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Capítulo 21

Jader ouviu o pai e balançou a cabeça, sorrindo levemente.

-Casar? Tudo ainda é muito recente, pai. Estamos no início do nosso namoro.

Seu Rodolfo bateu no ombro do filho.

-Bom, eu não desperdiçaria um sentimento tão bonito quanto este que vocês parecem sentir um pelo outro.

-Mas não estamos desperdiçando. Estamos... vivendo o momento, deixando acontecer naturalmente. E está dando muito certo, até agora.

-Eu sei, filho. Posso ver isso. Bom.- Ele sacudiu os ombros e se levantou.- Pelo menos fique noivo.

Jader viu o pai sair da sala e permaneceu ali.
Seu pai já estava visando casamento para ele e Ana Lúcia. Não o julgava. Seu pai ainda fazia parte daquela geração que via, se interessava, e engatava um namoro já pensando no casamento.

E ele? Bom, é claro que tinha planos. Ou pelo menos tinha em mente que faria planos com Ana Lúcia.
Mas, tudo ao seu tempo.
Por ora, contentava-se em ser feliz ao lado dela.





🍷

Ana Lúcia voltou de uma viagem a São Paulo na quinta feira, onde desfilou num evento beneficente e, neste mesmo evento, aproveitou para discursar sobre o sonho de abrir a ONG e sobre como estava sendo sua jornada após conseguir realizá-lo, tornando a vida um pouco mais suportável para alguns jovens e crianças.

Voltou decidida a reunir sua família e seus amigos para fazer uma social, aproveitando o calor para fazer uso da imensa piscina que havia na parte posterior da casa.

Na sexta-feira organizou tudo e no sábado, por volta das dez da manhã, começou a receber o pessoal.

Jader e sua família estavam lá, Mariana (já no seu sétimo mês de gestação e com a descoberta de que esperava uma menina) seu irmãozinho Dido e Martín.

-Por favor, fiquem à vontade! Tem muita comida e bebida por aí, e tem essa piscina gigante então... aproveitem!

Seu Rodolfo logo se juntou à Vicente na churrasqueira, e ambos embarcaram numa conversa interminável sobre os tipos de carnes e vinhos.

-E você, como está hoje?- Ana Lúcia perguntou à Doralice, que pegava um pedaço de abacaxi, dispostos em pequenos pratinhos em cima da mesa forrada com uma toalha branca, no quintal.

-Ah, estou bem.- Doralice sorriu para ela.

-Está tranquila quanto àquele assunto?

-Eu... estou, sim.

-Hum... não me pareceu muito convincente. Sorte sua que você tem uma cunhada maravilhosa, que no caso, sou eu. Tenho muitos amigos que dariam um partidão para você!

-Não estou à procura de um relacionamento, Ana.

-E quem falou em relacionamento aqui? Estou falando sobre conhecer pessoas novas, se distrair, se permitir... entende?

-Ah.

-Por falar em "meus amigos", olha só o Martín.- Ana Lúcia apontou discretamente com o queixo.

Martín havia chutado uma bola para Dido, que agora chutava de volta, dando gargalhadas, todo animadinho.

-O Martín é bonito, tem certo charme...- Ana Lúcia descreveu algumas qualidades, tentando fazer Doralice se interessar.- Se bem que...

-Se bem que o quê?

-O Martín... arrasta uma asa pela Bella.

Doralice riu.

-Pronto, já posso descartá-lo então.- Ela parecia contente ao dizer isso.

-Sua chata!- Ana Lúcia empurrou-a levemente, com o quadril.

-Uhh, parece que Martín na verdade arrasta as duas asas pela Anabella.- Observou Doralice.

Anabella havia surgido no gramado, segurando uma taça de vinho, e Dido havia acertado a bola em cheio na barriga de Martín, pois este havia ficado distraído, ao vê-la.

-Pega a bola, tio Martín!- O menino gritou, chamando a atenção dele.

Doralice e Ana Lúcia se entreolharam, e riram.



🍷

Anabella sentou-se ao lado de Mariana, que observava o irmão correr atrás da bola.
À essa altura, o garotinho já havia percebido que teria que se divertir sozinho, pois seu "tio Martín" já não estava com a cabeça mais na brincadeira e por isso, corria à toda pelo gramado.

