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Capítulo 69

Liam engoliu em seco ao ver que Anabella ficou ali parada diante dele, encarando-o. Era ridículo admitir aquilo para si mesmo, mas teve medo. No entanto, a recusa ao convite dela já havia sido feita. E então, ela soltou uma risada fraca.

- Ahn... me desculpe, Anabella.

- Não tem que se desculpar - ela disse. - Isso de certa forma é novo para mim. Geralmente sou eu que dispenso as pessoas e não o contrário.

Liam definitivamente não soube o que dizer e então Anabella saiu dali, sob olhares curiosos de algumas pessoas em volta.

Lucie viu Anabella sumir pela porta e se aproximou do irmão, com olhar inquiridor.

- O que deu em você? Por que fez isso, Liam? Era só uma dança, uma maldita dança!

Diante do irmão emudecido, Lucie revirou os olhos e também se retirou, na mesma direção em que Anabella havia ido.

Liam não entendeu porquê a irmã, sempre tão calma, havia ficado brava com ele daquela forma. Era tão importante assim que ele dançasse com Anabella?



🍷

- Bella, eu realmente sinto muito - Lucie a alcançou do lado de fora. - O Liam foi um bobo, não entendi porquê ele não quis dançar com você.

- Não importa.

- Você está bem?

Anabella a olhou, de forma breve.

- Estou. Lucie, você pode me deixar sozinha um pouco, por favor?

Lucie parecia preocupada, mas concordou em sair dali, deixando Anabella sozinha como era sua vontade e voltou para o interior da casa.

Anabella se decidiu a continuar caminhando, se afastando da casa dos LeBlanc, até se aproximar do píer que dava acesso ao açude da fazenda. Caminhou até a ponta da extensa passarela de madeira, onde se sentou.

Ver-se confrontada por seus sentimentos era tudo que menos queria, entretanto, sabia que era inevitável. Não podia negar que a resposta negativa de Liam à sua proposta de dança a tenha afetado. Obviamente fora surpreendida, mas aquilo que dissera realmente era verdade: ser dispensada e não dispensar era algo novo para ela. Mas aquele não era o ponto. A questão era o que ela faria dali por diante.

Lucie havia proposto que ela tomasse a frente da situação caso sentisse alguma coisa por Liam. E então, tivera a atitude de convidá-lo para dançar. Ele recusara, era verdade, mas o convite partira dela. Isso significava...

Suspirou. Estava preocupada. Envolver-se emocionalmente era para si o maior dos perigos aos quais podia se expor. Há mais de um ano conseguira se desvencilhar da maior loucura que fizera em sua vida até então. Toda aquela história de Jader sobre os sentimentos que passou a nutrir por ela a deixaram confusas por algum tempo; sim, era bom admitir. Na verdade, aquilo a desnorteou. Embora tenha sentido pena por vê-lo tão dilacerado ao saber de sua partida, seu coração não hesitou um só momento ao deixar tudo aquilo para trás. E se algum dia ainda desejava retornar ao Brasil, era apenas para obter sua vingança e nada mais.

Um ano no Canadá lhe bastou para perceber o óbvio: insano ou não, Jader em algum momento se apaixonara por ela. Mas Anabella não se apaixonara por ele.

Mas agora, a questão era com ela. Sobre o que vinha sentindo, sobre o que vinha desejando nos últimos meses. Gostaria de empurrar para dentro tudo aquilo, mas quanto mais tentava, mais aquilo parecia querer jorrar de dentro de si. Céus! Chegara ao extremo de convidar um cara para dançar! E deveria ser óbvio para ela desde o início que ele recusaria, pois nada mais justo do que não ser correspondida quando finalmente era ela quem sentia alguma coisa. É como dizem: uma hora a conta chega.

Definitivamente não era boa em lidar com questões sentimentais e era por esse motivo que resolveu que nunca mais tomaria uma atitude como aquela, outra vez.

