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Capítulo 10

15 anos atrás

Depois da nossa primeira noite em Palmeiras, Rodrigo e eu acordamos mais de 10 horas da manhã, já que fomos dormir bem tarde. Antes de sairmos da cama, ele veio para cima de mim, fizemos amor mais uma vez e tive prazer novamente, era incrível como era bem mais gostoso com ele.

Aparecemos na ampla cozinha da casa já quase às 11 e Natália já estava lá com Gabriel. Eles haviam feito café e distribuíram alguns pães, queijo, presunto, frutas, leite e achocolatado na mesa. Minha amiga deu um sorriso malicioso ao nos ver disse:

— Finalmente o casalzinho acordou! Tiveram insônia ontem à noite? A cama não era confortável?

Tenho certeza que fico bem vermelha com essa provocação e Rodrigo apenas ri com um olhar cúmplice para Gabriel. O primo também sorri e nos chama para comer.

— Bora repor as energias, galera! É necessário, sabe? — diz.

Pelo jeito, as brincadeiras vão continuar, é melhor eu me acostumar. Não é como se me incomodasse realmente, pois estou feliz, apenas fico um pouco tímida. Natália e Gabriel resolvem pegar leve e mudam de assunto, passando a conversar sobre a programação que faremos em Palmeiras.

— Tem uma praia aqui perto que costuma ficar bem movimentada, se quiserem a gente pode ir pra vocês conhecerem, mas confesso que minha vontade era de ficar apenas na piscina mesmo. — ela diz.

— Podemos ir ao menos hoje, depois voltamos mais tarde e ficamos na piscina, que tal? — Gabriel sugere.

Todos concordamos e algum tempo depois, já estamos prontos para ir. Para evitar perder tempo procurando vaga e como fica próxima, fomos andando até lá. Rodrigo segura minha mão o tempo todo, mesmo quando conversa algo com Gabriel e eu com Natália. Ao chegarmos lá, montamos o imenso guarda sol e estendemos algumas cangas.

Os meninos se animam a jogar futvôlei enquanto Natália e eu ficamos deitadas tomando sol e observando o jogo. Ela aproveita para fazer a pergunta que tenho certeza estar guardando desde que me viu hoje de manhã.

— E então, como foi?? Conta tudo!

Dou um sorriso olhando para Rodrigo, que está todo lindo concentrado no jogo. Olho para seu corpo e a lembrança de tudo o que fizemos faz uma onda de calor me percorrer.

— Foi maravilhoso... ele é incrível, Natália. — digo e minha amiga dá uns gritinhos, fazendo com que eu mande ela ficar quieta.

Rodrigo da uma olhada rápida pra gente e sorri.

— Ai, Natália, ele vai perceber que estamos falando dele!

— Ah, Isa, até parece que ele não sabia que iríamos falar sobre isso, normal, né? Mas continua, quero detalhes!

— Ah... ele é carinhoso e sabe o que fazer, entende? Ele...

— Você gozou? — ela questiona em voz baixa, sabendo que fico sem jeito de falar sobre o assunto. Já havia confidenciado a ela que nunca tinha sentido prazer nas minhas relações sexuais anteriores.

Apenas mordo os lábios num sorriso discreto, assentindo e ela bate palmas, dando um grito.

— Meu Deus, Natália! Precisa desse escândalo? — indago já morta de vergonha, pois tanto Rodrigo quanto Gabriel olham pra gente e sorriem.

— Santo Rodrigo! Finalmente mostrando a você o caminho da luz!

Não resisto a rir das palhaçadas dela e de me sentir muito feliz de novo por estar vivendo esse momento tão bom.

    — O Gabriel comentou que ele tá louco por você, só ficava falando dessa viagem. — Natália diz.

    — Não é pra dizer pro Gabriel isso que contei, hein? — peço.

    — Claro que não, sua maluca! Não vou ficar contando esse nível de intimidade.

Continuamos conversando por um tempo, até que alguns caras sentam próximos e ficam olhando para a gente. Não demora para que Rodrigo e Gabriel retornem a fim de mostrar que não estamos sozinhas.

— Vamos dar um mergulho? — Rodrigo pergunta.

Aceito e ele lança um olhar feio na direção dos rapazes antes de seguirmos para o mar. Seu mau humor não dura muito, quando entramos na água, já está sorrindo novamente e me abraça, falando com a boca quase colada à minha:

— Como dá trabalho namorar mulher bonita, sempre tem gavião de olho.

Eu dou um sorriso e me aproximo para um beijo que não dura tanto, pois Rodrigo logo fica excitado e o calção não disfarça muito. Ele segura minha mão e caminhamos um pouco na areia, antes de voltamos até onde está nosso guarda sol, pois Natália e Gabriel também querem mergulhar.

Percebo que os caras não estavam mais ao lado, realmente devem ter se aproximado porque achavam que estávamos sozinhas. Sendo assim, fico até mais à vontade para deitar de bruços a fim de levar mais sol na parte de trás do corpo. Uso um biquíni branco de lacinhos com estampa de pequenas melancias.

