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Capítulo 74


Pessoal, quero comunicar à vocês que a história definitivamente está em sua reta final. Restam apenas seis capítulos para o fim + o Epílogo. Porém, por mais que pareça pouco, ainda resta muita coisa para acontecer. Nos meus planos, essa história estaria terminada até o final de Fevereiro. Mas houve um imprevisto meio chato: eu fiquei muito doente por esses dias (até fui parar no hospital e tive uma síncope, uma loucura só!). Agora já está tudo bem, porém eu ainda estou me recuperando aos poucos. Com isso, obviamente a história foi afetada, pois eu não estava escrevendo com a rapidez com que gostaria. Ou seja, ao invés de terminar em Fevereiro, pode ser que demore um pouco mais. Os resumos dos próximos capítulos e do Epílogo já foram feitos, agora só me resta escrever cena por cena.

Como estou cuidando da minha saúde em primeiro lugar, eu vou escrever com bastante calma, para que os capítulos cheguem até vocês com qualidade.

Mas é isso! O Amor E A Razão vai ser terminado ainda nesse semestre (quem sabe até antes) e eu conto com vocês.

Obrigada por tudo e boa leitura! ♥️







🍃📖

Anabella sentiu a impaciência tomando conta de si, quando Liam vacilou por um momento em sua fala. Podia estar perdendo um tempo precioso.

- Fala logo o que tem para falar!

Liam acatou a sugestão, afinal não tinha muita escolha, uma vez que já começara.

- Eu... menti sobre nunca ter vindo ao Brasil.

Anabella podia sentir perfeitamente os vincos se formando em sua testa.

- Como?

Ele a pegou pela mão e a conduziu até a enorme cama da suíte. Ambos se sentaram ali, e Liam se afastou alguns centímetros para que pudesse ficar de frente para ela.

Apesar de ter um assunto urgente a ser tratado, Anabella não pôde evitar ser consumida pela curiosidade do que Liam poderia ter a contar. O que ele disse a pegou totalmente de surpresa. Até onde sabia e imaginava, era a primeira vez que o LeBlanc colocava seus pés em solo brasileiro.

Ele passou a mão por entre os fios loiros, prendendo-os por alguns segundos entre seus dedos, até deixá-los caírem de volta sobre sua testa. Parecia pensar em como dizer.

- Já faz alguns anos - começou, enfim. - Quando eu soube da morte da Rosalie e da forma como havia morrido... Eu senti tanta raiva em mim. Parecia que meu peito poderia explodir a qualquer momento, tamanha a dor que senti ao saber que ela tinha morrido daquela forma. Eu não sei o que era maior: se era a dor, ou a raiva. Acho que uma se mesclava à outra o tempo todo. Então, eu vim para o Brasil, disposto a fazer alguma coisa. Meu pai e Lucie não sabem disso, mas minha mãe sim. Ela sempre quis e achava que um dia eu e Rosalie nos casaríamos e formaríamos uma família. E é claro que isso era tudo o que eu queria, também. Mas a morte de Rosalie pôs um fim à todos aqueles sonhos bonitos que tínhamos. Minha mãe não gostou e nem aprovou a minha vinda, obviamente. Mas ela também não me impediu.

Anabella ouvia, atenta.

- Eu tive que ser muito cauteloso ao fazer tudo o que fiz. Já haviam se passado alguns meses desde que tudo tinha acontecido, mas a dor ainda era muito pulsante e não me permitia viver a minha vida direito. Parecia que eu só teria paz quando fizesse alguma coisa. E eu fiz. Procurei saber tudo sobre o namorado dela, o tal Tiago. Cada mínimo detalhe da vida dele foi vasculhado pelos dois advogados que eu contratei. Um era americano e trabalhava no Brasil, o outro, era brasileiro. Eu sei que posso ter usado de meios nada louváveis para conseguir fazer algumas coisas, como a influência da minha família, por exemplo, a julgar pelo fim que teve a coisa toda.