Gostaria que Ana Lúcia estivesse ali.

" Você saberia exatamente o que fazer " pensou, olhando seu reflexo na água.

Suavizou a expressão por uns segundos. Aquele era o rosto de Ana Lúcia. Era o seu rosto, porém doce, terno e suave. Seu coração tremulou de saudade. Era reconfortante perceber que teria uma parte da irmã consigo para sempre.

Ouviu passos no píer, mas não se virou. Seja lá quem fosse, esperava que não a incomodasse. Aguardaria com paciência o dia de voltar para Vancouver e tentaria focar nas coisas que realmente importavam.

- Eu fui um idiota - ouviu.

Anabella olhou e viu Liam se sentar no píer ao seu lado, alguns centímetros afastado. Suas pernas, um pouco mais longas que as dela, quase faziam-no tocar os pés na água.

- Estou bem feliz de ver que você não foi embora à pé sozinha por essas estradas - Liam disse e tentou se emendar. - Não que eu ache que você seja uma pessoa desequilibrada que sairia correndo só porque recebeu um ''não'', o que estou tentando dizer...

Liam parou de falar, pois Anabella havia começado a rir. Ela se virou para olhá-lo, percebendo que ele estava intrigado.

- Estou rindo porque... - ela procurou conter um pouco o riso. - Há algum tempo atrás, essa seria sim, a minha provável reação. Sair correndo. Eu pegaria meu carro e fugiria para o meu lugar preferido da cidade. Mas a vida me ensinou que as coisas não vão ser sempre do meu jeito, só por que eu quero que sejam.

- É. Nem me fale.

Liam pensou um pouco.

- Mas não foi você que disse que nunca foi dispensada, e sim o contrário?

- A maior parte dos meus problemas não se referem à homens, pelo menos não em um sentido emotivo.

- Eu sei. Conheço um pouco da história. Anabella, seja sincera, você ficou chateada por eu ter me recusado a dançar com você?

Ela olhou para ele e encolheu os ombros, sutilmente.

- Não importa como fiquei ou deixei de ficar. No fim das contas não faz diferença.

Liam meneou a cabeça.

- Você é como eu. Tem medo de externar o que sente - disse ele. - Não sei quais são os seus motivos, mas eu tenho medo de dizer o que sinto porque meu coração já foi quebrado uma vez. Sabe, eu nunca contei para a Rosalie que gostava dela. É claro que demonstrei de todas as formas possíveis, mas, para ela, era apenas uma amizade verdadeira. Não estou menosprezando as amizades, mas é doloroso ser considerado apenas como um ''amigo'', quando você sente muito mais do que isso.

- É, eu posso imaginar. Mas, Liam, o que tudo isso tem a ver com essa bendita dança que não aconteceu? Você parece mais chateado do que eu, que ganhei o ''não''.

Liam olhou o céu e percebeu algumas nuvens que aos poucos se acumulavam, escondendo as estrelas e a lua.

- Seria muito mais do que uma dança para mim.

Anabella o encarou.

- O significado seria outro - Liam também a olhou rapidamente e voltou o olhar para o açude. - E quando eu pensei que pra você provavelmente não significaria tanto...

- Liam...

- Quando eu me lembrei que em pouco tempo você pode estar dizendo adeus para nós, talvez para sempre, eu decidi simplesmente que não queria viver isso de novo. Você está aqui há um ano, Anabella, e há um ano eu tenho lutado todos os dias contra o que sinto, porque sempre soube que você iria embora um dia. Isso me quebra mais um pouco a cada vez que eu penso a respeito. E é claro que eu vou me arrepender mais tarde de estar me abrindo dessa forma para você, mas...

Liam foi surpreendido quando sentiu um certo calor próximo ao seu rosto. Ao olhar, notou, por estarem tão próximos, os lábios rubros de Anabella, que lhe beijava o canto da boca. Ouvir a respiração leve dela em seu ouvido foi incrivelmente satisfatório e balsâmico.

