Oh, my love
Ok, ok, deixa eu respirar que sofri muito para finalizar essa pitucha.
MAS ENFIM, OI, MEUS BEBÊS! 💙💕 Como estão, denguinhos? Se cuidando? Se hidratando? Se alimentando bem? Espero que sim, viu. Tô de olho. 😡 Mas então, nenéns, venho trazendo mais uma fanfic, dessa vez uma one-shot, para vocês e essa aqui tá a coisinha mais lindinha do mundo, juro. Contudo, se preparem para a tensão que ela traz também, pois temos assuntos bastante sensíveis sendo tratados aqui.
Nada que não dê para aguentar, prometo de dedinho.
Créditos da capa e banner: @Vitoriasifrid77. MEU BEM, COMO EU AMEI ESSES DESIGNS! VOCÊ ARRASA TANTO! Muito obrigado, meu doce! Te amo, te amo! 😭💕
⚠️ AVISOS: classificação 14+. Os personagens protagonistas são os Yeonbin, vulgo Choi Yeonjun e Choi Soobin. Mas temos uma leve menção de Taegyu, e eu digo menção porque eles não aparecem diretamente na fanfic, ok? Temas sérios tratados aqui: preconceito (inserindo homofobia aqui, mas vou colocar à parte também, pois é o que vai ser abordado fortemente), esteriótipo, homofobia e relacionamento abusivo (menção).
⚠️ SE NÃO GOSTA E/OU NÃO SE SENTE CONFORTÁVEL, NÃO LEIA! ⚠️
Enfim, após nossos avisinhos, vamos para o capítulo! Tenham uma boa leitura e até mais, bebês! 💙💕
VOU CORRENDO TERMINAR MINHA REDAÇÃO QUE É PRA MAIS TARDE!!!
"Eu fico imaginando o amor..."
As ruas da grande Nova York poderiam ser comparadas a formigueiros de tão cheias, repletas de pessoas andando de um lado a outro, apressadas, agoniadas, agitadas, ou apenas empolgadas, não poderia definir com exatidão. Mas, pelo menos, elas se tornavam um ótimo entretenimento para que eu pudesse assistir, contemplando-as e, ao mesmo tempo, olhando ao redor, vendo como o céu escurecia aos poucos e a dona chuva cada vez mais se aproximava. Acabei soltando um sorrisinho de lado assim que notei ele vindo até mim, com seu típico boné preto, calça folgada e uma camisa duas vezes maior que o seu corpo de ombros largos e pele clara. Quem era ele? Choi Yeonjun, ou melhor, meu namorado.
Naquele momento, sua face demonstrava um pouco de curiosidade, o que gerou o mesmo sentimento em mim ao percebê-la, ansiando descobrir o que é que ele fazia ali, uma vez que deveria estar na universidade, e não me visitando numa das diversas casas do bairro L, o subúrbio mais longe do seu curso possível. Mas claro, isso pouco lhe importava, e eu percebia isso claramente ao vê-lo chegar perto do banco e sentar-se ao meu lado, como se nada estivesse ocorrendo ao seu redor, como se não tivesse um cachorro insistente latindo do outro lado da rua, motoristas de carros e motos brigando entre si e alguns idosos resmungando de sua velhice pela calçada. A verdade era que a única coisa que lhe tirava do seu "mundinho" era ele mesmo, e mais ninguém, nem mesmo eu.
Apenas ele tinha a capacidade de sair da sua mente cheia de invenções e confusões.
Mas mesmo com nenhuma palavra soando pela sua boca, eu sorri abertamente, feliz pela sua presença ali, ainda que internamente sabendo haver um motivo maior do que apenas saudades de mim por trás da sua visita.
— Vai ficar calado, ou vai me contar o porquê veio aqui a esse horário? — perguntei de repente, após mais alguns minutos de silêncio entre a gente. — Sério, fala, bebê.
— Meus pais querem te conhecer.
— Ah, por que não disse ante-... Calma, o quê?! — falei, em prováveis dois tons mais altos, surpreso. Yeonjun sorriu irônico e bateu com pouca força no meu braço, pedindo silenciosamente para que eu escutasse sua fala seguinte. Assim o fiz, focando meus olhos em seu lindo rosto.
Não conseguia decifrar sua expressão, mas ele parecia acalmado, por mais que um tanto incômodo.
— Eu acabei soltando que estava namorando e, agora, eles querem te conhecer... — Suspirou, esfregando as mãos pelo rosto. Eu ainda estava em processo de entendimento da situação, contudo, logo segurei uma de suas mãos macias, fazendo-o levantar o olhar para mim e sorrindo para si, tentando transparecer que estava tudo bem.
Mas obviamente, não estava.
Na realidade, nossas famílias eram extremamente conservadoras, principalmente quanto ao assunto "orientação sexual ou romântica", e com certeza não reagiriam bem ao presenciarem um casal gay dentro da caixinha que eles criaram para si próprios. Era arrepiante apenas em pensar ter que aturar comentários sem noção sobre o nosso relacionamento, dando o total ênfase ao "nosso".
