Começos complicados, mas nem sempre ruins.
Bom, como já falei anteriormente, minha vida é cheia de começos complicados e matar a aula pela primeira vez na terrinha do tio Sam com o baby Johnny Depp da escola, não seria diferente.
Pego minha mochila, sem perceber que meu celular ficou caído dentro do armário e saímos disfarçadamente pelo corredor. Não poderíamos sair pelo pátio principal pois a guarda escolar ficava postada a frente do portão, então caminhamos até os fundos, onde ficava a área esportiva da escola. O sinal já havia soado e os únicos alunos no pátio eram os que estavam na aula de educação física. Passamos pelo ginásio nos esgueirando por baixo das arquibancadas. Noah ia na frente com muita destreza entre o monte de ferro que estruturava os bancos, com certeza já tinha passado por ali algumas vezes, eu o seguia um pouco desajeitada, torcendo para não ser pega e nem me machucar.
Alcançamos a porta de emergência que dava para o pátio que fazia os limites da escola, como o acesso ali era restrito aos funcionários da manutenção estava deserto e com grama bem alta.
— Consegue subir? —Pergunta Noah encarando a cerca.
— Consigo. — Digo sentindo meu peito acelerar quando ouvimos um barulho no portão.
— Rápido — ele diz se pondo a subir.
Eu escalo logo atrás dele e quando estamos no alto a porta se abre e o zelador nos encara. Noah salta pro lado de fora e eu hesitei por uns segundos, mas ele estende os braços e de alguma forma sei que não vou me arrebentar no chão e salto também.
— Voltem aqui! — Grita o zelador. Quando me encontro nos braços de Noah e quase que caímos os dois pela força do impacto. Trocamos um olhar e um sorriso, ele segura na minha mão e me manda correr.
E nós corremos e corremos muito, por cerca de dois quarteirões até estarmos exaustos demais para continuar. Meu coração parece que vai saltar pela boca e Noah respira apressado.
— Estamos encrencados né? Nos viram! — Falo temerosa.
— Relaxa tem dois mil alunos, ele não vai saber quem somos.
— E o que a gente faz agora?
— Eu não sei. — Ele diz soltando uma gargalhada.
— Não sabe?
— Ah eu costumava cabular aula pra fumar um baseado, beber ou rabiscar paredes, mas minha mãe me fez cortar o cabelo e eu tô com a garota mais careta da escola, não tenho ideia do que possamos fazer sem afrontar a sua moral e bons costumes — Disse rindo.
— A garota mais careta da escola sério? E a Annie May e a Claire?
— Já vendi baseados pra Annie e a Claire, posta contos eróticos yuri na internet sob o codnome de QueenRowena.
— Sério? A Claire? Está mentindo!
— Não, não estou. Você é oficialmente a garota mais careta do colégio.
— Ah que ótimo, não vão escrever isso no anuário vão?
— Talvez, mas tem um lado bom nisso. Ru acho que tenho que aprender a ser mais careta. Sabe pra combinar com o visual e não ser deserdado pelos meus pais adotivos, afinal vou precisar da grana deles já que não sei fazer nada que preste —Diz ele revirando os olhos — Então, o que os caretas fazem quando matam aula?
— Levam uma surra da avó e ficam um mês de castigo? — Respondo.
— Eu não tenho avós então, vamos ter que achar outra coisa pra fazer. Diz aí, tá afim de fazer o que?
— Eu não sei, eu fugi da escola, nos Estados Unidos, estou me sentindo uma fora da lei. — Digo.
— Eu te convidaria pra ir no cinema mas, não tenho um centavo no bolso. Mas... meu tio tem uma Smart TV De 48', eu tenho uma conta no Netflix e sei fazer pipoca de microondas.
— Maratona de House?
— Estamos cabulando aula, vamos assistir algo menos instrutivo.
— Greys Anatomy?
— Você é péssima nisso. — Ele diz com um sorriso lindo.
Caminhamos até a casa dele por cerca de quarenta minutos, ele chega abre a porta. A casa está tão bem organizada quanto da última vez que estive ali.
— Fica a vontade eu vou fazer as pipocas. — Ele diz indo em direção a cozinha.
— Sento no sofá e ligo a televisão gigantesca, enquanto ouço o barulho das pipocas estourando. Minutos depois Noah aparece com um balde imenso de pipoca, uma lata de refrigerante e uma garrafinha de cerveja.
— Já escolheu o que vamos assistir?
— Batman o cavaleiro das trevas, pode ser? Tô a fim de ver coisas explodindo. E me dá essa cerveja. — Digo tomando a garrafa da mão dele.
— Quer falar sobre o que aconteceu?
— Não.
— Ah que bom, faz tempo que quero ver esse filme de novo.