- O que você fez? - Anabella quis saber, com os olhos cravados nele, ao ouvi-lo falar.

- Os advogados também fizeram a parte deles, afinal, estavam sendo muito bem pagos. Sob o argumento de que o rapaz era réu primário e possuía uma ficha absolutamente limpa na justiça, conseguiram soltá-lo.

- O quê?? - Anabella se mostrou indignada. Por vezes, o fato de que o homem que tirou a vida de Rosalie estava pagando a cada dia por seu crime na prisão, a havia consolado. Não era muito, mas já era alguma coisa. - Você quis que o soltassem?

- Sim! Eu queria ele bem solto na ruas porque na cadeia eu não poderia fazer o que fiz! Eu não queria mandar ninguém fazer. Eu mesmo quis fazer com as minhas próprias mãos! - Liam parecia transtornado, os olhos fixos na cama pareciam estar diante do assassino de Rosalie, pareciam reviver tudo aquilo.

Anabella teve medo do que ouviria, mas perguntou:

- O que você fez, Liam...?

- Esperei ele ser solto. Comemorei o fato desse país ter a droga de uma justiça cega e falha com uma garrafa de uísque e saí à noite. Mas não fiquei bêbado. Eu queria estar bem sóbrio, e queria que ele soubesse quem eu era também. O cerquei em um beco escuro. O desgraçado estava feliz por estar livre novamente e foi muito bom ver aquele sorriso só para acabar com ele depois.

- Você o matou.

Foi uma afirmação.

- Sim, eu o matei. Matei da mesma forma que ele havia matado a Rosalie: a tiros. Porém eu devo ter dado um ou dois tiros a mais. Descarreguei nele toda a minha dor e raiva. E então eu voltei para o Canadá, e deixei os advogados cuidarem do resto. Tudo ficou no sigilo, nunca foi dito absolutamente uma palavra sobre o que aconteceu.

- Eu nunca soube disso. Acreditava que ele estivesse preso até hoje...

- Pois não está. Ele foi dessa para uma melhor há muito tempo. Ou para uma pior.

Anabella desviou os olhos para o carpete do quarto, pensativa. Agora percebia o quanto ela e Liam estavam unidos pela dor da perda de Rosalie. Havia sofrido em silêncio a perda da amiga em sua adolescência, e por vezes se sentiu tão sozinha... Agora sabia que lá no Canadá havia alguém que sofria tanto quanto ela. Isso de certa forma a trouxe um certo conforto, ainda que tardio.

Ela se aproximou e o abraçou. Liam foi surpreendido, mas a envolveu com seus braços, também. Era tão bom abraçá-la, sentir o calor de seu corpo, sentir seu coração batendo forte em seu peito. Ela o surpreendia cada vez mais. Quanto mais a conhecia, mais ela parecia ter a mostrar. Aquele abraço era a prova de que, ao contrário do que parecia, havia sentimento, muito sentimento dentro de si.

O abraço se desfez aos poucos, com um pouco de constrangimento por parte de Anabella.

- Eu... não julgo você. Na verdade eu até entendo o que você fez.

Liam respirou fundo. Ainda não havia acabado de falar.

- Bella, se estou te contando isso, é porque quero que você entenda uma coisa. Vingar a morte de Rosalie parecia ser a coisa certa a fazer, naquela época. Eu estava transtornado pela raiva. Embora tê-lo matado tenha feito com que eu me sentisse bem, hoje tenho consciência de que o que fiz não foi certo. Essa história de olho por olho e dente por dente é muito antiga, e não combina comigo. Eu paguei com a mesma moeda. Assassinei um assassino! Isso não me torna melhor do que ele, me torna igual à ele! A vingança não me trouxe Rosalie de volta e nunca trará.

- O que está tentando me dizer?

- Que não faça o que eu acho que você está pretendendo fazer com essa história de que quer ir sozinha até aquele cara, o tal de Sérgio. Que não mate ele e apenas deixe a polícia fazer tudo.

Ela desviou os olhos mais uma vez e pareceu contrariada.