— Sinto muito, Binnie... — exclamou, e eu senti meu coração despedaçar. — Mas por favor... Você... — Respirou fundo. — Pode me buscar na universidade e ir comigo para casa amanhã?
Engoli em seco.
E meu erro foi olhar para nossas mãos, juntas, em um combinado silencioso. Fechei os olhos por míseros minutos, pensando no que fazer, antes de responder definitivamente. Contudo, ao abri-los novamente, deparei-me com sua expressão cabisbaixa, aquele olhar decaído que tanto odiava.
É, não havia outra opção.
— Você sabe que sua família não vai aceitar bem o nosso namoro — comecei, tendo sua atenção voltada a mim instantaneamente, seus olhinhos brilhando em medo. Suspirei, abrindo um sorriso enquanto acariciava sua bochecha, terminando de falar: — Mas isso, de verdade, pouco me importa. Estamos no século vinte e um, amor. Por Deus, somos independentes e nada nos impede de estarmos juntos.
— Tem certeza disso, Binnie? Eu quero muito, mas sabe que meus pais são advogados e podem tentar algo contra você... — falou, notavelmente preocupado.
Isso era verdade, eu não podia negar. Os pais do menor tinham muito poder aquisitivo, ao contrário de mim, que era um morador típico do bairro L: pobre. A única diferença era que meus pais trabalharam duro para me educar, assim eu estudei que nem um condenado em todos os meus vinte anos de vida, conseguindo uma bolsa numa das universidades dali dois anos atrás, a Young. Então, estava me formando em medicina veterinária, sendo o orgulho dos meus pais.
Pelo menos, até aquele momento.
— Tudo bem, bebê. Eu vou conhecer os seus pais, e você, os meus, e qualquer coisa, a gente consegue resolver. Nós sempre conseguimos, hm? — Abracei sua cintura, acomodando minha cabeça na curvatura do seu pescoço e ombro, deixando um selar ali por cima da blusa.
— Para, Binnie, faz cócega — pediu, rindo levemente.
— Olha que sorriso lindo o do meu namorado. Vamos, amor, sorria mais. Você é tão lindo... — falei, apertando meus braços ao redor dele, ouvindo sua risada aumentar, despertando-me uma vontade de enchê-lo de beijos.
— Amor... — repreendeu, batendo em meu braço, arrancando um riso anasalado da minha parte.
— Eu quero te beijar, sabia? — sussurrei próximo ao seu ouvido. — Quer entrar? A gente fica agarradinhos no sofá.
Suas orelhas avermelharam, assim como o seu rosto, porém, não negou, apenas se soltou de mim e levantou, começando a caminhar apressado em direção ao meu prédio, onde se localizava o meu apartamento de só quatro cômodos, pequeno, mas confortável o bastante para um universitário que quase não parava em casa.
Balancei a cabeça em negação e o segui, com as mãos nos bolsos da minha calça moletom e um sorrisinho de lado.
Amava tanto aquele homem que não sabia o que seria de mim sem ele.
Yeonjun e eu nos conhecemos através de Park Beomgyu, um amigo em comum nosso. O Park era eclético, versátil, flexível, ou o que for, em relação aos gostos, então, mesmo com toda a riqueza ao seu redor, vivia andando com o pessoal dos bairros F e L, no caso, usando uma linguagem menos culta, os malandros. E em um dia totalmente ambíguo a qualquer outro, no qual eu realmente não estava a fim de sair com os meninos, principalmente por não curtir tanto saídas, Beomgyu e Taehyun — meu melhor amigo e namorado do Park — me buscaram pelo pescoço e fomos até uma pizzaria no bairro R, o dos riquinhos, privilegiados, mimadinhos, como preferir.
Então eu o vi pela primeira vez.
Diferente de como se vestia normalmente, com roupas folgadas, de cores escuras ou neutras, e cheio de piercings adornando suas orelhas, naquele dia ele trajava uma calça jeans de coloração clara, um pouco colada, uma blusa branca por dentro da calça, com um moletom cor pêssego por cima, e apenas dois piercings na orelha esquerda.
Depois descobri que ele havia se vestido assim por conta da negação de seus pais em relação ao seu estilo, mas que após conversar comigo e eu elogiá-lo, toda a insegurança se dissipou como ar. Confesso, cheguei em casa sorrindo que nem um idiota naquele dia.
Porém, eu pensava que ficaríamos apenas por aí, mas uma semana depois, escutei o som da minha campainha ecoar pela casa, enquanto eu terminava de ferver a água do meu café. Então após um "já vai!" e alguns segundos organizando minha roupa, abri a porta, visualizando a pessoa mais bela do mundo inteiro. Não, não, melhor: visualizando o amor da minha vida.
