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Um cadarço, um nó, um abajur e o cianeto


 "O que é alimento para uns, para outros é um veneno amargo".


O som da nevasca passava pelas frestas da janela, fazendo Georgina ranger os dentes. Ela odiava aquele barulho. Odiava nevascas. Eram frias e brancas demais. Ela aproximou-se de uma das janelas da recepção. A neve caia lá fora de forma frenética. O vento estava forte e todo o horizonte era branco. Extremamente branco. Ela olhou de relance para Luke, ele ainda estava de pijamas e usava um roupão azul marinho. Ela tinha sorte. Sempre repetia isso para ela mesma. Quando ela viu Cameron naquela cadeira agradeceu por não ser seu Luke.  Voltou a olhar para aquela imensidão branca. Ela estava em um hotel, no meio de uma nevasca com um assassino a solta. Aquilo era loucura, certo? Seu coração apertava de tanta dor. Como ela iria sair daquele lugar? Como iria manter-se segura? Ela não fazia a menor ideia. A garota suspirou pesadamente, caminhou sem muita vontade até o sofá e se encolheu no meio dos braços acolhedores de seu namorado.

Justin Hudson olhava por uma das enormes janelas da recepção. Lá fora estava um caos. O vento fazia as árvores, sem folhas, balançarem e era possível prever que os galhos mais fracos se partiriam e cairiam no chão. Ele não conseguia ver muita coisa, tudo estava cheio de neve e o tempo cinzento. Era gélido, mas exuberante. Justin começou a observar Francesca Collins, o rosto dela estava rosado devido ao frio. Ela estava tensa, mas transpassava segurança. Sim, essa era a palavra que Justin estava procurando desde que encontrara com ela pela primeira vez no meio da noite anterior. Ele sentiu-se seguro e não sabia nem mesmo o motivo. Algo em Francesca fazia com que ele permanecesse calmo diante de toda aquela situação caótica e surreal. Preso em um lugar com um assassino? Aquilo era inacreditável. Se ele contasse para qualquer pessoa que ele conhecia ela riria dele. 

Todos encontravam-se na recepção do hotel. Era um enorme espaço com alguns sofás recheados de almofadas, uma grande lareira, janelas exuberantes com cortinas aveludadas e ao canto uma simplória árvore de Natal com alguns pisca-pisca falhados. Tapetes felpudos pesados e escuros, contrastavam com o carpete bege, mesas de madeira maciça davam a impressão de se estar no meio de uma floresta sem saída.

Edgard continuava pendurado no telefone tentando ligar para a emergência, para policias, ou qualquer um que os tirassem daquele desespero. Todavia, ele não tinha muita sorte. O telefone continuava sem linha.

Fernando Meyer,  cozinheiro do hotel e familiar de algum grau da falecida esposa de Edgard havia se juntado ao grupo. Ele apareceu enquanto todos ainda estavam no andar de cima confusos e inquietos tentando descobrir o que fariam. Ele deu a ideia de ao invés de ficarem naquele quarto mórbido que todos se reunissem no andar de baixo. Fernando até ofereceu-se para fazer chocolate quente para que todos ficassem mais calmos. Os hospedes acataram a ideia. Desceram as escadas  assombrados. Demoraram um tempo até conseguirem tirar as feições fúnebres do rosto, mas após o chocolate quente, tudo parecia menos tenso.

— O que vamos fazer? — Emma perguntou depositando toda a confiança que tinha em Francesca, que estava quieta há um bom tempo observando o fogo da lareira.

— Sair daqui é impossível. — Justin voltou sua atenção para o grupo — Está tudo coberto pela neve.

— Edgard, consegui falar com alguém? — Margot perguntou.

— Continuamos sem linha - Ele respondeu desapontado.

— Eu não posso morrer... acabei de começar....

— Sua maldita carreira de atriz. Nós sabemos, Georgina. Você já disse isso umas mil vezes desde que descemos para a recepção. — Francesca irritou-se.

Todos arregalaram os olhos espantados, até aquele momento todos viam Francesca como uma boneca de porcelana. 

— Agora que todos presentes no hotel estão reunidos, podemos conversar. — Francesca olhou para todos. Um a um. Tentava ler seus gestos, ver se alguém dava uma vacilada. — Primeiramente precisamos determinar a causa da morte de Cameron. — Francesca disse o nome do morto com uma certa dor. Algo que ela achava estranho.

