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Capítulo 21

Chego ao meu escritório hoje com uma expectativa gostosa do dia que terei. Finalmente, conseguimos a aprovação da prefeitura para abrimos mais uma filial do supermercado e essa será a maior da cidade. Será localizada perto da rodovia, chamando a atenção também de viajantes, não apenas de moradores da cidade.

Logo pela manhã, tenho uma reunião com a equipe responsável para tratar dos detalhes do projeto e depois de uma lida rápida na agenda, Kátia, minha secretária, entra em minha sala e diz:

— Já estão aguardando você para a reunião, Isabela.

— Estou indo. Obrigada, Kátia — digo, dando uma rápida lida nos meus e-mails e fecho meu notebook.

Levanto-me e passo a mão pela minha saia lápis preta. Estou usando uma camisa social de seda rosa bebê e um scarpin nude fantástico. Pode parecer bobagem, mas quando tenho algum evento importante no trabalho, gosto de usar um look especial. Faz com que eu me sinta mais confiante e poderosa.

Não é como se fosse um personagem, pois essa Isabela mulher de negócios sou eu mesma, a versão que sempre quis ser. Dou uma rápida conferida no meu coque antes de sair da sala e continua perfeito como quando saí de casa, então deixo meu escritório e sigo em direção à sala de reunião, ao final do corredor.

Quando entro, todos já estão aguardando-me, como já tinha dito Kátia. Não olho diretamente para ninguém enquanto caminho para minha cadeira, dizendo:

— Desculpem o atraso, precisava responder alguns e-mails antes.

Finalmente sentada, corro o olhar pelos presentes e prendo a respiração subitamente quando vejo Rodrigo sentado na cadeira em frente à minha. Fico sem palavras, apenas olhando para ele, sem entender sua presença e ele devolve o olhar, fitando-me profundamente, com um quase imperceptível sorriso no rosto.

— Isabela, como combinado, temos aqui a equipe que será responsável pela construção da nossa nova sede — diz Guilherme, um dos meus executivos e apresenta as pessoas que eu não conhecia — ... e esse é o arquiteto Rodrigo Magalhães. — É a única frase em que consigo me concentrar.

Rodrigo faz um aceno educado com a cabeça para mim e tento aparentar naturalidade enquanto ele levanta-se e passa a apresentar o projeto que passa num telão.

Nesse momento, minhas lembranças me levam até o dia da apresentação do seu trabalho de conclusão de curso que fui assistir. Na ocasião, ele estava empolgado, mas nervoso em sua ainda inexperiência e juventude. Agora, alguns anos depois, admiro um Rodrigo seguro e confiante ao apresentar seu projeto para minha equipe.

Apesar da sala estar com ao menos quinze pessoas, é como se só estivéssemos nós dois, pois ele olha apenas para mim. Procuro demonstrar só interesse profissional por suas palavras, mas minha perna cruzada balança compulsivamente por baixo da mesa, pois preciso descarregar essa tensão de alguma forma.

Que novidade é essa de ele trabalhar em Fonte Nova, ainda mais num empreendimento de minha propriedade? Meus colegas de trabalho atuais não conhecem meu passado, ainda bem, seria muito constrangedor se soubessem que Rodrigo vai trabalhar para mim nos próximos meses.

Preciso tirar essa história a limpo, como será que ele ficou sabendo do projeto? Ao final da apresentação, o grupo de empresários presente fez sinais de aprovação e Rodrigo olha ansioso para mim, como esperando minha palavra.

— Parece bom. Obrigada. — É o que consigo dizer e o que se segue é uma conversa sobre os próximos passos e detalhes práticos da construção.

Rodrigo conversa com algumas pessoas, mas noto que lança alguns olhares para mim. Eu também estou trocando ideias com colegas e odeio quando nossos olhares coincidem, pois é inevitável o frio na barriga que sinto.

Pouco tempo depois, ele levanta-se, assim como outros profissionais e despede-se de todos, saindo da sala com um último olhar para mim. Uma epifania cai como uma luva e logo penso em Natália. Eu havia comentado com ela sobre a nova sede do supermercado, só pode ter sido ela a falar sobre esse empreendimento para Rodrigo.

