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Capítulo 73

Hoje é dia 4 de Janeiro e O Amor E A Razão está completando um ano! Dia 4 de Janeiro do ano passado comecei a postar ela aqui no Wattpad e tô muito feliz porque atingimos 4 K de leituras!
São essas pequenas coisas que fazem uma pessoa que ama escrever como eu, feliz.
Um obrigada especial à você que lê essa história e boa leitura! ♥️






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Virgínia lembrava-se com exatidão do dia em que seu caminho se cruzou com o de Ítalo. Eram os últimos dias da faculdade e ela, no tédio em que se encontrava, foi abordada por aquele rapaz de boné, no qual nunca havia reparado naqueles cinco anos.

" Um milhão de dólares pelos seus pensamentos " ele havia dito.

Seus pensamentos valiam muito mais que aquilo, mas à medida que aquela estranha conversa sobre vingança fluía, ela viu nele a última peça que se encaixaria em seu maravilhoso plano.

Desde o dia em que havia posto seus pés pela primeira vez na ONG, a idéia de como se vingaria da tia e da prima começou a tomar forma em sua cabeça. Ouvir a conversa de Lucas ao telefone foi um belo presente inesperado. Apurou bem os ouvidos para ouví-lo com atenção enquanto ele não se dava conta de sua presença ali no pátio da ONG.

Entendeu que ele falava com Anabella e, após ouvir o nome " Sérgio ", e as palavras " investigação ", e " esconderijo ", apenas restou-lhe somar dois mais dois e concluiu que a prima planejava descobrir o paradeiro de Sérgio, provavelmente para se vingar.

A partir de então, decidiu que se aproveitaria da investigação de Anabella para levar adiante os seus próprios planos.

Como uma verdadeira benção, Ítalo apareceu em seu caminho. À medida em que iam conversando, ele lhe confidenciou que às vezes "trabalhava" como investigador. O plano estava completo.

Ítalo apareceria milagrosamente no caminho de Lucas, o advogado amigo de suas primas, e então, como quem não quer nada, deixaria claro seus talentos como investigador. Lucas certamente não recusaria aquela ajuda, e então, uma parceria seria formada.

Quando o paradeiro de Sérgio fosse descoberto, então Virgínia entraria em cena. Sérgio era uma peça fundamental em seu plano, pois possuía recursos que ela não tinha e que poderiam ser bastante úteis.

E quando tivesse se vingado da tia e da prima, então seria a vez do próprio Sérgio. Afinal, ninguém poderia rejeitá-la e permanecer impune. Mas é claro, ainda pretendia se divertir um pouquinho com aquele monte de músculos sarados.

Quando todos que a humilharam estivessem na palma de sua mão, ninguém, absolutamente ninguém, seria capaz de detê-la.






🍷

No dia seguinte, sentindo-se feliz como nunca, Lucie decidiu continuar no Rio de Janeiro e prosseguir com suas missões, enquanto Anabella e Liam seguiram viagem até o Espírito Santo.

Liam fez inúmeras recomendações à irmã, até o último momento, enquanto o táxi que os levaria até o aeroporto não chegava.

Depois, ao ver como os olhos dela brilhavam, com uma menininha no colo, e o rabo de cavalo loiro balançando de um lado para o outro, enquanto acenava para eles efusivamente, se deu conta de como verdadeiramente ela era feliz por fazer o que fazia. Pelo vidro traseiro do carro, Anabella notou a mesma coisa e seu coração se aqueceu. Era inevitável. Ver Lucie e seu entusiasmo por ajudar era como se visse Ana Lúcia. As duas pareciam se fundir numa só e sua mente lhe confortava com a idéia de que tinha a irmã de novo em sua vida.







🍷

Chegar em São Bento do Amaral desencadeou em Anabella uma série de sentimentos devido à tudo o que acontecera ali. Cada detalhe estava vivo em sua memória, como se tudo houvesse acontecido há dias e não a mais de um ano atrás. Talvez pelo peso do quão intenso, perigoso e terrível havia sido tudo aquilo.