- Não é como se fosse a primeira vez. Eu já matei antes, Liam.

- Mas foi diferente. A situação era outra. Você mesma disse que ele iria matar todos vocês, se você não tivesse feito isso. Mas esse... esse Sérgio... você está indo atrás dele para isso. O que você quer? Passar o resto da sua vida na prisão?

- Você não está na prisão.

- É, não estou. Mas não sabe como foi complicado me livrar disto - Liam segurou a mão dela e a apertou, fazendo com que o olhasse. - Eu só te peço uma coisa: não se vingue do Sérgio. Deixa ele com a polícia.

Anabella sentia sua mão queimar, sob a mão dele. Mas aquilo era bom. Seu corpo reagia de forma positiva à aproximação dele.

Liam percebeu que ela ficou pensativa, e esperou que suas palavras surtissem algum efeito.






🍷

No dia seguinte, Jader foi avisado por sua secretária de que Carolina Mendes estava na JM e desejava falar com ele.

- Eu disse à ela que você tem uma reunião dentro de vinte minutos e que provavelmente não poderia...

Jader sentiu algo dentro de si apitar.

- Não! Jéssica, por favor, eu vou sim, recebê-la. Diga que pode subir que falarei com ela.

Jader ficou afoito, de repente. Saber que aquela mulher elegante e linda que conhecera na inauguração passaria por sua porta a qualquer momento o deixou inquieto e ansioso. Já fazia algum tempo que não se sentia assim em relação à alguém do sexo oposto, desde...

Seu semblante caiu um pouco, com lembranças nada agradáveis de um passado recente. Como gostaria de puder apagar certas memórias!

- Com licença - ouviu a voz jovial e procurou recompor suas feições.

Jader se virou, para vê-la entrar.

Carolina Mendes parecia tão bela quanto se lembrava. A calça jeans escura a deixava com a aparência despojada e a blusa preta de alcinhas revelava os ombros delicados. Jader imaginou como seria tocar a pele macia e precisou se concentrar para poder cumprimentá-la adequadamente.

- Olá, Carolina! - Apertou a mão dela, e pediu que se sentasse no sofá confortável de couro marrom que havia em sua sala.

Ela se sentou, observando-o enquanto ele também se sentava no sofá à sua frente. Apesar de se considerar madura o suficiente para não se deixar deslumbrar por qualquer um que aparecesse à sua frente, Carolina não negava para si mesma que Jader Foster provocava nela as mais diversas sensações. Isso porque o vira apenas duas vezes. O ar acolhedor, o sorriso gentil... Realmente não conseguia entender porque algumas mulheres viam mais graça em certos brutamontes mal encarados. Definitivamente Jader não fazia aquele estilo e ela gostava disso.

- Eu estou... realmente não sei o que dizer - Jader parecia nervoso, ao olhá-la. - Estou surpreso com a sua visita.

A forma como ela o olhava de volta o instigava. Carolina Mendes era tão bela e requintada que lhe tirava a razão e aparentemente, a coerência ao falar.

- Me desculpe por vir sem avisar - ela disse. - Eu poderia facilmente ter conseguido o número da empresa, mas achei melhor vir lhe falar pessoalmente.

- Certo. E não precisa se desculpar. Você é mais do que bem vinda aqui.

Carolina sorriu. Ele parecia tão tímido! A cada vez que seus olhos se encontravam, ele parecia corar um pouco mais. Era fofo e incrivelmente atraente ver aquilo.

- Você quer alguma coisa? Um café, um chá...? - Jader ofereceu.

- Não quero nada, obrigada.

A bem da verdade estava tentando adiar ao máximo o assunto que a trouxera até ali, pois não queria ir embora tão cedo.

