Capítulo 47
Charllotte Wood
Eu sabia que seria uma loucura o que eu estava prestes a fazer, mas de tanto a Gi ficar no meu juízo, era o mais sensato no momento.
Ficar cara a cara com a Ashley.
Eu sabia que não ia ser fácil, mas eu precisava tentar, pelo menos para falar o que estava entalado na minha garganta desde o dia em que a flagrei nos braços dele.
Naquele momento eu estava muito abalada para dizer certas coisas, mas agora preciso dizer e só assim resolver de vez essa merda.
— Onde vai? — Aylin pergunta, assim que me vê de frente para o espelho.
— Irei resolver uns assuntos. — Respondi, e passei por ela para ir embora, antes que eu perca a coragem.
Já fazia meia hora que eu estava parada na frente do prédio dela, e eu já não sabia mais se tinha sido uma boa ideia ter vindo.
Eu sabia que essa conversa não seria fácil e obviamente nós iriamos brigar.
Mas não vai ter jeito, já estou aqui então irei resolver isso de uma vez.
Estava entrando quando esbarrei em Alana, que estava parada na frente do elevador.
— Nossa, olha por onde anda. — Disse ela, se virando para me encarar.
— Calma, eu vim em paz. — Me justifico, pois claro que ela deve saber que eu estou afastada das meninas.
— Tenho minhas dúvidas, não irei deixar você ofender a Ashley aqui na nossa casa. — Diz, cruzando os braços.
Pensa que está me intimidando.
— Olha garota, só avisa que estou aqui e quero conversar.
Ela revirou os olhos e assim que o elevador chegou, a mesma subiu e só espero que ela dê o meu recado.
Esperei até que a porta do elevador se abriu e ela apareceu, ou seja, recebeu o recado e veio falar comigo.
Ótimo, agora iremos resolver isso.
— Oi, estou surpresa, não imaginava te ver aqui. — Disse, colocando uma distância considerável entre nós.
Eu percebia o tanto que ela estava receosa em se aproximar de mim, era como se eu fosse engoli-la viva.
Vontade não estava me faltando!
— Pois é, eu pensei muito antes de aparecer aqui.
— Olha, nunca foi minha intenção te magoar... — Estendo a mão, fazendo-a parar de falar.
— Você deveria ter me procurado e conversado comigo sobre o que estava acontecendo. — Digo, e ela suspira.
— Tive medo do que pudesse pensar... — Disse, passando a mão pelos cabelos negros, e eu revirei os olhos. — Eu queria muito ter falado com você.
— É mais não falou e ainda por cima colocou todas contra mim! — Indaguei, já perdendo a paciência.
— Você está equivocada, eu mesmo achei que elas ficariam do seu lado. — Disse, e se virou de costas para mim.
Suspirei, pois era o que eu estava sentindo, pois eu queria que ela tivesse me procurado e conversado sobre o que estava rolando entre eles.
E pelo que a Gi disse ele deu o primeiro passo, mas nada justificava ela ter aceitado e ficado quieta.
— Eu sei que devíamos ter conversado, mas você com certeza não iria aceitar nada! — Exclamou, e se virou para me encarar.
E não iria mesmo, mas óbvio que eu teria me esforçado pelo menos para entender alguma coisa.
Eu prezaria pela sinceridade dela se fosse o caso, mas ela não me deu chance alguma.
— Você não me deu a oportunidade de te entender.
Ela não me respondeu, e permanecemos no silêncio, até que uma batida de porta de carro chamou minha atenção.
E logo Emmett entrou em nosso campo de visão, de cenho franzido.
— Está tudo bem por aqui? — Perguntou, e foi aí que percebi que aquela voz não me causava mais efeito.
— Sim, nós estávamos conversando. — Ela respondeu, e ele se aproximou para abraça-la e percebi que o mesmo estava tentando fazer uma cena de provocação.
Como aquilo já não estava mais me atingindo, decidi que seguiria minha vida e que os pombinhos fossem felizes.
Mas minha amizade com ela não seria a mesma nunca mais.
— Na verdade, eu estou de saída. — Digo, e caminho em direção ao portão. — Passar bem.
Então fui embora, encerrando de vez aquele ciclo que não estava me fazendo bem.
E foi como tirar um peso das costas!
Depois de ter saído do prédio, fiquei perambulando nas ruas de San Myshuno e assim que avistei a bela praça, andei até lá e me sentei em um dos bancos, pois eu precisava colocar minhas ideias no lugar.
Queria poder entende-la, como ela havia dito que não teve nenhuma má intenção, mas como posso perceber se ela não me deu chances de nada.
Nem lutar por ele como se devia, e isso me frustrou.
Mas agora decidi colocar tudo isso no passado e foi quando peguei meu celular e digitei o número que misteriosamente apareceu entre as folhas do meu caderno, enquanto eu estava pegando um lanche na cantina.
Eu não fazia ideia de quem havia deixado ali, mas decidi ligar e saber quem seria a pessoa que teve a cara de pau dê me deixar um número e não ter coragem de conversar comigo cara a cara.
Pensei duas vezes antes de completar a chamada, quase desisti, mas algo me fez tentar novamente, até que a pessoa mais inusitada me atendeu:
— Sabia que ia me ligar, gata arisca!
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Beijos e até o próximo capítulo...
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