Não podia negar que sua vida inteira estava ali. Não podia negar também que aquela cidade fazia parte de quem era. Mas sua volta era imprescindível e mesmo que Lucie não tivesse fugido, sabia que mais cedo ou mais tarde, teria que retornar.

- Para onde vão? - O taxista lhes perguntou.

- Ahn... para um hotel. Pode nos indicar um bom hotel? - Ela se virou para Liam. - Eu moro aqui desde sempre, mas nunca precisei ficar em um hotel.

- E precisa agora? - Ele a fitou, com firmeza, porém sereno. - Você tem sua casa.

Anabella engoliu em seco e abaixou os olhos, constrangida. Mas logo voltou a olhá-lo.

- Ainda não... não consigo ir para casa. Preciso de um tempo.

Liam não disse mais nada.

- E então? - Ela disse ao motorista.

- Eu posso indicar o Palácios. Faz parte da melhor rede de hotéis da nossa região. Inclusive, recentemente inauguraram um novo hotel, em Vitória. Mas se querem algo mais em conta...

- Este está perfeito - Anabella decidiu. - Nos leve para lá.

- Sim, senhora.

O carro foi posto em marcha para seu destino e mais uma vez, o silêncio absoluto reinou entre os dois passageiros.

Anabella mal podia conter sua ansiedade. Lucas e Ítalo foram informados por mensagem acerca do local onde ficariam hospedados e combinaram de se encontrar dentro de uma hora no Palácios, para que tratassem de detalhes do prosseguimento da investigação.







🍷

Sérgio proferiu um palavrão, enquanto seu punho cerrado atingiu a mesa à sua frente, fazendo os homens ali trocarem olhares entre si e abaixar as cabeças.

As notícias recentes não eram boas. Régis não sabia dizer o que havia acontecido naquela noite depois de ter que voltar para casa por uma exigência de sua mulher. Obviamente estava tudo muito claro: Flávio, o " Flavinho" não havia sido capaz de dar um fim no penetra que carregava uma foto sua e muito provavelmente era da polícia e, tomado pelo medo das punições que poderia sofrer, decidira fugir.

O homem desconhecido estava igualmente desaparecido, e os incompetentes dos seus homens também ainda não o haviam encontrado.

Sérgio ansiava por fazer alguém pagar pelo que estava acontecendo, mas agora, com a iminência de que seu império poderia estar correndo algum risco, precisava de todos os seus homens ali, vivos e inteiros. Havia redobrado a segurança da casa e mantinha-se em alerta o tempo todo. Não queria ser surpreendido pela polícia ou sabe-se lá pelo quê.

- A gente não vai parar até achar eles, Sérgio - disse Régis. - Eu vou colocar mais homens para procurar pelos arredores e por esses sítios daqui do interior. Não é possível que ele tenha ido tão longe. Nem ele, nem o penetra.

- Eles podem estar no fim do mundo! - Vociferou o Foster. - Quando forem encontrados, quero aqueles dois infelizes de joelhos na minha frente, antes de eu acabar com cada um!

Os homens assentiram.

Houve uma batida na porta e um dos homens que ali estavam a abriu, depois de obter um aceno positivo de Sérgio.

O capanga que batera à porta recebeu permissão para entrar.

- O que você quer? - Sérgio o encarou.

- Sérgio, tem uma moça lá embaixo querendo ver você. Ela está cercada, é claro e já revistamos ela. Está limpa. Disse que é uma amiga sua e que deseja falar com você. Com urgência.

Sérgio se manteve impassível por alguns minutos; o silêncio que imperava naquela sala onde resolvia seus negócios entrava em contradição com o barulho que sua mente ávida fazia.






🍷

Virgínia manteve-se em pé naquela sala, cercada de homens armados, atentos a cada pequeno movimento seu.

