7. Romântico Anônimo
esse capítulo é dedicado ao menino que conheci quando tinha doze anos
e para o homem extraordinário que ele se tornou.
As ruas cobertas de neve de Seul estavam movimentadas pela chegada do natal. Havia um clima aconchegante no ar, como se todos aguardassem por essa data durante o ano inteiro. Os sorrisos eram calorosos, e nem mesmo o frio extremo, que causava orelhas e bochechas vermelhas, era capaz de abalar o bom humor dos coreanos naquele ano. De dentro de uma cafeteria qualquer, um jovem como qualquer outro, admirava o mundo ao seu redor com certa nostalgia. Não se sentia especial ou diferente de todos aqueles que caminhavam pelas calçadas, era apenas um cara levando a vida da melhor forma — ou ao menos tentando —, que lutava com a miopia e as contas de luz, água, gás, aluguel. Eram muitas, mas ele estava dando conta. Concluindo, Yoongi não se sentia como o protagonista de uma história dramática, sua vida não tinha nenhum acontecimento extraordinário, e sua rotina era monótona, como grande parte dos habitantes da capital coreana.
Um suspiro escapou por entre os lábios rachados pelo frio, e ele desviou os olhos da janela para focar no café esfriando sob a mesa. De nada adiantava esses pensamentos inúteis, mas talvez fosse a época do ano, em que as pessoas insistiam em querer refletir sobre a vida, fazer uma retrospectiva do ano. Isso o fazia ficar melancólico, pois o que ele fez naquele ano? Quais foram seus momentos mais felizes? Ganhou mais que perdeu? Era um ciclo de pensamentos infinito, o qual nunca o levava a lugar nenhum. Encarou o relógio em seu pulso, percebendo que a pessoa que esperava estava há vinte minutos atrasada. Min Yoongi odiava esperar, mas manteve a calma pois não esperava por qualquer pessoa.
Era sua pessoa favorita do mundo.
Kim Taehyung.
Até mesmo a pronúncia do seu nome soava doce, como provar uma barra de chocolate ao leite com pedacinhos de castanhas. Yoongi amava chocolate com castanhas. Era satisfatório tê-lo perto, chamar seu nome, encarar seus olhos, ouvir o som suave da sua voz. Taehyung era perfeito, será que tinha alguma noção disso? Até mesmo a maneira como andava parecia ser algo surreal, ele tinha uma aura dourada que combinava perfeitamente com a cor do seu cabelo. Como um anjo, uma criatura de luz que foi mandada à Terra apenas para dar um colorido novo aos dias cinzas de Yoongi. Taehyung era luz, irradiava um brilho por onde passava, seu sorriso era como o sol e Yoongi nunca viu nada igual.
Ainda se lembrava perfeitamente da primeira vez que viu Taehyung, e em como ele parecia surreal. Yoongi tinha doze anos, um par de óculos espesso e uma timidez que o fazia se esconder atrás de pilastras do colégio. Mas Taehyung não, ele andava pelos corredores de cabeça erguida, defendia o melhor amigo dos valentões da escola e, de vez em quando, sorria na direção de Yoongi. Era algo tão bobo, tão inocente, que o advogado sentiu-se um pouco patético olhando agora, mas naquela época, era o feito mais extraordinário dos dias de um garotinho de doze anos. Yoongi havia acabado de chegar em Busan, era seu primeiro dia de aula e a primeira coisa que viu assim que passou pelos portões, foi um garoto magricela rolando na grama com outro, que tinha o dobro do seu tamanho. Mais tarde, descobriu que o menino em questão havia ofendido Jimin, que na época era uma menina confusa que não gostava nada de ser uma menina.
Yoongi o admirou um pouco naquela época, em como Taehyung não media esforços para defender aquele que ama e ignorava tudo e todos em prol daquilo que acreditava. Pois ele não largou o garoto enquanto um adulto o tirou a força de cima dele, e gritou com todos, em uma ameaça brutal, que mataria o próximo que implicasse com seu amigo. Yoongi nunca viu nada igual, e não deixava de sentir-se um pouquinho curioso a respeito daquele ser humano singular. Naquele mesmo dia, na hora do intervalo, Min o viu num canto afastado de todos, encarando a própria lancheira vazia com um olhar indecifrável. Com extrema timidez, sentou ao seu lado, sem saber como começar um diálogo. Queria saber por que Taehyung não estava comendo, se já tinha comido, ou ao menos seu nome, que ainda era um mistério. Contudo, antes mesmo que ele fizesse qualquer coisa, Kim lhe encarou, parecendo curioso a seu respeito.