De frente para mim estava Yeonjun, com seu sorriso aberto de sempre e, daquela vez, usando as roupas das quais tanto gostava.
"Lindo. Apenas lindo." Foi tudo o que passou pela minha mente ao vê-lo tão de perto. Ele estava incrivelmente mais bonito naquela manhã, e ao convidá-lo para entrar, seu gentil toque em minha mão apoiada na porta me fez incendiar por dentro.
Ah, aquele garoto estava brincando com fogo...
— Bom dia, Soobin-ssi — desejou, parando ao lado do sofá, girando sobre os calcanhares para me olhar.
— Bom dia, Yeonjun-ssi — respondi, engolindo em seco. — O que faz aqui tão cedo... e como encontrou a minha casa?
— Ah, bobinho... — Aproximou-se, colocando a ponta do seu dedo indicador em cima do meu nariz. — O Beom me passou seu endereço... E por que eu estou aqui? — Deu uma pausa em sua fala, chegando cada vez mais perto. — Porque eu queria te ver.
Ele sempre foi tão afrontoso, mas ao mesmo tempo tão tímido, e isso me enlouquecia. Meu namorado conseguia me deixar bêbado de amor sendo um bolinho de surpresas sem esforço algum. E claro, não reclamava de forma alguma, pois amava cada uma de suas faces, desde a mais reclamona e envergonhada até a mais ousada e amorosa. Ele era meu tudo.
Enfim, continuei seguindo seus passos e logo estávamos dentro do meu apartamento, escutando alguma música aleatória da minha playlist enquanto trocávamos alguns beijos e carícias. Seu rostinho ficava todo vermelhinho quando eu mordia suas bochechas, ou passava meus dedos por baixo da sua camisa, roçando de leve com a pele sensível de sua barriga. Aquele sofá, que já havia presenciado das mais diversas situações, era nosso principal conforto, porém acomodando apenas as minhas costas, já que as costas alheias estavam sobre o meu peito, com suas pernas estiradas pelo resto do acolchoado.
Mentiria se dissesse que ele não era pesado, mas isso realmente me importava? Claramente não.
Só em estar com ele ali, não precisava de mais nada.
Porém, confessava ainda estar pensativo sobre o que faríamos no dia seguinte, pois, oras, quem nunca teve de lidar com o medo e receio de assumir um relacionamento para a família, não é? Ainda mais um relacionamento homoafetivo.
Só que sua presença era tão fortificante que me sentia como um imortal, pronto para encarar qualquer problema e dificuldade se fosse para permanecer ao seu lado.
[...]
"Te olhando em Nova York..."
Ao cair da noite, meu namorado ficou de manha e decidiu dormir comigo, o que gerou ainda mais trocas de afeto e muitos, muitos mesmo, beijinhos. Mas ao amanhecer ele levantou primeiro que eu, preparou o café da manhã e após eu acordar, e nós tomarmos o café da manhã juntinhos, voltou para sua casa, indo pelo mesmo percurso que veio, um pouco depois das seis da manhã, porque precisava se preparar para a universidade, deixando-me apenas com um grande bico nos lábios e vizinhos fofoqueiros querendo informações sobre o "garoto bonito" que me visitava com frequência fazia um ano e meio.
— Ele é seu namorado, não é? — Uma voz rouca foi escutada por mim, que ia até a porta do meu apartamento com preguiça, praticamente me arrastando pela melatonina ainda transitando em meu corpo. Olhei para o lado, apertando os olhos para visualizar melhor a figura do Sr. Kim, um senhorzinho bastante simpático.
— Oh! Bom dia, senhor Kim! — falei, fazendo uma curta reverência em respeito ao mais velho, um sorriso gentil adornando minha cara. — É sim, vamos completar dois anos daqui a um mês.
Meu tom de voz não podia expressar mais orgulho, pois era a nossa grande conquista.
— Que lindo, meu jovem. E bom dia! — Sorriu pequeno, aproximando-se e deixando batidas em meus ombros. — Ele parece ser um doce rapaz, e é muito bonito. Desejo felicidades e sorte para vocês.
— Muito obrigado, senhor Kim! — agradeci, anotando mentalmente de apresentar Yeonjun ao mais velho em outro momento.
Depois de mais algumas trocas de palavras, eu voltei para o meu lar doce lar, cheio de sono, rapidamente me jogando na cama e capotando nos braços de Morfeu com uma facilidade sem igual. Tinha certeza que ele já estava cansado de tanto me segurar.
Quando acordei, já era meio-dia e eu precisava me arrumar para buscar o menor às 1, que com certeza deveria estar ansioso e nervoso, coisa que não se diferenciava muito de mim. E agradecia aos céus pelo meu curso não estar tendo aulas naquela semana por conta da reforma nas salas, o que me tranquilizava mais.
