Capítulo 13
O dia da partida do Reino finalmente chegou, e o povo estava pronto para marchar em direção às terras de Hilltop, onde o Rei Ezekiel seria recebido como o novo governante. Era uma jornada árdua que envolvia mulheres, crianças e idosos, todos buscando refúgio nas terras altas. Zumbis vagavam pelo caminho, e o povo das sombras os vigiava de longe, mantendo uma distância respeitosa. Desde que Daryl escapara das garras de Alpha, um acordo tácito havia sido estabelecido: nenhum dos dois grupos invadiria o território do outro. Isso permitia que a marcha prosseguisse sem grandes problemas.
Daryl liderava a frente do grupo, os olhos atentos em busca de qualquer perigo iminente. Antes de partir, ele lançou um olhar para Elana, que estava ao lado de Lydia.
- Fique perto, - ele murmurou, a voz carregada de preocupação. Ele sabia que o caminho era traiçoeiro, mas precisava confiar que Elana estaria segura enquanto ele avançava.
Elana assentiu, sentindo a responsabilidade do pedido de Daryl pesar sobre seus ombros. Ela ficou ao lado de Lydia, tentando ignorar o desconforto crescente que sentia na presença do povo, muitos dos quais ainda olhavam para ela com desconfiança.
Enquanto o grupo avançava, a tensão no ar era palpável. A sombra da guerra pairava sobre todos, e os corações estavam pesados com a incerteza do que estava por vir. Mas então, do nada, algo atingiu Elana com força, sujando seu vestido. Ela olhou para baixo e viu que era um tomate podre. A repulsa a fez fazer uma careta, e antes que pudesse reagir, ouviu uma voz cheia de rancor.
- Desde que você chegou, tudo piorou!
Lydia, ao seu lado, se preparou para defender Elana, mas a bruxa a impediu com um gesto suave. Elana olhou ao redor, vendo o medo e a frustração nos rostos das pessoas. Ela sabia que, em tempos de guerra, as emoções estavam à flor da pele, e a raiva deles era uma manifestação desse medo.
- Não está certo isso... - Lydia protestou, indignada.
- D-deixa... eles... estão... com... medo, - Elana respondeu, sua voz suave e cheia de compreensão. - Tempos... de guerra.
Lydia hesitou, mas ao ver a serenidade no rosto de Elana, ela recuou, percebendo que a bruxa entendia a situação melhor do que ela. O povo estava assustado, e Elana era uma figura fácil de culpar em meio à confusão e ao desespero.
Elana, por sua vez, respirou fundo, limpando o máximo que podia do tomate de seu vestido. Sabia que a jornada seria difícil, não apenas fisicamente, mas emocionalmente também. A marcha para Hilltop seria um teste para todos, e ela precisava se manter firme, não apenas por si mesma, mas por Daryl e aqueles que confiavam nela.
Ela lançou um último olhar na direção onde Daryl havia desaparecido, desejando que ele estivesse ao seu lado, mas também sabendo que ele estava cumprindo seu dever. Ela só esperava que, no final dessa jornada, pudessem encontrar algum tipo de paz.
...
Enquanto o grupo marchava, uma tempestade feroz começou a se formar no horizonte, trazendo consigo raios e ventos intensos. Não havia outra escolha a não ser buscar abrigo imediato. Michonne, o Rei Ezekiel e Daryl rapidamente organizou o povo, levando-os para uma área próxima, conhecida como Terra Morta, um lugar que já havia sido banhado por sangue em batalhas passadas. Não era o refúgio ideal, mas era o único disponível.
A chuva começou a cair forte, e o barulho dos trovões ecoava pelos campos. Daryl, sempre atento, foi procurar por Elana, preocupado com ela em meio à confusão. Ele a encontrou próxima ao fogo, tentando se aquecer. Mas quando ele se aproximou, notou algo no vestido dela que o fez parar.
- O que aconteceu com o vestido? - Daryl perguntou, o olhar fixo na mancha visível.
Antes que Lydia pudesse dizer qualquer coisa, Elana, com sua habitual calmo, murmurou, - Foi... um... acidente... - Ela forçou um sorriso acolhedor, tentando minimizar a situação.
Lydia, ao lado dela, cruzou os braços e fez uma careta, claramente chateada com Elana por encobrir o comportamento de um dos moradores. Daryl, no entanto, não deixou de notar a tensão no ar. Algo estava errado, e ele sabia disso. Embora Elana tivesse dado uma explicação simples, ele percebia que havia mais por trás daquele sorriso.
Daryl estreitou os olhos por um momento, mas decidiu não pressionar. Em tempos como aquele, todos estavam sobrecarregados, e ele confiava que Elana lhe contaria a verdade se fosse necessário. Em vez de insistir, ele se aproximou dela e estendeu um cobertor, ajudando-a a se cobrir do frio e da chuva.
- Fique perto do fogo, - ele disse, sua voz mais suave do que de costume. - Vamos precisar de toda a força que temos para seguir adiante.
Elana assentiu, apreciando o gesto de Daryl. Enquanto ela se aconchegava mais perto do fogo, Daryl lançou um último olhar para Lydia, que ainda parecia aborrecida. Ele sabia que, eventualmente, teria que descobrir o que realmente havia acontecido, mas por agora, proteger o grupo e manter todos seguros era sua prioridade.
já mais ao longe Daryl foi notar lady Carol que parecia tão quebrada quando uma mãe devia estar depois de perde outro filho.
Daryl foi atrás de Carol, sabendo que a amiga estava profundamente abalada. Ele a encontrou sentada sozinha, o olhar perdido, tão quebrada quanto qualquer mãe que tivesse acabado de perder outro filho. A presença de Daryl ao seu lado trouxe um conforto silencioso, mas a dor que Carol sentia era evidente, refletida em cada linha de seu rosto.
Depois de um tempo em silêncio, Carol finalmente quebrou a quietude, sua voz baixa e cheia de tristeza. - Ela pediu desculpa para mim...
Daryl franziu o cenho, sem entender de imediato. - Quem?
- Elana. - Carol respondeu, seu tom revelando o peso da tensão entre as duas. Era um assunto delicado. Lady Carol ainda guardava ressentimento por Elana, culpando-a, em parte, pela morte de Henry. Embora Elana tivesse feito tudo o que pôde, a dor e a perda ainda causavam uma divisão entre elas.
Daryl ficou em silêncio por um momento, sabendo que as palavras certas poderiam ajudar, mas também consciente de que o que Carol sentia não mudaria tão facilmente. - E? - Ele perguntou, esperançoso de que talvez houvesse algum progresso entre as duas.
Carol suspirou profundamente, desviando o olhar. - Eu não a perdoei. E ainda me machuca ver você com ela... e com Lydia... - Seu tom ficou mais áspero, carregado de ressentimento e dor. Era claro que a situação estava longe de ser resolvida.
Daryl apertou os lábios, tentando não deixar a frustração transparecer. Ele queria que Carol e Elana encontrassem uma maneira de se entenderem, pois sabia que ambas eram importantes para ele, de maneiras diferentes. - Elas são boas, Carol. Devia culpar outra pessoa. - Sua voz era firme, mas não havia agressividade, apenas uma verdade simples e direta.
Essa foi sua última declaração naquela noite. Daryl sabia que não podia forçar Carol a perdoar, mas também não podia abandonar Elana ou Lydia. Ele se levantou, dando um último olhar para Carol antes de se afastar, deixando a amiga sozinha com seus pensamentos. A noite ainda era longa, e os desafios à frente seriam difíceis para todos eles.
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