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2 - Sofia Glaudini

(Daniel)

Só de pensar nela, sinto uma dor rasgar o meu peito. Uma dor que não cessa totalmente, e piora quando a imagem dela surge assim em minha mente, como agora, sem aviso.

Levanto de cima do outro detento, quando percebo que os guardas começam a se mexer para debelar o aglomerado de caras loucos para ver sangue. Os guardas não se importam realmente se nos matamos. Na verdade, é um favor que lhes prestamos. Um a menos na população carcerária. No entanto, eu que não estou a fim de parar na solitária. A não ser que seja necessário. Melhor não queimar o meu filme, nem ficar na berlinda.

Salto fora antes que eles cheguem com os cassetetes em punho. E quando chegam, parecem pitybulls loucos para morder alguém. Olham primeiro para o cara no chão com o rosto rasgado; e, depois, esquadrinham ao redor, em busca daquele entre os detentos que possa estar em atitude suspeita.

Eu estou sentadinho perto da mesa que usamos para jogar cartas. Os guardas concentram-se no cara com o rosto rasgado e mandam que se levante.

-Vamos já para a enfermaria - diz um deles, empurrando o sujeito, que me lança um olhar entre apavorado e rancoroso. Espero que ele se decida logo se quer me matar ou se vai manter distância de mim, porque senão, eu vou ter que decidir por ele.

Mas, daí... Alguém me chama.

- Forseti, você tem visita!

Ah, quer saber o meu nome verdadeiro? Só tenho uma coisa para você: o dedo do meio. No presídio, ninguém sabe meu nome verdadeiro. Na verdade, nem quem me prendeu sabe. Eles me chamavam de Forseti, porque acreditam, os idiotas, que seja o meu sobrenome. Daniel Forseti.

Um nome que não existe, de verdade.

Atravesso calmamente os corredores daquele zoológico humano. Claro que tenho visita. Quase toda semana, alguém vem para achar alguma fraqueza ou brecha... Os dois departamentos (a corregedoria e o planejamento), vêm tentando extrair informações de mim, enquanto algum traidor de dentro de um dos departamentos - além do monge, pois é óbvio que ele foi implantado - engendra estratégias para me matar sem deixar rastros... Antes que eu entregue as informações que nem sei quais são.

Melhor dizendo, antes que eu descubra o cabeça.

Devo ter esbarrado em alguma operação bem coberta... A equipe de contenção de danos foi acionada para a queima de arquivo da Forseti, e a dos lixeiros aguarda até hoje que deem cabo de mim e do meu pessoal, para sumir com os corpos.

O problema é que eu venho dando trabalho a eles. Muito trabalho. Não sou idiota, conheço o modus operandi e todos os protocolos. Sei como pensam e agem. Eles devem estar tentando rastrear os meus movimentos dentro daquela prisão, com quem falo, com quem eu interajo. Não vão conseguir nada.

Se tivessem alguma coisa, não estariam mais "me visitando"... Como eu presumo.

E eu, bem, continuo em silêncio. A corregedoria diz que quer somente a verdade. Até onde eu sei, Andreas Kotzias é um bom agente. Mas nesse ramo, quem confia morre. Não posso confiar nele, assim como não posso confiar em Larsen.

Muito menos em Larsen... Sabidamente, um psicopata com cartão de visitas. Ele subiu muito rápido na Agência, de agente, como eu, logo estava galgando altos postos burocráticos de maneira um tanto misteriosa. E de repente, estava responsável pela maioria dos principais projetos do Departamento de Planejamento, inclusive pela Forseti.

Tornou-se o meu supervisor, o desgraçado. Quando conheci Larsen, cujo nome verdadeiro descobri ser Lazário... Tive a certeza de se tratar de um daqueles homens que se sentem realizados ocupando uma posição de poder. Na minha experiência, há o poder real e o poder ilusório, ou falso poder. Homens com garra conquistam o primeiro; homens medíocres buscam o segundo.

Larsen é um homem medíocre que acredita ter garra.

Nada me tira da cabeça que ele é o responsável pelo monge e por toda essa caça às bruxas. Bem, ele vem tentando nos capturar desde que dei a ordem para o grupo se esconder até que eu volte a acioná-lo. E quando me enfiei na prisão, ele passou o último ano tentando encontrar um modo de me arrancar de lá.