— Ele morreu asfixiado no meio da noite. Não é obvio? — Luke provocou. Francesca ignorou. Ela não tinha tempo para irritar-se com provocações. A presença de Georgina já a irritava o suficiente.

Georgina era uma garota peculiar. Bonita? Extremamente. Irritante? Muito mais. Comentários desnecessários eram ditos a cada minuto. Piadas falhas faziam todos revirarem os olhos. Algo não se negava, o ego dela era enorme. Uma narcisista de carteirinha. Francesca apostava que em cada cômodo da casa da garota deviam existir pelo menos um espelho. Luke parecia seguir na mesma direção que a namorada, narcisista e aspirante a palhaço. Comentários sarcásticos eram cuspidos a todo momento, Francesca não sabia o quanto poderia aguentar.

— Alguém se oferece para subir comigo e examinar o corpo? — Francesca olhou para Justin, já que havia conversado com ele anteriormente e sentia-se um pouco mais confortável ao seu lado.

— Eu posso ficar aqui cuidando de todos. Não acho que consiga entrar naquele quarto novamente. — Justin recusou o convite.

— Ótimo! Como se não bastasse um sabe tudo, agora teremos outro metido a sabe tudo. — Georgina murmurou e revirou os olhos.

— Você não cansa de ser irritante? — Margot disse irritada com Georgina.

— Você não cansa de se meter onde não deve?— Luke retrucou.

— Não é momento para discussões. — Francesca respirou fundo — Alguém?

— Eu posso te acompanhar. — Emma ofereceu-se gentilmente.

— Ótimo. Depois que determinarmos como ele morreu, vamos determinar a hora da morte.

— Por que devemos saber a hora da morte? Isso não irá acrescentar em nada. — Margot interrompeu.

— Bem, sabendo o horário da morte poderei fazer perguntas mais precisas a cada um.

— Seremos interrogados? — Edgard perguntou.

— Sim. O assassino está aqui. Só precisamos descobrir quem é. — Francesca disse com calma.

— Ele pode muito bem ser você. — Gina implicou.

— Se eu fosse a assassina, teria matado você, não o Cameron.

Georgina fez uma cara de afetada e escondeu-se nos braços do namorado. Luke não pode conter o riso, mas logo tomou o posto de namorado protetor e lançou um olhar maligno para Francesca que se controlou para não bufar ou revirar os olhos.

— Agora já sabem, se eu aparecer morta....— Georgina disse com olhos cerrados.

Francesca ignorou Georgina, andou até Emma tentando espairecer. Os outros seguiram a garota com os olhos, esperavam cada movimento dela. Ela cochichou algo perto de Emma, que assentiu séria. As duas logo estavam subindo as escadas até o andar superior. Ambas em silencio, não tinham muito o que conversar.

Já no quarto de número dezessete, Emma contorceu o rosto. Seu estomago estava embrulhado, ela não sabia o quão mais perto conseguiria chegar de Cameron Malik. Francesca notou o desconforto da garota e afastou-se de Cameron. Forçou um sorriso sereno e tentou acalmar Emma:

— Nada vai nos acontecer, Emma.

— Mas você disse que o assassino está entre nós. Por que aqui?

— Eu, sinceramente, não sei. Mas as respostas estão neste quarto.

Emma Hunphrey assentiu com um sorriso tímido, ela tentava controlar seu corpo para parar de tremer à medida que se aproximavam do corpo de Cameron. Francesca aproximou-se do corpo, com cautela, tentava mostrar-se forte para a garota, mas não pôde deixar e deu uma leve estremecida ao toca-lo. Ela passou a mão nos lábios arroxeados dele, imaginando-os como na noite anterior, rosados. Francesca fechou os olhos rapidamente tentando retomar a coragem. Examinou os dentes, os olhos e procurava atentamente por algum arranhão no mórbido, mas ainda assim belo rosto de Cameron. Ela pegou o saco plástico do chão, na busca de alguma coisa, mas nada encontrou. Francesca olhou mais uma vez para Cameron e murmurou algo que nem mesmo ela entendeu.

— Está tudo bem, Francesca? — Emma perguntou. A garota ainda estava o mais longe que conseguia do corpo.

Francesca olhou para a garota:

— Você sabe por qual motivo as pessoas morrem com sacos plásticos?

