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Capítulo 32

Uma mente tomada pela certeza de que vai sucumbir em meio à dor é a pior inimiga do ser humano que enfrenta um mal pessoal.

A realidade já é agressiva o suficiente, mas os pensamentos negativos podem suplantar qualquer chance de se permitir ter esperança.

Abalada com a notícia de que sua doença era muito mais grave do que pensava, Ana Lúcia se trancou em seu quarto e se isolou do resto do mundo.

Doutor Alessandro, ao se comprometer em ser sincero ao máximo com sua paciente, dissera à ela e à família que, mesmo depois de uma cirurgia, devido ao grau do tumor, haveria grande chance de recidiva.

Isso bastou para que Ana Lúcia decidisse não fazer a cirurgia e se entregasse, sem nem mesmo começar a lutar.



🍷

Anabella entrou na cozinha, depois de um longo dia na faculdade e na Vinícola.
Colocou sua bolsa sobre uma cadeira, sentando-se em outra, enquanto bocejava.

Cassandra viu-a e ofereceu uma xícara de café.

-Ainda está aqui?- Anabella perguntou, coçando os olhos.

-Sim. Eu estou fazendo um bolo, que a sua mãe me pediu. O preferido da Ana Lúcia. Sabe, pra ver se ela se anima...

-Ela saiu em algum momento do quarto hoje?

A expressão no rosto de Cassandra era triste.

-Não saiu, não. Pobrezinha... Você não sabe o quanto me dói ver sua irma daquela forma, Bella.

-Dói em todos nós...- Anabella murmurou, se lembrando do quanto já tinha conversado com Ana Lúcia e tentado fazê-la reagir. Tudo em vão.

-Às vezes tenho vontade de invadir aquele quarto à força e obrigá-la a fazer essa cirurgia.

-Não é assim que se resolvem as coisas, Bella.

-Eu sei, Cassandra, mas você não sabe como é desesperador o que eu sinto.

-Eu posso imaginar...

Anabella a olhou e suspirou.

-Cassandra, eu... Preciso te pedir desculpas.

-Pelo quê?

-Pela maneira como falei com você no dia da festa. Eu fui grossa, pra variar.- Ela fez um som de desagrado, como se reprovasse a própria atitude.

-Ah, não se preocupe.

-Eu sei que você não é obrigada a me contar o que acontece na sua vida e por que do nada aparece nervosa e assustada. Eu só... já estava com a cabeça quente naquele momento. Me desculpa por ter gritado com você.

-Bella...- Cassandra tocou de leve no braço dela.- Ninguém se preocupa comigo como você se preocupa. Eu fico muito agradecida. Mas...

-Não.- Anabella sacudiu a cabeça.- Não precisa me dar explicações, Cassi. Quando você quiser me falar, eu vou estar aqui pra ouvir. Só não permita que ninguém machuque você. Tudo bem?

-Tudo bem.- Cassandra assentiu e sorriu, ternamente.

-Bom.- Anabella se levantou, pegando a bolsa.- Eu vou subir e tomar um banho. Esse bolo aí é só pra Ana Lúcia ou eu posso comer também?

-É claro que pode!- Cassandra meneou a cabeça, rindo.

-Então depois eu desço. Até mais.- Ela acenou, saindo da cozinha.




🍷

A doença de Ana Lúcia acabou dando uma guinada na vida de quase todos que estavam à sua volta.

Como os trabalhos na ONG não poderiam simplesmente parar de uma hora para a outra, Mariana assumiu o controle provisório de tudo, juntamente com Lucas.

Ela cuidava das crianças e gerenciava tudo da melhor forma que podia, enquanto Lucas se encarregou completamente da parte burocrática.

Uma nova e inesperada ajuda que receberam foi a de Doralice, que passou a conciliar seu trabalho como enfermeira, com o trabalho voluntário na ONG.

Doralice sofria ao ver Ana Lúcia naquele estado em que não permitia que ninguém, nem mesmo seu irmão, se aproximasse ou a convencesse.

Por isso, quando também teve suas palavras de ânimo e encorajamento "rejeitadas" ela decidiu que precisava ajudar de alguma forma. Cuidar das crianças da ONG em seu tempo livre, foi o melhor jeito que encontrou.

Assim, a tão sonhada ONG de Ana Lúcia não ficou abandonada, enquanto ela estava mergulhada em seu sofrimento.