Liam fitou aqueles lábios, agora entreabertos. Olhava-os furtivamente quase todos os dias, há um ano. Quando se reuniam para noites de jogos em sua casa ou na casa de Oliver e Nancy; quando saíam em trio com Lucie para comer ou tomar alguma coisa; ou simplesmente quando se cruzavam naquela cidade imensa que era Vancouver. E agora, tinha-os tão perto de si que acreditou por um momento estar em um belo e louco transe.

Quando as bocas se encontraram definitivamente, e os olhos se fecharam para aproveitar melhor aquele beijo inesperado e tão almejado, Liam sentiu seu corpo e alma entrarem em êxtase. Não sabia com exatidão o que aquilo significava para Anabella, mas para ele, significava muito. Significava tudo. Entrelaçou suas mãos na nuca dela, acariciando simultaneamente os cabelos castanhos escuros, que considerava os mais belos que alguma vez já vira.

Anabella sentia a prazerosa dualidade de ter a certeza de que jamais experimentara algo tão bom como aquilo, ao mesmo tempo em que tinha a sensação de ter beijado Liam a vida toda. A forma como sua mão ora repousava sobre o ombro dele, ora deslizava sobre o peitoral firme, demonstrava para si mesma como já parecia conhecê-lo, quando na verdade, jamais o havia tocado antes.

Tinha a plena consciência de que aquele era seu primeiro beijo depois de um ano. O último beijo que dera havia sido o pior erro de sua vida e, enquanto Liam falava com certo temor sobre seus sentimentos, ela relutara antes de tomar a iniciativa de beijá-lo. Aliás, aquele era o dia de tomar iniciativas, definitivamente. E, embora estivesse achando a si mesma um tanto quanto impulsiva, não sentia arrependimento nenhum por agir daquela forma.

- É como se não só o meu corpo, mas também a minha alma precisasse disso - sussurrou, momentos depois para si mesma, ainda que soubesse perfeitamente que Liam podia ouvi-la.

- Queria tanto assim me beijar? - Liam riu baixinho, afastando uma mecha castanha deslocada para trás.

- Não é só pelo beijo - ela se afastou um pouco, ficando séria. - Eu tenho me privado por tanto tempo de sentir, de me deixar levar... É como se... - Anabella suspirou. - Inconscientemente eu soubesse que não importa o quanto eu lute contra isso, sou uma pessoa com sentimentos. E sentimentos que devem ser levados em consideração por mim mesma, em primeiro lugar.

- O que você sente, Anabella? - Liam perguntou. - O que sente por mim?

Ela respondeu com toda a sinceridade de que era capaz naquele momento.

- Eu não sei. Não sei dizer de fato, eu só... Eu...

- Tudo bem - Liam se compadeceu. - É querer exigir muito de Anabella Montenegro que, além de demonstrar, ainda diga o que sente.

Ela não soube ao certo se ele estava sendo irônico ou não, apesar de que seu tom de voz não deixava transparecer ironia.

Um certo silêncio se instaurou entre eles, enquanto contemplavam o açude. Suas mentes trabalhavam sem parar, enquanto os corações ainda tentavam acreditar que aquele beijo realmente havia acontecido.

Até que Liam se pôs de pé e em seguida estendeu a mão para que Anabella também ficasse de pé sobre o píer.

- Eu quero te mostrar uma coisa - ele parecia animado e envergonhado ao mesmo tempo.

Aquilo atiçou a curiosidade dela.

- O que é?

- Meu lugar preferido na fazenda.

Anabella sorriu, calada, quando Liam segurou sua mão e, juntos, caminharam pelo píer. Na metade dele, puderam ouvir o barulho de música e risadas que vinha da casa: continuaram a festa afinal de contas, mesmo sem a presença do aniversariante.