Levantei-me com pressa, tomei um banho um tanto demorado para relaxar os músculos e limpar praticamente todo o meu corpo, quase arrancando a pele, e voltei para o quarto bagunçado, procurando entre meias e cuecas uma roupa decente. Não eram quaisquer pessoas que eu iria conhecer mesmo, então precisava estar, pelo menos, apresentável o suficiente. E não, isso não quer dizer que eu iria com uma roupa que não me sentisse confortável, mas sim um pouco mais arrumado do que o diário, em que eu nem penteava o cabelo e muito menos me importava em passar perfume.
E sim, continuava bonito e cheiroso, tanto que conquistei um certo acastanhado.
Mas no fim, escolhi uma calça jeans folgada, tênis brancos e uma camisa grande com alguns desenhos indefinidos. Passei um pouco de perfume pela primeira vez, ajeitei o máximo que consegui os meus fios escuros e sorri ao me olhar no espelho, apreciando o resultado de minha arrumação de cima a baixo. No braço direito continha uma tatuagem de uma rosa e mais alguns desenhos, ambos expostos e não me gerando nenhuma preocupação, porque não queria mostrar uma imagem para os pais de Yeonjun que não era o meu eu real.
Se fossem me conhecer, que conhecessem o Soobin verdadeiro, não uma cópia certinha e mal feita dele.
Além de que Yeonjun também não gostaria nada de ver eu tentando transparecer algo que não era, logo, com coragem e um sorriso ladino em meu rosto saí de casa, andando pelas ruas cantarolando a música de origem brasileira chamada Nova York, que tinha um toque tão gostoso e as vozes da dupla de cantores contrastavam perfeitamente bem.
Contudo, meu transcurso não demorou tanto, uma vez que a universidade do outro ficava no bairro R, que não era tão longe dali, mesmo que os prédios fossem de uma estrutura e decorações completamente diferentes, transparecendo a riqueza de um e pobreza de outro. Odiava aquela parte de Nova York. Mas era ali onde vivia o meu amor, então o que eu, um pobre mortal, poderia fazer, não é?
Caminhei lentamente até a entrada do lugar, vendo que os portões se abriam e alguns alunos já saíam. Levantei uma sobrancelha ao ter um olhar sobre mim de uma moça parada perto do portão esquerdo, provavelmente aluna dali, e me encostei na parede, próximo dos portões, porque assim meu bebê me via mais rápido. No entanto, após alguns segundos se passarem, continuei com a sobrancelha arqueada, ainda com aquele olhar, ainda mais intenso agora, sobre mim.
Ela tinha algum problema comigo? Tinha algo no meu rosto? Era pelo meu estilo? Ela não iria embora nunca?
Fiz-me várias perguntas, que foram todas para o espaço ao sentir braços agarrando meu pescoço e pernas rodeando minha cintura. Segurei com rapidez a parte inferior das coxas alheias, tendo noção sobre os olhares em nós — julgadores ou não —, mas restando pouca importância para isso. Em seguida, deixei um selar em sua testa, sorrindo no processo pela sua risadinha envergonhada.
— Com vergonha, amor? — indaguei, brincando com ele. Seu rosto contorceu-se em uma carranca, deixando um braço solto do meu pescoço para me desferir um tapa dolorido.
Sim, meu homem era muito forte.
— Você se feche — exclamou em tom de repreensão, o que distanciou minha dor e expressão abatida por alguns segundos só para rir da sua face chateada.
— Mas o único que se abre aqui é você, coração — murmurei, novamente sendo agredido em público pelo meu namorado.
— Às vezes você não tem filtro, Binnie — falou, descendo do meu colo, fazendo-nos começar a caminhar. Rodeei seus ombros, sorrindo zombeteiro.
— Com você? Nunquinha.
— Idiota.
— Você gostou de mim assim. — Ele me olhou, tentando controlar um sorriso que se despertava em sua carinha rechonchuda e avermelhada.
— Isso é verdade, mas você também gostou de mim assim, bobo.
Ok, agora o refutado e cor de morango era eu.
— Você 'tá andando demais com o Beomgyu...
Ele riu, com aquela doce e adorável risada só sua, que vinha seguida de um tom mais rouco e forte. A minha risada preferida.
— Mas então, como foi na universidade hoje, bebê? — perguntei, enquanto caminhávamos em direção a sua casa, que eu sabia ser para onde íamos por motivos já esclarecidos.
— Foi bom, Binnie. Recentemente os professores vêm puxando um pouco mais os nossos pés, mas estamos indo bem. — Suspirou, dirigindo sua visão para mim em seguida, levantando levemente a cabeça para me observar. — E como foi seu dia hoje, amor?
Sorri apenado. — Eu só dormi, Junnie. Nada demais, nem mesmo almocei ainda.
— Como assim você ainda não almoçou, Choi Soobin? — indagou, repreendendo-me mais uma vez, só que agora com sinceridade. Cocei a nuca, envergonhado.