Preciso ir até a minha sala para confirmar se ela tem mesmo algo a ver com isso, então também me retiro da reunião, já que não estava sendo tratado mais nenhum assunto importante. Quando viro a curva do corredor, dou de cara com Rodrigo, que quase esbarra em mim. Tenho um arquejo e dou um passo para trás, então ele diz:

— Opa, desculpe. É que esqueci minha pasta na sala.

      Fito seu rosto por alguns segundos e ele faz o mesmo.

— Por que, Rodrigo? — Ele faz uma expressão de incompreensão e continuo: — Por que ficar aqui e fazer esse projeto pra mim? Tudo o que você queria era sair de Fonte Nova, pra quê se comprometer em ficar mais tempo aqui?

— Minhas prioridades mudaram, Isabela. Eu queria que você soubesse — ele diz,  olhando-me com profundidade e depois de descer o olhar para minha boca, pede licença com um tom de voz baixo e segue até a sala para buscar sua pasta.

Olho para trás e mal posso acreditar que vou ter Rodrigo por mais tempo do que eu imaginava por perto. Balanço a cabeça e sigo determinada para o meu escritório, encontrando Kátia no caminho.

— Isabela, preciso que você assine uns papéis.

— Depois, Kátia! Preciso fazer uma ligação importante agora — digo e fecho a porta do meu escritório quando entro.

Pego meu celular e vou até a janela enquanto busco o nome de Natália, fazendo a ligação. O dia está lindo lá fora e tenho a visão do nosso lago artificial com patos nadando, o que sempre me relaxa, mas nem as lindas aves fofas estão acalmando meu estado de espírito no momento.

Quando minha amiga atende, eu digo:

— Foi você, não foi?

Bom dia pra você também! Estou sendo acusada de que, mesmo?

— Não se faça de desentendida, Natália! — Logo a corto. — Foi você quem falou do meu novo empreendimento pro Rodrigo, não foi?

Ele conseguiu, então?? — ela pergunta, empolgada. — Bom, posso ter comentado algo, mas acho que ele já estava procurando trabalho na região, então só quis ajudar, sabe?

Minha amiga tem um ar tão inocente e cínico ao mesmo tempo que não consigo evitar sorrir. Fecho os olhos e me deixo cair numa poltrona, dando um suspiro.

— Você, definitivamente, quer acabar comigo, não quer? — pergunto com uma voz mais baixa. — Ele não vai mais embora daqui, é isso?

Estou achando que não, voltou pra ficar.

— Isso não pode ser...

Hora de encarar os fantasmas e a verdade, amiga. Vai ser bom pra você.

— Não sei o que de bom pode resultar disso, Natália, sinceramente.

Vocês precisam se entender, Isabela. Há mais de dez anos vocês se separaram cheios de mal entendidos, talvez essa reaproximação possa esclarecer as coisas e você deixar de lado certas ideias que teve durante esse tempo todo. Ao menos isso vai ser bom, apesar de eu achar que pode se desenrolar mais disso tudo.

Como sei bem o que ela está pensando, acho melhor encerrar essa ligação e voltar ao trabalho. Ligo para o ramal da minha secretária e peço para ela trazer os documentos para eu assinar. Dentre eles, vejo que está o contrato com Rodrigo e por um segundo, considero desfazer o combinado, mas seria infantil e irracional da minha parte, então o assino.

— Eu consigo fazer isso — digo baixinho.

Os próximos dias seguem sem maiores acontecimentos, mas, duas semanas depois da reunião, teria um coquetel para celebrar a construção da nova sede e esse evento estava deixando-me um pouco nervosa, pois eu sabia que provavelmente o veria. Algo me diz que Rodrigo não faz a menor questão de me evitar, pelo contrário.

Quando o grande dia chegou, comprei um vestido novo. Era preto, com um decote nas costas não muito ostensivo, mas com o penteado certo, deixaria sensual na medida certa. Era um pouco acima dos joelhos e uma sandália de saltos também preta completava o visual.