No fim do píer viraram à esquerda, na direção da floresta, extensa parte da fazenda repleta de mais amieiros e bordos, além de pinheiros, juncos e árvores de variadas espécies e tamanhos.

Um clarão súbito cortou o céu, iluminando a densa mata arvoreada. Anabella se encolheu em seu casaco. Ali o frio parecia aumentar dez vezes mais.

- Vai chover - ambos constataram ao mesmo tempo.

Liam segurou mais firme a mão de Anabella e seguiram por uma trilha, até pararem diante de uma pequena clareira. A trilha terminava ali, com duas imensas árvores caídas que se encontravam no chão, unindo as folhagens. Embora caídas, haviam mais folhas verdes e vivas do que secas e mortas, devido ao fato de que novas plantas se enveredavam pelos troncos, enroscando-se mutuamente num emaranhado de folhas, flores e musgos. Uma bagunça natural perfeita e aleatória.

- É... legal - disse Anabella. - Mas não se tem muito o que fazer aqui...

Liam a olhou por um momento e então deu alguns passos à frente em direção ao local onde a copa das duas árvores se encontravam. Anabella o observou afastar alguns galhos e, ao olhar bem, percebeu uma pequena porta de madeira ali escondida.

Liam tirou uma chave do bolso da jaqueta e a enfiou na fechadura metálica, abrindo a minúscula porta.

- O que é isso? - Anabella se aproximou, curiosa.

- Eu disse: é meu lugar preferido. Vem - ele estendeu mais uma vez a mão para ela. - Se abaixa.

Anabella assim o fez, intrigada. Ouviu o barulho de algo como um interruptor sendo ligado e, pelos minutos seguintes, pôde se deslumbrar diante do que via.

Era uma encantadora casinha de madeira e pedra. Depois de descerem por alguns degraus, era perfeitamente possível ficar em pé, pois havia sido construída alguns poucos metros abaixo da superfície terrestre. O chão madeirado era em sua boa parte revestido com um bonito carpete vermelho cornalina, enquanto que as paredes estavam livre de qualquer adorno. Do centro do teto baixo pendia uma luminária rústica em forma de espiral, que conferia à todo o ambiente uma luz confortável e difusa.

Um pufe cinza gigante, além de algumas almofadas felpudas, uma mesa e uma cadeira de tamanho médio compunham a pouca mobília daquele espaço peculiar. A ''casinha'' era pequena, mas não tanto assim.

- Eu mesmo construí esse lugar - disse Liam, observando como Anabella olhava tudo, curiosa. - Sou arquiteto e embora eu saiba que alguns dos prédios mais bonitos da cidade tenham sido construídos com a minha ajuda, esse lugar aqui é um dos meus favoritos. Por mais simples que seja.

- É... lindo. É uma linda casinha. Que criativo... - ela observou melhor e notou um aquecedor.

- Hunf - Anabella torceu a boca. - Não é tão simples assim, não é, senhor arquiteto?

Liam riu e foi ligar o tal aquecedor.

- Por mais isolado que eu quisesse ficar quando vinha pra cá, não podia também morrer de frio, né?

Anabella sorriu, se rendendo definitivamente aos encantos da casinha.

- Foi uma idéia incrível essa que você teve. Alguém mais sabe da existência desse lugar?

- Meus pais e a Lucie. E os funcionários da fazenda têm ordens claras de não mexerem nas árvores que bloqueiam a clareira.

Anabella o olhou, de soslaio.

- Só não foi muito legal você ter derrubado essas árvores para construir este lugar.

- Eu não derrubei. Elas foram arrancadas durante uma tempestade, há três anos. Assim como várias outras. Quando amanhecer você vai poder notar melhor: algumas das árvores são bem jovens ainda, pois replantamos depois de tudo. Mas assim que vi a forma como essas duas haviam caído, tive a idéia de construir a casinha.