— Acabei dormindo demais, coração.
— Pois então vamos almoçar na minha casa — prontificou, começando a andar mais rápido enquanto segurava meus braços em volta de si. Ri baixinho com suas ações, porém nada disse, não querendo cortar o clima.
Os lugares se tornavam cada vez mais chiques a cada passo e eu já conseguia prever várias pessoas me olhando como se eu fosse alguma espécie de ser de outro mundo, ou julgando que eu tinha Yeonjun sequestrado. Era engraçado e triste ao mesmo tempo. Como a sociedade conseguiu se tornar dessa forma? Tão deplorável.
Minha teoria era de que muitas pessoas acabavam sendo amarguradas, fosse por uma infância destruída, uma adolescência fodida ou uma maioridade chata. No entanto, nada disso dava o direito delas apontarem o dedo na cara de ninguém, não é?
Mas, por fim, chegamos na casa dele, com dois andares e um jardim bem cuidado e bonito na frente, juntamente de portões que davam acesso a este e, logo em seguida, a porta de entrada, para onde nós fomos após adentrar o terraço. Vendo tudo aquilo não entendia porque o meu namorado preferia ir até o meu apartamento e não curtir a própria casa, porém tinha em mente alguns motivos para isso. Um deles era que Yeonjun gostava de estar comigo.
E sim, isso me deixava sorrindo que nem um bobão.
— Acho que se seus pais me verem agora vão achar que eu vim roubar e me chutar 'pra fora — comentei, ouvindo seu riso baixo e sentindo um beliscão leve em minha orelha.
— Claro que não. Meus pais só são rígidos, não babacas — disse, e eu fiquei pensando se aquela frase realmente fazia sentido no contexto em que a gente estava. Mas deixei de lado ao começar a observar o local com apreciação.
A sala era digna de uma de telenovela, com sofás bem acolchoados e aparentando nenhum tipo de desgaste, uma televisão gigantesca, uma mesinha de centro típica de casas tradicionais, um tapete felpudo estendido pelo chão, cobrindo metade da sala, e um móvel em que ficavam alguns quadros com fotos de um casal jovial e uma criança pequena — provavelmente Yeonjun e seus pais.
Também tinham algumas plantas espalhadas por ali, também pelo corredor que dava acesso a cozinha e na própria cozinha, o que me surpreendeu.
Por acaso eles eram adictos de plantas ou algo assim?
— Vou preparar nossos pratos. Senta aí — meu namorado falou, cortando totalmente meus pensamentos. Sorri, balançando a cabeça em afirmativo e sentando numa das cadeiras da mesa grande o bastante para caber seis pessoas.
Só aquela cozinha custava o preço do meu apartamento, ou mais? Não saberia dizer, já que era tão péssimo com cálculos quanto com comunicação.
— De que horas seus pais chegam? — indaguei, observando curioso o que ele aprontava.
— Daqui uns trinta minutos — respondeu, finalizando os preparos e trazendo para a mesa dois pratos com um macarrão coberto de um molho branco. Parecia apetitoso.
Em um movimento de cabeça, eu concordei, começando a comer aquele almoço improvisado.
— Que gostoso — exclamei, após terminar de mastigar, fazendo um sinal de positividade com a mão para Yeonjun, o qual sorriu docemente.
Tão lindo.
— Obrigado, bebê. Aprendi essa receita com a minha avó — explicou, citando então sua avó, a que tanto me contava amar, mas que infelizmente morava longe de onde estávamos.
Nesse dia eu prometi-lhe que o levaria para visitá-la e a mais velha poderia finalmente me conhecer, fosse como seu amigo, namorado, colega, o que ele quisesse. Eu estaria lá para ele, mesmo que tivéssemos de mentir.
No restante de nosso almoço nós comemos em silêncio e só voltamos a conversar quando levantamos para lavar a louça. Porém, assim que terminamos, ouvimos o barulho da porta abrir e rapidamente senti meus ombros tensos, igualmente a Yeonjun, que me olhou apenado. Mesmo com a tensão fluindo por todo meu corpo, eu sorri para ele, confortando-o com aquele recurso.
— Yeonjun? — Escutei uma voz feminina soar, fazendo-me engolir em seco enquanto sentia a garganta secar e minhas mãos suarem, uma segurando a mão do outro para me manter mais calmo.
— Na cozinha, mãe! — ele respondeu, olhando-me rapidamente antes de virar em direção a entrada do cômodo. Eu ouvia com clareza os passos do casal, nervoso sobre o que poderia acontecer depois da revelação.
— Oi, filho... Já almoço-...
Uma mulher de aproximadamente cinquenta anos adentrou ali, trajando um lindo conjunto de tons marrons e calçando saltos pretos pequenos. Ela era bem baixa, se posso dizer, mas transbordava uma elegância tão grande que sua altura não fazia a mais mínima diferença. Com os segundos se passando, seu rosto tranquilo foi mudando, transformando-se em uma expressão confusa. Seus olhos estavam cravados em mim.