-Cuidado com a grama, Dido!- Mariana gritou e então abaixou o tom, falando apenas com Anabella:- Tenho medo que estrague. É tão bem cuidada...

Ela estava deslumbrada com a riqueza do lugar.
A casa dos Montenegro aos olhos de Mariana, era o lugar mais chique e bonito que já tivera a chance de conhecer.

-Deixa ele brincar, à vontade. Jardineiros existem para isso mesmo.- Anabella respondeu.

Martín se aproximou delas.
Mariana corou, ao ver que ele se sentava ao seu lado.

-Que calor, não?- Ele disse.

-Sim, muito.

-Com esse barrigão você deve sentir o dobro de calor, não é?- Martín pontuou, vendo que ela passava a mão pela enorme barriga.

-Ah, pode apostar que sim!

Martín olhou por cima do ombro para Anabella, ao perceber que ela não fizera questão de dar qualquer resposta ao seu comentário.

Jader, Ana Lúcia e Doralice, acabaram se juntando à eles.

-Então, Mari. Já decidiu o nome que vai dar à neném?- Ana Lúcia aproveitou o gancho do assunto.

-Ainda não.

-Mas daqui à dois meses ela nasce!

-Sim, eu sei. Mas até agora não consegui decidir. Acho que só vou conseguir dar nome à ela quando ver o rostinho.

-Você não quer que a gente te ajude, sugerindo nomes?- Martín perguntou.

-Vocês podem até sugerir, mas eu não garanto nada...

Papearam animadamente, até que Vicente, que parecia de certa forma já um pouco alterado pelo vinho, se levantou, chamando a atenção.

-Essa mulher aqui.- Dizia ele, abraçando dona Eleanor pela cintura, fazendo-a corar e rir.- É a mulher da minha vida! Não troco por nada neste mundo!

Seu Rodolfo e dona Cristina riam, assim como o restante do pessoal.

Ana Lúcia fez questão de se levantar e fotografar a cena, dizendo:

-Que lindo, pai! Ahhh, tão fofos.- Ela disse, ao vê-los trocarem um beijo.- Amo vocês!

Entre todos os rostos ali, somente em dois não se encontrava o sorriso divertido e aprovador ao casal.

Anabella e Jader se entreolhavam, sérios, e ao contrário dos outros, olhavam a cena com desaprovação.

Jader se sentia constrangido, enquanto que Anabella sentia um misto de tristeza e raiva.

-Olha, Bella!- Ana Lúcia voltou, tentando mostrar a foto tirada à irmã, mas Anabella virou o rosto, engolindo em seco.
Simplesmente não conseguia olhar.

Ana Lúcia, sem graça, voltou a tela do telefone ao namorado. Jader olhou a foto, mas logo seus olhos se voltaram para Anabella, que agora, havia abaixado a cabeça e, aparentemente, respirava fundo.

Ana Lúcia não entendeu.
Mas, como Doralice e Mariana se interessaram por ver a tal foto, ela logo se animou, ignorando o fato de que sua irmã e seu namorado estavam estranhos.



🍷

Anabella tomou um copo inteiro de água, na cozinha, depois de não aguentar mais ver a falsidade do pai.

A cena lhe dava nojo. Seu pai parecia como um estranho pérfido aos seus olhos e sua mãe, uma mulher boba e cega.

-Ei, você está bem?

Ela se virou e viu Jader, parado na porta, a olhando.

Respirou fundo e fechou os olhos.
Quando os abriu, disse, numa voz baixa, porém enraivecida:

-Tenho vontade de voltar lá e mandar ele parar com a encenação. Dizer que eu já sei de tudo e acabar com essa farsa horrível.

Jader se aproximou.

-Não vai fazer isso, não é?

-Vontade não me falta. Mas só estou me segurando, porque sei que ainda tenho muito mais para descobrir.

-Do que está falando?- Jader não entendeu.

Anabella o olhou por alguns segundos, balançou a cabeça, deixou o copo sobre a bancada e saiu.




🍷

A manhã quente e ensolarada contribuía para que a idéia de um mergulho na piscina animasse à todos.