🍷

-"Brilha, brilha, estrelinha.
Lá no céu, pequenininha.
Solitária se conduz.
Pelo céu com tua luz..."

Mariana cantarolava baixinho, no ouvido da filha, que cochilava, de tardezinha no jardim da ONG.

Um silêncio confortável reinava por ali, já que algumas das crianças estavam na biblioteca e outras simplesmente haviam escolhido alguma atividade não barulhenta para fazer.

Analu estava quase mergulhando por completo no mundo dos sonhos, quando ela ouviu passos e uma voz conhecida.

-Mariana!

Ela se virou, a surpresa tomando conta de seus olhos, ao ver o pai.

-Pai??

Desde que fora expulsa de casa e sido acolhida na ONG ainda quando esta estava em seu estado inicial, ela não havia tido contato com o pai. Não escolhera aquilo, aquela quebra de relações dela e de seu irmão, com ele. Ele os havia imposto àquela situação, ao expulsá-los.

-Faz o quê aqui?- Perguntou, num tom de voz baixo, para não incomodar o sono de Analu, que havia se aquietado logo.

Élio se aproximou, andando a passos meio hesitantes, observando o lugar.

-Soube que estava morando aqui.

-É, eu estou. Com meu irmão e minha filha.

Élio observou a pequena garotinha que ressonava nos braços de sua filha, mas não disse nada.

-Podemos conversar?

Mariana colocou Analu no carrinho de bebê que estava ali por perto, cuidadosamente.
Fez sinal para o pai, para que se sentassem num dos bancos.

Observou o rosto dele. Ele havia feito a barba, e seus olhos não pareciam tão vermelhos quanto ela se lembrava. Teve esperanças.

-Parou de beber?

Élio deu de ombros.

-Mariana, não sei o que você está fazendo aqui, sendo que tem sua casa.

-A mesma casa da qual você me expulsou?- Ela negou com a cabeça.- Não. Minha casa é aqui, agora.

-Isso aqui é lugar de gente que não tem família, não uma casa.

-Muitas vezes a família é a primeira a abandonar. Boa parte das pessoas que estão aqui têm família, mas não foram acolhidos por ela. Inclusive eu e o meu irmão. Mas aqui, nós encontramos pessoas que se importam conosco de verdade.

O velho fez uma expressão de desprezo, como se tivesse ouvido a maior baboseira.

Mariana olhou rapidamente para o carrinho, para ver se estava tudo bem com a filha, e voltou a olhar para ele.

-O que veio fazer aqui, afinal?

-Eu vim te pedir pra voltar para casa. Preciso de você lá. Casa sem uma mulher vira a maior bagunça.

Mariana ficou olhando-o.

-Ah, mas é melhor você deixar seu irmão e sua filha aqui, já que tem pessoas que podem cuidar deles. Assim, você só terá trabalho comigo, apenas.

Mariana piscou, mal crendo no que ouvia.

-Eu não posso acreditar que tenha vindo até aqui para me falar isso.

Mariana se sentia tão revoltada que não conseguiu permanecer sentada.

-Acha que eu seria capaz de abandonar minha filha e o meu irmão, como você fez com a gente??- Os olhos dela se encheram de lágrimas.- Você é um monstro!

-Não estou dizendo para abandonar.- Élio também se levantou.- Você não disse que aqui é um lugar maravilhoso? Eles ficariam bem cuidados!

-Mas nem se eu estivesse louca eu voltaria para aquela casa com você!- Mariana estava furiosa.- Você ao menos se importa com o Dido, o seu filho? Você sequer perguntou por ele! Grande pai de merda você é!

-Mariana, para de ser dramática. Pare de fazer tempestade num copo d'água.

-Vai embora!- Ela apontou para a saída, sem conseguir olhar a ele.- Vai embora daqui agora mesmo.

-Só vou com você.

-Eu não vou voltar para casa com você! Se eu já não tinha mais consideração, agora acabou de morrer tudo o que eu sentia. E foi você quem escolheu isso. Vai embora!

Élio agarrou o braço de Mariana, com força.

-Eu ainda sou seu pai e você vai me obedecer. Você vai pegar suas coisas, se é que você tem alguma coisa e vai embora comigo!

-Me solta! Eu não vou a lugar nenhum!

-Ah, você vai, Mariana...

-Opa, opa, opa. O que está acontecendo aqui??