Em seguida, quem eu pensava ser o pai do menor se juntou a nós, com um terno preto cobrindo seu corpo e sapatos sociais, mostrando a mesma face que sua esposa — ainda que com mais rugas aparentes —, o que me deixava cada vez mais nervoso sobre suas reações.
— Oi, mãe... Oi, pai... — disse Yeonjun, respirando fundo. — Preciso revelar para vocês algo muito importante. Podemos nos sentar?
Eles não exclamaram nem sequer uma palavra, apenas seguiram até a mesa, sentando um ao lado do outro. Yeonjun suspirou e puxou-me consigo, fazendo-nos sentar juntos, mas em cadeiras distintas, enquanto os mais velhos pareciam processar toda a situação.
Foram precisos poucos minutos para ele começar, recebendo um aperto meu em sua palma para lhe transmitir segurança.
"Eu estou aqui qualquer coisa."
— Eu comentei com vocês que estava namorando, e bem, aqui está ele. Esse é Choi Soobin, mãe e pai, e ele é meu namorado há quase dois anos.
Os rostos dos maiores não se mexiam, eles não piscavam e muito menos falavam alguma coisa, pelo menos, por um longo período de tempo, até que a senhora Choi resolveu se manifestar, e de uma forma que nem eu nem o meu namorado esperávamos:
— Tudo bem.
Eu e o castanho nos entreolhamos, um tanto abismados.
— Sério, mãe? Mas vocês sempre me disseram que não aceitavam e...
— Calma, filho. — A maior suspirou. — Nos desculpe por isso, mas tínhamos medo dessa exata situação, já que sabe muito bem como é o seu avô. Mas nunca te impedíriamos de ser feliz com a pessoa que você ama, só queríamos te proteger da maldade do mundo.
— Mas tendo o apoio de vocês, assim como tenho do Soobin, eu já sou forte o suficiente para me defender e encarar os males, mamãe — falou, sua voz quebradiça, o que me alertou. Olhei para seu rostinho com pressa e vi seus olhos lacrimosos e lábios tremelicando, o que me despedaçou.
Eu tomei coragem e abracei seus ombros, trazendo-o para próximo de mim e ficando em uma postura ereta enquanto acariciava seus fios, olhando diretamente para meus sogros.
— Senhor e senhora Choi, agradeço por ter sua aprovação e fico feliz que aceitem de bom grado a orientação de seu filho, pois isso o deixa bem, e ele estando bem, eu também estou bem. — Pausei minha fala, engolindo em seco para prosseguir com as minhas próximas palavras: — Na verdade, vocês realmente não têm nada a aceitar, mas sim respeitar e acolher, não só por ser seu filho, mas ser uma pessoa incrível e de bom coração. Yeonjun me conta de vocês com carinho nos olhos, porém já tomaram atitudes ruins com ele e peço que, de agora em diante, mudem tal comportamento.
Lágrimas solitárias escorriam dos olhos da senhora Choi, enquanto o maior ali tinha o olhar sobre a mesa, provavelmente pensativo.
Naquele momento, por mais firme que tivesse sido, sentia meu interior contraindo-se em nervosismo, com medo de levar um chute na bunda após tamanha ousadia em jogar verdades cruas em suas caras.
Porém, não quaisquer caras, eram as caras dos meus sogros.
— Soobin, certo? — perguntou o mais velho, e eu sorri pequeno, balançando a cabeça positivamente.
— Sim, senhor.
— Muito obrigado por cuidar tão bem de nosso filho. É perceptível o carinho que ambos têm um pelo outro, e não se preocupe com sua atitude de agora, foi essencial para eu comprovar que você é um bom rapaz para Yeonjun. — Suas palavras confortaram meu coração. — Mas só uma dúvida: quantos anos tem, jovem?
— Eu tenho vinte anos, senhor Choi. Sou um ano mais novo que Yeonjun-ssi — respondi, voltando meu olhar para o castanho, que permanecia com sua cabeça deitada em meu ombro, sorrindo zombeteiro, provavelmente zombando internamente da situação em que eu me encontrava com seus pais.
Nós estávamos felizes. Nunca imaginaríamos uma reação tão boa quanto aquela.
— Já está na faculdade? — voltou a indagar, aparentando curiosidade em sua expressão levemente encucada.
Ricos e suas perguntas de sempre.
— Sim, senhor. Sou estudante de medicina veterinária.
— Ótimo. Desejo bons estudos e, qualquer problema, nos contate.
Após mais alguns interrogatórios, como se eu trabalhava — coisa que fazia em um restaurante, como atendente, mas só estava alguns dias de folga —, criei um pouco de intimidade com meus sogros, começando até a chamá-los pelos seus nomes, Miyeon e Dongsung, e tendo total liberdade para visitá-los quando me fosse bom. Contudo, tive de ir embora, pois no dia seguinte seria realmente complicado, uma vez que conhecia minha família com a palma da mão e meu pai não reagiria ao nosso namoro nada bem.