-Essa água está uma maravilha!- Exclamou Martín, sentando-se na borda, depois de mergulhar.

Ana Lúcia tirou o kimono floral que usava e, ficando apenas de biquíni, sentou-se ao lado dele, molhando os pés.

-Está mesmo uma delícia.

Doralice logo se juntou à eles, fazendo o mesmo.

-Caso esteja com sede.- Ela disse, entregando um copo de suco de limão à Ana Lúcia, que agradeceu.

-Ei, eu não ganho suco também?- Martín inquiriu, fazendo Ana Lúcia rir.

Doralice o ignorou. Sua atenção estava completa e totalmente voltada à cunhada.

Observou com satisfação ela estalar a língua, aprovando o gosto.

-Você está linda neste biquíni, Ana.

-Obrigada. O seu biquíni também é uma graça.

Doralice estendeu a mão e tocou a pele das costas de Ana Lúcia.

-Você passou protetor solar?

-Sim, de manhã bem cedo. E reapliquei um pouco antes de todo mundo chegar.

Doralice corou e tirou a mão, ao ver que Anabella, sentada em uma das cadeiras dobráveis de madeira, a observava.

-Que bom.

Martín se levantou para pegar seu próprio copo de suco, já que Cassandra estava momentaneamente ocupada na cozinha.

-Vai um suquinho aí?- Ele perguntou, se aproximando de Anabella, recostada à cadeira.

Ela ergueu a taça de vinho em sua mão, indicando que já estava tomando algo, e colocou os óculos de sol.

-Então...- Martín se abaixou, para ficar mais perto, falando mais baixo.- É impressão minha ou você e o namorado da sua irmã sabem de alguma coisa que ninguém mais sabe?

Anabella mal se virou para responder:

-Isso não te diz respeito.

-Ah, não? Então quando você precisa eu sou útil, mas quando sou eu que quero saber de algo, você age assim?

-É.

-Isso não é justo. Se quer a minha ajuda, você tem que me contar o que está acontecendo...

-Martín, eu ficaria muito agradecida se você saísse daqui agora mesmo e parasse de encher a minha paciência.

Martín suspirou. Sabia que não adiantaria forçar uma conversação; Anabella parecia muito mais arisca do que já costumava ser.

Portanto, saiu dali e foi se sentar novamente perto de Mariana, que o recebeu, como sempre, com um sorriso largo no rosto.

-Anabella pra variar está de mau humor?- Ela perguntou, divertida.

-Ah, ela é um enigma. Não dá pra entender ela...

-Você precisa mesmo entender?

Martín refletiu por um segundo, olhando Anabella de longe e depois, olhou para Mariana.

-Não sei.- Respondeu, por fim.



🍷

-Cassandra, enche mais um pouco a minha taça e a do amigo Rodolfo aqui!- Vicente gritou, vendo a doméstica passar com a garrafa de vinho entre o pessoal, todos muito à vontade, em volta da piscina.

Cassandra primeiro serviu à patroa e à dona Cristina, e em seguida, se aproximou dos dois homens, que estavam sentados lado a lado, apenas com os calções de banho.

Serviu Rodolfo normalmente e, ao colocar a bebida na taça do patrão, sua mão tremulou e parte do vinho foi parar nas pernas de Vicente.

-O que é isso, Cassandra? Está tremendo igual uma vara verde!- Observou ele, falando alto.

-Me desculpe, seu Vicente.- Cassandra segurou firme na garrafa, tentando mais uma vez.

-Ahh, olha só! Agora vou ter que me jogar na piscina de novo!- Ele reclamou.

-Eu... eu vou na cozinha, pegar um guardanapo, para limpar...

Ao contrário dos outros, que estavam dispersos e alheios à cena, Anabella viu a confusão e se aproximou, querendo saber o que se passava.

-Cassandra derramou vinho em mim, vê se pode!

Anabella observou que a mão de Cassandra, com a qual segurava a garrafa, tremia.

-Cassi, tudo bem?- Perguntou.

-Sim...

-Vai dar os seus tremeliques pra lá, longe de mim!- Vicente disse e olhou para o pai de Jader, rindo.