— Você é novo aqui, né? — disse ele descontraído, enquanto fechava a lancheira. — Se o Minho implicar com você, diz que é amigo de Kim Taehyung.
— S-seu nome é Taehyung?
Lembra-se perfeitamente da maneira como ele lhe encarou, sorrindo docemente como se o mundo fosse um favo de mel e Yoongi sentiu falta dessa época. Onde tudo era bonito, mais fácil e doce.
— Sim, e qual seu nome, gatinho? — Taehyung ainda sorria enquanto Yoongi apertava o sanduíche na sua mão, amassando-o com a força. Gatinho? Nenhuma garota jamais o chamou assim, muito menos um garoto. Min sentiu uma queimação no estômago, que só foi entender anos mais tarde, quando teve sua primeira ereção. — Você parece um gatinho.
Ele riu, e Yoongi só conseguia reparar no quanto ele era tão... diferente de tudo que já havia visto em sua curta vida. Os olhos dele tinham um brilho especial, algo que seu eu de doze anos não conseguia entender, mas que hoje via como algo só de Kim Taehyung. Era sua luz, sua forma de demonstrar toda a pureza que sua alma carregava. O cabelo castanho caía em ondas desgrenhadas na testa, ele tinha um arranhão no braço que com certeza foi por causa da briga no gramado.
— M-Min Yoongi. — o menino gaguejou, ignorando o comentário bobo sobre sua aparência. — M-meu nome é Y-Yoongi.
— Você não consegue falar sem gaguejar?
Não era uma implicância, Taehyung parecia genuinamente curioso a respeito do garoto na sua frente. Yoongi diria que ele temia falar algo que lhe ofendesse de alguma forma, isso era comum em meninos daquela idade? Não, Taehyung era especial.
Antes que Yoongi pudesse processar alguma resposta a dar, o som da barriga de Taehyung roncando fez os meninos se encararem em surpresa. Ele não tinha comido, e as orelhas vermelhas e o olhar que desviou para longe do seu eram a prova disso. Yoongi nem pensou muito antes de oferecer o sanduíche amassado a ele, fazendo Taehyung lhe encarar em choque.
— M-Minha mãe mandou dois, eu já comi o outro.
É óbvio que era uma mentira, mas Taehyung acreditou e abocanhou o sanduíche como se aquele fosse o melhor lanche que comeu na vida. Yoongi sorriu, e Taehyung sorriu de volta. Depois desse dia, se tornaram o trio inseparável que perdurou até a época da faculdade, onde a escolha de cursos os separou por alguns anos. Se encontraram novamente em Seul, com empregos estáveis e uma vida agitada. Jimin e Taehyung realizaram o sonho de abrir um restaurante juntos, e Yoongi apenas admirava os amigos cada vez mais.
Quando tinha quinze anos, percebeu que sua admiração por Taehyung era diferente da que tinha por Jimin. Ele não desejava descobrir o sabor dos lábios de Park, e nem sentia o coração acelerar loucamente quando o abraçava. Isso acontecia apenas com Taehyung, era apenas a mão de Taehyung que causava formigamentos pelo seu corpo. Quinze anos é a idade em que as descobertas surgem, onde os hormônios estão à flor da pele e tudo é mais intenso. Yoongi permitiu-se ser um pouco ousado, algo que a timidez nunca lhe permitiu ser. Passou a enfiar cartas com declarações exageradas no armário de Taehyung, deixar buquês de flores em seu portão, e escrever "eu te amo" nas paredes rabiscadas do banheiro masculino. Todas sempre com a mesma assinatura:
Romântico anônimo.
Gostava do conforto do anonimato, de não precisar encarar os olhos intensos de Taehyung ao dizer tudo o que seu coração gritava sempre que o via. Então, fazia-se de desentendido sempre que via Taehyung lutar para descobrir quem era o seu admirador secreto, e nunca se revelou por trás de todas aquelas palavras bonitas. Ele viu Kim falar de outros amores, beijar outras bocas, e viu seu mundo perder as cores ao fingir que nada daquilo te afetava. Sempre esperando o momento certo, a frase certa, para revelar e declarar tudo o que seu eu adolescente sentia naquela época. E isso nunca aconteceu, e mesmo ali, naquela cafeteria, em meio a neve e o tumulto de pessoas, Yoongi ponderou se conseguiria fazer aquilo naquele ano.