" Meu Deus! Acho que estou me apaixonando por um cara que vi apenas duas vezes. Oh, Carolina. "

Jader notou o olhar perdido dela sobre ele e lutou para não sair de seu sofá e sentar ao lado dela, tão perto quanto fosse possível. A energia naquela sala de repente parecia eletrizante.  Precisava se concentrar. Quem ele era na fila do pão na vida de Carolina? Uma mulher tão linda que deveria ter milhares de homens aos seus pés e, quem sabe... também já tivesse alguém.

Mas a forma como ela o olhava...

Jader procurou recompor-se mais uma vez. Estava difícil focar em algo ali que não fosse Carolina.

- Bom, então... o que a traz aqui? - Perguntou, enfim.

- Ah, sim! Eu vim justamente porque tenho algo importante para te falar.

- Pode dizer, fique à vontade. - Ele a fitou com mais seriedade. - Algum problema com você? Algo em que eu possa ajudar?

- Não e sim. Não, não é um problema comigo. E sim, você pode ajudar.

Jader sentiu-se aliviado por aparentemente estar tudo bem com ela, mas ficou curioso para saber o que estava acontecendo.

- Então diga.

- Eu preciso ir direto ao ponto, não vou conseguir fazer rodeios - ela também parecia aflita para falar. - Eu me lembro de que vi você na noite da inauguração do hotel conversando com um rapaz... E antes disso, no começo da festa, você o cumprimentou e ele estava acompanhado de um outro homem.

Jader puxou pela memória. Havia conversado com diversas pessoas naquela noite. Mas, um rapaz acompanhado por outro homem... Só podia ser Lucas. Ele estava acompanhado de Ítalo, o investigador que o estava ajudando na busca pelo paradeiro de Sérgio.

- Sim, é um conhecido meu. Ele é advogado, se chama Lucas. Estava acompanhado por Ítalo, um investigador que está cuidando de... um assunto particular.

Carolina parecia cética.

- É sobre esse Ítalo que eu quero falar. Jader... longe de mim querer me meter nos seus assuntos com os seus amigos, mas... esse Ítalo... ele não é confiável.

Jader franziu a testa.

- Como assim? Ele é um investigador particular. Não posso entrar em detalhes, mas ele está cuidando de um caso com o Lucas. Um caso importante.

- Eu entendo que você não confie em mim, porque mal nos conhecemos, mas o que estou te dizendo é verdade. Ítalo não é confiável. Ele sequer possui uma licença para exercer a profissão, ou algo assim. Pelo menos não uma autêntica.

Jader procurou se retratar:

- Me desculpe, Carolina. Eu não quis dar a impressão de que não confio em você. Sei que você é honesta e verdadeira e eu me expressei mal.

- Tudo bem, eu entendo. Mas acredite, eu sei do que estou falando. Quase perdemos uma boa parcela de nossa fortuna, tudo porque meu pai entregou um caso nas mãos dele. Foi um rolo só. Depois de tudo, descobrimos que ele na verdade é um grande golpista. É um mentiroso e falcatrua. Eu posso até estar enganada dessa vez (o que sinceramente, duvido muito), mas o caso de seu amigo advogado pode estar em péssimas mãos.

Jader finalmente entendeu a gravidade da situação. E Carolina concluiu:

- Se eu fosse você, avisaria ao Lucas.

- Farei isso.

Carolina soltou um suspiro profundo.

- Se eu tivesse prestado atenção... Não acredito que aquele cretino teve a audácia de aparecer na nossa inauguração.

- Meu Deus...! - Jader começou a pensar em o quanto aquela investigação poderia estar dando errado, neste exato momento. E como alguém tão inteligente quanto Lucas havia se deixado enganar daquela forma.






🍷

Advogado e investigador tomavam um café da manhã juntos no Café próximo ao hotel, enquanto aguardavam novas instruções.

Lucas não conseguia entender o que estava acontecendo. Desde o momento em que o cara loiro que lhes fora apresentado como Liam, havia pedido que o deixassem à sós com Anabella na suíte do hotel, não havia tido mais notícias. Anabella deveria tomar uma decisão sobre o que faria dali por diante e se precisaria da ajuda dele, embora já tivesse deixado claro que não queria a companhia de ninguém para ir ter com Sérgio.