- Ah - Anabella engoliu em seco. - Eu e minha boca grande. Me desculpa.

- Tudo bem. - Liam pegou o celular e mexeu nele por alguns instantes.

Anabella continuou analisando o lugar. Havia um bloco de papel e folhas avulsas espalhadas na mesinha e ela se aproximou. Rascunhos de plantas de casas e prédios dos mais variados estilos, além de desenhos diversos, lhe chamaram a atenção.

- Você vem aqui pra descansar e fica trabalhando?

- É inevitável. Eu entro aqui e às vezes a inspiração vem. E então eu faço rascunhos.

- Entendo - Anabella deu mais uma olhada geral e balançou a cabeça, em aprovação. - Enfim, esse lugar é um charme. Parabéns!

Liam se aproximou dela, que voltara a olhar os rabiscos.

- É... preciso confessar que nem sempre isso aqui está assim, tão bonito e arrumado. Eu arrumei hoje, limpei e até coloquei algumas almofadas a mais. Arrumei justamente pensando em você - ele a fitou e ela desviou o olhar. - Quer dizer, arrumei pensando em trazer você pra cá.

Anabella se voltou para ele.

- É sério? Por isso você ficou sumido praticamente o dia todo?

Ele assentiu.

- Mas fiquei receoso de te convidar pra vir. Quando a gente estava no píer, depois do beijo, foi que criei coragem.

" O beijo. " Anabella pensou em sua segunda ousadia daquela noite.

- Aquele beijo - disse Liam, como se pensasse o mesmo que ela. - Posso te confessar mais uma coisa?

- Estamos numa casa de madeira no meio da floresta, escondidos do mundo. Acho que você pode confessar tudo o que quiser.

Ele achou graça da colocação dela.

- Certo - disse. - Eu estava esperando por aquele beijo há um ano.

Anabella ergueu uma sobrancelha, cética.

- Eu não acredito em você, Liam - ela disse, saindo de perto da mesa e em poucos passos, alcançou o outro lado da pequena casa.

- Por quê? - Liam franziu a testa.

- Não é óbvio? Você foi frio e distante desde o primeiro momento, quando nos conhecemos. Você é calado, exceto quando está bem humorado, que é quando se torna menos introvertido. Você se mantém sempre em reserva, como se temesse algo.

- Você me conhece bem - ele a olhou, surpreso e admirado. Anabella colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e olhou para o chão.

- Mas tem razão. Nunca tomei atitude nenhuma durante todos esses meses por medo.

- Medo de mim?

- Não. Medo de ser rejeitado.

Não era fácil para Liam admitir aquilo para Anabella e para si mesmo. Gostava do fato de estar sendo sincero com ela, mas reconhecer sua covardia em não demonstrar o que sentia era constrangedor.

- E não diga que meu medo é infundado, porque você sabe que é complicada. Você tem questões mal resolvidas na sua vida que te impedem de se entregar de verdade à algo. E o fato de já ter sido ''trocado'' antes contribuiu pra que eu não desse o primeiro passo. Mas depois que você me beijou e eu vi que era tudo o que eu achava que era; aliás, era muito melhor do que tudo o que eu imaginei... - Liam se pôs ao lado dela em uma fração de segundos. - Percebi que não importa o quanto nós dois sejamos complicados, talvez... - ele colocou a mão no rosto dela, com leveza. - Talvez ainda assim exista alguma chance.

Ela encarou os olhos cinzas que pareciam quentes e gelados ao mesmo tempo.

- O que você quer de mim, Liam?

- Por enquanto - ele murmurou. - Só mais um beijo como aquele.