Ou de me enterrar lá.

De qualquer forma, ele me quer morto. Isso já ficou claro.

Quanto a Andreas e a corregedoria, não tenho tanta certeza do que ele quer de mim. Um jogo grande está acontecendo fora daqueles muros, para que Kotzias esteja tão desesperado em me convencer ou persuadir a entregar as minhas informações, a cooperar com ele. Mas, ao mesmo tempo, ele não diz o que quer de mim... Pensa que sou um traidor e que pode me coagir a fazer o que ele tem em mente. Eu não posso me arriscar a aceitar expor o que já descobri para ele, enquanto não tiver certeza de que não é uma armadilha para sabotar o meu salvo-conduto, por assim dizer.

Sabe aquele filme do Tom Cruise? A Firma? No final, ele diz que é como um barco à deriva, cheio de informação, mas que esta informação nunca irá chegar a nenhum porto. É assim que eu estou agora. Eles me estudam da margem, para ver se o meu barco chegará a algum lugar e se este lugar é favorável a eles, ou não.

É... Um jogo grande e complicado, este que estamos jogando.

Entro na sala onde os presos recebem visitas monitoradas, com as baias separadas por vidros. Cada qual com telefone. Eu me sento diante da mesa, levanto os olhos e levo o maior susto da minha vida.

Sofia me encara do outro lado do vidro, com os olhos arregalados.

Atrás das câmeras de segurança, nossas reações estão sendo avaliadas naquele exato momento, por isso, mantenho uma fachada de indiferença. Mas ela, bem, ela não mantem a dela. E sua reação me diz tudo o que preciso saber.

Eles a têm. E irão usá-la contra mim, para, então, nos matar.

Não ligo para o que possa me acontecer. Mas Sofia... É o meu mundo. E eles me deixam vê-la para que eu saiba que a vida dela não vale mais nada. É uma mulher morta, ainda que esteja olhando para mim através daquele vidro.

Sofia deve saber disso também, pela palidez de sua pele, as olheiras sob os olhos, a respiração que agita o seu peito sob a blusa social impecável. Se tudo isso não bastar, a expressão no rosto dela me diz que sabe muito bem disso.

Minha mente funciona a mil por hora, enquanto retiro o telefone do suporte. Estabeleço uma estratégia de ação. Vou jogar o "jogo do contente: versão agente secreto".

- Quem é você e o que quer comigo? - parto para o ataque. Direto na jugular.

Ela fica muda, sem entender nada diante da minha falta de reconhecimento. Isso dói em mim, saber que a partir de agora, vou feri-la mais do que nunca. Rezo silenciosamente para conseguir tirá-la dessa situação. Se Sofia entender ou não, se gostar ou não, se ficar magoada ou não... Isso agora é o de menos, certo?

- O tempo está passando... - aviso, num tom entediado.

Os olhos dela brilham de lágrimas mal contidas.

A verdade é que ficamos casados por muito pouco tempo e eu destruí nossa relação o melhor que pude, para que ela me odiasse, e a abandonei. Não, não foi sem querer não. Foi intencional. Ela acreditou, na época, que eu a estivesse traindo. Isso, porque me pegou em nossa cama de casal, na nossa casa, com uma mulher espetacular (e espetacularmente bem paga para fazer a parte dela naquele teatro).

Vejo agora, pela maneira como ela me olha, que ainda me odeia. Isso é ótimo, meu bem, pois poderá salvar a sua vida.

- Estou aqui em nome do Procurador Geral, a fim de avaliar o seu caso - ela anuncia num tom normal.

Por essa, eu não esperava. Ela me pegou de surpresa. Uso a minha surpresa a favor do meu teatro.

- Desculpa, mas você é advogada? Se for, aviso que não tô precisando. A não ser que você queira me servir de outras formas... numa visita íntima, talvez... Faz um ano que não sei o que é uma boa xoxota.

Ela cruza as pernas, recuperando um pouco de sua fachada de segurança.

- Tenho certeza de que vocês são bastante criativos, na prisão - ela responde, calmamente. - E em último caso, você pode servir de mulherzinha para algum Pedrão.

Minha Sofia é durona. Eu riria de sua presença de espírito, se não tivesse que conduzir aquela entrevista.

