*Autora*

Naquela noite, Sana e Momo estavam jogando um jogo de tabuleiro, esse que Sana fez questão de aprender.

No início, ela teve dificuldades mas Momo conseguiu ter a paciência necessária para ajudar a anjinha.

Sana pegou os dados e os jogos, caindo um número cinco.

- Cinco casas! - Sana exclamou animada fazendo o bonequinho dela andar mais cinco casas a frente.

- Sorte de principiante - Momo resmungou e jogou o dado que caiu apenas o número dois. - Qual é...

Sana riu vendo que Momo tinha caído em uma armadilha e tinha que voltar mais dez casas.

- Que merda, mano...

- Sorte para mim e azar para você - Ela riu e jogou novamente o dado que caiu exatamente no número que ela precisava, o número dez.

- Isso! - Sana falou contente levando o bonequinho até o final da trilha do tabuleiro. - Eu ganhei!

- Aish... - Momo resmungou - Você é boa até nisso? Tem algo que não saiba fazer?

- Na verdade, eu não sabia jogar, você que me ensinou, lembra? - Momo revirou os olhos.

- Que seja... Você venceu.

- O vencedor não é aquele que ganha, mas o que aceita perder. - Ela falou tentando animar a Japonesa.

- Bom... Acho que você tem razão. - Momo sorriu pequeno e então teve uma ideia que seria boa para ambas. - Já sei! Eu posso te provar que melhor em uma coisa.

- Melhor? Isso não é uma competição...

- Eu sei disso, mas vou te surpreender - Momo falou se levantando da cadeira - Eu vou cozinhar o jantar. - Sana franziu o cenho.

- Você vai fazer? Mas eu que estava-

- Eu sei que você tem cozinhado ultimamente e percebi que não usa seus poderes na comida, então, vai ser uma troca justa.

- Justa? O que quer dizer?

- Eu também não usarei nenhum tipo de mágica, porque eu mesma faço magia na cozinha - Momo falou sorrindo confiante.

- Magia de verdade?

- Você vai entender, anjinha.

Momo piscou para a Minatozaki e foi em direção a cozinha.

Sana não sabia, mas Momo era excelente na cozinha e fazia pratos deliciosos, assim como este que ela está fazendo.

Dentro de meia hora, um cheiro gostoso estava exalando pela cozinha, o que chamou atenção de Sana e também de Boo, que foram até a cozinha.

- Nossa... O cheiro está muito bom. - Sana falou surpresa.

- Au au!

- Pelo visto não é só você que acha isso - Momo brincou colocando uma travessa de Yakisoba em cima da mesa. - Pode não ter nada de nuvem e essas coisas, mas tenho certeza que vai gostar.

- Hum... Eu não sei não... Nem tudo que cheira bem é bom.

- Exemplo?

- Pessoas falsas... Ou melhor... Anjos falsos... - Momo levantou a sobrancelha.

- Então quer dizer que você também tem alguém que te perturba. - Sana assentiu suspirando.

- É... Tem uma anjinha que não é fácil de lidar...

Momo se surpreendeu, achou que Sana era incapaz de ter inimigos, mas ela estava errada.

- Então ela deve ser insuportável mesmo, pelo pouco tempo que te conheço, vejo que você não se irrita tão facilmente.

- Não sei se posso chamar alguém de insuportável...

- Se ela for no nível da Lalisa do trabalho, então sim, você pode.

- Ainda não tive a chance de conhecê-la...
- Sana falou confusa.

- Você tem razão, mas agora vamos falar sobre coisas boas - Momo pôs comida no prato dela e no de Sana - Sente-se e saboreie essa beleza.

Sana riu e se sentou na mesa de frente para Momo.

Momo analisou atentamente as expressões de Sana enquanto a mesma provava o Yakisoba.

Sana estava receosa ao levar o garfo até a boca, mas quando sentiu o sabor do Yakisoba em sua língua, algo dentro dela se acendeu.

- Meu... Deus... Isso está divino! - Sana exclamou sorrindo e comeu mais um pouco.

- Aha! Você gostou não é? - Sana concordou contente.

- Muito!

- Essa é a magia da cozinha, minha cara. - Sana abriu a boca, entendendo.

- Aaa! Agora eu entendi.

Momo sorriu confiante, ela se sentiu muito bem com a resposta positiva de Sana.

Ela não sabia se queria apenas mostrar que era ótima em algo ou se queria realmente agradar a anjinha.

Mas ela definitivamente havia gostado muito de ver o sorriso de Sana a cada garfada que a mesma dava.

- Au au! - As duas garotas olharam para o lado vendo o pequeno cãozinho pedindo comida.

- Sinto muito, Boo, cães não comem comida de humanos. - Sana falou com pena.

- Ele pode desta vez - Sana olhou confusa para Momo - Meu Yakisoba é muito saudável, o Boo sempre come comigo quando eu faço.