— Sabe que sempre achei melancia uma fruta muito sem graça, mas estou mudando de ideia nesse exato momento. — Rodrigo comenta, fazendo-me rir.

Ele pega o bronzeador e começa a espalhar nas minhas costas, descendo depois para minha bunda e pernas.

— Rodrigo! — digo olhando em volta.

— Que foi? Passar bronzeador é uma forma socialmente aceita de apalpar a namorada em público, não sabia?

Eu dou risada novamente e nesse momento, Natália e Gabriel retornam do mar.

— O Rodrigo é tão cuidadoso, né, Gabriel? Até agora você não passou protetor solar em mim. — minha amiga provoca.

— Opa, não seja por isso! — ele diz e ela também deita de bruços para ele espalhar o produto no seu corpo.

As horas seguintes passam tranquilas até que começamos a ficar com fome e decidimos voltar para casa. O almoço estava servido, era macarronada à bolonhesa, um prato perfeito após um dia de praia. Depois de comermos, ficamos um tempo na varanda conversando e descansando um pouco, mas não tomamos banho, pois ainda pretendíamos ficar na piscina. Natália deixa algumas músicas rolando no carro e aproveitamos o momento.

Minha amiga pega umas bebidas que havíamos deixado no congelador e nos servimos. Como não gosto de cerveja, fiquei tomando uma mistura de vodka com refrigerante, forte o suficiente pra me deixar bem animadinha. O álcool na minha corrente sanguínea faz com que eu fique mais desinibida e puxo Rodrigo para a piscina.

Quando estamos dentro da água, envolvo o quadril dele com minhas pernas e dou um beijo intenso na sua boca. Rodrigo da um rosnado e me aperta, devolvendo o beijo da mesma forma. Começo a me esfregar no seu corpo, já sentindo que ele está duro e ele se afasta um pouco.

— Ei, ei, peraí, Bela, assim eu não aguento... — ele diz com uma voz rouca.

— Acho tão fofo você me chamar de Bela, nunca me chamaram assim, nem minha família, apenas de Isa.

— Só eu posso, então. — ele sussurra na minha boca.

Natália e Gabriel resolvem se juntar a nós na piscina e logo fazemos a tradicional brincadeira de guerrinha das garotas sentadas nos ombros dos meninos e como sou mais fraca pra bebida, Natália acaba conseguindo me derrubar mais facilmente. Peço revanche, mas ela ganha novamente, então desisto de sofrer mais uma humilhação e ficamos apenas conversando.

O tempo vai passando e a noite chega. Ainda estamos na piscina e por mim, dormiria ali mesmo em cima da boia de esteira onde me encontro no momento, mas Rodrigo me tira de lá, dizendo que eu acabaria me afogando e ele não iria superar essa perda. Dou risada e saímos da piscina com ele me segurando no colo.

— Vamos comer que essa tontura passa. — diz Natália — Ainda tem macarronada, querem?

Passamos a comer a sobra do almoço para não termos o trabalho de fazer algum lanche e depois Natália tira um pote de sorvete do congelador. Ela encontra algumas caldas no armário e fica procurando a validade.

— Pra quê olhar isso, gata? — Gabriel questiona — Só mete no sorvete e pronto, nada que uma cachaça depois não resolva, mata os fungos.

— Eca, que nojo, não quero tomar sorvete estragado, Rodrigo, não deixa! — peço.

— Sorvete não estraga, mulher, só fica no congelador direto! — Gabriel comenta — E a gente tava falando da calda.

— Mas tem data de validade, seu maluco! — digo rindo.

— Esqueceu que ela trabalha num mercado, cara? A Bela sabe das coisas. — Rodrigo fala.

— Ai que bonitinho esse apelido, amei! — Natália diz.

— É, mas só eu posso chamá-la assim. — Rodrigo diz me dando um beijo rápido.

Por fim, vencida ou não, Natália serviu o sorvete de chocolate com calda também de chocolate e detonamos o pote quase todo. Como ninguém queria mais louça pra lavar, comemos direto da embalagem.

     Quando terminamos, saímos da cozinha para finalmente tomarmos banho e percebo que Gabriel leva a calda de chocolate com ele. Rodrigo também parece notar, pois pergunta:

— Vai levar a calda do sorvete pro quarto?

— É que a Natália gostou muito, vai querer provar mais depois, sabe? — ele comenta com uma piscadinha para a minha amiga.

Rodrigo e Natália dão uma gargalhada e meu namorado diz, também rindo:

— Cara, pelo amor de Deus!

Quando chegamos ao nosso quarto, pergunto para ele:

— Por que você riu do Gabriel com a calda?

Ele me olha com incredulidade e comenta:

— Ah, Isabela, vai dizer que você não sabe? — fico olhando para ele com uma expressão curiosa — Uau, você não sabe... espera aqui um pouco! — ele diz, saindo correndo do quarto e me deixando sem entender nada.

Deito na cama e alguns minutos depois, ele volta e tem algo na mão. Noto que é outra calda, mas não é de chocolate.

— Pra quê você trouxe isso? — pergunto.

— Espero que você goste de caramelo, Bela. Vem cá... — ele diz e me puxa pro chuveiro.

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