Quando Sérgio, seguido por mais dois homens, desceu a escada que levava até aquela sala, ela empertigou-se.

Pode-se dizer que não foi olhada, mas sim fuzilada, pelos olhos incandescentes de Sérgio. Seu olhar transmitia tanta hostilidade direcionada à ela, que por um momento, sentiu seu corpo tremer. Mas não havia viajado por horas até aquele fim de mundo para vacilar.

Respirou fundo e até sorriu ao dizer:

- Oi, Sérgio.

- O que você está fazendo aqui? - Ele não estava para rodeios.

Sabia que Virgínia não estava com a polícia: seus capangas já haviam conferido todo o perímetro e não havia sinais dos policiais. Então, a curiosidade sobre o porquê dela estar ali, o tomou completamente.

- E aliás, como soube onde eu estava? Não tenho nenhum tipo de contato com ninguém do Espírito Santo, desde...

- Desde que fugiu de lá, todo mundo sabe disso - interrompeu Virgínia. - Mas investigando com jeitinho, obtendo informações aqui e ali, acredito ser possível descobrir qualquer coisa.

Sérgio a encarou, ainda mais furioso:

- Foi você quem colocou aquele cara para me espionar??

Virgínia não quis entrar a fundo naquele assunto. Não conhecia todos os detalhes da investigação de Ítalo e Lucas. Mas àquela altura nada daquilo também tinha qualquer importância.

Ignorando a pergunta, ela disse:

- Sérgio, preciso que me ouça com atenção. O que eu tenho para te falar é muito importante. Será... - ela olhou ao redor, incomodada com todos aqueles homens ali, com os olhos nela.  - Será que podemos conversar à sós?

Sérgio queria muito expulsá-la dali. Não confiava em Virgínia. Afinal, de uma forma ou de outra, ela era uma Montenegro. Embora soubesse que ela não era a maior fã de sua prima Anabella, nunca era seguro confiar que as duas não haviam se aliado para destruí-lo. Definitivamente não podia confiar nela. Mas algo no tom de voz sério da moça o fez ponderar por alguns segundos que no fim das contas, não seria de todo imprudente ouvir o que ela tinha a dizer.

- Por que qualquer coisa que você diga pode ter a ver comigo? - Ele ainda titubeou.

- Tem muito a ver com você. Dou a minha palavra.

Sérgio então ordenou aos seus homens que aguardassem do lado de fora ou ocupassem seus respectivos postos e, ao ficar à sós com Virgínia, pediu que ela se sentasse. Ela o fez e em seguida, ele também se sentou, no sofá à sua frente. Sua postura era séria e desconfiada.

- Diz logo de uma vez.

Virgínia entrelaçou as mãos no colo.

- Pois bem. Não é segredo pra você que não me dou bem com minha prima Anabella. Nós já tivemos algumas desavenças e simplesmente o santo dela não bate com o meu.

- E o que eu tenho a ver com a briguinha de vocês?

- Há mais de um ano atrás, minha tia elegeu um novo presidente para a Vinícola Montenegro. Acho que você deve conhecê-lo. É o Martín, aquele enólogo metido a bonzinho.

Sérgio lembrou-se imediatamente da ocasião em que havia trocado alguns socos com o sujeito, que, na época, jurava para si mesmo que Anabella poderia querê-lo. Sérgio riu-se interiormente. Mas era interessante saber que ele agora fora promovido à presidente da Vinícola. Tinha certeza que se Vicente fosse vivo, provavelmente aquilo jamais aconteceria.

- Sim, eu o conheço...

- No dia em que isso aconteceu, eu sugeri à minha tia que, ao invés de oferecer o cargo assim de bandeja à um funcionário qualquer, o oferecesse à mim, que sou da família, pois eu poderia fazer um trabalho igualmente excelente. Ou que pelo menos ela nos testasse em algum tipo de experiência por um tempo. Minha tia sequer quis pensar a respeito. Ela apenas disse que já estava decidida e que o cargo de presidente já era do Martín.