— Hey! Quando uma garota diz que não quer falar, você insiste até que fale, não conhece as regras?
— Ah eu posso não ter mais meu cabelo de rebelde sem causa, mas continuo não gostando de regras. Pipoca?
Assistimos ao filme e depois Noah prepara umas torradas de almoço, conversamos sobre coisas tolas, filmes e séries, por algum tempo eu esqueço de tudo que aconteceu essa manhã, dos problemas com meu pai, da falta que eu sentia da minha mãe, do Brasil e principalmente do Alec.
— Você tem algum baseado aí?— Pergunto num soco, ele me olha espantado sem entender.
— Não... Eu tô limpo de tudo, nem cigarros eu tô mais fumando.
— Fumava cigarros escondido?
— Eu não tenho orgulho disso, cigarros fazem mal, mas... Eu tenho um péssimo hábito de me viciar em tudo que experimento — Ele falou afundando-se no sofá. — A Suzan diz que são os genes ruins da minha família biológica.
— Sei... Sua mãe é sempre tão cruel assim? E você não tem nenhum baseado guardado?
— Só quando ela tá de bom humor, de mau humor ela faz o satanás chorar e porque tá tão interessada em maconha agora?
— Porque eu quero experimentar.
— Você é um Et que tá usando o corpo da Carolina ou tá me testando?— Ele arqueou as sobrancelhas.
— Eu acho que sou o único ser daquela escola que nunca experimentou e se usam no tratamento pra câncer, não deve ser tão ruim.
— Eu devo ter um ou dois guardados, mas eu tô tentando ser careta e você deveria me ajudar nisso.
— Pode ser careta depois de me dar um pra experimentar?
Ele me olha durante uns segundos até que cede, vamos pro quarto dele e estava tudo organizado o que me fez olhar com estranheza.
— Meu psiquiatra disse que quarto bagunçado, mente bagunçada e não estou afim de voltar pra aquele lugar então... Estou me esforçando. — Ele diz enquanto revira uma gaveta — tem certeza?
— Tenho, acende isso logo.
Ele pega um isqueiro e está prestes a acender quando para e me olha.
— Eu não posso fazer isso Carolina, sabe eu sei que temos ideias diferentes sobre maconha e sei que não estaria me pedindo isso se não tivesse chateada. E no mais eu prefiro que daqui há dez anos você lembre de mim como seu amigo problemático e não como o cara que te deu o primeiro baseado. Desculpa, mas não posso te dar isso.
— Você é incrível, Noah. — Digo abaixando o olhar.
— Eu vou dar descarga nisso, antes que eu caia na tentação e deixe de ser incrível. —Ele fala entrando no banheiro do quarto.
Respiro fundo e passo olhar sobre o criado mudo e vejo uma carta que dizia.
"Universidade de Toronto"
Pego o envelope e abro enquanto ouço o barulho do vaso sanitário.
Quando leio, sinto meu coração apertar como nunca antes, e meus olhos se enchem de lágrimas quando eu os levanto e vejo Noah parado na minha frente.
— Você vai voltar pro Canadá? —Digo
— Eu ainda não sei.
— Estão te aceitando na universidade de Toronto, é uma ótima universidade.
— Eu sei. Mas estão aceitando o filho de Paul Johnson. Não sei se mereço isso.
— Você merece. Eu tô feliz por você. — Digo tentando segurar o choro.
— Carolina eu... Os meus pais eles querem que eu tenha um diploma, me ofereceram grana pra abrir uma oficina, desde que eu faça a faculdade e me mantenha limpo.
— Isso é ótimo. — Digo tentando esconder a tristeza em saber que ele iria embora.
— Já que agora eu não tenho mais cabelo pra entrar numa banda de rock, tenho que pensar no futuro acadêmico, não é? — Ele diz com um sorriso forçado.
— Gosto do seu cabelo assim. Quando você vai?
— Depois do baile de formatura. No dia seguinte, minha passagem já está marcada. Posso escolher o filme agora? Pensei em O Hobbit? Gosta? — Diz mudando de assunto.
— Dane - se o Hobbit. — Eu falo me aproximando e o beijando.
Imediatamente ele retribui o beijo e me envolve num abraço apertado, senti sua cabeça pousar entre meu ombro e pescoço, e algo molhar minha pele, lágrimas desciam dos olhos dele assim como dos meus.
Ele procurou meus lábios, beijando o caminho até eles bem devagar, senti meu corpo aquecer, enquanto suas mãos subiam explorando meu corpo, um tanto receosas até pararem a certo ponto. Noah parecia lutar contra o desejo de continuar e naquele instante percebi que tudo que ele fazia me deixava completamente desejosa. Eu enrolo meus braços em seu pescoço e o beijo com certa ansiedade, sinto suas mãos voltarem a passear pelo meu corpo, agora mais atrevidas por baixo da blusa. Nos livramos do meu casaco e ele da camiseta dele, seu corpo quente contra o meu, enquanto seus lábios macios desciam pelo meu pescoço me arrepiavam.