Emma estranhou a pergunta, achando-a obvia demais, mas logo percebeu que havia sido uma pergunta retórica.

— Devido a respiração, o saco gruda na pele da pessoa e o ar fica saturado. Demora em torno de cinco minutos para pessoa morrer de fato, mas aos três ela já deve estar inconsciente. Três minutos nessa situação deve parecer uma eternidade. Você consegue imaginar a agonia? Eu não.

Emma permaneceu em silêncio, não sabia o que falar. Francesca sorriu torto. Balançou a cabeça e aproximou-se do tronco dele tentando captar detalhes. Os braços tatuados estavam amarrados atrás da cadeira de madeira com um cadarço preto. A detetive esforçou-se para desatar o nó que estava bem feito. Ela abaixou a cabeça mais um pouco para observar os tornozelos. O mesmo cadarço. De quem seriam? Quem saberia fazer nós tão bem?

— Emma, pode me ver uma tesoura, por gentileza?

Emma afoita começou a buscar uma tesoura pelo quarto. Achou uma na cômoda ao lado da cama. Ela hesitou por um segundo, perto da tesoura havia um bilhete escrito à mão " Querido Cameron Malik". Emma aproveitou que Francesca estava concentrada e o pegou, guardando para lê-lo mais tarde. Recompôs-se e entregou a tesoura para Francesca, que cortou o cadarço de imediato.

Francesca não conseguia tirar a conversa que tiveram na noite anterior da cabeça. Ele parecia alguém legal. Se tivessem se conhecido em outra circunstância, Francesca certamente teria se interessado por ele. Ela teria marcado de tomar um café em sua cafeteria preferida. Ela pediria um chocolate quente e um cheescake e obrigaria Cameron a pedir a mesma coisa que ela, assim nenhum dos dois ficaria desejando a comida do outro. Em seguida eles se despediriam, Francescairia para um lado e Cameron para o outro. A garota esperaria ele ligar para ela o resto da noite. Finalmente ele ligaria dizendo que adorou passar tempo com ela e a convidaria para um jantar. O jantar seria incrível e depois eles caminhariam pelas ruas geladas de...Graná. Eles se apaixonariam, passados alguns meses morariam juntos em um apartamento aconchegante e comprariam dois cachorros, Francesca não gostava de gatos. Todavia, nada daquilo aconteceria. Era tudo uma fantasia de adolescente que não saia da cabeça de Francesca. Ela balançou a cabeça e piscou várias vezes tentando espantar esses pensamentos de mente. Ela levantou-se e começou a observar a cabeça de Cameron Malik minuciosamente. Seus dedos passavam pelo cabelo negro dele, ela sentiu algo, era uma marca meio arredondada e avermelhada devido ao sangue bem no topo da cabeça. Francesca começou a observar o quarto, procurando algo com tal formato, procurando algum objeto suspeito. Ela percebeu que existia apenas um abajur naquele quarto.

— Quantos abajures existem em cada quarto?

— Dois. Um em cada criado.

— Aqui só tem um.

Francesca levantou-se rapidamente e começou a encenar o que achava que havia ocorrido:

—Acho que primeiro acertaram ele na cabeça com um abajur. Ele devia estar na cama, dormindo. Cameron não teve como se defender e logo estava desacordado, isso deu tempo suficiente para que o assassino o amarrasse nesta cadeira e colocasse o saco plástico envolvendo sua cabeça.

— Com os braços amarrados ele não teria como tira-lo.

— Não teria.

— Há alguma macha de sangue na cama?

— Sim, no travesseiro! — Emma respondeu deslumbrada pelo que estava vendo.

—Ele provavelmente continuou desacordado todo o tempo.

— Por que?

— Veja bem, se ele estivesse acordado quando já estava amarrado, ele se contorceria tentando se soltar, fazendo a cadeira cair no chão.

— A pessoa pode ter segurado ele até que ele estivesse morto.

— Olha os pulsos dele, sem marca alguma. Cameron estava apagado quando foi colocado na cadeira.

— Então ele não morreu asfixiado?

— Não totalmente. A pancada veio primeiro, o saco plástico foi para ter certeza que ele iria morrer.

— Então a pessoa esperou o trabalho ser concluído.

—É uma opção. Ele deve ter morrido entre 3h e 4h da manhã. Ele já está bem pálido e meio roxo. —  Francesca ainda analisava o corpo. — Não sei muito sobre isso, mas é o que me parece. Ouviu algo por esse horário?