Ela só podia estar maluca! Era o que ele pensava.

Não queria ser audacioso a ponto de ir bater à porta dela, mas também não se sentia tranquilo. Estaria Anabella bem?

- Por que não vamos até lá? - Sugeriu Ítalo. - Para ver o que está acontecendo.

Lucas ponderava, em pensamento.

Então o celular vibrou em seu bolso e ele o tirou, visualizando o nome de Jader Foster na tela.

- Alô? - Atendeu.

Lucas ouviu atentamente a voz do outro lado da linha. A sensação de perigo tomou-lhe por completo, mas manteve a discrição. Seu "parceiro" o observava, com curiosidade. Lucas evitou encará-lo nos olhos, que agora, ao saber da verdade, lhe pareciam terrivelmente obscuros. Apenas balançava a cabeça e murmurava alguns "sei" e "anhan's" de forma casual. Por fim, agradeceu a ligação e colocou o telefone de volta no bolso, com cautela.

Ele fitava a mesa e as xícaras de café, após isso.

- E aí? - Perguntou Ítalo. - Quem era? Está tudo bem?

Lucas bebeu um gole do café, para evitar que Ítalo o visse engolir em seco. Não queria parecer nervoso. Mas estava. Até podia sentir a mancha que se formava sob sua camisa social, debaixo do braço, e o suor que começava a minar em sua testa. Mas respondeu com tranquilidade:

- Sim, tudo bem. Está tudo certo. Era apenas um cliente. Você sabe... eu tenho outros casos.

- Ah, sim. É claro - Ítalo sorriu, o fitando. Seu sorriso agora possuía um brilho estranho aos olhos de Lucas.

- Inclusive eu preciso ir agora - disse o advogado, se levantando e deixando algumas notas sobre a mesa.

- Não precisa, eu pago com o cartão - Ítalo tentou afastar as notas, mas Lucas as rejeitou.

- Você me liga, caso aja alguma novidade?

Lucas respirou fundo antes de se virar e dizer com naturalidade:

- É claro que sim. Eu ligo.

- Vou estar esperando!

Lucas acenou e, o mais rápido que pôde, sem parecer afoito, saiu do Café.







🍷

Ítalo observou Lucas sair do estabelecimento para certificar-se de que ele realmente havia ido embora. Ao ter a certeza, foi sua vez de retirar o telefone do bolso e discar alguns números, a fim de fazer uma ligação.

Virgínia atendeu logo.

- Oi, Ítalo! Alguma novidade?

- Não exatamente. Sua prima está trancada no hotel, desde ontem. Não sabemos o que ela irá fazer.

- Ela não tinha planos de ir para São Paulo sozinha? Foi o que você me disse ontem...

- Sim, mas não sei o que está acontecendo. Ela e o tal cara do Canadá não saem do hotel desde ontem.

- Que estranho... - disse Virgínia. - Acha que desconfiam de você?

- Não - Ítalo disse, confiante. - Acredito que não.

- Ótimo! Nós estamos a caminho. Falo com você quando chegar aí. Até mais!







🍷

- O que foi? - Sérgio tirou os olhos da estrada para focá-los em Virgínia por um momento.

- Nada. Só que é estranho tudo isso. Anabella não é o tipo de pessoa que espera muito para agir. Será que ela está aprontando alguma coisa?

Sérgio não sabia como responder a isso.

- Bom - Virgínia sacudiu a cabeça. - Não me importa o que ela vai fazer e sim o que nós vamos fazer.

- Preciso admitir que o seu plano é ardiloso. Afinal de contas, você é bem danada, hein, garota?

- Você não sabe o quanto. Se soubesse as idéias maliciosas que tenho aqui dentro dessa minha cabeça...

Sérgio não a olhou dessa vez, mas ergueu uma sobrancelha, com um pequeno sorriso tomando forma no canto dos lábios.

- Esse não é o tipo de coisa que se possa dizer para um cara como eu.