- Sério?? - Momo assentiu e pegou o pote de ração de Boo e colocou um pouco de comida nele.

O cãozinho pulou animado quando Momo pôs o pote no chão na frente dele e começou a comer rapidamente.

- Viu só? - Momo comentou rindo.

- Ele ama mesmo - Sana falou ainda comendo - Mas sabe, eu vou acabar comendo a sua comida também se não a devorar logo.

Sana falou levantando a sobrancelha vendo o prato ainda cheio.

- Não! Esse é meu! - Momo abraçou seu prato.

Momo era muito possessiva quando se tratava de comida.

- Então é melhor comer - Sana provocou rindo e as duas continuaram o jantar.

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Após o jantar, Momo estava retirando os pratos e os colocando na pia.

- Pode ir brincar com o Boo, eu vou lavar a louça. - Momo avisou mas Sana negou com a cabeça.

- Não será necessário, eu posso fazer isso.

- Ah mas eu cozinhei, não vai dar trabalho não. - Sana sorriu.

- Não é isso, é que basta fazer isso - Ela estalou os dedos fazendo toda louça aparecer limpa e seca em cima da mesa.

- Espera... Se você podia fazer isso... Porque me deixou arrumar a casa? - Momo resmungou cruzando os braços.

- Eu não queria te deixar preguiçosa - Sana brincou vendo a expressão de raiva no rosto de Momo.

- Quando eu chegar cansada do trabalho, eu vou lembrar disso, me aguarde. - Sana levantou os braços em rendição.

- Eu ia arrumar sua cama, mas pela visto, você pode fazer isso sozinha.- Momo falou cruzando os braços.

Sana fez bico, por algum motivo, ela queria que Momo fizesse isso por ela.

- O que foi? Não quer se tornar preguiçosa também? - Momo provocou levantando a sobrancelha.

- Não é isso... É que... - Sana pensou um pouco - Porque você não arruma? Assim... Eu vou poder ver como você faz e farei igual nas outras vezes... Assim eu não vou te atrapalhar quando estiver se arrumando para o trabalho.

Momo bufou, a justificativa dela fazia sentido, a Japonesa saiu e foi até o quarto para pegar os lençóis e as outras coisas.

Sana sorriu satisfeita, ela tinha gostado do jantar que Momo havia feito, mas não só pelo fato de que estava saboroso.

Ela gostou que Momo quis fazer algo que a agradasse.

- Porque estou pensando assim? Afinal, foi só um jantar... Não é nada demais.

Ela falou para si mesma, em seguida Momo retornou trazendo um travesseiro e um lençol.

- Eu não sei se você sente frio, mas aqui está - Ela os entregou para Sana e voltou para pegar o colchão.

Sana podia sentir o cheiro de Momo no lençol, isso fez com que ela o abraçasse com carinho.

Momo voltou novamente, ela deixou o colchão apoiado na parede e empurrou a mesinha de dentro, após isso colocou o colchão no espaço livre.

O colchão já estava com uma colcha, ela apenas ajustou as pontas e estava feito.

- Aí está, você dormir aqui. - Sana sorriu fofa. - O que foi?

- Obrigada...

- De nada? - Momo estranhou a reação da garota - Bom, eu vou pro meu quarto, qualquer você me chama, mas claro que não vai precisar - Ela riu - Você é um anjo.

Momo negou rindo saindo dali.

Sana observou a garota sair do seu campo de visão e então sentou-se no colchão.

- É macio, eu gostei. - Ela colocou o travesseiro no lugar e deitou-se abraçada com o lençol. - Eu ainda não acostumei bem dormir aqui...

Ela suspirou abraçando o lençol, ela pode sentir ainda mais o cheiro de Momo, isso a passou uma sensação de conforto.

Por algum motivo, Sana estava sentido-se confortável ali.

Sua mente, diferente dos outros dias que a levavam até sua família e antiga vida, agora estava relaxada.

Ela não teve tempo para pensar no passado, pois o sono logou a tomou.

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Enquanto isso no quarto de Momo, a garota estava deitada olhando para o teto, pensativa.

- Ela não está aqui em casa não faz nem uma semana e já estou tratando ela como uma colega de quarto... Será que estou tão carente nesse ponto? Não, com certeza não. Minha mente apenas aceitou que ela não vai embora e se conformou.

Momo rolou ficando de lado.

- Amanhã é domingo, ou seja, mais um dia de folga... Ela com certeza não vai me deixar dormir o dia todo... - Momo suspirou - É como ter uma irmã mais nova que precisa estar em ativa a todo momento... Mas se fosse esse o caso, eu apenas a levaria para brincar em algum lugar.

Uma lâmpada se acendeu na mente da Japonesa que se sentou sorrindo.

- É isso! Já sei o que vamos fazer amanhã!