Capítulo 60
Júlia Kenee
— Então quer dizer que você vai mesmo nos deixar? — Pergunto, apenas para tentar me acostumar com a ideia de que não a terei mais aqui.
— Sim, e prometo que manterei contato! — Exclama, apertando minhas mãos.
Estávamos a mais de 2h aqui no Bar da pitú em Strangerville, o nosso lugar favorito.
Onde gostávamos de vir para fofocar sem que as meninas soubessem.
— E como foi a sua primeira vez? — Quero saber mais detalhes, pois ainda não estou acreditando que finalmente aconteceu.
Apesar de que sempre dizia que iria esperar o dia do casamento, mas pelo visto não resistiu aos encantos do namorado.
— Foi muito linda e eu me sinto a mulher mais feliz do mundo. — Confessa, dando aquele sorriso de orelha a orelha. — Ele foi bastante carinhoso comigo e fiz tudo que nunca tive coragem de fazer com ninguém nesse mundo.
Gargalhos e não pude deixar de perceber o quanto ela estava feliz ao lado dele e sei o quanto foi difícil para que a mesma aceitasse o fato de estar louca por ele.
Confesso que não fui uma ótima conselheira em relação a esses dois, mas eu estava mais preocupada com a reação das outras do que com os sentimentos da minha amiga.
Mas fiquei bastante contente quando elas aceitaram de bom grado, tirando o fato da Charllotte ter se afastado por um tempo.
Nessas últimas semanas ela estava um pouco mais sociável e confesso que temi um pouco aquele jeito maluco dela.
Não queria ela arrumando confusão com a Ashley, mas para a minha surpresa, ela a tratou como sempre.
Me senti aliviada, por ela ter esquecido isso e resolver cuidar de sua vida.
Pois homem é o que não falta nesse mundo.
Já se passava das 15h e eu me encontrava em meu quarto, totalmente focada em estudar para as provas finais da faculdade.
Mas era difícil me concentrar quando se morava com seus pais e irmão mais novo, que não paravam de falar um só segundo.
Já até pensei na possibilidade de arrumar um emprego e morar sozinha, mas toda vez que toquei no assunto, meus pais fizeram um drama.
Pois na época em que eles viveram, os filhos só deixavam a casa dos pais quando casassem.
Eu não queria seguir esse curso.
Por isso ia levando até onde eu suportasse, meu irmão mais novo gosta da comodidade que tem aqui, mas eu não quero viver a minha vida desse jeito.
Cansada de tentar estudar, pego minha bolsa e decido ir para o apartamento de Sophia, pois sei que nesse momento a mesma está sozinha.
Como moramos praticamente no mesmo bairro, não preciso de nenhum meio de transporte para chegar ao meu destino.
Depois de 9 minutos de caminhada, finalmente chego ao seu apartamento, toco a campainha e ela abre a porta sorridente.
— Oi, não avisou que viria. — Diz, e quando entro dou de cara com algumas roupas espalhadas pelo sofá da sala.
— Não estava mais aguentando ficar em casa. — Digo, tentando adivinhar o motivo de ter tantas roupas espalhadas.
Ela parece perceber minha confusão e trata de responder:
— Estou fazendo uma mala, pois irei viajar com o Joey. — Diz, e aí me lembro que ela já havia comentado sobre a viajem surpresa.
— Ele te falou para onde vão?
— Não, e eu estou morrendo de curiosidade.
Sorri, pois dava para notar o quanto ela estava empolgada e assim que terminou de ajeitar suas coisas, sentamos na frente da televisão e ficamos vendo alguns episódios da série atual que estava assistindo.
— Quero saber quando vai arrumar um namorado? — Me pergunta, ainda com os olhos vidrados na televisão.
— Eu não penso nisso.
— Ah, Jú. — Choraminga. — Por que você é assim?
Gargalho, e ela revira os olhos, pois sabe que não irei mais falar sobre esse assunto.
Já haviam se passado algumas horas e para a minha surpresa minha mãe me esperava sentada na sala, coisa que era rara acontecer.
— Estava esperando você para conversarmos. — Diz, pedindo para que eu me sente.
— Nossa, estou surpresa.
— Olha, eu sei o quanto você odeia que interferimos na sua vida, mas saiba que só estamos tentando evitar fofocas. — Inicia, e eu franzo o cenho, confusa com seu discurso.
— Não estou entendendo nada.
— Você quer se mudar para outro lugar e sair do nosso convívio e isso causaria muitas fofocas.
— Não vejo mal algum, eu querer ser independente.
— Eu entendo, mas seu pai acha que podem pensar outras coisas de você.
— Eu não ligo para o que dizem.
— Eu sei, meu amor! — Diz, se levantando e alisando meus ombros. — Só queria dizer que ainda não estamos preparados para viver aqui sem tê-la por perto.
Assinto, e ela se vai, mas suas palavras ainda martelam em minha cabeça.
Sei o quanto ela está preocupada, mas não posso deixar que o drama deles me impeça de ser independente.
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Beijos e até o próximo capítulo...
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