Foi Taehyung que o convidou para sair, dizendo que havia algo de importante para dizer e que não poderia deixar o natal passar sem revelar o que era. Yoongi sentia-se ansioso, e se ele fosse falar de outra pessoa novamente? Não conseguiria conhecer outro namorado ou namorada de Taehyung e fingir simpatia. Estava cansado de forçar sorrisos, esconder sentimentos, mascarar seu amor. Por quanto tempo ainda aguentaria até que seu peito explodisse e ele gritasse em plenos pulmões que o amava? Um ano? Um mês?
Um segundo.
Esse foi o tempo que fez com que Yoongi quase gritasse aquelas três palavras, assim que notou Taehyung ocupar a cadeira na sua frente com rapidez. Ele tinha os fios dourados salpicados de floquinhos de neve, um cachecol preto no pescoço, a qual dedicava-se para desenrolá-lo dali. Assim que o fez, agitou o cabelo e sorriu para Yoongi.
O advogado sentiu que ia morrer ali mesmo.
Não aguentaria mais. Ele precisava falar.
— Oi! Desculpa o atraso, tive que fechar o restaurante sozinho hoje de novo, o trânsito estava uma loucura e nossa... você está lindo, adorei o casaco da Gucci. É novo? — Taehyung disparou a falar e Yoongi só conseguia rir. Ele não conseguia ser menos adorável?
— Está tudo bem, não esperei tanto tempo assim. — Min respondeu, sem tentar esconder o sorriso. — E não, meu casaco não é novo, mas obrigado pelo elogio.
Depois de pedir um chocolate quente, Taehyung falou algumas trivialidades antes de puxar o assunto foco daquele encontro, o motivo que fez Yoongi cancelar a noite do soju com Jungkook. Ele deu voltas e voltas em assuntos casuais, até o momento que um garçom colocou uma xícara de chocolate na sua frente e Kim engoliu em seco, parecendo se preparar para o que quer que fosse dizer. Yoongi soube que era algo sério, pois raramente viu ele tão nervoso.
— Yoongi... — seu nome foi arrastado como se fosse feito de elástico, a expressão corporal de Taehyung gritava excitação e o advogado tentou esconder o próprio nervosismo ao sorrir docemente para ele, tentando passar algum tipo de conforto.
— Sim?
— Eu não sei como dizer isso, meu deus, eu sou ridículo. — ele bufou frustrado, escondendo os olhos na palma da mão. — Tenho quase trinta, mas me sinto um adolescente.
— Aconteceu alguma coisa? Meu deus, você está tremendo! — Yoongi não conteve o arquejo ao segurar a mão do amigo sobre a mesa. — O que houve? Você está bem?
— Não, eu estou bem, Yoon. — Taehyung tentou sorrir, mas seu sorriso soou ainda mais nervoso, deixando Yoongi ainda mais preocupado. — É só algo que estou guardando há um tempo, algo importante que... eu preciso te falar.
— Então fale. Prometo ouvir com atenção.
Dessa vez o sorriso de Taehyung foi sincero, carregando toda a doçura que sua alma tinha. Ele respirou fundo, tomou um gole do chocolate quente e apertou a mão de Yoongi antes de perguntar:
— Lembra quando você me ofereceu seu guarda-chuva depois do enterro dos meus pais? — a pergunta pegou Yoongi desprevenido, pois não sabia que dentre tantas memórias que eles tinham juntos, Taehyung fosse citar a de um dia tão dolorido.
— Sim, começou a chover bastante e você... você ficou lá parado. Foi... — Yoongi hesitou, procurando palavras que pudessem descrever o que sentiu naquele momento ao vê-lo tão destruído. — Doeu, sabe?
Taehyung soprou um riso nasal, e Yoongi sentiu-se ainda mais confuso. Onde ele queria chegar?
— Naquele dia... Eu pensei que fosse morrer ali, eu senti toda a minha alma ficando embaixo da terra com meus pais. — ele suspirou. — Mas quando você me olhou naquele momento, foi como se tivesse me trazido de volta à vida. Você me salvou do temporal, foi o sol no meio da chuva.
— Taehyung...