Mariana viu Martín passar pelo portão e suspirou, aliviada.

-Eu não sei quem o senhor é, mas vai fazer o favor de soltar essa moça, agora. Está machucando ela.- Martín disse, vendo a cena.

Élio soltou o braço de Mariana, contrariado.

-Eu sou o pai dela, e você, quem é?

-Eu sou um amigo. E não vou deixar que faça mal à ela.

-Eu não ia fazer mal. Eu só quero que ela volte para casa, comigo.

Martín olhou surpreso para Mariana.

-É isso que você quer?

-Óbvio que não!- Ela se alterou.

-Então, sinto muito mas não pode levá-la daqui. Mariana é adulta e sabe o que faz da vida dela. O senhor não pode obrigar ela a nada. E vai embora, por favor.

Élio suspirou enraivecido. Olhou por um instante para Mariana, depois para Martín e por fim, lançou um olhar de desprezo ao lugar, saindo dali.



🍷

Martín observou Mariana tomar a água que havia levado para ela.

-Está mais calma?

Ela assentiu, respirando fundo.

-Estou sim. Obrigada.

Martín a observou.

-Mas esse seu pai, hein? Fez o que fez e ainda teve a coragem de vir até aqui, te pedir pra voltar.

-Nem me fale.- Ela fechou os olhos, com força.

Martín foi até o carrinho, ver Analu, que permanecia dormindo. O privilégio dos bebês, de poderem dormir a qualquer hora, em qualquer lugar, não importa o que aconteça!

Martín deixou um beijo na mãozinha dela e voltou para perto de Mariana, que estava pensativa, encarando o jardim à sua frente.

Não haviam se falado, desde a festa.
O silêncio agora era um tanto quanto constrangedor, pelo menos para Martín.
Mariana, entretanto, não conseguia parar de pensar no que havia acabado de acontecer, por mais que quisesse esquecer aquilo, com todas as suas forças.

-Mariana...- Martín começou.

Ela o olhou.

-A gente não se falou desde a festa.

-Eu sei. Aconteceram muitas coisas desde aquele dia. Você tem o seu trabalho na Vinícola dos Montenegro, eu tenho tido muitas responsabilidades aqui desde que a Ana...- Ela balançou a cabeça.

-É, terrível o que está acontecendo com ela. Eu espero que ela consiga sair dessa.

-Vai sair. É claro que vai. Com toda certeza.- Ela afirmou, enfaticamente.

Martín assentiu. Mas ele ainda não havia chegado ao ponto.

-Mariana... Eu preciso falar com você sobre...

-Sobre a minha declaração de amor patética?- Ela riu, sem humor.

-Não, não é isso que eu ia dizer. Eu, na verdade nem sei o que dizer pra você, ainda.

Ela se levantou subitamente.

-Tudo bem, Martín. Você não tem que me dizer nada, nem é obrigado a me dar nenhuma resposta. Afinal...- Ela deu de ombros.- Eu sei que você gosta da Anabella. Você nunca me disse, mas... dá pra notar.

Martín também se levantou, indo até ela.

-Mariana.- Ele estendeu a mão, tocando o cabelo dela, que caía sobre o rosto corado pela agitação.- Você é uma pessoa incrível...

-Mas não sou a Anabella, não é m...

Martín a surpreendeu, não permitindo que ela terminasse de falar, interrompendo sua frase ao beijá-la.

Ele agarrou sua cintura, comprimindo-a contra si, porém com delicadeza, fazendo com que ela não tivesse escolha, senão retribuir o beijo.

Martín experimentou uma sensação nova. Mariana era bonita e adorável. Seus próprios sentimentos o surpreenderam ao perceber que havia gostado do beijo. Fora gentil e quente. Percebeu uma verdadeira entrega de Mariana.

"Ela gosta mesmo de mim." Constatou.

Mas e ele? O que sentia por ela? Sentia alguma coisa por ela?

Martín se afastou, aos poucos, desprendendo sua boca da de Mariana, mas permaneceu segurando sua nuca, a mão afundada em seus cabelos.
Ele olhava em seus olhos, buscando a resposta para suas indagações interiores.

-Mariana...

Ela percebeu a confusão interna dele. Sabia o que ele estava pensando.
Sabia que Anabella ainda reinava soberana no coração de Martín e ela não estava disposta a dividir seu lugar no coração de alguém.