Virgínia suspirou forte, trazendo à tona toda a sua raiva e frustração por aquele ocorrido.

- Enfim! - Exclamou. - Eu poderia listar vários motivos que culminaram com a minha vinda até aqui. Mas eu decidi dar um basta em toda essa rejeição e humilhação que minha prima e minha tia me fizeram passar. Não sei se já está claro pra você, mas eu quero me vingar delas. Quero que sintam toda a dor que eu senti ao ser tão desprezada dentro daquela família. Quero que as duas sofram tanto... a ponto de se arrependerem e virem me pedir perdão de joelhos por tudo o que fizeram.

Sérgio retirou um maço de cigarros da boca e acendeu um. Seu rosto agora já não demonstrava tanta seriedade, nem desconfiança. Depois de um belo trago e de soltar a fumaça lentamente para baixo, disse:

- Já entendi. Você quer se vingar. Só não entendi aonde eu entro nisso aí. Quer se vingar de mim também? Afinal, aquele dia no meu apartamento eu meio que... rejeitei você também - havia sarcasmo em suas palavras.

Virgínia procurou não deixar transparecer seus reais sentimentos. Seria um grande erro titubear. É claro que Sérgio teria o que merecia, mas precisava dele antes.

- Imagina, Sérgio. Eu já nem me lembrava mais daquilo. Seria dar importância demais à uma simples transa que nem aconteceu - ela era a personificação da indiferença.

- Simples transa? - Repetiu Sérgio. - Meu bem, definitivamente você nunca foi para a cama comigo.

Virgínia não pôde evitar de revirar os olhos, diante da prepotência dele.

- Que seja. Isso não teve importância para mim - ela disse. - O ponto não é esse. Eu não quero me vingar de você. Quero me vingar de Anabella e da minha tia, Eleanor. E para isso, preciso da sua ajuda.

- Do que precisa? De homens, armas, munição...?

- Preciso de tudo isso. Mas também preciso de você.

- E por quê?

- Porque eu tenho um plano maravilhoso que nos renderá milhões. Pretendo arrancar aquela Vinícola da minha tia. Não só a Vinícola, mas tudo o que ela tem. Sei que você também foi ridicularizado pela Anabella e acredito que gostaria de se vingar também.

- E como conseguiria fazer tudo isso que está pretendendo?

- Eu tenho todo o plano aqui - Virgínia apontou a própria cabeça. - E nada poderá dar errado. Eu te contarei tudo no caminho de volta para São Bento do Amaral, se você concordar em vir comigo e se decidir me ajudar com a minha vingança. Não quero mais perder tempo. Já perdi mais de um ano, à sua procura. Agora que te encontrei, quero entrar em ação.

Sérgio se levantou. Andou pela sala, com passadas longas e lentas. Fumou por mais alguns minutos, pensativo. Por fim, apagou o cigarro no cinzeiro da mesinha e parou diante de Virgínia. As mãos nos bolsos, a pose tranquila.

- Já tenho minha resposta.

- E? - Ela o olhava, ansiosa.

- A resposta é não.

O brilho de empolgação foi se desvanecendo aos poucos dos olhos de Virgínia, restando apenas um brilho sombrio.

- Como não? Como pode recusar uma proposta dessas? - Ela também se levantou, ficando frente à frente com Sérgio, apenas alguns centímetros mais baixa que ele, pois os saltos que usava conferiam-lhe certa altura. - Tem noção do patrimônio da minha tia e da Anabella, principalmente depois que meu tio Vicente morreu??

- É muito simples - disse Sérgio. - Eu não preciso de nada disso. Já tenho meu próprio negócio que me rende muito. É claro que quero muito mais, e é para isso que trabalho todos os dias. Você não vê tudo isso aqui? Em pouco mais de um ano, depois de ter saído de São Bento do Amaral, conquistei tudo o que tenho hoje. Eu não preciso do patrimônio da família Montenegro. Estou conseguindo do meu jeito, os meus próprios milhões.