— Eu não terminei. — ditou ele, firme. Yoongi sorriu tristemente. — Se não fosse por você e os Park's, eu provavelmente não estaria aqui hoje. Mas sabe, Yoongi, aquele seu olhar nunca saiu da minha cabeça. Porque foi a mesma forma que você me olhou quando nos conhecemos, no recreio da escola, e me ofereceu um sanduíche. Foi um olhar de conforto, como se quisesse dizer que tudo iria ficar bem. E eu acreditei, porque eu sempre acredito no que seus olhos dizem.
— Onde quer chegar, Tae? — a voz de Yoongi soou mansa, temerosa.
— Eu... só queria agradecer por todas as vezes que me salvou, isso só fez com que eu te amasse um pouco mais a cada ano.
O coração de Yoongi bateu como um louco, e ele pôde jurar que foi parar na garganta com tanto impulso. Não era a primeira vez que Taehyung dizia que o amava, mas sempre causava esse efeito eletrizante por todo seu corpo.
— Ah, Taehyung... Eu também te amo, você não foi o único beneficiado com a nossa amizade. — Yoongi sorriu, sentindo os olhos lacrimejarem e a garganta fechar, tornando sua voz embargada.
— Não, você não entende. — Taehyung bufou frustrado, fazendo o advogado franzir o cenho. — Eu não te amo da mesma forma que amo o Jimin.
— Não?
— Não, Yoongi. Porque eu não preciso me esforçar para não querer beijar o Jimin a todo instante. — desabafou, como se isso estivesse preso na sua garganta há tempos.
Yoongi travou, prendeu a respiração, piscou os olhos três vezes seguidas e ainda não processou o que ouviu.
— O quê?
— Agora mesmo, estou fazendo um esforço gigantesco para não te agarrar aqui no meio de todo mundo. E sabe o por quê? Porque sou loucamente apaixonado por você, tem noção do quanto isso é desesperador?
Por longo período de tempo, Yoongi apenas encarou Taehyung em silêncio. Havia ouvido direito? Poderia ter chegado a um nível de amor platônico tão grande, que sua mente estava formando alucinações com aquele homem deslumbrante na sua frente? Haviam tantas perguntas pipocando sua mente, tantas dúvidas, nada fazia sentido. Era um sonho? O advogado se beliscou e doeu, era real.
— Desde quando? — questionou, suando frio.
— Desde os quinze. Você... — Taehyung encarava um ponto qualquer da mesa, evitando os olhos desesperados de Yoongi. — nunca percebeu?
— Não...
Se tivesse percebido qualquer sinal antes, Yoongi não teria perdido tanto tempo aguentando seu coração que gritava o nome de Taehyung todo santo dia. Se ele tivesse percebido, teria beijado-o na noite em que brigaram por causa de um ex-namorado insuportável de Taehyung, ao invés de apenas abraçá-lo na chuva. Se ele sequer sonhasse que Taehyung sentia o mesmo por ele, não teria assistido-o beijar tantas bocas diferentes em uma única noite numa balada, e teria o puxado pela cintura como sempre quis fazer.
Droga, por que caralhos nunca percebeu?
— Por que... — Yoongi praticamente gemeu ao esfregar a testa de modo nervoso. — Por que nunca disse nada?
— Sei lá, Yoon. Talvez foi porque sempre te achei bom demais para mim.
— Tá brincando? — o advogado bufou uma risada sem humor, atraindo as orbes de Taehyung para si. Ele tinha um olhar assustado, Yoongi respirou fundo e sentiu uma enorme vontade de rir até a barriga doer. — Porra, Taehyung, você realmente...
E então, ele não aguentou segurar e começou a rir. A situação toda era tão cômica, tão surreal, que Yoongi não conseguia não achar tudo muito engraçado. Ele sempre amou Taehyung, mas escondeu seus sentimentos por acreditar ser um amor platônico. Agora ouviu da boca dele que na verdade ele o amava da mesma forma, e escondeu isso pelo mesmo motivo.
O que estava acontecendo com a sua vida?
Quando seu riso cessou, Yoongi enxugou algumas lágrimas que insistiam em querer descer pelos cantos dos seus olhos. Não sabia se era pela crise de riso, ou pelo fato de que estava diante do homem que amava e ele havia acabado de se declarar para ele. O pensamento lhe fazia querer rir novamente, chorar, correr, gritar. Era tanto a ser dito, tanto a ser questionado, mas Yoongi apenas o encarou ainda sorrindo, refletindo a sorte que tinha. Ele não tinha nada de especial, era só um cara como qualquer outro naquela cidade. E mesmo assim, Taehyung estava diante dele, com seus olhos brilhantes e inseguros cravados em si.