Coloquei brincos de diamantes que fizeram par com uma pulseira e fiz uma maquiagem com um leve esfumado preto. Depois de anos indo me maquiar na casa de Natália, já tinha aprendido alguns truques.

Minha amiga e o marido também estariam presentes no evento, então eu já estava preparada para as insinuações dela. Eu queria ficar irritada, mas a verdade era que eu não conseguia. Na cabeça de Natália, ela estava fazendo o que achava ser melhor para mim, apesar de ser algo totalmente distorcido da realidade, pois minha época com Rodrigo já tinha passado.

Cerca de 20 horas, chego com Daniel ao local onde o coquetel ocorreria e algumas pessoas já estavam presentes. Cumprimento alguns colegas, pego uma bebida e tento relaxar conversando com eles. Daniel  junta-se a outro grupo e assim segue a noite.

Algum tempo depois, Natália e Gabriel chegam e minha amiga está deslumbrante num vestido nude, ela havia abandonado o estilo mais extravagante da juventude.

— Uau! Maravilhosa, amiga! — ela diz,  dando um olhar de cima a baixo para mim e um abraço depois.

Ficamos conversando por algum tempo e quando olho para o relógio, vejo que já são 21 horas e nada de Rodrigo chegar, será que ele não vem? Sinto uma pontada de decepção, mas me recrimino no mesmo momento, pois eu deveria ficar feliz de não precisar cruzar com ele de novo.

Como se estivesse apenas esperando eu invocar sua presença com meu pensamento, vejo-o chegar e ele está tão lindo que prendo a respiração. Ele usa uma camisa social branca e uma calça preta. Mantém uma barba curta bem feita e seu cabelo está mais arrumado, como se tivesse passado um pouco de gel.

Natália segue meu olhar e vira para frente, dizendo:

— Ah, agora entendi porque você está com essa cara.

Rodrigo corre os olhos pelo lugar e quando me vê desce o olhar lentamente pelo meu corpo e demora a perceber que tem um garçom oferecendo-lhe uma bebida. Ele segura a taça com um agradecimento rápido e dá um gole grande ainda olhando para mim.

Nesse momento, uma amiga vem até a mim e desvio a atenção dele. Quando olho novamente, algum tempo depois, ele não estava mais lá. Circulo entre as pessoas, cumprimentando conhecidos, quando o vejo novamente no canto do salão, conversando com Gabriel.

Para o meu horror, Daniel  aproxima-se deles e consigo ver, pela sua expressão, que reconhece Rodrigo do jogo de tênis, pois eles encaram um ao outro de forma nada amistosa. O primo parece não notar e temo que vá apresentá-lo para meu marido sem saber a bomba que está prestes a detonar.

Daniel não conhece o ex que tanto marcou minha vida, mas sabe seu nome e que é primo de Gabriel, então, caso recorde disso e ligue os pontos, vai me dar o olhar exato que está lançando para mim agora. Que ótimo.

Tento disfarçar que não percebi e paro o garçom que passa na minha frente para pegar mais uma bebida. Com minha visão periférica, vejo meu marido  aproximando-se e sei que nossa próxima troca de palavras não será nada boa. Dou um sorriso sem graça que logo morre quando ele me pergunta:

— Por que você não me disse?

— Disse o quê? — Ainda não sei exatamente o que ele sabe, melhor aguardar que diga.

— Por favor, Isabela, sem mais mentiras. Por que não me disse que aquele cara que jogou tênis comigo era seu ex namorado? E que história é essa de que ele fez o projeto do supermercado?

  Dou um suspiro cansado e digo:

— Não tinha motivo pra falar nada, Daniel... pra quê? Qual a necessidade disso?

— Gosto de saber com quem estou lidando.

— Mas você não está lidando com nada, foi apenas um jogo — digo, dando um gole da minha bebida e olhando rapidamente para a direção onde Rodrigo está, ainda olhando para mim enquanto conversa com Gabriel.

— Não tente minimizar essa situação, Isabela. Ele vai trabalhar para você, como você acha que eu me sinto com isso?