- Mas tudo isso aqui é ilegal! Basta você ser denunciado para a polícia, a polícia de verdade, que combate o tráfico, e todo esse seu império, Sérgio, irá desmoronar!

Ele riu.

- Você não sabe de nada, garota! Eu tenho respaldo!

- Mesmo assim! Isso é tudo muito incerto, tudo pode acabar a qualquer hora. O que estou te oferecendo é uma sociedade justa em um negócio próspero, que já tem suas raízes firmes e que é respeitado pela sociedade. Seríamos os donos daquele lugar e, juntos, o faríamos crescer ainda mais...!

- Você diz que meu negócio é ilegal, mas como pretende que te reconheçam como dona da Vinícola, senão usando de meios ilícitos para fazer o que quer?

- Eu já disse que tenho todo um plano na minha cabeça. Eu pensei em tudo. Aquela Vinícola nos pertencerá e não será ilegalmente. Você só precisa acreditar em mim.

Sérgio foi quem respirou forte dessa vez. Fitou o chão rapidamente e então olhou para ela.

- Eu já disse que a minha resposta é não. Não adianta você insistir. Seja lá qual for o plano maluco que tem nessa sua cabeça, não conte comigo. Eu jamais voltarei para São Bento do Amaral. Sou foragido e procurado por lá. Eu não sou louco, Virgínia.

Ela se sentou, engolindo em seco. Sua voz tremia ao dizer:

- Se você não sair daqui imediatamente, Anabella virá bater na sua porta, com a polícia. É isso o que quer?

Sérgio parou.

- Como é? Anabella? Ela sabe onde eu estou??

Virgínia riu, com escárnio.

- É óbvio que ela sabe! Não fui eu quem te achou, na verdade. Eu apenas me aproveitei da investigação dela porque também precisava encontrar você para expôr o meu plano.

Sérgio a levantou do sofá, bruscamente, apertando-lhe o braço magro com as mãos fortes.

- Me explica tudo isso direito, agora! - disse, entredentes.

- Anabella está à sua procura à meses. Ela se mudou para o Canadá pouco depois de ter matado o tio Vicente. Deixou tudo para trás e foi. Mas por coincidência eu descobri que ela estava te procurando, depois que, sem querer, eu ouvi uma conversa de Lucas ao telefone.

- Quem é Lucas?? - Furioso, Sérgio não deixava de apertar o pulso de Virgínia. Aquilo estava começando a arder, mas ela se manteve firme.

- O advogado que cuida das questões legais da família e da ONG. Você já deve tê-lo visto, mas não se lembra. Ele era amigo de Ana Lúcia. Ele contratou um investigador e juntos, eles contrataram um cliente fake para comprar drogas de você.

Sérgio soltou-a tão bruscamente quanto havia levantado e em seguida, proferiu uma série de palavrões e xingamentos. Saber que estava sendo vigiado aquele tempo todo o fez estremecer de raiva. Tudo agora fazia todo o sentido!

Virgínia, que fora praticamente atirada ao sofá, recuperou a postura, engoliu em seco novamente e esperou pacientemente que Sérgio se acalmasse, ainda que parcialmente.

- Maldita Anabella! - gritou Sérgio.

-Sim, ela é uma maldita, desgraçada - disse Virgínia. - E caso não queira vê-la na sua porta junto com a polícia, em breve, é bom vir comigo. Precisamos sair daqui.

- Você precisa sair daqui se não quiser levar bala nessa sua cara bonita! - Ele andava de um lado para o outro. - Deixa ela vir! Deixa a polícia vir também! Vão tomar tiro, se ousarem invadir a minha casa! Meus homens estão preparados para isso, eles sabem que esse tipo de coisa pode acontecer a qualquer momento.

- Você enlouqueceu?? Por que quer se expôr dessa forma? Quer por tudo a perder?? - Virgínia se levantou, andando atrás dele.

