❣️Hirai Momo❣️
*Hirai Momo*
Meu nome é Hirai Momo, tenho 24 anos, intersexual, pois é, eu tenho um Pênis. Sou Japonesa, mas desde os meus dezoito anos, vivo aqui na Coréia do Sul.
Meu pai teve essa idéia afim de conseguir melhores condições de vida para nós, já que somos uma família bem humilde.
Funcionou? Bem... Podemos dizer que nossa situação melhorou até que bastante, pois antes nem ao menos uma pizza poderíamos comprar sem economizar por muito tempo.
Papai conseguiu um emprego como segurança de banco e ganha um salário razoável, como ele é bem comunicativo, todos lá gostam dele e ele vem recebendo aumentos significativos.
Já minha mãe, ela trabalhava diarista no Japão, mas agora, ela trabalha costurando roupas para uma loja de Seul. Pode parecer pouco, mas ela sempre amou coisas artesanais e as pessoas da confecção onde ela trabalha são muito amigáveis com ela.
Sou filha única, meus pais não podiam se dar ao luxo de ter mais de um filho, afinal, mal tínhamos dinheiro para nós três, quem dirá para mais gente.
Acho ridículo pessoas pobres que não tem onde caírem mortas e que tem um monte de filhos, apenas para sofrer, isso é fato.
Tenho muito a agradecer aos meus pais por serem conscientes, além de que sempre me apoiaram mesmo tendo uma filha diferente como eu.
Não me leve a mal, não tenho nenhum preconceito com meu pênis, mas nem todos pensam assim e meus pais foram muito humilhados pela família e conhecidos quando eu nasci.
Patético.
Assim que terminei meus estudos, prestei o vestibular em administração para a faculdade pública e felizmente consegui passar.
Quando meus anos de estudo na faculdade acabaram, sai de casa e aluguei um pequeno apartamento onde moro até hoje, na esperança de que seria bem sucedida e daria uma vida melhor aos meus pais.
Eu imaginava que conseguiria um emprego em uma grande empresa e que lá eu conseguiria experiência e recursos suficientes para fundar minha própria empresa.
Porém, minha realidade não é essa.
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Cheguei para mais um dia de trabalho na empresa Jyp Entertainment, sim, isso mesmo, a empresa responsável por grandes grupos de Kpop e Idols incríveis.
Porém, eu não sou um deles, trabalho na parte "chata" da empresa, onde acontece toda a burocracia necessária para que os Idols que as pessoas tanto amam, possam subir aos palcos.
Eu sempre gostei de dançar, mas não acredito que seja boa o suficiente para tentar seguir nesse ramo, além do quê, não tenho condições de me arriscar em algo que não tenho certeza se vai dar certo.
Tudo que eu preciso é uma vida estável, como um trabalho descente e dinheiro para me sustentar e ainda ajudar os meus pais que batalharam muito para me criar, então, nada mais justo do que ajudá-los também.
Faço parte da parcela da sociedade que prefere não ter sonhos ou hobbies, apenas...seguir em frente a cada dia.
Pelos corredores do prédio, o som de meus Scarpins falsificados ecoavam enquanto eu corria até minha mesa.
Cheguei até ela e me sentei colocando minha bolsa em cima da mesa e abri o notebook da empresa, já que eu ainda não tinha um.
Não trabalho aqui há tanto tempo, trabalhei dois anos em uma lanchonete pequena como garçonete enquanto tentava achar outro emprego e então, fui aceita aqui.
- Bom dia, Moguri - Ouvi a voz doce da minha melhor amiga e colega de trabalho, Son Chaeyoung. - Quase chega atrasa de novo em.
- Nem me fale, o ônibus estava lotado mais do que o normal hoje e parava direto - Resmunguei abrindo o sistema da empresa.
- Olhe pelo lado bom, pelo menos não quebrou como semana passada - Chaeyoung brincou.
Son Chaeyoung, minha única e melhor amiga. Chaeyoung é uma pessoa brincalhona e boa de copo, sempre que pode, está enchendo a cara.
