as árvores eram grandes feito torres e de troncos grossos feito casas; suas raízes eram fundas como o oceano e, muitos afirmavam, todas as florestas do mundo tinham origem naquela. Era, enfim, uma floresta tão velha quanto os deuses, alimentada por emoções e sentimentos e, por isso, perigosa para quem ousasse caminhar em seus domínios. Muitos deuses já haviam se perdido ao tentarem atravessá-la, ansiosos por encontrar o Conselho. E muitos deles ainda vagavam por aqueles caminhos.

Não perdidos em meios às árvores, sim embrenhados nas profundezas dos próprios pensamentos.

Gyen olhou para a trilha. O caminho estreito serpenteava por entre os troncos até se perder em uma curva. Não deveria sentir receio algum, afinal, ele era um deus. "Um deus superior.", corrigiu-se. Inspirou o ar pesado e envelhecido da floresta. Tossiu. Havia odores do princípio, coisas guardadas como se ali fosse o sótão onde o Tempo jogava suas próprias antiguidades. Procurou deixar a mente a mais limpa possível e deu o primeiro passo.

Silêncio.

#pratodosverem | Descrição da imagem: o deus invernal caminha em meio a uma floresta de aspecto sombrio, com árvores colossais de troncos cinzentos.

***

Deu mais outro passo e depois mais outro e mais outro até chegar a um ritmo constante, sempre com o olhar fixo à frente e a expressão serena. Seguiu assim pelo o que pareceu serem horas. Nada acontecia. Ainda assim, ele se sentia observado por todos os lados. Com o absoluto silêncio do lugar, os estalos das árvores pareciam explosões distantes. O farfalhar das poucas folhas lembravam murmúrios, a brisa rasgava os ouvidos e os seus passos sob o cascalho se multiplicavam de tal forma ao ponto do esforço para manter a concentração começar a ser inútil.

Parou por um instante e buscou algum foco. Começou a sentir a mente divagar. Fechou os olhos, tentou mais uma vez limpar os pensamentos e apurar os ouvidos. E escutou, tão claro quanto o canto de um pássaro, uma velha canção na voz de uma criança...

É hora de acordar / É hora de acordar / As flores tão sorrindo, o céu está brilhando, o gelo está fugindo / É hora de acordar! / É hora de acordar! A água está correndo, crianças tão crescendo, você não está vendo? / É hora de acordar! / É hora de acordar! / ...

O corpo de Gyen estancou.

"NÃO OLHE PRA TRÁS!", gritou uma voz interior.

Seu corpo inteiro estava arrepiado e não adiantava mais tentar esvaziar a mente: a floresta já captara a mínima emoção escondida, o suficiente para zombar dele. Aquela música era uma lembrança de quando ele e o irmão eram pequenos, milhares de anos atrás, e Ladel a cantarolava enquanto destruía esculturas de gelo e transformava montes de neve em meras poças d'água.

As mãos de Gyen se crisparam.

"SIGA EM FRENTE!", ordenou-lhe a voz.

A música continuou ainda mais alta e zombeteira. Logo, o murmúrio da floresta lembrava um coro entoando "É hora de acordar!" em uníssono.

"CONTINUE, GYEN!", gritou a voz a plenos pulmões.

— ... O frio vai acabar / e Gyen vai chorar / Fraquinho vai correr pra mamãe te abraçar! / ...

E o coro respondeu com empolgação:

... É hora de acordar! É hora de acordar! É hora de acordar! É hora de acordar! É hora de acordar! É hora de acordar!...

— CALEM A BOCA!

O deus socou uma árvore próxima. O tronco e os galhos congelaram e preservaram a marca dos dedos na madeira. A cantoria cessou e a mudez voltou a tomar conta do lugar. A armadilha não funcionara. Gyen, porém, não tinha motivos para comemorar. Ainda estava distante do seu objetivo, a noite não tardaria a chegar e sua mente já estava escancarada para as árvores se deliciarem com suas memórias. Não adiantava mais se esforçar para bloquear os pensamentos: tudo o que escondia dos outros e enterrara dentro de si estava agora no ar.

Naquele dia, o banquete da floresta seria Gyen.

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