- Eu não tenho medo da Anabella, ela está muito enganada se pensa isso!

- Não importa o que ela pensa! Vamos sair daqui logo antes que ela chegue! Não coloque em risco tudo o que você construiu, nem a segurança dos seus homens. Precisamos deles para por o meu plano em prática. Sérgio, por favor. Você tem que me escutar.

Ele a olhava, com a dúvida agora estampada em seus olhos tempestivos.

- Não pode se deixar levar pela raiva e ser pego por eles. Temos que ser mais espertos e pegá-los desprevenidos primeiro. Anabella não está esperando que você apareça, a polícia não está esperando que você apareça. Eles estão vindo pra cá! Então ganharemos tempo pra que eu comece a fazer tudo o que tenho em mente. Sérgio! Vamos!

Ele ainda pensou por mais alguns minutos, com sua mente ainda tentando processar tudo o que Virgínia falava. Até por fim tomar sua decisão.







🍷

Carolina Mendes saiu do elevador do Palácios constatando mais uma vez o quanto detestava formalidades. E logo ela sendo filha de quem era! As pessoas lhe diziam sempre: " você, Carolina, como herdeira de toda a rede de hotéis que o seu pai construiu, deve se espelhar nele para levar o negócio adiante. "

Adorava o pai. Ser filha de Edgar Mendes era um doce presente que a vida lhe dera e ambos eram como carne e unha; isso, é claro, quando o pai não estava viajando em suas infinitas transações e negócios do ramo hoteleiro. Mas o que com toda certeza não havia herdado do pai fora o dom de conseguir manter-se séria e formal durante mais do que quinze minutos em uma reunião. Na verdade, dezessete minutos havia sido o seu recorde naquele dia, até relaxar a postura na cadeira e bocejar. O que podia fazer? Reuniões são um verdadeiro tédio.

Não raro cobria a presença de seu pai em eventos ou reuniões, como na ocasião em que o substituíra na inauguração do último hotel da rede Palácios em Vitória. E agora, aquela pequena reunião em São Bento do Amaral.

O ar fresco do salão a fez sentir-se melhor, sem toda aquela seriedade que pesava o ambiente da sala de reuniões. Carolina sorriu para os funcionários e caminhou contente para a saída.

A porta automática abriu antes que ela a alcançasse para sair e dois homens por ela entraram. Ambos vestiam ternos e caminhavam com determinação pelo hall do salão.

Carolina adimirou-se por perceber que os conhecia, ao menos de vista. Vira-os durante a inauguração do hotel em Vitória exatamente como estavam agora: juntos. Vê-los fê-la se lembrar do homem encantador de terno preto que conhecera naquela ocasião: o publicitário com o nome que lembrava uma pedra preciosa.

Jader.

Era inegavelmente um dos homens de sorriso mais bonito e olhos mais bondosos que já vira. Ele era carismático e havia certa melancolia em seu rosto naquela noite. Carolina gostaria de tê-lo conhecido melhor, porém a noite divertida para ambos havia terminado cedo. Cedo demais para o seu gosto. Ela o vira em um canto afastado do salão em uma conversa que parecia séria com um daqueles dois homens que havia acabado de ver chegar.

Carolina parou para olhá-los melhor, enquanto pediam uma informação no balcão da recepção. Não pretendia parecer indiscreta, mas algo no outro homem a intrigava, e não era algo positivo.

Quando o rapaz se virou por um breve instante, sentiu que suas impressões ficaram mais claras. Conhecia aquele sujeito! Ela, seu pai e toda a equipe o conheceram da pior forma possível.

O que um tipo como Ítalo poderia querer em seu hotel?

Carolina os viu se encaminhar para o elevador e franziu a testa, sacando o telefone de sua bolsa. Precisava fazer uma ligação.






🍷

Lucas e Ítalo foram recebidos na suíte onde Anabella e Liam haviam recém se instalado.