Anabella viu os lábios dele próximos, e entreabriu os seus, involuntariamente. Dessa vez Liam foi o primeiro a invadir os poucos centímetros que ainda haviam entre eles e a iniciar o beijo. Sua mão, que já se encontrava sobre o rosto dela, pôs-se a tocar sua orelha e seus cabelos, enquanto que com a outra tocava sua cintura com delicadeza. Liam fechou os olhos, soltando um suspiro em meio ao beijo; por Deus! Ela era incrível! Sua boca era macia e seu beijo era quente e doce, ao mesmo tempo. Ela sugava seus lábios com entusiasmo crescente. Queria aquilo, e a cada vez que faziam menção de se separarem, percebia que ainda queria mais.

- Fica aqui comigo esta noite... - pediu Liam, em meio ao beijo.

Anabella recuperou por um momento o fôlego.

- Não posso, não podemos. A sua festa... os convidados...

- Quem se importa com convidados agora? Eu não me importo. Além do mais, mandei mensagem pra Lucie alguns minutos atrás e disse pra ela não se preocupar, que estávamos juntos e está tudo bem. Por favor, Bella, fique.

Anabella notou a forma como a língua dele aparecia sutilmente ao pronunciar ''Bella'' e sorriu, enterrando seus dedos nos sedosos e finos fios loiros dele, puxando-o para si, colando suas testas.

- Ah, Liam...

- Você é o melhor presente de aniversário, Bella - ele lhe beijou o canto da boca.

- Eu? Um presente? - Ela duvidou. Sua incredulidade provinha de toda a confusão, dilemas e desandes de seu passado, dos quais julgava ser a principal culpada. Ser considerada como um presente lhe soava extremamente positivo para ela, e não tinha certeza se merecia.

- Sim, você - Liam a fitou. - Você não faz idéia do quanto é maravilhosa, não é?

- Eu, ahn... obrigada. Você é muito gentil em dizer essas coisas.

- Não é gentileza, Bella. E não digo isso porque quero você e quero muito. Estou dizendo porque é verdade. Eu não diria, se não fosse.

- Que opção eu tenho, senão acreditar em você?

Liam fitou a boca dela, desejoso.

- Então você fica?

- Fico.

- Certo. Vem cá - ele a puxou com cuidado pela mão e se deitaram no pufe gigante, lado a lado.

Liam estava feliz por tê-la ali, no seu lugar preferido e particular. Afobações foram dispensadas; não havia porquê se excederem ou se precipitarem em atitudes apressadas. Por longos minutos, permaneceram olhando o teto, enquanto falavam e falavam. Desde os assuntos mais triviais, até os mais complexos. Uma troca dual de sinceridade e descontração de mentes antes tão pressionadas pela incerteza e pelo medo.

Liam se virou, ficando de frente para Anabella. Gostou de vê-la próxima. Tão próxima que podia sentir seu perfume e o calor de seu corpo, que se encostava ao dele. Anabella fitava a luminária, ciente do olhar de Liam. Não se sentiu constrangida, mas ficou inquieta. Quando os dedos dele começaram a tocar seus cabelos numa carícia contínua, sentiu seu corpo se aquecer, em resposta ao toque sutil. Não queria pensar no que poderia sentir se ele a tocasse mais intimamente.

- Acreditaria se eu dissesse que você é a mulher mais bonita que já vi na vida?

- Não - Anabella riu para o teto. - Eu mesma já vi tantas canadenses lindas que me causaram dor nas vistas.

- Então precisa acreditar quando eu falo que você é a única em quem os meus olhos sentem uma enorme dificuldade em se desprenderem quando te olham.

Anabella virou a cabeça para olhá-lo. Seu peito subia e descia, ofegante, assim como o de Liam.

- Você me intriga, Liam.

Ela era um imã, e ele se sentia como um metal, completamente atraído por ela, por sua força e energia. Liam decidiu que não podia deixar nas mãos de Anabella todas as atitudes naquela noite.

- Você também me intriga, Bella - ele aproximou sua boca do ouvido dela, beijando o lóbulo de sua orelha. - E não sabe o quanto isso é extremamente sedutor para mim...