— Meu quarto é aqui do lado,  mas não escutei nada. Provavelmente já estava em um sono pesado.

— Seu quarto é o 18 ou 16?

— 18.

— Precisamos falar com quem está no quarto 16. Já sabemos que ele primeiro levou um golpe na cabeça. Em seguida foi amarrado e colocaram o plástico e que isso aconteceu entre 3h e 4h da manhã. — Francesca fez uma pausa e deu um giro de 360º analisando o quarto inteiro. — Quem fez isso só tinha uma saída: a porta.

—  Acho que acabamos por aqui. Vamos voltar para recepção. —  Francesca sorriu.

Emma assentiu. Ela era uma doce garota, meio medrosa, provavelmente não havia cometido o crime. No entanto, as aparências enganam. Essa frase era algo que Francesca repetia para si mesmo desde que começara a se preparar para ser detetive. As duas desceram e caminharam até onde os outros estavam sem conversar, novamente. Um silencio desconcertante, mas suportável.

Francesca pisou na recepção e os olhares pousaram nela, esperando uma nova ordem. Ela respirou fundo e com pesar disse:

— Precisarei interrogar cada um. Um a um. Antes de reclamarem por eu ter tomado esta posição, quero informar que é meu trabalho. Eu sou detetive. Não estou tomando as rédeas para me vangloriar ou sair por cima. O assassino está aqui. Nesta sala. Estamos correndo perigo? Sim. Não sabemos se Cameron foi morto por motivos pessoais ou se estamos lidando com um assassino em série. Então, precisamos achar o real assassino.

— O que faremos se acharmos o assassino? Estamos presos no hotel, o telefone está sem linha...Não vai adiantar muita coisa saber quem matou Cameron. Vamos continuar em perigo. — Fernando Mayer, o cozinheiro do local disse exaltado.

— Se descobrirmos quem matou Cameron, seremos sete contra um, ele não fará mais nada. — Justin disse confiante.

— Se for um assassino em série, quem será a próxima vítima? — Margot perguntou.

— É impossível saber, por isso, vamos ficar todos juntos. — Francesca disse com segurança.

Justin Hudson notou que o local estava começando a ficar mais frio. Georgina havia se encolhido mais no sofá e Luke estava roçando as mãos no braço. Margot atritava as duas mãos em seguida as soprava.

— Está meio frio, não? — Margot insinuou.

— Creio que o aquecedor começou a falhar. Vou colocar mais lenha na lareira.

Justin foi até o local onde haviam algumas lenhas, pegou algumas e jogou-as no fogo, todavia, foi repreendido de imediato por Edgard Humphrey.

— A lenha está molhada, o fogo irá apagar...

Dito e feito. Em poucos segundos a lareira estava completamente apagada, restava apenas fumaça e fuligem. Justin fez uma careta e pediu desculpas, prometeu não tocar em mais nada do hotel. Edgard resmungou, Fernando aproximou-se do patrão e falou algo com ele, depois de muito tentar, Edgard finalmente assentiu.

—Eu e Edgard podemos ir até a cozinha e ver o que aconteceu com a chave do aquecedor. — Fernando sugeriu.

— Por mim tudo bem.

— Mas devemos ficar todos juntos, a mandona ali que disse... — Luke importunou Francesca, que revirou os olhos.

— Podem ir. Nós esperaremos aqui.

— Vamos fechar as cortinas, assim chegará menos brisa aqui dentro. Percebi que as janelas estão mal vedadas. — Justin sugeriu.

Quando todos concordaram, ele caminhou até a janela e soltou as pesadas cortinas de tecido grosso, deixando o ambiente um pouco mais escuro. O grupo permaneceu em silencio. Cada um em seu canto.  Emma estava sentada em um banco sob a enorme janela, segurando uma taça de vinho que ela pegara no bar enquanto todos conversavam. Georgina havia caminhado até a janela e perguntou discretamente para Emma o que elas fizeram no andar de cima e se tinham achado alguma coisa. Emma contou das teorias de Francesca e disse que encontrou um bilhete lá em cima, mas que havia ficado com medo de falar para a detetive, pois não confiava nela.

—  Acha que fiz mal?

— Claro que não! Deixe-me ver este bilhete.