Apenas encolho os ombros, como quem diz: "Eu tentei, mas se você não está afim, dê o fora"...

- Você sabe muito bem que sou assistente da promotoria e que também sou psicóloga - ela fala pausadamente. - E sabe muito bem de tudo isso porque sou sua ex-esposa. Ou ex-esposa da identidade falsa que você usava, quando estava comigo.

Endireito as costas no assento duro da cadeira. Quero xingá-la por ser tão estúpida, mas me contenho... Maldição. O jogo mudou.

Das duas, uma, ou ela não pegou a deixa, ou, ela está me dando a sua própria deixa: de que meu jogo não tem utilidade, porque aqueles que estão nos assistindo sabem de tudo. Têm provas de tudo. Assim, ela me informa com sutileza de que ela foi trazida aqui por eles. Para me forçar a entrar no jogo. O pior? É que esse modo operante me diz até qual deles a trouxe.

Larsen.

Acontece, meu amor, que se trata do "jogo do contente modo agente secreto!" Eles podem saber de tudo, ter provas de tudo, mas a gente continua mentindo na cara dura. E mente para ganhar tempo! Esse é o objetivo, agora.

- Eu não vivo no passado - respondo. - Não me lembro nem do que comi ontem, no jantar. Acha que vou me lembrar de uma mulher que deixei para trás? Foram tantas que perdi a conta. - Eu me inclino com um sorriso frio. - Convenhamos que o nosso relacionamento acabou há muito tempo.

Ela não reage. E eu acrescento: - Mas, vem cá... Não existe algum tipo de conflito de interesses aqui?

- Não, - Sofia rebate de pronto - porque sou a única especialista bem sucedida em traçar perfis de sociopatas como você.

É verdade... Ela é muito boa nisso: perfis de sociopatas. Já trabalhou com os federais e a polícia na elaboração de estratégias para capturar assassinos seriais, traficantes e mafiosos. Agora, alguém quer usá-la contra mim. Essa é boa! Larsen, você é um bastardo muito esperto.

Permaneço calado.

- Não vai dizer nada? - ela pergunta, calmamente.

- Para quê? Não sei o que você quer, portanto, é você quem tem que dizer o que quer.

Ela concorda com a cabeça, então, reparo, de uma maneira muito rápida, quando ela inclina a cabeça na direção contrária da câmera de segurança. Lá está aquele olhar de "socorro". Foi muito rápido, pois ela em seguida diz:

- Em nome do Governo, queremos avaliar se suas missões anteriores afetaram a sua cognição e tomada de decisões.

- Para quê?

- Para reintegrá-lo ao trabalho.

Por essa, eu não esperava. Reintegração. Eles definitivamente estão tentando algo novo. Algo que eu não faço ideia de onde querem chegar. Estará a corregedoria por trás dessa oferta, na pessoa de Kotzias? Ou assim o infame Larsen quer que eu acredite, para que eu baixe a guarda e fique mais fácil de me pegar...?

- Vamos ter sessões todas as semanas, - ela me comunica, toda profissional - e eu terei que verificar suas missões anteriores e repassá-las com você.

Ela não diz que quer repassar, mas que tem que repassar. Está nas entrelinhas do seu "texto". Eles a estão coagindo. Não é Kotzias. É Larsen querendo que eu acredite que se trata da corregedoria.

- Se quiser continuar nesse presídio, terá que aceitar os termos - comenta Sofia, suavemente, inclinando-se para mim.

Eu me inclino para ela sem desviar os olhos. É como se o vidro de grosso calibre não existisse entre nós.

- Não tenho que aceitar nada. Estou preso. Giro a cabeça lentamente e olho direto para a câmera de segurança apontada para mim. - Esqueçam que eu existo.

Levanto e vou embora sem olhar para trás, nem mesmo quando Sofia diz o meu nome. Sinto um arrepio percorrer o meu corpo. Só então me dou conta do quanto sinto a sua falta.

Não posso deixar que eles percebam que me importo com o que lhe acontece. Ergo uma cortina de fumaça com minha reação indiferente. Isso talvez me dê tempo para descobrir o que está rolando lá fora.

Por causa de Sofia, vou ser obrigado a sair da toca. E talvez seja exatamente isso que Larsen queira. Ele sabe e me aguarda...

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