— Sua reação está me deixando um pouco preocupado. — disse ele, temeroso. — E até constrangido, na verdade. Eu acabei de me declarar e você... riu.
Yoongi riu, e Taehyung o esquadrinhou com os olhos, procurando alguma resposta para aquele ato. Ele quis muito se justificar, explicar todos os motivos pelos quais ele achava aquela situação toda extremamente engraçada, mas não conseguiu fazer isso de uma vez. Por alguns segundos, ele apenas encarou Taehyung, admirou um pouco mais enquanto escolhia as frases certas para mostrar o que ele era; o romântico anônimo, louco por ele.
O advogado suspirou, mirou as xícaras sob a mesa apenas para evitar os olhos intensos de Taehyung lhe pareciam despi-lo apenas com uma encarada.
— Todas as sextas você recebia um buquê de margaridas que eram deixados no portão da sua casa. — Min começou, sem saber como exatamente fazer aquilo. — Houve várias cartas, bilhetes, recadinhos riscados na parede...
— O Romântico Anônimo? Por que está falando disso agora?
— Porque... — Yoongi hesitou. — A pessoa que fazia isso era a mesma que te deu um sanduíche amassado e um guarda-chuva numa tempestade. Eu sempre soube o quanto gostava de margaridas, assim como amava ler poesia. Virei poeta por sua causa, porque qualquer leigo se torna artista ao conhecer você de perto, Taehyung.
— Espera... Você quer dizer que...
— Eu te amei muito antes de descobrir quem eu era ou o que era o amor, Kim Taehyung.
Houve outro longo momento de silêncio, onde os dois homens se encaravam de forma intensa, tentando processar todas as novas informações postas na mesa daquela cafeteria. Taehyung suspirou pesadamente, seus olhos transbordando em lágrimas que, muito em breve se tornariam diamantes escorrendo pelo seu rosto. Yoongi gostaria de poder colher cada um.
— Por que você... — ele começou, mas não finalizou sua frase. Parecia cético, chocado, surpreso, muitas coisas.
— Nunca disse nada? Pois é, Tae. Quanto mais eu penso agora, juro que não sei.
Taehyung suspirou novamente, passou as mãos no cabelo e parecia se esforçar para não chorar e Yoongi não estava muito diferente. Seu coração batia tão acelerado, que ele temia que esse órgão teimoso pulasse para fora do peito e corresse na direção de Taehyung.
— Uau. — foi o que o rapaz loiro balbuciou, e ambos riram de modo cúmplice. — Isso parece até coisa de filme.
— Concordo, mas isso é vida real... — Yoongi passou o polegar na alça da xícara e suspirou, refletindo em tudo o que poderia ter sido e no que será. — Não há um fim depois de uma declaração, então... O que a gente faz agora?
Ele encarou Taehyung por trás das lentes dos óculos, seus olhos transmitiam toda a insegurança por trás daquela frase. Pela primeira vez, quis demonstrá-la, quis ser um livro aberto para Taehyung. Que ele o lesse, folheasse suas páginas, sublinhasse frases. Nada importava, pois Taehyung valia a pena. Min teve ainda mais certeza disso quando o rapaz loiro sorriu para ele, seu sorriso retangular brilhando mais que os faróis dos carros na avenida.
— Bom, a gente pode ir para o meu apartamento. — sugeriu, cheio de segundas intenções. — Podemos assistir um filme, ou comer um lamen. Ou os dois. O que me diz?
— Por favor. — ele implorou, mediu Taehyung com um olhar intenso que não fez questão de disfarçar, assim como o sorriso sugestivo que desenhou em seus lábios. — Eu estou faminto.
#gemeobonzinho
sentiram saudade? pois eu senti.
ah, eu tento sair dos taegi, sabe, mas os taegi não saem de mim...
esse é um bonus gigantesco, que escrevi em uma noite depois de voltar de um encontro doce com uma pessoa do passado. devo tudo aqui a ele, essa estória toda só surgiu por causa dele e o seu amor com gostinho de morango e menta.
espero que gostem do capitulo, dos meus bebes, do meu amor eternizado em letras. nos vemos no proximo capitulo, onde os jikook estão novamente sendo boiolinhas apaixonadinhos...
até breve!
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