Yeonjun foi comigo, dormindo em meu apartamento outra vez.
[...]
"O vento frio a dois...
E o seu All Star 99..."
O dia não podia ter amanhecido mais belo, com um suave clima e uma excelente hora para se ter um namorado, em que você podia abraçá-lo como se fosse seu ursinho de pelúcia e esquentar-se nele, acomodando no lugar suas mechas caídas pela sua carinha de bochechas fartas e lábios inchados, apreciando cada um de seus detalhes com a maior destreza do universo, uma que só utilizava para isso. Simplesmente incrível.
Mas infelizmente tive que quebrar o momento ao ver seus olhinhos abrindo-se e um bocejo sair de sua boca.
— Bom dia, Junnie — desejei, sorrindo com a visão do outro ainda zonzinho de sono.
— Bom dia, Binnie... — respondeu, arrastando o som com preguiça, enquanto levantava os braços para abraçar meu tronco, tirando-me um riso espontâneo da tamanha fofura que ele podia alcançar àquelas horas do dia.
E ficamos assim por alguns minutos, até eu soltar de repente:
— Você é um bolinho de arroz fofo.
O mais velho me olhou com uma face indignada.
— Para de falar besteiras e se levanta, ainda temos muito o que fazer — exclamou, afastando-se de mim e saindo da cama, seguindo para fora do quarto como um raio de luz, provavelmente até mais rápido que um.
"E voltamos ao cotidiano de sempre", pensei, rindo com o pensamento e acatando sua ordem, descendo para a cozinha, destinado a preparar o café da manhã dessa vez.
E assim eu fiz, fazendo o que eu sabia fazer de melhor: omelete.
Minhas omeletes eram as melhores e ninguém podia afirmar o contrário, porque todos gostavam.
Após tudo pronto, café, omelete e pães com geleia, subi em direção ao banheiro, realizando minhas necessidades, tomando banho e escovando os dentes, enquanto Yeonjun se arrumava no quarto. Não demorei tanto e já estava vestido, apenas penteando meu cabelo — que decidi deixar molhado aquela manhã —, ao mesmo tempo que meu namorado tomava o café da manhã na parte de baixo.
Precisávamos nos apressar, pois ainda teríamos que pegar ônibus para ir até a casa dos meus pais, então logo desci e terminamos de comer juntos, saindo do apê logo em seguida.
O percurso era o de sempre e bastante conhecido por mim, mas não por Yeonjun, que olhava tudo ao seu redor de forma atenta, ternamente mostrando sua intriga. Ria às vezes com suas falas monossílabas, ou suas onomatopeias, que soltava sempre que via algo que chamava sua atenção.
Tão precioso. Tão belo.
Mas tudo ficou ainda melhor quando a visão de fora da janela do ônibus se tornou um céu azul-escuro e prédios cinzas contrastando com algumas artes pelas paredes das construções de tijolos expostos.
Estávamos chegando.
E era bom.
Mas nem tanto, nós sabíamos.
E finalmente chegamos, descendo em uma das paradas, tendo que percorrer apenas algumas calçadas para estar de frente a pequena, porém bonita, casa de meus pais, Choi Hyunsik e Song Yuqi — e sim, minha mãe era chinesa e a história de como ela e meu pai se conheceram era cômica demais —, agarrados em um aperto de mãos, do jeitinho que sempre preferíamos estar em situações como aquelas.
Enfim, eu apertei a campainha dali e rapidamente ouvimos passos cada vez mais próximos da porta, a qual logo foi aberta, apresentando a visão do meu irmão mais novo, Choi Hueningkai, um adolescente fofinho de quinze anos e portador de um óculos de grau um tantinho maior para a proporção do seu rosto, mas que apenas o deixava mais gracioso.
— Soobinie! — pronunciou o mais novo, logo saltando em cima de mim como um canguru, o que rendeu boas gargalhadas da minha parte. — Que saudades! Faz tempo que você não vem aqui!
Sorri com sua ternura, separando-me aos poucos do seu corpo. — Oi, maninho. Também 'tava com saudades.
— Então por que demorou tanto? — resmungou, fazendo beicinho. Balancei a cabeça negativamente, apontando com o queixo para a pessoa ao meu lado, na qual o menor logo cravou os olhos.
— Oh! Oi! Eu sou o Hueningkai, mas pode me chamar de Huening, ou só Kai mesmo. Prazer. — Estendeu sua mão em direção a Yeonjun, que a agarrou quase no mesmo instante, abrindo um sorriso de acelerar corações.
— Prazer, Kai. Eu sou o Yeonjun... — exclamou, deixando um ar receoso no final e guiando seus olhos de encontro aos meus. Eu só acenei afirmativo, sorrindo. — Namorado do seu irmão.