As devidas apresentações foram feitas, e Anabella convidou-os a entrar, recebendo a ambos na pequena área que precedia o quarto com a enorme cama de casal, onde havia uma pequena mesa redonda de vidro com duas cadeiras e, dispostas de forma harmônica, três belas poltronas em cores neutras.

- Sentem-se, por favor - Anabella disse, indicando que ficassem à vontade.

Ela também se sentou, com Liam logo ao seu lado, sentindo-se ligeiramente desconfortável com a forma como o rapaz que acompanhava Lucas a olhava. O investigador a fitava com curiosidade evidente. Talvez porque haviam acabado de ser apresentados um ao outro e finalmente puderam se conhecer. De qualquer forma, não se sentia bem quando a olhavam tanto.

- E então? - Ela perguntou, olhando para Lucas.

- Tudo o que você queria saber a respeito de Sérgio Foster e o modo como ele vive foi descoberto. Aqui tem o endereço, tem nomes de alguns dos homens que trabalham para ele e com ele, seus principais clientes e fornecedores... - o advogado a entregou uma pasta de cor preta, que continha algumas folhas soltas dentro.

Anabella olhou tudo aquilo rapidamente, fixando seu olhar no endereço ali anotado por Lucas. Era tudo o que queria saber naquele momento.

- Ótimo. Vocês fizeram um trabalho excelente. Ainda hoje eu vou fazer o depósito da segunda parte do pagamento.

- Eu falei que não precisava - disse Lucas. - Pelo menos não para mim. Considere como um favor.

- Absolutamente não - Anabella sacudiu a cabeça.

Ela colocou a pasta sobre a mesa.

- Então, esse lugar fica à umas boas horas daqui. Eu já conversei com a policial Paula e apesar de que a prisão oficial ocorrerá por parte da polícia de São Paulo, ela está disposta a nos acompanhar até lá, com mais dois de seus colegas, apenas para prestar apoio.

Anabella não respondeu de imediato. Os três homens ali presentes observaram-na se levantar e dar alguns breves passos pelo recinto.

- Não - ela disse, de repente, virando-se para Lucas, que franziu a testa confuso.

- Não?

- Diga à policial Paula que eu agradeço imensamente a disponibilidade dela, mas eu não quero a polícia comigo. Pretendo ir sozinha até lá.

Liam, Lucas e Ítalo a encararam, espantados.

- Como é?

- É isso mesmo. Eu vou sozinha para São Paulo.

- Mas, Anabella! Você entendeu bem o que está acontecendo? Sérgio Foster agora é um homem perigoso, ele vive cercado por capangas armados até os dentes. Como quer se aproximar dele sozinha, sem nenhum apoio da polícia ou da justiça?? - Lucas mostrou-se indignado com a falta de coerência dela.

- Sérgio sempre foi perigoso - ela respondeu, desdenhosa. - E eu nunca tive medo dele. E não se preocupe, eu sei o que estou fazendo. Ele pode ser perigoso, mas eu sou inteligente.

O advogado e o investigador a encaravam como se ela fosse louca. Então Liam, que até ali havia se mantido calado e quieto em sua cadeira, disse:

- Vocês dois poderiam nos dar licença, por favor? Eu preciso conversar à sós com Bella.

Lucas, que entendia um inglês básico e que estava mudo de espanto com o que Anabella havia acabado de dizer, apenas assentiu, pegando sua pasta do chão e fazendo sinal para que Ítalo o acompanhasse para fora do quarto.

Liam esperou que eles se afastassem e fechou a porta, com cuidado. Sua feição estava séria.

Anabella não entendeu o porquê de sua atitude e questionou:

- O que você está fazendo?

Liam a encarou por alguns segundos. Por um momento, ela viu algo parecido com medo em seus olhos cinzas inteligentes.

- Bella, tem uma coisa que você precisa saber.





▪️▪️▪️

O que será que nosso arquiteto canadense tem a dizer? 👀
Até o próximo capítulo!




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