— Você não precisa se preocupar, Daniel, deixa disso! — digo, mas me sinto uma fraude, pois nem eu acredito nas minhas palavras.

      Ele lança um olhar em direção a Rodrigo, que, felizmente, não estava olhando no momento, então digo:

— Vai ser um contato apenas profissional e nem vou me encontrar tanto com ele assim. O Rodrigo é um ótimo arquiteto e o empreendimento vai ficar maravilhoso, isso é tudo o que importa pra mim — digo e saio de perto do meu marido, não quero criar um clima ainda mais tenso nessa noite.

Por sorte, um grupo de amigos  aproxima-se e parece engatar uma conversa agradável, pois sua expressão se suaviza. Sinto que preciso de um tempo, então sigo para o toilette. Minhas mãos estão geladas com toda essa situação e quero me recompor.

Quando entro, apoio minhas mãos na bancada e olho meu reflexo no espelho. Molho minhas mãos e deixo um pouco de água umedecer meu pescoço. No momento seguinte, tenho um sobressalto, pois a porta é aberta e Rodrigo entra no banheiro, fazendo-me arregalar os olhos.

— Você está louco?? O que vo...

— A Natália está lá fora, não se preocupe — ele me interrompe.

— Ah, claro! — digo, com um sorriso sem humor. — O que você quer?

— Queria saber se não causei problemas para você. Seu marido não fez uma cara muito boa quando Gabriel me apresentou para ele. O que ele sabe sobre mim?

— Sabe tudo. Só não sabia que você agora vai trabalhar pra mim.

— "Tudo"? — Ele gesticula as aspas e balança a cabeça. — Ele deve achar que sou um babaca se tomar como verdade o que você deve ter falado sobre mim.

Apenas cruzo os braços e olho para ele com a expressão de quem concorda plenamente com essa ideia e Rodrigo dá um risinho de desdém, aproximando-se perigosamente de mim.

— Eu nunca vou conseguir mudar a porra da imagem que você faz de mim, né?

Dou um passo para trás e minhas costas tocam a parede, meus olhos grudados nos dele.

— Por que você ainda está aqui, Rodrigo? Será que não vê que isso não é bom pra mim? — questiono, com raiva.

— E você acha que pra mim é como? Pensei mil vezes antes de vir aqui hoje. — Ele  aproxima-se ainda mais e seu corpo está apenas a poucos centímetros do meu. — Ver você casada com outro cara quando tudo pra mim voltou como um furacão! Seu cheiro, seu gosto, seu toque, seu calor, sua voz... — Ele apoia as duas mãos na parede atrás de mim e consigo sentir o ar que sai de sua boca ao falar, de tão próximo que está.

Nesse momento, ouvimos uma batida na porta do banheiro e Rodrigo fecha os olhos com força, afastando-se de mim. Sinto um vazio irracional quando deixo de sentir seu calor e o vejo  afastando-se de costas, até que abre a porta e consigo ouvir a voz de Natália dizendo algo baixinho para ele.

Logo depois, minha amiga entra e olha para mim com uma expressão cautelosa e interrogativa.

— O que você fez, Natália?

— Ele só disse que queria falar com você em particular, Isa, então fiquei de olho. Tá tudo bem?

— Não, nada está bem.

— O que ele disse?

Não digo nada, apenas balanço a cabeça e começo a chorar, então Natália me abraça.

— Ô, amiga... eu tô aqui, viu? Bota pra fora.

— Por que depois de todo esse tempo eu ainda me sinto assim, Natália? Isso tá errado.

— Eu sei o porquê, mas você não gosta que eu fale sobre isso, então vou deixar que descubra sozinha.

Eu dou um riso sem humor e tento me recompor para voltar ao meu evento, que está sendo mais emocionante do que imaginei. Conto para Natália sobre a descoberta de Daniel e ela diz:

— Melhor que ele tenha descoberto logo, você não precisa esconder nada.

— Não sei, isso não vai acabar bem — digo, descrente.

— Não tem como os três sairem felizes dessa situação, mas você sair feliz é o que importa pra mim — ela diz.

Dou um ultimo abraço na minha amiga e saímos do banheiro.

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