Emma retirou o pedaço de papel do bolso de seu casaco, um pouco desconfida, mas oras, Georgina era famosa. Provavelmente uma pessoa boa.Enquanto Gina lia espantada o bilhete, Emma dava um gole e ou outro em seu vinho.

— Você pode tomar vinho? — Gina perguntou curiosa.

— Eu preciso apenas relaxar.

Justin aproximou-se de Francesca, queria perguntar como ela se sentia, mas não fez. Preferiu ficar apenas ali, próximo a ela. Francesca brincava com os dedos, seus pensamentos estavam a mil e ela começara a ficar ansiosa. Ela nunca havia sentindo-se tão vulnerável tentando resolver um caso. Bem, ela nunca ficou presa no mesmo local que o assassino.

Luke e Georgina estavam abraçados e ocupavam um sofá inteiro. Soltavam risinhos apaixonados. Francesca passou a observa-los. Luke era o típico jovem que era rico de Manhattan, local de onde ele provavelmente vinha devido ao sotaque diferente. Ele usava roupas extravagantes e de marca. No mindinho havia um anel enorme de ouro. Francesca riu. Ele era um personagem bem estereotipado. Georgina também era exagerada, roupas da moda, caras. Os dois pareciam ter saído de um filme hollywoodiano clichê.

Seu pensamento foi interrompido pelo barulho alto da luz acabando. Tudo havia ficado extremamente escuro. Nada podia ser visto e gritos assustados começaram a preencher o grande salão.

—Vamos todos morrer! — Gina berrava.

— Fiquem calmos. —Francesca gritou. Ela não enxergava absolutamente nada e isso era agoniante. Ela passou a respirar mais rápido e tentava pensar em alguma saída. — Fernando e Edgard devem ter mexido na chave errada. Emma abra as cortinas!

Nenhuma resposta da garota.

— Emma? — Justin disse alto. Seu tom de voz era desconfiado.

Margot estava perto de uma das janelas, começou a tatear até encontrar o tecido aveludado da cortina.

— Eu abro! — Ela gritou.

Assim que a cortina de uma das janelas foi aberta, todos focaram o olhar em um único ponto, como se ele fosse magnético: Emma.

Emma estava desmaiada no carpete bege da recepção. Sua taça de vinho estava no chão e o restante do vinho tinto que ela tomava derramado, deixando uma enorme mancha no carpete. Georgina dirigiu-se até a garota e chacoalhou ela. Nenhuma resposta. Georgina começou a tateá-la e dar leves tapinhas para acorda-la, ao ver que não estava sendo bem-sucedida afastou-se decepcionada.

Francesca correu e virou o corpo de Emma, deu tapinhas em seu rosto e gritou pelo seu nome. "Emma. Emma, acorde. Emma! ". O último grito saiu mais desesperado.

Justin afastou as garotas histéricas do corpo de Emma e aproximou seu ouvido do peito dela. Tentava ouvir algum batimento. Nada. A respiração era quase nula, assim como o pulso. Justin sacudiu-a mais algumas vezes com esperança dela acordar, mas ela não reagia. Então aos poucos eles se afastaram e aceitaram o que havia acontecido.

Emma estava morta.

Margot tomou em suas mãos a taça que Emma segurava e a cheirou. Era um cheiro família. Um leve cheiro de amêndoas amargas, mas como? Ela já havia lido sobre isso... Margot passou a forçar-se a lembrar o que aquele cheiro significava e uma luz ascendeu em sua mente.

— Cianeto.

— O veneno? Emma foi envenenada? — Luke perguntou surpreso. Ele levou às duas mãos até sua cabeça, ele notou que tudo que estava acontecendo era real. Para ele essas coisas estavam longe de ser uma realidade palpável.

— Sim. — Margot disse ríspida.

— Estão todos proibidos de beber qualquer coisa deste lugar! - Justin tentou soar o menos mandão possível.

— Acho que agora temos nossa resposta. Cameron não foi morto por motivos pessoais. — Francesca disse.

Em menos de cinco minutos o assassino havia agido e ela não fazia a menor ideia de quem tinha feito isso e era o que a assustava. Ela olhou mais uma vez para Emma e sentiu um arrepio percorrer sua coluna. Francesca sabia que estava ficando sem tempo e não fazia a menor ideia do que fazer para reverter isso. As únicas pistas que tinha eram: um cadarço, um nó bem feito, o sumiço de um abajur e agora o cianeto.


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