- Ah, é? E por que não? - Virgínia sabia que o estava provocando, e a sensação de que algo poderia acontecer a deixou empolgada.

- Faz aflorar o meu lado malicioso também.

- E existe algum lado seu que não seja malicioso, Sérgio?

Ele a olhou dessa vez.

- Não.

- Ótimo. Eu gosto assim. Aliás, fiquei curiosa com uma coisa. Quando eu disse que não fiquei chateada com você por uma simples transa que não aconteceu... Você pareceu se ofender com a palavra simples.

- Eu não me ofendi. É preciso dar a você o benefício da dúvida, já que nunca experimentou mesmo. Mas não tem nada de simples.

- Isso parece muito o discurso de uma propaganda enganosa.

Virgínia desprendeu o cinto de segurança e se aproximou de Sérgio. Perigosamente perto. Sua mão foi parar sobre a coxa musculosa dentro da calça jeans, apertando-a ousadamente com os dedos. Sérgio sentiu seu corpo reagir imediatamente àquele toque.

- A menos que queira me mostrar - ela sussurrou em seu ouvido.

Ele nem respondeu. Em questão de segundos, virou o volante, levando o carro para o acostamento da estrada. Virgínia arregalou os olhos, quando pararam ali.

- O que está fazendo?

Ignorando a pergunta, Sérgio observou os dois carros com seus homens, que lhe acompanhavam, também pararem subitamente, sem entender. Então, alcançando seu telefone que estava sobre o painel do carro, enviou-lhes uma mensagem, assegurando que estava tudo bem e que eles podiam seguir viagem. Logo se juntaria novamente à eles no percurso.

- O que está fazendo? - Perguntou Virgínia outra vez, entredentes.

Sérgio observou os dois veículos retomarem caminho novamente e só então, virou-se para ela.

- Você não queria que eu te mostrasse? Pois se é isso que você quer, é isso que você vai ter.

Virgínia foi tomada de surpresa quando ele afastou seu banco para trás e a puxou para si, fazendo com que se sentasse em seu colo.

- Sérgio!

- Qual o problema? Você provoca e depois quer fugir da raia?

- Não é isso! Mas olha onde estamos!

- Nunca viveu uma aventura assim antes? Relaxa, ninguém vai nos ver lá de fora - suas mãos grandes apalparam-lhe os quadris e coxas com força e possessão. - Os vidros são escuros.

- Você está me olhando como se quisesse me devorar - Virgínia disse, mas seu sorriso indicava que gostava da idéia.

- Não só quero, como vou.

Ambos sentiam a excitação que a situação inusitada causava em seus corpos. O beijo e os toques foram ousados e provocantes. Virgínia sabia que aquele momento chegaria; só não esperava que fosse tão rápido, nem que fosse ali. Mas estava valendo. Se Sérgio queria se divertir um pouco antes de entrarem definitivamente em ação, não era ela quem iria negar. Afinal, também estava em seus planos se divertir e usufruir ao máximo tudo o que aquele corpo sarado e viril podia lhe proporcionar.





🍷

Anabella e Liam se colocaram de pé ao mesmo tempo ao verem entrar no imenso hall do hotel, Lucas, seguido de Ítalo e da policial Paula. Ambos esperavam já há alguns minutos.

Os três caminharam até o canto do salão mais afastado, onde eles os esperavam e onde fora combinado que se reuniriam.

Após os cumprimentos de praxe, Anabella trocou um olhar com Liam. Este, fez-lhe um aceno positivo com a cabeça como incentivo, e ela então se virou para Lucas e disse:

- Que bom que você trouxe a policial Paula, porque eu tomei uma decisão.






🍷

Mariana sentiu que havia algo de errado quando viu Virgínia entrar pelo portão principal da Vinícola. Ela caminhava decidida sobre os saltos altos, a calça jeans clara permitia ver claramente os contornos do corpo belo que possuía e o cabelo esvoaçava ao sabor do vento. Estava sozinha.