Sua mão enreda minha cintura e me faz dar alguns passos para trás até sentir a cama contra a minha panturrilha. Eu me sento e tiro minha blusa, ele tem um sorriso meio bobo e voltamos a nos beijar.
Nossas peles se tocam e o macio e quente do corpo dele contra o meu, entrego - me por completo aquele momento e por mais que parecesse errado, eu não me importava. Pertencemos um ao outro e não havia mais nada além de nós.
Sinto seus dedos sob os botões do meu Jeans, e em questão de minutos os meus assim como os dele estavam no chão. Nos beijamos intensamente e passamos longos minutos trocando beijos e carícias, meu corpo ardia como nunca antes, enquanto sinto os quadris dele roçarem contra o meu.
— Tem certeza? Ele diz quase como num sussurro com a respiração alterada.
Eu respondo com o beijo mais intenso que dei em toda a minha vida, deslizo minhas mãos pelas costas dele e aperto seu corpo.
Nos livramos do que restava de nossas roupas, o calor e a umidade da língua dele me fazem estremecer ao tocar meus seios e depois a parte mais íntima do meu corpo. Tento me controlar, mas não resisto e solto alguns gemidos. Ele para e me olha sorrindo maliciosamente, eu o puxo pra cima de mim e o sinto me penetrando, devagar, com todo o cuidado enquanto olha firme nos meus olhos e entrelaça nossos dedos.
Eu estaria mentindo se dissesse que não senti um pouco de dor e um incômodo que quase me fizeram desistir, mas ele beija meu pescoço carinhosamente, posso ouvir a sua respiração e sentir seu hálito quente contra a minha pele, seus lábios sobem até minha orelha.
— Eu te amo Carolina. Ele diz enquanto se move pra dentro de mim.
Tento relaxar em alguns segundos meu corpo mergulha em um estado totalmente diferente, me sinto quente e ansiosa. Abro os olhos e me deparo com seu olhar castanho me encarando com firmeza. Busquei seus lábios e o beijei com vontade movendo meus quadris contra os dele, ele geme e me penetra mais fundo.
Separei minha boca da dele para respirar melhor, ofegante ele desliza seus lábios pelo meu rosto e pescoço, colocando seu corpo num ritmo constante sobre o meu. Eu sussurrava seu nome baixinho e apertava os músculos das suas costas, enquanto ele investia devagar, porém com força e ritmo. Meus quadris arquearam quase que involuntariamente e ele aumenta a velocidade de seus movimentos. Colei minha boca no seu ombro e depositei uma mordida leve sentido ele dentro de mim, o seu cheiro que se misturava ao meu, meu coração explodindo em uma alegria misturada com desejo e paixão. Eu me contorço de um prazer totalmente novo e o aperto com força cravando minhas unhas nas suas costas.
— Aiii — Ele reclama e eu fico envergonhada.
Ele para os movimentos ainda totalmente dentro de mim, nossos corpos pulsam um contra o outro. Eu abro meus olhos e o encontro me olhando, seus lábios formam um pequeno sorriso e há pequenas gotas de suor em seu rosto.
— Pode parecer bobo mas eu te amo... te amo Carol, desde o dia que você desceu daquele ônibus, com um olhar assustado e depois eu te segui pelos corredores e vi seu rosto se iluminar como uma criança na Disney quando viu os armários da escola. — Ele diz e em seguida cola nossos lábios.
Meus gemidos se intensificaram contra seu pescoço, ele dá um sorriso travesso enquanto sinto um calafrio percorrer as minhas costas, envolvo minhas pernas na sua cintura e ele se intensifica ainda mais, jurando ao meu ouvido o quanto me queria e quanto esperou por isso.
Ele descarregou as palavras sobre minha pele movendo se forte, firme, preciso. Senti meu corpo se contrair, estremecer e finalmente relaxar numa sensação sublime. Ele continuou se movendo e segundos depois sinto seu liquido quente dentro de mim e nossos olhos se encontram numa profunda conexão.
— Eu te amo. — Deixo escapar quase sem pensar.
Ele me beija demoradamente e se deita exausto do meu lado colocando seu braço sob minha cabeça.
— Uau... —Ele exclama.
— O que foi? — Digo ainda tentando controlar minha respiração.
— Se eu soubesse o que pessoas caretas fazem quando matam aula, não teria perdido tempo com a galerinha descolada. — Ele diz com um sorriso.
Eu rio e balanço a cabeça.
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