Outra coisa que ela gosta bastante são tatuagens, ela tem muitas espalhadas pelo corpo, desconfio até que ela tenha alguma escondida em um lugar privado.
Chaeyoung é maluca o suficiente para isso.
Ela foi a primeira pessoa que conheci aqui na empresa, eu não era muito popular na época da escola, estrangeiros ainda não são bem aceitos por aqui e ainda mais... Pessoas diferentes como eu.
Com certeza foi um dos motivos pela demora em conseguir um emprego.
- Se eu desse essa desculpa de novo, já estaria no olho da rua - Confessei suspirando.
- Não é desculpa se é verdade, amiga.
- Não é isso que o Choi pensa. - Refutei e Chaeyoung revirou os olhos.
- Só de pensar naquele homem, eu sinto vontade de vomitar, não sei como tem gente aqui que gosta de trepando com ele - Ela falou observando nossa colega de trabalho, Lalisa Manobam, passar por ali.
Lalisa Manobam, a típica funcionária efetivada pela cama.
Não entendeu? Pois bem, essa querida conseguiu a carteira assinada seduzindo o chefe e até hoje, ela é a puta pessoal dele.
Ou seja, não podemos falar nada demais para a Senhorita arrombada.
- Falando de mim novamente, Son? - Lisa falou com sua voz irônica, se apoiando na mesa de Chaeyoung.
- Não, se eu quisesse falar de você, eu falaria na cara mesmo, mas se a carapuça serviu... Não posso fazer nada. - Lisa bufou.
- Escute aqui, Son, eu aguento suas piadinhas como uma pessoa boa que sou - Senti vontade de rir - Mas se continuar assim, vou providenciar sua demissão.
- Continuar com o quê? Trabalhando? Coisa que você não faz, já que é tão ridícula e fácil. - Chaeyoung retrucou irritada.
- Sua vadia... Como ousa falar comigo desse jeito?!
- Como você! Ousa falar em me demitir? Você não é da parte do RH e muito menos uma chefe minha.
- Tenho contatos... diferente de você. - Lisa afirmou sorrindo vitoriosa.
- Olha só, Manobam, se você acha que acha que abrir as pernas pro chefe te torna alguém aqui, está muito enganada, sua buceta não te faz nossa chefe e se pensar em falar de nós, o chefe não irá fazer nada porque sem as escravas aqui - Falei apontando para mim e Chaeyoung - Essa empresa desaba! Então é melhor dar o fora daqui antes que eu meta meu sapato bem no meio da sua face.
Lisa grunhiu irritada e saiu dali sem argumentos, ela sabia que não tinha poder suficiente para nos intimidar.
- Uoouu, essa é a Hirai Momo que eu conheço, debochada e que deixa a Lisa no chinelo - Chaeyoung comemorou - Valeu amiga, te devo uma.
- Que nada, já temos problemas demais, não quero mais uma puta qualquer me estressando, o trabalho já faz isso por si só. - Chaeyoung concordou rindo.
- Exatamente, agora vamos voltar ao trabalho antes que o cafetão apareça. - Eu gargalhei.
- Vamos.
----x----
Passei horas preparando o relatório de vendas, streams, reputação e muitas outras coisas sobre nossos artistas.
Enquanto arrumava os papéis na minha mesa, ouvi o telefone dali tocar.
- Alô? Senhor Choi?
- Quem mais seria?! Venha até meu escritório agora e traga os relatórios que pedi! - Meu chefe esbravejou e desligou o telefone me fazendo suspirar.
- Boa sorte no matadouro, amiga. - Chaeyoung falou batendo no meu ombro de leve.
- Obrigada... Vou precisar, parece que ele está irado hoje.
- Pra variar...
Sai de minha mesa levando os relatórios e fui até o escritório do meu chefe, bati antes de entrar.
Meu chefe estava de costas e se virou na cadeira ao me notar ali.
- Demorou demais não acha? - Abri a boca para responder, porém, ele me tomou os relatórios antes que eu pudesse falar algo.