Anabella fechou os olhos para sentir melhor os beijos quentes de Liam em sua orelha, seu pescoço e posteriormente em sua boca. Em algum momento em meio aos beijos cálidos, ambos livraram-se de seus casacos, pois mesmo que ali não houvesse um aquecedor, havia calor suficiente em seus corpos para incendiar tudo em volta.

Liam agarrou com possessão a cintura bem delineada, enquanto procurava com - agora sim - certa pressa, o fecho do vestido que Anabella usava. Ela pôs-se a retribuir os beijos que recebera, beijando e mordiscando seu pescoço enquanto ele abria o zíper do vestido e, logo depois, a peça deslizou pelo seu corpo, sendo deixada de lado sobre o pufe.

Ela o livrou também de sua camisa preta e, ao olhar o corpo semi nu de Liam, soube que já não raciocinava. Todo o seu ser era só um desejo altamente perturbador pelo homem à sua frente. Sentiu o sutiã desprendido ser atirado ao chão e estremeceu quando as mãos grandes lhe tocaram os seios já enrijecidos. Liam deliciou-se ao tocá-los; eram macios e duros, e seu instinto foi levar sua boca até eles e sugá-los com desejo voraz.

Anabella jogou sua cabeça para trás, extasiada. Seu corpo todo já implorava para tê-lo dentro de si, quando mal haviam começado. Liam a intrigava, a confundia, e agora, também fazia-a desfalecer de desejo por ele. Talvez o acréscimo de estarem em um lugar um tanto inusitado no meio da floresta tornasse o ato ainda mais apetecido.

- Por Deus! - Liam exclamou, apertando-lhe os quadris com força. - Estou louco por você...

Ela abriu o zíper da calça jeans, trabalho que ele começara, mas desistira por simplesmente não ser capaz de tirar as mãos dos seios que lhe tiravam a razão. O sorriso de canto que ela lhe deu enquanto deslizava a mão sobre seu membro pulsante o fez perder a cabeça de uma vez. Liam fechou os olhos para sentir melhor as mãos e, logo em seguida os lábios molhados de Anabella lhe sugando com igual, ou ainda mais evidente apetite que ele. Vê-la daquela forma era algo que nem em seus melhores devaneios poderia imaginar. Era bom, era deliciosamente bom e tudo o que ele queria era devorá-la, até que em ambos não restassem mais forças, só a certeza de que queriam repetir tudo, de novo e de novo.

Liam a pegou pela mão. Seu toque era gentil e ao mesmo tempo possuía uma viril agilidade. Deitou-a sobre o pufe, passeando os olhos pelo corpo cujas curvas o fascinavam e enlouqueciam.

Ela não precisou ouvir mais nada. Aquilo era tudo o que queria e então deitou-se, acomodando o corpo grande de Liam entre suas pernas. O simples roçar do membro latejante em sua intimidade úmida e sedenta bastou para que ela se revirasse no pufe, não suprimindo um suspiro, que deixou escapar de sua garganta.

Liam sorriu, ao vê-la tão entregue e ávida. Poderia ficar ali contemplando-a por toda a noite - por Deus, era um escândalo, de tão linda - se ele mesmo não estivesse absolutamente tomado pelo desejo de tomá-la toda para si. Quando enfim mergulhou dentro dela, ambos sentiram tudo desaparecer à sua volta. A luminária em espiral, o aquecedor, a mesa com os rascunhos, e até mesmo o pufe parecia ter desaparecido debaixo deles e tudo o que tinham consciência era de seus corpos, colados um ao outro, ensopados de suor, entregues e consumidos por um prazer indescritível.

Indescritível e insaciável, pois aquelas sensações perdurariam pela noite afora, com descobertas que pareciam não findáveis. Seus corpos eram como dois oceanos que ocultavam os prazeres mais saborosos e nenhum dos dois estavam dispostos a pararem, enquanto não mergulhassem o mais fundo possível.





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