Seu Rodolfo apenas olhava para a empregada, sem entender o que estava acontecendo.

-Você está sendo inconveniente.- Anabella censurou o pai, num tom de voz sério.

-Se está vendo que ela não está em condições de segurar a garrafa, por que não serve a si mesmo?- Ela continuou, tirando a garrafa das mãos trêmulas de Cassandra e colocando-a na mão do pai.

À essa altura, Cassandra já havia se retirado e Anabella, preocupada, foi atrás dela, na cozinha.

Encontrou-a encostada ao balcão de mármore, respirando fundo e prensando os lábios um no outro.

-Cassandra, o que houve? Por que você está assim?

-Eu...

Vicente entrou de repente na cozinha.

-Está tudo bem? Cassandra...?

Ela mal olhava para eles.

-Sim, desculpem...

-Eu que peço desculpas. Acho que o álcool já está me subindo à cabeça.

Anabella o fitou, cruzando os braços e então, logo depois, Vicente saiu, esbarrando na porta.

-Cassandra.- Anabella se aproximou, vendo que estavam sozinhas.- Pode me falar o que está acontecendo.

Cassandra ficou em silêncio, de  cabeça baixa. Parecia um tanto quanto triste e angustiada.

-O que aconteceu com você pra tremer daquele jeito? Você é sempre tão concentrada e eficiente. Você está com alguma doença? Por favor, me conta.

-Você não tem que se importar.- A voz dela saiu num sopro.

-Mas eu me importo. Já devia saber disso. Eu me preocupo e me importo com você.

Cassandra suspirou depois de algum tempo e levantou a cabeça.

-São problemas pessoais, Bella. Eu só... me deixei levar pelas preocupações do dia a dia e acabei ficando... assim.

Anabella olhou nos olhos dela.

-É o seu marido?

Cassandra engoliu em seco e balançou a cabeça.

-Como eu disse: você não tem que se importar, muito menos se preocupar comigo.

-Mas, Cassandra...

-Já chega. Eu tenho que trabalhar.- Ela pegou o guardanapo em cima da mesa ali perto e se encaminhou para a porta, em direção aos fundos da casa.- Ah e mais uma vez, me desculpa por essa confusão.

Anabella a viu sair e ficou ali, crendo que, por mais que Cassandra se recusasse a se abrir com ela, havia algo que a afetava profundamente e que por algum motivo, ela preferia esconder.




🍷

A pool party organizada por Ana Lúcia seguia pelo dia afora, apesar dos pequenos incidentes.

Já passavam das quatro da tarde, e a conversa agora era sobre as três novas pessoas que haviam sido abrigadas recentemente na ONG.

-Foi a sobrinha da Denise, nossa assessora principal lá da agência.- Ana Lúcia relembrava, ao contar.- Ela estava saindo de uma boate à noite, quando viu a menina, que tem 12 anos, procurando alguma coisa na lixeira do lado de fora. Quando foi ver, ela era a irmã do meio de outros dois garotos. Os pais estão internados em uma clínica de reabilitação e eles viviam fugindo do conselho tutelar. Pois bem, assim que a sobrinha da Denise entrou em contato comigo e me contou a situação, eu procurei o Conselho, e depois de explicar que gostaria de ajudar, eles visitaram a ONG. Faz uma semana que finalmente me deram uma espécie de guarda provisória dos três irmãos. Eles estão se adaptando bem.

-Eu morro de pena toda vez que olho para eles.- Mariana disse, com Dido cochilando, a cabeça recostada em seu colo.

-Nenhum parente se interessou em ajudar?- Foi dona Cristina quem perguntou.

-Aqui no Espírito Santo, não têm ninguém da família. Apenas um tio em São Paulo, mas ele recusa todas as minhas ligações.

-Que tristeza, meu Deus...- Disse dona Eleanor, consternada.

-É a realidade, gente. Mais comum do que vocês possam imaginar.

-Que bom que temos você.- Jader segurou a mão de Ana Lúcia e a apertou, sorrindo para ela, que lhe sorriu de volta.

O celular de Anabella vibrou em seu bolso e ela se afastou do grupo, para atender a ligação.