Embora parecesse uma cena bonita de se ver (Virgínia parecia a própria dona do lugar, com a confiança com que caminhava), Mariana continuou com o mal pressentimento. Os óculos escuros nos olhos da moça impediam-na de ver sua expressão, mas na boca havia o que provavelmente seria um sorriso.

Não percebeu que havia ficado parada olhando, até Virgínia chegar perto dela e dizer:

- Quer um lencinho pra limpar essa baba aí, querida?

- O-oi, Virgínia. B-bom dia... Eu... estou surpresa por te ver aqui.

Mariana não quis perder tempo explicando que o fato de ficar ali parada olhando para Virgínia nada tinha a ver com admiração, e sim com espanto. Talvez medo.

- Pois é melhor se acostumar. Você ainda vai me ver muito por aqui - Virgínia finalmente tirou os óculos escuros e Mariana pôde ver seus olhos. Realmente não havia nada de bom ali.

Mariana temia e nem sabia ainda pelo quê. Mas sua intuição gritava altíssimo.

- Minha tia Eleonor está?

- Sim, está. Está reunida com Martín.

" O presidente. " Virgínia pensou com desdém.

- E o que está esperando para me levar até ela? Vamos!

Mariana assim o fez. E, pelo resto de sua vida, se arrependeria disso.







🍷

- Fico feliz que tenha tomado essa decisão, Anabella - disse a policial Paula. - Afinal... é a mais sensata.

- Eu sabia desde o início que deixar tudo nas mãos da polícia era o correto a se fazer, mas minha vontade de acabar com Sérgio Foster sempre gritou mais alto.

Anabella olhou para Liam, que estava ao seu lado e sua expressão facial, assim como sua voz se tornaram mais suaves:

- Mas eu tive uma certa ajuda para cair na real - continuou. - Por mais que eu queira muito pôr minhas mãos nele, eu vou deixar vocês cuidarem de tudo. Apenas ponham o infeliz na cadeia e não o deixem sair de lá.

A tenente assentiu.

Nesse momento, o telefone de Lucas tocou, chamando a atenção de todos.

- Me desculpem, deve ser trabalho - ele pegou o aparelho. Ao atendê-lo, em um clique desatento, a ligação foi colocada no viva voz.

- Alô?

A princípio ouviram apenas alguns ruídos ininteligiveis e o som de uma respiração ofegante e entrecortada. E então, a voz de Mariana sussurrou:

- Lucas!

- Mariana? - Ele disse, e trocou um rápido olhar com os outros quatro que ali estavam e também ouviam.

- Lucas, sou eu! Socorro! Eu preciso de ajuda... - o tom de voz era controlado e sussurrado, mas a aflição e o medo eram nítidos.

- Mari, o que aconteceu? Onde você está? - Lucas se levantou, sendo seguido pelo olhar da tenente, assim como o de Ítalo e Anabella.

- Na Vinícola - a voz era trêmula e ela parecia se esforçar para não chorar.

- Por favor, me conte o que aconteceu.

- Escuta, eu preciso falar rapidamente. A Vinícola foi tomada por uns homens... um bando de homens armados liderados pelo primo de Jader, aquele que se chama Sérgio...

- O quê??

- Eu consegui escapar para o banheiro para ligar para você... Mas se eles souberem que liguei eu estou morta. Ele não veio sozinho. Ele e aquela moça, Virgínia... estão juntos. Eles fizeram a dona Eleonor de refém e a trancaram no mesmo porão onde tudo aconteceu da outra vez.

Lucas engoliu em seco ao olhar para Anabella, que se levantou subitamente de onde estava. Ele não via mais a suavidade nos olhos castanhos dela, quando olhara para o canadense há apenas alguns minutos atrás. Anabella agora parecia terrivelmente sombria, depois do que ouvira. E ele temeu pelo que viria a seguir.





▪️▪️▪️

A guerra final vai começar! 😳🔥
Será que os conselhos de Liam agora vão por água a baixo?
Até o próximo capítulo!

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