Capítulo 23
Daryl mando os demais embora, ele sabia que tinha outra entrada, foi andando que viu o povo dos sussurradores passando por frestas tendo a esperança de encontra uma forma de entra e salvá-la.
Foi no meio da caminhada que sentiu lagrimas começarem a descer junto com sua raiva, Elana estava ali sobre suas mãos e por um erro dele tinha perdido ela, devia ter a puxado com ele para fora, tinha que ter tirado ela primeiro, mas não ouviu da mesma. – E-ela...tem...medo. – Empurrando Carol com jeito.
E Daryl devia ter murmurado. – E você está ferida, se ponha em primeiro lugar. – Mas não ela simplesmente sorriu e Daryl a viu empurrar Carol na sua frente, protegendo a senhora que não foi legal com ela nenhuma vez, simplesmente aceitando que Carol poderia ir na frente.
Foi assim que estava caminhando, naquele momento.
Daryl, fervendo de raiva e preocupação, viu a saída dos Sussurradores por pequenas frestas na caverna, indicando que deveria haver outra rota de escape. Determinado a encontrar Elana e frustrado pela situação, ele seguiu o rastro até se deparar com Alfa.
A tensão no ar era palpável enquanto a Alfa falava, tentando mexer com as emoções de Daryl. - O sangue da bruxa de verde fará você acordar... - ela provocou, jogando mais combustível na ira de Daryl.
Sem perder tempo, Daryl puxou suas adagas, que estavam presas às coxas, e atacou. A luta que se seguiu foi brutal. Alfa, apesar de ser menor em estatura, provou ser uma lutadora habilidosa e ágil, mantendo Daryl em alerta. Eles se enfrentaram em uma batalha que os levou a lutar sobre riachos e até sobre um barranco, ambos se machucando e acumulando ferimentos.
Daryl, com uma mistura de desespero e determinação, conseguiu lançar Alfa para longe, fazendo-a colidir com força contra uma árvore. O impacto a deixou momentaneamente incapacitada, enquanto Daryl, exausto e emocionalmente abalado, caiu ao lado, sentindo o peso de tudo que havia acontecido. Pensando em Elana, ele não conseguiu segurar as lágrimas, que escorreram silenciosamente enquanto sua visão escurecia.
Quando Daryl despertou, ele estava sendo tratado, e seus olhos ainda embaçados pela dor e pelo cansaço vislumbraram uma figura ao seu lado. Por um breve momento, ele pensou que era Elana, mas logo percebeu que era Lydia, com os olhos cheios de preocupação.
- Lydia? - Ele murmurou, confuso.
- Sim... desculpa fugir... ela me amarrou e eu fiquei com medo, - Lydia confessou, parecendo frágil e vulnerável.
Daryl, apesar de sua própria dor, tentou consolá-la. - Está tudo bem... vamos voltar... ela gostaria disso... - Mas mesmo ao dizer isso, sua mente estava devastada. Ele estava quebrado, o peso da ausência de Elana esmagando-o
Lydia percebeu a dor de Daryl, e então fez a pergunta que ele temia responder: - Cadê Elana?
A pergunta atingiu Daryl como uma faca. Seus olhos endureceram, e ele teve que forçar as palavras a saírem. - Ela tá presa na caverna...
E, com isso, a conversa terminou, ambos imersos na dor e no medo pelo que estava por vir.
...
O retorno a Hilltop sem Elana foi devastador para Daryl. Cada passo que ele dava parecia pesar uma tonelada, e a dor em seu peito se intensificava com cada pensamento de que ela ainda estava presa naquela caverna. Ao chegar na comunidade, ele mal reconhecia o lugar. As plantações, antes vibrantes e cheias de vida, agora murchavam e morriam, como se refletissem a escuridão e o vazio que cresciam dentro dele.
Daryl sentia como se a própria terra estivesse sofrendo com a ausência de Elana, sua energia vital drenada pela perda da bruxa que mantinha tudo em equilíbrio. Carol, percebendo o estado dele, tentou se aproximar, talvez para oferecer algum conforto, mas Daryl se afastou, incapaz de suportar a proximidade de alguém que ele culpava em parte pela tragédia.
Ele foi direto para o estábulo, o lugar onde tantas vezes havia buscado refúgio durante sua jornada com Elana. Lá, em um canto, encontrou a flor azul de Elana, ainda cintilando com uma luz suave. Aquela flor, um símbolo da magia e da vida que Elana trazia consigo, estava ali, solitária, resistindo, mesmo quando tudo ao redor parecia desmoronar.
Daryl não conseguiu mais conter as emoções. Sozinho no estábulo, ele finalmente desabou, as lágrimas caindo enquanto ele apertava a flor nas mãos, sentindo-se completamente perdido sem ela. A dor de sua ausência era insuportável, e ele se viu quebrado, como as plantações murchas que testemunhara ao chegar.