Jader estava prestando atenção à conversa sobre os abrigados da ONG, mas quando ouviu Anabella sussurrar: "Sérgio?", sua atenção se voltou completamente para ela, mesmo sendo discreto ao olhar.
A sensação de incômodo o invadiu, mais uma vez.

Depois de mais alguns murmúrios ao telefone, Anabella voltou, apenas para dizer, para ninguém especificamente:

-Tenho que sair.

Todos a olharam e dona Eleanor perguntou:

-Aonde vai, filha?

-Vou... me encontrar com um amigo. É rápido.

-Ah, Bella! Fica aqui com a gente...- Ana Lúcia pediu, abrindo um sorriso para a irmã.

-Eu tenho que ir.

-Chama o seu amigo pra vir pra cá, ou vá vê-lo em outra hora. Isso aqui está tão bom!

Anabella não respondeu. Apenas se retirou, entrando em casa para trocar de roupa e quando saiu, já devidamente vestida, disse, à guisa de despedida:

-Eu não demoro.

-Você vai mesmo sair, Bella? Poxa, é tão raro a gente se reunir assim, a família toda, com nossos amigos...- Ana Lúcia se levantou, aproximando-se da irmã.- É tão bom estar assim, todo mundo junto, desfrutando de um dia tão agradável como esse.

-Mas qual foi a parte de "eu preciso sair" que você não entendeu??- Anabella gritou, de repente, assustando Ana Lúcia e chamando a atenção de todos.- Estou falando há dez minutos que preciso sair e você está a dez minutos enchendo a droga da minha paciência! Eu já não disse que preciso sair??

-Desculpa, Bella, eu...- Ana Lúcia tentou tocar o braço da irmã, mas foi repelida por ela.

-Eu sou obrigada agora a ficar aqui, nessa festinha na piscina ridícula que você organizou?? Pois bem, fiquei. Mas agora já deu, eu preciso sair e vou sair!!! Para com essa insistência chata.

Jader se pôs imediatamente ao lado de Ana Lúcia.

-Você não precisa ser grossa assim com ela- disse, encarando Anabella, com raiva.

Os outros apenas olhavam, mudos diante da cena que se desenrolava.

Anabella o encarou de volta, mas não disse nada. Apenas saiu, enquanto Ana Lúcia voltava lentamente para seu lugar.




🍷

Anabella abriu a porta do carro e estava prestes a entrar, quando foi impedida por Jader, que veio de dentro da casa, furioso.

-Qual é o seu problema? Por que tratou sua irmã daquele jeito??

Anabella o olhou, surpreendida e ao mesmo tempo, indignada.

-O que está fazendo aqui? Está na minha cola, agora??

Jader não se deixou levar pela mudança de assunto.

-Responde! Por que você tratou sua irmã com tanta grosseria? Não pode ser só porque ela insistiu pra você ficar.

Anabella o olhou por longos segundos, respirando pesadamente. Então disse:

-Estou cansada de ver Ana Lúcia agindo como se essa família fosse perfeita e como se a vida fosse um mar de rosas! Mal sabe ela que as coisas vão de mal a pior. Eu não suporto isso!

-Ela não sabe de nada!- Jader exasperou-se.- Ana Lúcia é a pessoa mais inocente no meio disso tudo!

Anabella o fitou, com descrença.

-E eu? Por acaso sou culpada de alguma coisa?

Jader suspirou, balançando a cabeça.

-Não estou dizendo isso, mas se continuar se envolvendo com pessoas como Sérgio, vai acabando sendo.

Ele se aproximou um pouco mais, olhando nos olhos dela:

-Está indo se encontrar com ele, não é?

-Se eu estiver, isso não é problema seu.

Levou a mão à porta do carro novamente, ao mesmo tempo em que Jader fazia o mesmo, para tentar impedí-la.
Suas mãos se encontraram e se tocaram por um breve momento.

-Não vai.- Ele disse. Parecia mais uma súplica, do que um pedido.

Anabella engoliu em seco, retirou sua mão de debaixo da dele e entrou no carro, dando a partida e saindo pela garagem, à toda velocidade, deixando Jader ali.



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1 k de leituras! 😱
Obrigada a todos!❤❤
Espero que continuem acompanhando o desenrolar dessa história.

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