— Então é ele?! — Kai se surpreendeu, arregalando os olhos, e eu gargalhei com a feição espantada de Yeonjun.
Eu já havia contado para o meu irmãozinho sobre meu namoro, claro. Só não tinha lhe mostrado alguma foto do mais velho, pois do jeito esfomeado que Kai era, com certeza iria caçá-lo por todo o Instagram.
— Isso mesmo, Hyuka... — falei, bagunçando seus fios tingidos recentemente de loiro. — Mas a mamãe e o papai, eles estão?
— Sim, Bin... — disse, olhando-me com aquele olhar de temor. Eu o tranquilizei com uma piscada.
— Vai ficar tudo bem, Hyuka. Não se preocupe. Vamos entrar, ok? Vem, amor. — Puxei os menores pelos ombros sem força, fazendo com que nós três logo já estivéssemos dividindo um mesmo espaço, que era a sala.
Separamos-nos e pedi para o mais novo buscar pelo casal mais velho, e ele foi, ainda que me observando como se soubesse que algo ruim iria acontecer. E eu tinha o mesmo pressentimento, porém Yeonjun me acalmou ao enroscar seus dedos em meu cabelo, acariciando suavemente ali. Por um momento deixei um suspiro escapar de meus lábios, só curtindo as sensações que ele me proporcionava com seus toques gentis.
Então, enquanto aguardávamos a chegada dos meus pais, conversamos sobre a minha antiga casinha, a qual ele afirmou ser bastante aconchegante e organizada, coisa que eu tinha de concordar. Mamãe fez um excelente trabalho ali.
No entanto, um grito raivoso interrompeu por completo o nosso clima gostoso, tirando-nos à força da nossa bolha natural:
— Mas que merda é essa, Choi Soobin?! — Meu pai vinha até mim com fúria correndo por seus olhos e, ao se aproximar totalmente, agarrou-me pela gola da minha camisa, suas mãos tremendo.
Eu fiquei assustado, porém tratei de ser valente e me defender, não por mim, mas por Yeonjun, que não merecia passar por aquilo e era alguém sensível a situações do tipo. Em sua infância, me contou já ter sido vítima de violência física, então precisava evitar conflitos que pudessem o afligir muito.
— Do que você está falando?! — retruquei, soltando-me do seu agarre e protegendo o corpo do meu namorado, que tinha os olhos abertos em pavor.
— De você sendo tocado por esse garoto de forma tão íntima! O que é isso?! Agora você é viado?! É isso, Soobin?!
Suas palavras machucavam, ele sabia, mas não estava se importando.
— Sim, eu sou! Eu sempre fui! E "esse garoto" é meu namorado e merece respeito, assim como eu!
Sua cara retorceu-se em repúdio, eu conseguia ver esse sentimento claramente ali. Naquele momento, aquele homem não era o meu pai, e sim um monstro.
Contudo, de uma forma que nem eu esperava, mamãe se colocou à minha frente, recebendo o tapa que seria desferido em meu rosto. Os gritos de Kai e Yeonjun nunca foram tão distantes e baixos quanto o som daquela mão nojenta encostando na bochecha da minha mãe naquele instante.
— Mãe! — gritei, agarrando sua cintura e sustentando-a de cair pelo choque forte. No entanto, a mais velha se estabilizou, saindo de meus braços e começando a falar:
— Você... — Apontou para o meu pai. — Não ouse encostar um dedo nas minhas crianças, seu velho imbecil. Agora, eu te dou cinco minutos para se desculpar e sair dessa casa! E a casa é minha, fui eu que comprei!
Ele riu irônico e seguiu de volta para onde tinha saído, voltando minutos depois com uma grande mala e uma cara deslavada. Não olhou para nenhum de nós, apenas se foi, para possivelmente nunca mais voltar.
E todos suspiramos aliviados.
Depois disso, mamãe se desculpou mil e uma vezes com Yeonjun, deixando-o até mais confortável e com mordomias do que eu e Kai, que éramos seus filhos. Ela também me explicou que já estava divorciada dele há uma semana por preconceitos, traições e atitudes sujas dele, as quais mamãe acabou descobrindo e decidindo dar um ponto final.
Claro que ela não fazia ideia de que logo naquele dia eu havia decidido levar Yeonjun para conhecê-los, mas ficou feliz que tudo tinha terminado. Por mais que, no passado, um relacionamento dócil e saudável houvesse existido, com o passar do tempo as coisas foram mudando e seu amor já não existia mais.
Mas felizmente, no final, todos nós ficamos bem, com problemas sendo resolvidos e futuros problemas para resolver, mas bem.
E como Beomgyu sempre dizia: "Para os sentimentos, não há escapatória... ou você aceita, ou desiste".
E desistir de tentar nunca foi uma opção para nós. Mas para mamãe, foi o melhor.
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