*Minatozaki Sana*

O céu estava agitado e muitos dos anjos ali presentes já estavam cientes do que acontecia.

O arcanjo principal se aproximou de nós com um papel em mãos e começou a falar:

- Meus caros irmãos, como a maioria de vocês deve saber, a época de seleção para anjos protetores está chegando e por isso, devemos estar atentos a quem devemos escolher e se certificar que o anjo escolhido possui as características e habilidades necessárias para tal cargo.

Um jovem anjo próximo a mim levantou uma das mãos chamando atenção do arcanjo.

- Senhor, todos nós podemos nos candidatar? Digo... Sei que nem todos vão ser escolhidos, mas existe alguma regra que limite a candidatura? - O anjo perguntou curioso.

- Não, jovem anjo, não possuímos regras que dizem quem pode e quem não pode se candidatar, isso é uma escolha pessoal para cada um de vocês. - O Arcanjo explicou com a voz calma.

- Até os anjos mais novos, senhor? - Outro anjo perguntou.

- Sim, até os anjos novatos.

- Não acredito que eles tenham capacidade suficiente para um cargo tão importante, senhor. - Uma anja falou com os braços cruzados e uma expressão arrogante no rosto.

O Arcanjo lhe lançou um olhar mortal e negou com a cabeça.

- Senhorita Bae, você não sabia que as vezes até mesmo as crianças são mais inteligentes que muitos adultos? Além do quê, eles não possuem preconceitos ou línguas afiadas que apontam os defeitos dos outros - Bae revirou os olhos.

- Sim, senhor, peço desculpas - Bae respondeu trincando os dentes.

- Pois bem - O Arcanjo estralou os dedos e fez com que aparecesse os formulários nas mãos de todos nós ali. - Vocês tem até amanhã para me entregarem isso e logo após, iremos começar a seleção.

- Sim, Senhor Gabriel! - Todos dissemos ao mesmo tempo.

Olhei para o formulário em minhas mãos e respirei fundo.

Eu estava nervosa, eu não tinha noção de quando esse dia chegaria, o dia em que eu finalmente poderia ser um anjo protetor.

É o sonho de todo anjo, com certeza, porém nem todos conseguem.

Não há limitações para as candidaturas, mas existem regras que todo anjo protetor deve saber bem.

Para alguns, pode ser fácil os testes de admissão ou a entrevista com os arcanjos, porém, nem todos conseguem ficar no cargo para sempre.

Meu maior sonho desde que nasci era me tornar um anjo protetor e com certeza farei de tudo para conseguir isso.

Vou dar o meu melhor, se Deus quiser, vou me manter no cargo até o fim e protegerei a todos.

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*Hirai Momo*

Papéis foram jogados em meu rosto juntamente aos gritos que meus pobres ouvidos eram obrigados a ouvir.

- O que significa isso, Senhorita Hirai? - Meu chefe esbravejou com raiva me fazendo encolher de medo.

- S-sinto muito, Senhor Choi... Eu realmente achava que os relatórios seriam de seu agrado e-

- Meu agrado? Por acaso eu tenho cara de alguém que iria se agradar recebendo um trabalho medíocre como esse?! - Ele refutou.

- N-não, Senhor Choi...

- E pare de gaguejar! Trabalha aqui há anos e não perde essa mania chata e irritante? - Ele rosnou - Isso me dá nos nervos!

- Vou procurar melhorar, Senhor-

- Melhorar? Se quer melhorar em algo, melhore nessa droga que você chama de relatório! Está todo mal feito, não está grifado com os pontos importantes! Será possível que terei que ler essa merda inteira e perder o meu tempo?!

Suspirei.

O Senhor Choi nunca foi um chefe exemplar, isso eu posso confirmar.

Ele era o típico chefe bravo que faz de seus subordinados, meros escravos e sacos de pancada.

Não fisicamente ainda, porém, as palavras dele poderiam mandar qualquer um para o psicólogo rapidamente.

Infelizmente eu tinha que aguentar, não tenho condições para sair desse emprego, então, eu preciso me conter inúmeras para não mandá-lo para a casa do caralho.

Não sou de palavrões, mas quando estou brava ou quando se trata de Choi, eu me torno uma verdadeira boca suja.

- Senhor Choi... Fiz desse jeito porque o senhor falou que não queria muitas cores no relatório... E é preciso mesmo grifar? A Diretora Park disse-

- Foda-se o que a diretora Park disse! A direta Park está aqui? - Neguei - Exatamente! Se eu quero isso grifado, é para economizar o meu trabalho já que diferente de você, eu passo o dia fazendo coisas que realmente importam para essa empresa! Malditos funcionários inúteis, Park deveria rever bem quem ela contrata.

É isso mesmo que estão pensando, ele não quer ler o relatório que ele mesmo pediu só porque não está destacado.

Choi é como um típico aluno que lê apenas a questão de uma prova e não dá atenção ao texto acima dela.

- Irei refazer, Senhor Choi.

- Bom mesmo, vê se acerta desta vez, cada relatório mal feito é menos uma árvore no mundo, sabia?

E cada palavra proferida pela sua boca é mais merda para encher uma fossa ou menos um neurônio de paciência na minha mente.

- Okay, Senhor... Me desculpe.

- Saia logo! E mande a Senhorita Manobam me ver. - Eu assenti e sai da sala com meu sangue fervido.

Que homem desgraçado! Esse filho da puta não faz nada direito e ainda reclama do meu trabalho que é sempre elogiado pela diretora... Eu o desprezo!

Mas infelizmente eu tenho que aguentar.

Olhei para frente, meu olhar percorreu todo o extenso corredor a minha frente.

Suspirei.

Só mais um dia, Momo, apenas mais um dia... Nessa vida de merda.