No silêncio do estábulo, apenas o som abafado de seu choro preenchia o espaço, enquanto Daryl tentava encontrar um jeito de seguir em frente, mesmo sem Elana ao seu lado.
Da manhã seguinte...
Daryl estava imerso em uma tempestade de emoções que parecia nunca cessar. Perder Leah havia sido difícil, mas a perda de Elana era um golpe ainda mais profundo. Ela não era apenas alguém importante para ele; ela era sua âncora, sua luz em um mundo cada vez mais sombrio. Ele se lembrava de cada momento que passaram juntos, especialmente o último, na mina, quando ela, mesmo machucada e exausta, ainda demonstrava seu coração generoso ao insistir que Kelly fosse primeiro.
A culpa o corroía. Ele devia ter insistido mais, deveria ter feito algo diferente. Se tivesse sido mais firme, mais rápido, talvez ela estivesse ali agora, ao lado dele, em vez de perdida nas profundezas da caverna.
Enquanto seus pensamentos o afogavam, ele viu as crianças brincando, sua inocência contrastando dolorosamente com o peso de suas responsabilidades. Foi nesse momento que Michonne se aproximou, trazendo ainda mais complicações para sua mente já sobrecarregada.
- Daryl, sei que não é o melhor momento, mas preciso que fique de olho em Judith. Recebi um pedido de ajuda em uma vila distante e preciso ir... - A voz dela era firme, mas havia uma suavidade compreensiva em seu tom.
Daryl olhou para Michonne e assentiu, mesmo que cada fibra do seu ser estivesse em conflito. Cuidar de Judith era algo que ele faria sem hesitação, mas a dor da perda de Elana tornava tudo mais difícil. Ele sabia que, apesar de tudo, não podia permitir que sua dor o afastasse das responsabilidades com aqueles que ainda dependiam dele.
- Vou cuidar dela, - ele respondeu, a voz rouca e cheia de uma tristeza que ele não conseguia esconder.
Michonne colocou uma mão no ombro de Daryl, oferecendo um apoio silencioso, antes de se afastar para continuar seus preparativos. Daryl ficou ali, olhando as crianças, tentando encontrar alguma força para seguir em frente, sabendo que, por mais que doesse, ele tinha que continuar, por Judith, por Elana, e por todos que ainda contavam com ele.
...
Negan, apesar de sua natureza brincalhona e sarcástica, mostrou um raro momento de empatia ao perceber a dor de Daryl. Ele tinha perdido Lucille, o grande amor de sua vida, e sabia o quanto a ausência de alguém querido podia dilacerar uma pessoa por dentro. Ver Daryl, um homem que sempre foi tão forte e resiliente, agora quebrado pela perda de Elana, tocou uma parte de Negan que ele raramente deixava transparecer.
- Eu sei como é, sabe? Perder alguém assim..., - Negan murmurou, sua voz perdendo a habitual confiança. - Quando perdi Lucille, senti que não havia mais nada pelo que lutar. Não importa quantas lutas eu ganhasse ou quantas pessoas eu controlasse... o vazio ainda estava lá.
Lydia observou em silêncio, vendo a vulnerabilidade inesperada em Negan. Ela conhecia a dor de perder alguém importante, mas ver como isso afetava os outros, especialmente alguém como Daryl, era um lembrete cruel de que ninguém estava imune ao sofrimento.
Daryl, por outro lado, evitava todos. Ele não queria ouvir palavras de consolo, nem ver os olhares de pena. A dor de ter Elana presa naquela caverna, talvez para sempre, o estava despedaçando de uma forma que ele não conseguia expressar. Cada palavra dita, cada tentativa de confortá-lo, parecia apenas aumentar o peso que ele já carregava.
Ele ouviu as palavras de Negan, mas não reagiu. Continuou seu caminho, tentando encontrar algum lugar onde pudesse ficar em silêncio, longe de tudo e de todos. Ele precisava de tempo, precisava processar a dor, mas a guerra iminente com Alfa não dava espaço para luto.
Enquanto Daryl se afastava, Negan soltou um suspiro pesado. - Alfa quer guerra, e eu vou dar isso a ela. Não porque me importo com vocês, mas porque ninguém merece ficar com a dor que ele está sentindo, - disse, olhando para Lydia antes de se virar para Lady Carol. - Eu vou acabar com essa guerra, mas depois disso, quero minha liberdade. E se conseguir salvar a gatinha de Daryl no processo... bom, isso seria um bônus.
Carol assentiu, seus olhos fixos na direção em que Daryl havia ido. - Faça o que precisar ser feito, Negan. Só se certifique de que essa guerra termine rápido... por todos nós.
Negan apenas sorriu de lado, com aquele brilho característico em seus olhos, mas havia uma determinação em sua expressão que mostrava que ele estava pronto para o que estava por vir. A guerra com Alfa seria brutal, mas Negan estava determinado a garantir que, no final, o sofrimento de Daryl não fosse em vão.
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