Tirou as mãos dele de si e se afastou.

-Martín, eu realmente gosto de você. Esse beijo...- Ela engoliu em seco, se sentindo devastada.- Significou muito pra mim. Mas não faça isso de novo.

-O quê? Por quê?- Ele estava confuso.

-Eu quero você. Quero muito. Mas quero você inteiro. De corpo, alma e coração. Então só me procure de novo, quando estiver livre. E você sabe do que estou falando.

-Mas, Mariana...

Ela pegou no carrinho e pôs-se a empurrá-lo para dentro, voltando-se para olhá-lo.

-Adeus, Martín.




🍷

Cláudia bateu na porta de Vicente e entrou logo em seguida.
Era uma manhã rotineira de trabalhos na Vinícola.

-Trouxe seu café, patrão.

Vicente agradeceu, sem deixar de olhar para os papéis à sua frente.

-Chefe, a gerente de vendas quer falar com o senhor. Posso deixar ela entrar?

Vivendo ergueu as vistas, pegando a xícara.

-Ah, pode. Pode sim, Cláudia.

A assistente saiu, abrindo a porta e permitindo que Susan Lins entrasse.

-Bom dia, Vicente.- Ela disse, num tom profissional.

-Bom dia, Susan.- Ele tentou manter o tom neutro.

-Cláudia, pode nos dar licença, por favor?

-Claro, com licença.

Cláudia saiu, fechando a porta.
Susan se manteve parada e só depois de alguns momentos soltou um enorme suspiro, indo se sentar.

Vicente estava apreensivo.

-Susan, o que foi? Não fica legal você entrar aqui.

Ela o fitou.

-Sabe o que não é legal, Vicente? Não é legal a forma como você vem me tratando, ultimamente.

-Como assim? Eu sempre tratei você bem.

Ela revirou os olhos.

-Não estou falando de gentileza ou de educação. Você simplesmente tem me ignorado durante esses dias. Parece que eu não existo pra você!

-O que é isso, sabe que eu amo você.- Ele sorriu, mas o sorriso durou pouco, ao ver que ela parecia verdadeiramente irritada.

-Às vezes eu não sei se isso é verdade, Vicente. Você não me liga, não me procura, está me tratando apenas como uma colega de trabalho qualquer.

-Você está exagerando.

-Não estou. Eu sinto que você não está nem aí mais pra mim.

Vicente suspirou.

-Susan... Já expliquei tantas vezes. Eu...

-Eu não quero desculpas, Vicente. Eu quero ações, atitudes. Eu quero que você me diga que está dando início à sua separação com a Eleanor. É isso que eu quero ouvir.

Vicente arregalou os olhos.

-Não posso! Susan, você sabe o que estamos vivendo lá em casa, não pode me pedir isso agora. Esse é o momento em que eu mais preciso apoiar a minha família.

-E eu? Como é que eu fico nessa história, hein Vicente?

-Meu amor, tudo vai se resolver. Eu já te disse que você só precisa ter um pouco de paciência. Eu não posso chegar para a Eleanor num momento como esse e pedir a separação. Susan, a minha filha está com um tumor no cérebro, pelo amor de Deus!

Susan bateu na mesa e puxou Vicente com brutalidade pela gravata.

-Eu não estou nem aí para a doença da Ana Lúcia! Não dou a mínima! Essa história já está me irritando!

Vicente engoliu em seco, pego de surpresa.

A porta foi subitamente escancarada por Anabella.

-Sua vaca maldita!- Ela puxou Susan pelo braço, fazendo com que ela se afastasse da mesa e de seu pai.- Lava essa sua boca imunda para falar da minha irmã!

Susan arregalou os olhos, tão surpresa quanto Vicente.
Anabella encarou o pai.

-Você vai deixar ela falar assim? Essa mulher acabou de dizer que não está nem aí com a doença da sua filha! Você não vai dizer nada??

-Anabella...

-Pai.- Ela disse, seriamente.- Eu já tolerei demais essa mulher, até aqui. Eu não confio nela, não acredito em nem um por cento do amor que ela diz sentir por você. Você não pode querer que eu seja obrigada e nem você pode querer conviver com uma pessoa que menospreza o estado de saúde da sua filha. Então se você ama sua família, como você diz amar, eu quero uma prova.

Vicente a fitava.

-Que prova?

-Despeça a Susan, agora mesmo.





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