Ele passou uns dois minutos olhando os relatórios e me olhou com fúria.
Papéis foram jogados em meu rosto juntamente aos gritos que meus pobres ouvidos eram obrigados a ouvir.
- O que significa isso, Senhorita Hirai? - Meu chefe esbravejou com raiva me fazendo encolher de medo.
- S-sinto muito, Senhor Choi... Eu realmente achava que os relatórios seriam de seu agrado e-
- Meu agrado? Por acaso eu tenho cara de alguém que iria se agradar recebendo um trabalho medíocre como esse?! - Ele refutou.
- N-não, Senhor Choi...
- E pare de gaguejar! Trabalha aqui há anos e não perde essa mania chata e irritante? - Ele rosnou - Isso me dá nos nervos!
- Vou procurar melhorar, Senhor-
- Melhorar? Se quer melhorar em algo, melhore nessa droga que você chama de relatório! Está todo mal feito, não está grifado com os pontos importantes! Será possível que terei que ler essa merda inteira e perder o meu tempo?!
Suspirei.
O Senhor Choi Beomgyu nunca foi um chefe exemplar, isso eu posso confirmar.
Ele era o típico chefe bravo que faz de seus subordinados, meros escravos e sacos de pancada.
Não fisicamente ainda, porém, as palavras dele poderiam mandar qualquer um para o psicólogo rapidamente.
Infelizmente eu tinha que aguentar, não tenho condições para sair desse emprego, então, eu preciso me conter inúmeras para não mandá-lo para a casa do caralho.
Não sou de palavrões, mas quando estou brava ou quando se trata de Choi, eu me torno uma verdadeira boca suja.
- Senhor Choi... Fiz desse jeito porque o senhor falou que não queria muitas cores no relatório... E é preciso mesmo grifar? A Diretora Park disse-
- Foda-se o que a diretora Park disse! A direta Park está aqui? - Neguei - Exatamente! Se eu quero isso grifado, é para economizar o meu trabalho já que diferente de você, eu passo o dia fazendo coisas que realmente importam para essa empresa! Malditos funcionários inúteis, Park deveria rever bem quem ela contrata.
É isso mesmo que estão pensando, ele não quer ler o relatório que ele mesmo pediu só porque não está destacado.
Choi é como um típico aluno que lê apenas a questão de uma prova e não dá atenção ao texto acima dela.
- Irei refazer, Senhor Choi.
- Bom mesmo, vê se acerta desta vez, cada relatório mal feito é menos uma árvore no mundo, sabia?
E cada palavra proferida pela sua boca é mais merda para encher uma fossa ou menos um neurônio de paciência na minha mente.
- Okay, Senhor... Me desculpe.
- Saia logo! E mande a Senhorita Manobam me ver. - Eu assenti e sai da sala com meu sangue fervido.
Que homem desgraçado! Esse filho da puta não faz nada direito e ainda reclama do meu trabalho que é sempre elogiado pela diretora... Eu o desprezo!
Me recuso a chamar aquela vadia, ele que chame.
Mas infelizmente eu tenho que aguentar.
Olhei para frente, meu olhar percorreu todo o extenso corredor a minha frente.
Suspirei.
Só mais um dia, Momo, apenas mais um dia... Nessa vida de merda.
Voltei até minha mesa e Chaeyoung me olhou com pena.
- Pela sua cara, não foi nada bom lá. - Assenti pegando minha bolinha anti estresse e comecei a apertar.
- Quem se considera chefe de departamento e tem preguiça de ler a porra de uma folha de papel? - Perguntei irritada.
- Choi Beomgyu, as vezes acho que ele é da família do CEO, porque sinceramente... Não sei como esse homem se tornou chefe.
- Não duvido de nada, Chae... - Suspirei.
- Vamos levantar essa moral e beber um pouco depois do trabalho, o que acha? - Ela perguntou mexendo as sobrancelhas.
- Com uma condição.
- Qual?
- Se bebermos até esquecermos quem somos - Chaeyoung sorriu grande.
- Essa é minha garota, pra já!
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